É GUERRA: FOLHA ACUSA DILMA DE CAIXA DOIS EM 2010
Começa a batalha de 2014; manchete deste domingo da Folha aponta suposta fraude nas contas da campanha vitoriosa da presidente Dilma em 2010; publicação diz ter identificado ao menos 43 cabos eleitorais que foram declarados na prestação de contas do PT ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como “trabalhadores voluntários”, mas que teriam recebido dinheiro pelo trabalho realizado no segundo turno da eleição.
Manchete em letras garrafais para um enorme escândalo de corrupção.
Doze pessoas, todas pobres, no Mato Grosso e no Piauí, aparecem “doando” entre R$ 300 e 600 reais para a campanha presidencial de Dilma Rousseff quando teriam, na verdade, trabalhado como “cabos eleitorais” remunerados no segundo turno.
Jesus! Como sabemos, todas as pessoas que seguravam placas e faixas de candidatos, de sol a sol, o faziam por intensa militância e consciência política, não é?
A República está chocada com esta revelação.
Já não se trata de um escândalo de sonegação como o da Globo, coisa pouca, aí de R$ 1,2 bilhão, com um processo misteriosamente roubado de dentro da receita e que deu até condenação criminal para uma humilde agente administrativa apanhada para “bode expiatório”.
Nem de coisas insignificantes, como a venda da Vale por um cinquenta avos do seu valor, ou a entrega de alguma grande estatal…
Não, agora é um caso gravíssimo, que justifica mandar um “enviado especial” para o Piauí e para o Mato Grosso e abrir manchete dominical!
Claro, um jornal comprometido com a verdade como a Folha, incapaz de publicar levianamente acusações ou armações, como uma falsa ficha policial de Dilma Rousseff às vesperas da campanha eleitoral, um jornal que é o esteio da moralidade pátria, não pode concordar que dois motoboys, por terem recebido 300 reais e uns dez litros de gasolina para encherem o tanque de seus possantes veículos, jamais poderia se calar diante de situações que, pela sua gravidade, influíram decisivamente num pleito de 120 milhões de eleitores.
Não, a Folha não abre mão do seu papel exemplar, até porque tem compromissos com as formação de nossas crianças, expressos – vê-se como – nos 5.200 exemplares que lhe compra o Governo Alckmin para distribuir nas escolas paulistas.
E, de forma exemplar assim, certamente vasculhou as contas eleitorais de Serra e Alckmin onde, é claro, não considerou relevante a sra. Ana Maria Gontijo, mulher de um dos filmados – veja aqui como ele, o “Zé Pequeno” é bonzinho com a turma do Arruda – ter doado R$ 8,25 milhões à campanha do tucano em 2010.
O fato do marido desta fada madrinha ter uma empresa que prestou serviçoes no Governo Serra e Alckimin não é interessante jornalisticamente.
Afinal, são negócios, mesmo que prostituídos.
Grave, mesmo, é o motoboy do Piauí não ter trabalhado apenas por apenas por amor.
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