Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O mapa de forças para uma grande batalha

mapa
Se algo de bom se pode extrair do que se passou ontem é a o desvanecimento das ilusões.
Nova política? Afirmação das minorias? Fim das oligarquias locais?

Ah, não esquecer: os “trogloditas”, como Jair Bolsonaro e Marco Feliciano estourando de votos no Rio e em São Paulo, onde os “rejeitados” Sérgio Cabral e Alckmin comemoraram suas vitórias. Até o bizarro Levy Fidélix multiplicou por oito sua votação. Cui prodest? A quem aproveita, no tempo dos latinismo…
Todos eles saíram gordos de um processo de radicalização vazio, que serviu essencialmente para unificar o conservadorismo e travar a sensível, visível e boa afirmação dos direitos, tanto os individuais quanto os sociais, de todos os cidadãos e cidadãs deste pais.

Não se iludam: não seus eleitores e talvez parte de seus apoiadores,  mas Marina Silva, talvez de maneira simulada mas quase que certamente de forma expressa, vai  se alinhar a todo este conservadorismo.

Como Marina não se representa uma força política orgânica, isso não significará tanto. Ela, ontem, fez questão de dizer que “é da Rede”, talvez prevendo problemas com a estrutura de comando do PSB. A ver.

Mas é importante notar que  houve, é evidente,  uma transferência antecipada dos votos do conservadorismo que estavam com Marina e “pularam” para Aécio, desconcertando as previsões que se fazia até às vésperas da eleição.

Da mesma forma, serão importantíssimos dos 1,6% conquistados pela combatividade pessoal de Luciana Genro, que foi madura ao admitir um apoio a Dilma  no segundo turno, deixando claro que não há conversa com os tucanos.

Mas para por aí o que se pode fazer em matéria de abertura a alianças, afora consolidar, onde isso for possível, as alianças com o PMDB, o que não será fácil, especialmente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, o que tem, em princípio, mais efeito político que eleitoral.

A  eleição está, creiam, muito mais longe de estar  perdida do que de ser ganha.

A direita tem muitos obstáculos, a começar por um resultado do Nordeste, que aponta para uma vitória maior que a de 2010.

O Rio de Janeiro deve devolver a Dilma a maioria absoluta e a eleição aqui tenha tudo para ter novas surpresas.

A eleição vai tomar um rumo, e este, muito mais que no primeiro turno, será regido pela realidade, que se impõe sobre simpatias pessoais dos candidatos.

Dele, falarei no próximo post, mas é evidente: à frente, com o Brasil pós-Lula ou para trás, com o de Fernando Henrique Cardoso.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Procura-se um analista político “imparcial”


Uma de minhas maiores frustrações é não poder encarar o que considero um dos maiores desafios do homem em qualquer época, o de ser capaz de analisar qualquer coisa com base exclusivamente nos fatos, sem deixar que suas idiossincrasias – desejos, ambições, preconceitos, rancores ou amores – interfiram.
Para explicar por que não posso encarar tal desafio, tomemos a política contemporânea no Brasil como exemplo. Antes de analista político, sou um cidadão. Escrevo um blog intitulado pelo conceito imperioso de exercício da Cidadania.
Ora, exercer a cidadania é, sobretudo, tomar partido de um conjunto de ideias e ideais a partir dos quais aquele cidadão acredita que conseguirá melhorar o seu país. E para fazer prevalecer esses valores em uma democracia, só através de partidos políticos. Sem eles, a democracia simplesmente não existe.
No caso da conjuntura política brasileira, na qual vige um clima maniqueísta entre “tucanos” e “petistas”, fica difícil ser “imparcial”. Basta ir a qualquer blog ou site político da internet e analisar os comentários. Há uma vontade de um lado destruir o outro.
Quantas vezes você leu que os “tucanalhas” ou os “petralhas” são o mal encarnado e precisam ser extirpados da vida da nação? Chegam a pregar a prisão daqueles de quem divergem. Em alguns casos, já vi pregarem até a exterminação física.
Entre a direita midiática e a centro-esquerda “petista” só falta haver enfrentamentos físicos nas ruas, coisa que já acontece em países como a Venezuela, por exemplo, onde as pessoas se atracam e até trocam tiros por política, sejam chavistas ou antichavistas.
Apesar da quase inviabilidade da “imparcialidade” em um quadro como esse, parcela imensa do jornalismo nacional vive de namoro com ela, amante que corteja o tempo todo mas que trai em cada viés parcial que tenta contrabandear em textos ou na oratória julgando que ninguém irá notar.
Não é nem culpa dos jornalistas. Muitos deles nem agem assim conscientemente. A culpa é do caráter escandalosamente parcial que os donos dos grandes órgãos de imprensa imprimem a eles. Essa parcialidade mal disfarçada exacerba os ânimos e cria um clima propício ao sectarismo.
Se a grande mídia abandonasse o engajamento político-partidário-ideológico ou se ao menos o reduzisse a níveis aceitáveis, este blogueiro enveredaria pela seara da imparcialidade, pois gostaria muito de provar a si mesmo que é capaz de ser imparcial.
Enquanto o milagre da tomada de consciência pela mídia não vem, se não posso ser imparcial ao menos quero, em benefício do leitor, esclarecer que tenho lado, sim. E recomendar que você que me lê desconfie de quem disser que não tem. Simplesmente porque essa pessoa estará tentando lhe passar a perna.