Da Redação
Multidão estimada entre 17 e 30 mil pessoas marchou ontem à noite em São Paulo entre o Largo da Batata e a sede da TV Globo, apontada como símbolo “de um golpe que está sendo arquitetado”.
A marcha foi organizada pela Frente Povo Sem Medo e encontrou a sede da emissora protegida por barreiras de metal e ao menos uma centena de policiais.
Não houve incidentes. O protesto aconteceu no dia em que o PMDB do Rio de Janeiro, espinha dorsal do apoio do partido ao governo Dilma, deu sinais de que pretende desembarcar da coalizão.
As lideranças cariocas do partido estão abaladas depois do vazamento das planilhas de financiamento da empreiteira Odebrecht.
As planilhas vazaram — da Polícia Federal ou da Justiça Federal de Curitiba — para o repórter Fernando Rodrigues.
Depois que já estavam disseminados, o juiz Sergio Moro decretou sigilo do material, já que muitos dos citados têm foro privilegiado.
O Jornal Nacional, da TV Globo, de maneira escandalosa recusou-se a informar que na lista, além de lideranças do PMDB, estão alguns dos maiores líderes da campanha pelo impeachment — dentre eles os senadores Aécio Neves e José Agripino, presidentes do PSDB e do Democratas.
Em vez disso, o telejornal apresentou uma sopa de letras em que igualou o PSOL ao PMDB, o PCB ao PSDB.
Os dois partidos de esquerda desmentiram que tenham sido financiados pela Odebrecht (ver nota do PSOL abaixo eaqui, a do PCB).
Em círculos políticos, este movimento em pinça da frente que reúne a Força Tarefa da Lava Jato e a TV Globo foi interpretado como um sinal para o PMDB carioca.
Derrubado o governo Dilma e preso Lula, a ala governista do partido poderia ser poupada ao menos do noticiário.
Muito próximo da Odebrecht e da TV Globo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, conhecido na empreiteira comoNervosinho, hospeda as Olimpíadas em alguns meses, um evento em que a emissora tem grande interesse comercial.
O juiz Sérgio Moro, que atua com extrema precisão política, parece ter seguido mais uma vez a cartilha que escreveu analisando a operação Mãos Limpas na Itália.
O objetivo é demolir o sistema político brasileiro. Mira preferencialmente no PT, da mesma forma que na Itália o alvo preferencial foi o Partido Socialista. Se o governo Dilma, que respira por aparelhos, não resistir, é possível que haja um embate entre setores conservadores da política e do STF e o juiz de primeira instância, que conta com grande apoio popular.
Contra a Globo, Moro tem o fato de que uma herdeira da emissora e o ex-marido dela estão envolvidos com a Mossack & Fonseca, escritório panamenho especializado em criar empresas de fachada para sonegar impostos e lidar com dinheiro de origem duvidosa.
Apesar do levantamento do sigilo de centenas de páginas de documentos apreendidos na sede paulistana da empresa — que envolvem escritórios de advogados, empresários e laranjas especializados em esconder dinheiro — a velha mídia simplesmente desconheceu o assunto, tratado de forma exclusiva pelo Viomundo.
Sem crime de responsabilidade atribuído à presidente Dilma, o processo de impeachment avança no Congresso conduzido pelo presidente da Câmara, que é reu no STF por corrupção.
Veja o que disseram participantes do protesto diante da Globo:
“Estamos aqui para defender os direitos dos trabalhadores e contra o ajuste fiscal. O processo de impeachment está sendo tocado por um delinquente que deveria estar preso: Eduardo Cunha”. Ivan Valente, deputado federal, PSOL
O objetivo do protesto é “deter uma ameaça à democracia e às garantias constitucionais”. Guilherme Boulos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores sem Teto
“A importância desse movimento é que as pessoas entendam que elas não estão sozinhas. Às vezes, nas redes sociais, quem pensa diferente pode achar que está sozinho. Não, agora, com essa manifestação quem está contra o golpe vai poder encontrar os seus iguais”. Larte Coutinho, cartunista
“O impeachment significa um retrocesso, a imposição de uma pauta neoliberal, com a precarização do trabalho, arrocho. Não haverá estabilidade com impeachment”. Rui Falcão, presidente do PT
Vídeo do Jornalistas Livres, vídeo e fotos da página do MTST no Facebook
Os estatutos do PSOL não permitem que nossos candidatos recebam recursos de empreiteiras, multinacionais ou bancos.
Nossos candidatos declaram o que receberam e todos sabem que nossas campanhas primam pela austeridade financeira, típica de um partido genuinamente de esquerda.
Fomos surpreendidos pela citação no Jornal Nacional, na noite desta quarta-feira (23), de que o PSOL consta em lista de supostos valores recebidos da empreiteira Odebrecht por mais de 200 nomes de parlamentares e candidatos de diversos partidos.
Defendemos a mais rigorosa apuração de todas as evidências apuradas pela Operação.
Coerentes com nossa crítica à seletividade que vem ocorrendo, nossa posição é de que todos devem ter suas campanhas investigadas.
