Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 24 de agosto de 2013

O TIRO QUE ECOA HÁ 59 ANOS.


Dólar cai; Dilma sobe; cubanos chegam: BC dá tranco na especulação e a cotação da moeda americana recua 3% 

**no Ibope, aprovação ao governo Dilma salta de 31% para 38%, com esticão positivo de 11 pontos no Sudeste, berço do PSDB 

** Mais Médicos contrata 4 mil profissionais de Cuba que começam a chegar ao país neste fim de semana

** Índice de Confiança do Consumidor, da FGV, faz inflexão positiva e avança 4,4%  

** STF cumpre o enredo escrito pelo ressentimento conservador que imagina depurar  a derrota histórica para o PT encarcerando uma de suas maiores lideranças.


Há 59 anos, naquele  24 de agosto de 1954,  Getúlio Vargas cometeu o suicídio político mais inteligente da história. Consternado com a notícia que ecoava pelas rádios, o povo carioca perseguiu e escorraçou porta-vozes da oposição virulenta ao Presidente. A experiência da tragédia abalou o cimento da resignação cotidiana e a multidão elegeu seu alvo: cercou e depredou a sede da rádio Globo que saiu do ar. A escolha do desespero tinha alicerces na razão. O cacho de forças silenciadas na vitória esmagadora de  Vargas em 1950 preservara intacta a sua sonoridade junto à opinião pública. À medida  em que a incontinência dos decibéis superava o comedimento das formalidades e contaminava todo aparato conservador, o duelo tornava-se a cada dia mais desproporcional. Uma agenda latejante de suspeição,desafios e desrespeito ostensivo era apregoada diuturnamente. A pressão atingiria seu auge naqueles dias finais de agosto. Cinquenta e nove anos depois do tiro que sacudiu o país e impôs o recuo do golpismo, o volume asfixiante do coro conservador ainda pode ser ouvido e aquilatado. Entre um agosto e outro, algumas peças do paiol midiático permanecem. Outras se juntaram à tradição. Os personagens se renovam, mas o método se repete. O jogral da condenação sumária sentencia a mesma intolerância em  cada linha, título, nota, coluna, fotomontagens, capas, escaladas televisivas e radiofônicas. Troquem-se as letras que compõem o nome Vargas por ‘mensalão'. Ou Lula. Ou Dirceu. O preconceito beligerante que cerca um equipara-se ao que esmagou o outro. O rastro comum remete ao arsenal udenista da suspeição e da condenação sumárias, das togas avessas às provas; e das sentenças indiferentes aos autos. O conjunto  forma um fio de continuidade que atravessa a régua do tempo e conecta a luta progressista de 1954  a do Brasil de 2013. Hoje, mais uma vez, o país enfrenta uma transição de ciclo histórico. Ela opõe, de um lado, a esperança no passo seguinte de um desenvolvimento calcado na emancipação social de sua gente. E de outro, as forças e interesses que consideram intolerável sincronizar esse passo com o anseio por equidade e justiça, mas, sobretudo, por uma efetiva redistribuição do poder. (Leia também ‘A guerra das expectativas'. AQUI)

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