Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Lula deveria processar, também, o colunista analfabeto da Veja

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A notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressou com ação na Justiça pedindo reparação de danos morais contra os responsáveis por reportagem de capa da última edição da revista Veja constitui um alento em um momento em que fazer acusações graves e taxativas com base em boatos tornou-se regra em setores da grande imprensa.
A reportagem de Veja, como e sabe, diz que “chegou a vez dele”, em referência a Lula, citando suposta delação premiada de José Adelmário Pinheiro, da OAS. No entanto, antes de a revista chegar às bancas a empreiteira já havia desmentido que Pinheiro houvesse feito qualquer acordo.
Diante disso, Lula entrou com ação contra os jornalistas Robson Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira, que assinam a reportagem contra si, além do diretor de redação, Eurípedes Alcântara.
Porém, está passando batido um crime contra a honra do ex-presidente muito mais grave e perverso por conta de que o acusa taxativamente de ter conta no exterior em que teria recebido propina de “sete milhões de reais” e que essa conta “envolvia o próprio Lula, Antonio Palocci e Miguel Horta e Costa, da Portugal Telecom”.
A difamação caluniosa e injuriosa alega ter se baseado em reportagem da edição desta semana da revista Época – publicação que o ex-presidente também estaria pretendendo processar –, mas faz pior do que a revista da família Marinho ao tratar como fato o que a publicação apresenta como “hipótese”.
O autor do ataque à honra de Lula é um conhecido dos leitores desta página. Trata-se do colunista analfabeto (funcional) da Veja, Felipe Moura Brasil, quem, recentemente, por aparentes déficit cognitivo e dificuldade de interpretação de textos acusou este blogueiro de ter “ameaçado” o juiz Sergio Moro.
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Antes de comentar o que foi que o rapazinho andou aprontando, desta vez, vejamos a matéria na qual ele se baseou.
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Como se vê, a matéria é requentada. Essa suposta conta a que se refere começou a ser comentada há quase uma década e nada jamais foi provado. A própria matéria de Época a cita no condicional, relatando informações que teria obtido junto à PF sem apresentar qualquer tipo de sustentação material além da palavra da publicação.
Pois bem, o caso é que o tal blogueiro (semi) analfabeto da Veja transformou uma especulação da Época em fato e, com isso, conseguiu uma repercussão cavalar para sua calúnia.
No post abaixo reproduzido, o blogueiro da Veja confirma sua dificuldade para interpretar textos e/ou uma dose cavalar de má-fé, pois nada do que contém a matéria da Época autoriza sequer afirmar que Lula tem conta no exterior, quanto mais pedir a prisão do ex-presidente da República.
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Como o leitor pode notar, a calúnia obteve nada mais, nada menos do que 45 mil curtidas no Facebook. Claro, com uma manchete bombástica dessas uma grande fauna de incautos acorreu ao que o blogueirinho de Veja alardeu sem base em nada.
Não é a primeira vez. Este blogueiro mesmo já foi alvo da pena mal-intencionada de Moura Brasil. Ele transforma em fato qualquer fofoca que recolhe pela internet sem se importar com a honra das pessoas ou sequer com os fatos.
Por pertencer à mesma revista que Lula está processando, o ex-presidente poderia aproveitar e denunciar à Justiça alguém que cometeu um crime muito mais grave contra a sua honra. Seria exemplar, pois esse sujeito recolhe tudo que é lixo da internet e transforma em “notícia” sem se importar com apuração, contraditório, nada do que mande a ética jornalística.

