Reportagem publicada neste final de semana pelo jornal New York Times revela que a NSA, o principal serviço secreto norte-americano, desenvolveu programas para “adivinhar” o comportamento dos indivíduos em todo mundo. É um troço assustador, futurista, inacreditavelmente enxerido. Funciona assim: a NSA monitora seus emais, suas redes sociais, seus gostos, e então um programa de computador traça um perfil completo de sua pessoa, incluindo suas tendências políticas. É como se eles pudessem adivinhar seus pensamentos.
É uma arma poderosíssima, que permitiria ao governo americano manipular, controlar ou neutralizar qualquer ativista político no mundo.
A reação negativa da grande imprensa norte-americana advém exclusivamente do fato da NSA ter recebido permissão do governo para incluir americanos em sua bisbilhotagem eletrônica. Os agentes argumentavam que não seria possível “não espionar” americanos por causa do caráter de rede dos perfis traçados. Para espionar um sujeito na Rússia, é preciso saber quem são seus contatos, inclusive nos EUA, e não teria sentido interromper o processo de construção de um perfil apenas por que se encontrou um cidadão americano.
Quanto aos estrangeiros, o New York Times não se preocupa.
Entretanto, para isso, vale o que a Dilma falou na ONU: não se pode mais buscar a segurança interna de um país desrespeitando os direitos e liberdades dos cidadãos de outro país.
O terrorismo existe e precisa ser combatido. Mas é preciso haver regras. As ferramentas da NSA são perigosas demais para estarem em mãos de um só. O controle sobre as redes sociais confere ao serviço secreto americano um poder político nocivo à soberania dos países, por causa de seu potencial de interferir em debates domésticos, fraudar a opinião pública e induzir as pessoas, sobretudo os jovens, a agirem daquela ou desta maneira.
Por: Miguel do Rosário
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