O ótimo blog de Fernando Nakagawa, no Estadão, dá hoje conta de como anda a distribuição de renda nos países mais ricos.
Ele informa que “pobres e ricos perderam dinheiro com a crise que se arrasta há mais de cinco anos”.
Mas também registra que uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra, para variar, que o castigo foi bem maior para quem tem menos.
A renda média dos 10% mais ricos caiu a um ritmo anual de 0,78% entre 2007 e 2011, a perda da renda dos 10% mais pobres foi o dobro: 1,61% por ano.
O resultado detalhado está no gráfico lá em cima.
Coo eu não sou “economista” nem “jornalista econômico” que não consegue situar o Brasil dentro do mundo – embora todos eles encham a boca para falar em “globalização” – fui buscar dados que permitissem uma comparação com o nosso país.
Como não achei uma que pegasse o período exato, coloquei dois, com base na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, agrupados pelo IPEA, para que os mal-humorados não venham a invalidar a comparação.
Entre 2003 e 2011, os mais 10% mais pobres no Brasil tiveram um incremento de renda de 80,8%, ou média anual de 6,8%. Os 10% mais ricos também cresceram, mas 26,9%, ou média anual de 2,7%.
Na crise, entre 2009 e 2011, o décimo mais pobre cresceu 9,1% e o mais rico, 4%. Na média de taxas anuais, isso dá 2,95% e 1,32%.
Coloquei estes os números no gráfico do Estadão, lá em cima e aqui embaixo.
Depois de vê-los, diga-me se você quer seguir as receitas que eles vivem nos dando.
Porque os muito ricos continuam ganhando, mas não suportam que não seja tudo, e que os pobres ganhem também.
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