Romário parte para o ataque e faz repórteres da Veja saírem do Facebook

Autor: Fernando Brito
facelauro
O senador e eternamente marrento Romário tocou de lado para que seus eleitores chutassem.
Ontem,  publicou no Facebook a pergunta “inocente”:
Alguém aí tem notícias dos repórteres da revista Veja Thiago Prado e Leslie Leitão, que assinaram a matéria afirmando que tenho R$ 7,5 milhões não declarados na Suíça? E do diretor de redação Eurípedes Alcântara? Dos redatores-chefes Lauro Jardim, Fábio Altman, Policarpo Junior e Thaís Oyama?
Gostaria que eles explicassem como conseguiram este documento falso.
E tascou os links para as páginas de Facebook dos indigitadossem sugerir nada, porque era desnecessário.
Foi uma avalanche de críticas e ironias nas páginas cujos endereços eletrônicos foram fornecidos pelo “baixinho”.
As de Thiago Prado e Leslie Leitão saíram do ar. A página de Lauro Jardim, que ainda funcionava hoje de manhã, tinha centenas de comentários que o ridicularizavam.
Certo que alguns exageradamente agressivos, mas a maioria indignados e irônicos:
  • E sobre o Romário Faria não vai falar nada ou vai desativar o Facebook também?
  • Amigo, explica como arranjaram o documento falso do Romário por gentileza? Abraço!
  • Quem foi o estelionatário que falsificou o documento da sua matéria contra o Romário ? Algum parceiro seu? Peixe!
  •  É sobre o documento do Romário Faria? Sendo falso pode citar a fonte, ou será que é falsa a noticia?
E um dos mais engraçados:
  • Tem um vizinho meu aqui que tá me incomodando muito, já tivemos até algumas rusgas. Gostaria de saber quanto a Veja cobra para publicar uma matéria dizendo que ele tá enriquecendo urânio na casa dele?
A revista mantém o mais sepulcral silêncio desde que Romário contestou a informação publicada.
Nada, nem uma palavra ou explicação.
Se a revista confia no trabalho dos seus repórteres e na autenticidade do que publica, é obvio que teria respondido.
Eles próprios deveriam exigi-lo. A redação inteira, aliás.
Se não descambar para a agressão, o método “cobrança direta” estimulado por Romário talvez seja uma boa lição.
Somos responsáveis pelo que escrevemos e, se erramos, temos de reconhecer que erramos e porque o fizemos.
Disse ontem aqui que não há “sigilo de fonte” quando se trata de uma falsificação para atingir a honra alheia.
E mais: se temos o direito e o dever de em nome da apuração jornalística publicar o que temos segurança de que é verdadeiro, também temos o dever de suportar as consequências disso.

Romário tem o direito de reagir e um argumento irrespondível para os que vierem com “punhos de renda” politicamente corretos contra sua iniciativa de publicar os endereços onde seus detratores tem de ler o que se leu acima.
Afinal, eles tem um império de comunicação para responder e, 24 horas depois de apontada a farsa, não o fizeram.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

FHC vê país com amnésia, por isso acusa PT de “não saber governar

Blog Cidadania
fhc capa

A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição.
Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 – 2002) pelo PSDB. Eis a locução:
“Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”.
Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima  não é invenção.


Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de uma crise que não é só econômica, mas política.

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Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é “a favor do Brasil”? Quem diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.
Leia, abaixo, o que diz a Folha de São Paulo sobre a forma do PSDB e de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais.

FOLHA DE SÃO PAULO
29 de julho de 2015
EDITORIAIS
editoriais@uol.com.br
Quanto pior, pior
Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional
Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada terça-feira (28) pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
A companhia norte-americana alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa, aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.
Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo estragado que se tornou a economia no governo Dilma. Agências como a S&P ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.
A expectativa crescente de que o Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos: investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o dólar bate recordes de alta.
Tanto pior, já se considera que outras duas companhias, a Moody’s e a Fitch, podem fazer análise semelhante à da S&P, rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.
Combater esse cenário sombrio deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.
Ao expor suas razões, a S&P reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.
Tudo se resume, no fundo, à instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento pernicioso do Congresso.
Notoriamente incapaz de mobilizar deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso o necessário ajuste das contas públicas.
Se mantido estritamente nesses termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.
Que fique claro: cobrar responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou dividir a culpa pelo descalabro atual. Esta cabe só ao governo Dilma, e a oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da crise.
O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema “quanto pior, melhor”. Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior.
Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se comportassem como sabotadores da economia.
Nesse aspecto, a matéria da Folha simplesmente expõe a posição do mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que postei aí em cima.
FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI, desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e investigações…
Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com os dos sucessores.