Certamente muitos próceres da política nacional terão muito o que explicar à Justiça, caso a mesma resolva investigar todos e não somente alguns.
Repudiamos a forma da veiculação por parte da Rede Globo.
A reportagem parte da divulgação de informações sem qualquer comprovação para tentar vincular o PSOL a uma prática que, como todos sabem, combatemos.
A emissora, como já fez outras vezes com nosso partido, manipula as informações para passar a mensagem de que todos os partidos são iguais e metidos nas falcatruas investigadas pela Lava Jato.
Quer, principalmente, lançar uma cortina de fumaça naqueles que são protegidos pela grande imprensa e impedir o surgimento de uma real alternativa de esquerda no país.
Luiz Araújo
Presidente Nacional do PSOL
Presidente Nacional do PSOL
Leia também:
Aecím se protege com sonegador preso
De Telma Christiane, no twitter
No Tijolaço:
Empresa que Aécio usa para se justificar na “lista marrom” é fachada de sonegador já preso
Não vou pedir aos pobres dos blogueiros, porque nós já estamos insones com o combate político contra o golpismo.
Mas as redações de jornais e tevês, com dúzias de repórteres, bem que poderiam se interessar em saber quem é a empresa Leroy de Caxias que Aécio Neves usou como explicação para dizer improcedente a sua aparição na “lista marrom” da Odebrecht.
Eu, como sou legal com os coleguinhas, já dou o caminho.
A Leyroz mudou de nome.
Agora é Rof Comercial Impex EIRELI ou ainda E-Ouro Gestão e Participação EIRELI (empreendimento individual), com capital de mais de R$ 800 milhões. A sucessão da Leyroz pode ser comprovada aqui, no processo Nº AIRR-61500/2014-131-17-00.3 do TRT-17.
Pertence – ou está em nome – a um senhor chamado Roberto Luis Ramos Fontes Lopes.
Cidadão que, em 2014, estava preso por sonegação fiscal contra a União e o Estado de São Paulo, sendo solto apenas por irregularidades formais no processo.
Dele se diz, no julgamento do habeas corpus que o libertou, porque teria havido quebra de sigilo não autorizada:
É que, da análise dos autos se percebe que além da suposta prática de crimes contra a ordem tributária, o órgão ministerial também busca investigar a possível prática do delito de formação de organização criminosa voltada a sonegação de tributos porque “constatou o Fisco Estadual que o que ocorre de fato é a coordenação entre fabricação e distribuição, com Walter Faria à frente do negócio, tendo Roberto Luis Lopes, que figura no quadro social da Leyroz, como”testa de ferro”na atividade de distribuição” … “é citada como evidência de conluio entre a CP-Boituva e distribuidoras para sonegação o fato de a fabricação e distribuição fazerem parte de um mesmo ente econômico” e, ainda, que o relatório “traz considerações sobre a configuração de organização criminosa, com referência a conclusão semelhante por parte da Polícia Federal – fls.36⁄39 do relatório” (fls. 61⁄63).
Pronto, coleguinhas, aí está o roteiro da reportagem, bem interessante, não é?
Ou como é com Aécio “não vem ao caso”?
Mas as redações de jornais e tevês, com dúzias de repórteres, bem que poderiam se interessar em saber quem é a empresa Leroy de Caxias que Aécio Neves usou como explicação para dizer improcedente a sua aparição na “lista marrom” da Odebrecht.
Eu, como sou legal com os coleguinhas, já dou o caminho.
A Leyroz mudou de nome.
Agora é Rof Comercial Impex EIRELI ou ainda E-Ouro Gestão e Participação EIRELI (empreendimento individual), com capital de mais de R$ 800 milhões. A sucessão da Leyroz pode ser comprovada aqui, no processo Nº AIRR-61500/2014-131-17-00.3 do TRT-17.
Pertence – ou está em nome – a um senhor chamado Roberto Luis Ramos Fontes Lopes.
Cidadão que, em 2014, estava preso por sonegação fiscal contra a União e o Estado de São Paulo, sendo solto apenas por irregularidades formais no processo.
Dele se diz, no julgamento do habeas corpus que o libertou, porque teria havido quebra de sigilo não autorizada:
É que, da análise dos autos se percebe que além da suposta prática de crimes contra a ordem tributária, o órgão ministerial também busca investigar a possível prática do delito de formação de organização criminosa voltada a sonegação de tributos porque “constatou o Fisco Estadual que o que ocorre de fato é a coordenação entre fabricação e distribuição, com Walter Faria à frente do negócio, tendo Roberto Luis Lopes, que figura no quadro social da Leyroz, como”testa de ferro”na atividade de distribuição” … “é citada como evidência de conluio entre a CP-Boituva e distribuidoras para sonegação o fato de a fabricação e distribuição fazerem parte de um mesmo ente econômico” e, ainda, que o relatório “traz considerações sobre a configuração de organização criminosa, com referência a conclusão semelhante por parte da Polícia Federal – fls.36⁄39 do relatório” (fls. 61⁄63).
Pronto, coleguinhas, aí está o roteiro da reportagem, bem interessante, não é?
Ou como é com Aécio “não vem ao caso”?
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