Nenhum país do mundo se deixa aprisionar em só dois institutos nacionais de pesquisa eleitoral.
Nenhum país do mundo tem uma rede de televisão que:
– contrata as duas pesquisas;
– fixa a data de coleta das informações;
- e decide quando, como e se vai exibir os resultados
(Sim, porque, muitas vezes, as pesquisas chegam a uma conclusão e sai outra no PiG…)
Em nenhum país do mundo existe uma rede de televisão como essa, que detém 80% da receita publicitária da tevê aberta, com menos de 40% da audiência.
E a tevê aberta ainda é 50% de toda a publicidade brasileira.
Logo, essa rede fica com R$ 0,40 de cada R$1 investido em publicidade em todo país.
Do tijolinho para vender moto em Brumadinho (onde mora o Governador Aécio Neves, que, nos dois dias da semana em que vem aqui, não dorme em BH), a um outdoor na Avenida Antônio Carlos.
(Aplausos frenéticos !, modestamente,)
Nenhum país do mundo põe resultado de pesquisa em manchete de jornal impresso.
Nenhum país do mundo põe resultado de pesquisa em manchete de telejornal.
E nenhum país do mundo os jornalistas e articulistas de “Política” se dedicam a “analisar” essas duas pesquisas, meses a fio.
Em nenhum país do mundo a imprensa divulga tantas pesquisas nos dias que precedem a eleição: não há dinheiro para isso !
Em muitos países do mundo – como na Inglaterra – é proibido fazer pesquisa “boca de urna”.
Nos Estados Unidos, calcula-se que, numa eleição presidencial, existam cerca de CEM pesquisas de âmbito nacional diferentes.
E os programas de computador que tentam ponderar as cem pesquisas para chegar a um resultado só … ERRAM.
Em nenhum país do mundo os institutos de pesquisa chegam na véspera da eleição e dizem que há “empate técnico”.
Em nenhum país do mundo se manipula a opinião publica com pseudopesquisas quanto no Brasil !
(Aplausos frenéticos, modestamente.)
E por que os jornais fazem tantas pesquisas ?
Porque eles demitem os repórteres e passam a “cobrir” as suas próprias pesquisas.
Sai mais barato.
E é mais fácil manipular.
Trocam informação por “pesquisa”.
Trocam “fato” por “dado” que elas mesmas produzem.
Ou seja, criam a sua própria realidade para “cobrir”.
E dizem que é a realidade do espectador, do leitor.
Em São Paulo, por exemplo, o PiG praticamente ignorou – quando não boicotou – a política do prefeito Haddad de cortar a cidade com ciclovias.
(São Paulo não tem o MOVE http://www.bhtrans.pbh.gov.br/move de Belo Horizonte, que, de forma exemplar, transporta uma massa de passageiros de bairros pobres para o centro.)
Um dia desses, uma dessas “pesquisas” descobriu que noventa por cento dos paulistanos aprovam as ciclovias.
Mas, como se esse mesmo jornal não contou aos leitores que elas existiam ?
Como diz o meu blog Conversa Afiada, essas duas pesquisas tupiniquins tem uma margem de “erro” ou “de acerto” tão flexível quanto bum-bum de assistente de palco: aumentam ou diminuem com as necessidades.
(Aplausos frenéticos !, modestamente.)
No inicio das campanhas, as pesquisas e, não, os bumbuns, ajudam os candidatos que precisam largar acelerados, vigorosos, para demonstrar invencibilidade.
Em São Paulo, o Cerra sempre larga imbatível.
Ele é amigo da casa.
Como o Aécio é do jornal O Estado de Minas …
(Aplausos frenéticos !, modestamente.)
No meio das campanhas, as pesquisas são muito úteis a candidatos que precisam mostrar aos financiadores que são viáveis.
No finalzinho da campanha, o objetivo é manipular a opinião, mesmo !
Como agora, por exemplo.
Esses institutos pigais precisam demonstrar, por “a” mais “bê”, que vai ter segundo turno, quando elas e a rede de televisão que as divulga poderão continuar a … manipular !
Mas é que em nenhum país (sério) do mundo se permitiu não fazer uma Ley de Medios !
(Aplausos frenéticos, modestamente.)
(Trechos de uma palestra do ansioso blogueiro em Belo Horizonte, na Uni BH, nesta terça-feira, 23/09.)
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