  1. Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões

  1. PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil

  1. Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

  1. Lucro do BNDES:
2002 – R$ 550 milhões
2013 – R$ 8,15 bilhões

  1. Lucro do Banco do Brasil:
2002 – R$ 2 bilhões
2013 – R$ 15,8 bilhões

  1. Lucro da Caixa Econômica Federal:
2002 – R$ 1,1 bilhões
2013 – R$ 6,7 bilhões

  1. Produção de veículos:
2002 – 1,8 milhões
2013 – 3,7 milhões

  1. Safra Agrícola:
2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas

  1. Investimento Estrangeiro Direto:
2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares

  1. Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares

  1. Índice Bovespa:
2002 – 11.268 pontos
2013 – 51.507 pontos

  1. Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

  1. Taxa de Desemprego:
2002 – 12,2%
2013 – 5,4%

  1. Valor de Mercado da Petrobras:
2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões

  1. Lucro médio da Petrobras:
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

  1. Falências Requeridas em Média/ano:
Governo FHC – 25.587
Governos Lula e Dilma – 5.795

  1. Salário Mínimo:
2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

  1. Dívida Externa em Relação às Reservas:
2002 – 557%
2014 – 81%

  1. Posição entre as Economias do Mundo:
2002 – 13ª
2014 – 7ª

  1. PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

  1. Salário Mínimo Convertido em Dólares:
2002 – 86,21
2014 – 305,00

  1. Passagens Aéreas Vendidas:
2002 – 33 milhões
2013 – 100 milhões

  1. Exportações:
2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares

  1. Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%

  1. PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

  1. Taxa Selic:
2002 – 18,9%
2012 – 8,5%

  1. FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

  1. Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

  1. Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

  1. Capacidade Energética:
2001 – 74.800 MW
2013 – 122.900 MW

  1. Criação de 6.427 creches

  1. Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

  1. Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

  1. Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

  1. Criação de Universidades Federais:
Governos Lula e Dilma – 18
Governo FHC – zero

  1. Criação de Escolas Técnicas:
Governos Lula e Dilma – 214
Governo FHC – 11
De 1500 até 1994 – 140

  1. Desigualdade Social:
Governo FHC – Queda de 2,2%
Governo PT – Queda de 11,4%

  1. Produtividade:
Governo FHC – Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

  1. Taxa de Pobreza:
2002 – 34%
2012 – 15%

  1. Taxa de Extrema Pobreza:
2003 – 15%
2012 – 5,2%

  1. Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 – 0,669
2005 – 0,699
2012 – 0,730

  1. Mortalidade Infantil:
2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

  1. Gastos Públicos em Saúde:
2002 – R$ 28 bilhões
2013 – R$ 106 bilhões

  1. Gastos Públicos em Educação:
2002 – R$ 17 bilhões
2013 – R$ 94 bilhões

  1. Estudantes no Ensino Superior:
2003 – 583.800
2012 – 1.087.400

  1. Risco Brasil (IPEA):
2002 – 1.446
2013 – 224

  1. Operações da Polícia Federal:
Governo FHC – 48
Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

  1. Varas da Justiça Federal:
2003 – 100
2010 – 513

  1. 38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

  1. 42 milhões de pessoas saíram da miséria

FONTES:
47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas
39/40 – http://www.washingtonpost.com
42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU
37 – índice de GINI: www.ipeadata.gov.br
45 – Ministério da Educação
13 – IBGE
26 – Banco Mundial

Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8 anos de PSDB, veremos que os problemas está acontecendo após mais de uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria dos indicadores sociais.
Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura de não dizer que “eles não sabem governar”. Até em respeito à inteligência das pessoas.
Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas na economia, a maioria mostrou que não esqueceu do que foi o governo desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.
A Folha foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de 1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e a esta altura estaríamos retomando o crescimento.
Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa “oposição a favor do Brasil”; responsabilizou a Operação Lava-Jato por parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou queda de um ponto percentual no PIB: “Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro
Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.
Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.
O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando FHC e companhia governavam.

A estranha história do Almirante Othon, que dedicou a vida à soberania do Brasil

Autor: Fernando Brito
othon
O Vice-Almirante Othon Pinheiro da Silva, mandado prender hoje por Sérgio Moro, é o mais legítimo sucessor do também Almirante Álvaro Alberto, que pôs em risco a própria carreira para desenvolver o conhecimento brasileiro sobre a energia nuclear e sua aplicação prática.
Othon – como fizera Alberto em 1953, quando conseguiu o apoio de Getúlio Vargas para que o Brasil importasse secretamente centrífugas para enriquecimento de urânio, bloqueadas pelos EUA à última hora – também recorreu a expedientes bem pouco ortodoxos para superar os boicotes,  as dificuldades e a incredulidade e fazer o Brasil dominar o ciclo de enriquecimento do urânio.
Obter para o nosso país o domínio do ciclo da energia nuclear é semelhante ao que fez Prometeu fazendo o fogo deixar de ser privilégio dos deuses do Olimpo.
Desta história, porém, saltam situações muito estranhas.
Othon, hoje com 76 anos, já tocou projetos milionários e até bilionários: além do enriquecimento de combustível nuclear, o projeto brasileiro de submarino, construção de navios, obras de infra-estrutura e muitos outros.
Tem um currículo técnico e operacional invejável, que inclui pós-graduações em engenharia mecânica e nuclear no famosíssimo  Massachusetts Institute of Technology, nos EUA.
Enfrentou, ao longo da carreira, indizíveis pressões norte-americanas contra a absorção de tecnologia nuclear por países de sua zona de influência e resguardou segredos pelos quais, com facilidade, alguém que estivesse disposto a lesar seu país poderia ter vendido por uma pequena fortuna.
Agora, o MP diz que Othon teria recebido R$ 4,5 milhões como vantagens por um contrato aditivo de R$ 1,24 bilhões para a construção de Angra 3. Ou 0,36% do valor.
Isso dá R$ 870 mil por ano.
De faturamento bruto, é menos do que está sendo proposto para a fixação de limite para a classificação como microempresa, segundo o Sebrae.
Muito menos do que alguém com a sua história profissional poderia ganhar com consultoria empresarial no mercado.
Bem menos do que muitos oficiais militares e policiais, depois de aposentados, obtém com empresas de segurança privada.
Ninguém, militar ou civil, está imune a deslizes e se os praticaram devem ser punidos. Como todos devem ter a presunção de que são inocentes e o Almirante Othon sequer foi chamado a explicar os valores faturados por sua empresa de consultoria.
Esta história, construída a partir de um delator de fundilhos sujos que quer livrar sua pele dizendo o que lhe for mandado dizer não pode  ser suficiente para enjaular um homem, muito menos um que tem uma extensa folha de serviços ao país.
As coisas na Operação Lava jato são assim, obscuras e unilaterais, com um juiz mandando prender como alguns militares mandavam prender na ditadura.
É indispensável que o país ouça, como o Dr. Moro não se interessou em ouvir, a versão do Almirante Othon sobre os fatos – se é que existiram – que a Polícia Federal e o MP dizem ter ocorrido.
E é estranho que se tenha escolhido justamente uma área tão sensível como a da energia nuclear para que o Dr. Moro detonasse suas bombas de fragmentação, que ferem e destroem honra e empresas nas áreas mais estratégicas para este pobre Brasil.


Quem mira no Almirante, por Nílson Lage



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A farsa se ergue contra um homem que é uma lenda.
Soube dele – e dos projetos tecnológicos da Marinha -na década de 1970.
Eu editava política e nacional no Globo e recebi ordem da direção para não publicar uma entrevista sobre o assunto com um oficial da Armada. Disseram-me que era ordem da censura.
No entanto, quem recebia comunicados da censura – pelo telefone ou em tiras de papel fino – era eu. Desconfiei da história.
Quando o censor de verdade me telefonou – era frequentemente a fonte das notícias “que eu não podia publicar” – fiz-me de desentendido:
– Quem recebe sempre instruções de vocês sou eu. Por que diabos resolveram proibir por via da direção do jornal a publicação da matéria tal, sobre pesquisa nuclear da Marinha?
– Não mandamos. Há um erro.
Dois dias depois, a matéria saiu, ocupando quase a página toda, com uma estranha foto em três colunas do entrevistado – tratamento digno dos mais nobres “recomendados do nosso companheiro” (Roberto Marinho).
Voltei a ter contato com o assunto, anos depois, já no ocaso do regime militar, quando me encomendaram – eu trabalhava na Universidade Federal do Rio de Janeiro – um estudo sobre a implantação de uma rede nacional de televisão regionalizada mais inspirada no modelo da antiga Rádio Nacional, que operava comercialmente.
Meu interlocutor na Subsecretaria de Assuntos Estratégicos do Conselho de Segurança Nacional era um doutor em Física, oficial de Marinha.
Finalmente, no início da década de 2000, na última etapa de minha vida profissional, dirigindo um órgão público, tive a honra de conviver com cientistas da Marinha brasileira, responsáveis pelo desenvolvimento das pesquisas nucleares desde que Álvaro Alberto – que atingiu o almirantado por decisão do Congresso Nacional – trouxe ao Brasil, no segundo governo Getúlio Vargas, as primeiras instalações nucleares.
A conspiração atinge a mais alta patente da carreira científica naval, exatamente no núcleo pensante que mais compromissos tem com a Pátria e que se empenha, no momento, em construir as bases para a defesa da Amazônia Azul, onde mora a esperança de um futuro independente para o Brasil.
Obviamente, não é um juiz de primeira instância do Norte do Paraná, um procurador movido pela ira do deus enfezado dos evangélicos radicais ou meia dúzia de covers do FBI que têm tal motivação e poder.