Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 24 de maio de 2016

STF SÓ TEM UMA SAÍDA: ANULAR O IMPEACHMENT

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Tem cara e cheiro de golpe e, agora, há até prova de que o golpe é golpe

JUCÁ

Todo santo dia um pistoleiro da mídia golpista escreve ou recita que o golpe não é golpe. O mais curioso é que esses pistoleiros chegam a reconhecer que o “motivo” alegado para o impeachment é fraco porque presidentes anteriores a Dilma também “pedalaram” e nada aconteceu simplesmente porque pedalada não é motivo para derrubar presidentes.
Vale ressaltar que aquilo que os pistoleiros da mídia chamam de “pedalada” é uma operação contábil feita para impedir que programas sociais e outras obrigações sociais inadiáveis do Estado deixem de ser cumpridas por problemas conjunturais de caixa. Trocando em miúdos: o governo fez empréstimos bancários por alguns dias para pagar beneficios sociais em dia.
Sim, é por isso que estão tentando cassar os 54 milhões de votos de Dilma Rousseff.
Mas o foco desta reflexão é outro. É a negativa pavloviana dos pistoleiros da mídia de que o golpe contra Dilma seja golpe quando até o líder da direita venezuelana – golpista como a nossa – teve que admitir que houve um golpe no Brasil.
O ex-candidato a presidente da Venezuela Henrique Capriles não condena o golpe contra Dilma por bondade, convenhamos, mas porque a direita venezuelana tem forte preocupação com sua imagem e, hoje, negar o golpe no Brasil pega muito mal no cenário internacional.
O golpe brasileiro está sendo visto em todo o mundo como golpe porque ele parece golpe, tem cara de golpe, porte de golpe, cheiro de golpe. Os golpistas usam terminologias golpistas e suas primeiras medidas e declarações foram golpistas.
O desmantelamento rápido e sem discussão de políticas que duraram mais de uma década é absolutamente concernente ao que fazem golpistas quando tomam de assalto o poder. Querem reinventar a realidade do país golpeado o mais rapidamente possível, tentando acelerar o caráter de irreversibilidade da aventura.
Mudanças drásticas como as promovidas pelo usurpador Michel Temer na política externa, na Cultura ou nos programas sociais são características dos golpes. Medidas como essas, que mexem com políticas consolidadas ao longo de mais de uma década, deveriam ser muito mais discutidas.
Para políticas tão importantes serem alteradas tão profundamente ou até anuladas, requerem legitimidade de quem promova tais atos, ou seja, exige um governo respaldado pelo voto popular.
O que, convenhamos, não é o caso de Temer. Apesar de ter sido eleito na chapa de Dilma, essa chapa foi eleita com um programa que Temer está jogando fora de cima a baixo. Sem apoio do voto popular.
Apesar de tudo que diz que o golpe é golpe, porém, as negativas continuam. Viraram um mantra. Quando as provas de que o golpe é golpe são expostas, é fácil visualizar mentalmente uma metáfora do comportamento da mídia golpista: um garotinho com os dedos enfiados nos ouvidos repetindo uma e outra vez: “lá-lá-lá, não é golpe, lá-lá-lá”
Agora, porém, surge até prova MATERIAL de que o golpe é golpe, ou seja, de que Temer e seu grupo político tentam tirar Dilma Rousseff do cargo para encerrar as investigações da Lava Jato.
A esta altura, todos já devem ter lido as muitas matérias sobre grampo de conversas do ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR). Contudo, vale ver trecho de reportagem da Globo sobre essa bomba, sobre essa prova cabal de que o impeachment de Dilma Rousseff parece golpe, tem cara de Golpe, cheiro de golpe e, tem agora, prova de que é golpe.

Chega a ser cômico o cargo que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, ocupa. As gravações de conversas tão pouco republicanas como as que se ouviu ele tendo mostram que o “planejamento” de que ele se ocupa é o de como parar investigações policiais contra si e seus comparsas. Agora existem até provas documentais de que o golpe é golpe.

GREENWALD: MÍDIA TERÁ QUE COMEÇAR A DIZER GOLPE

Dilma parou BH e disse a blogueiros que vai recuperar seu mandato

dilma capa

Na noite da última sexta-feira, o número 1050 da avenida Afonso Pena, região central de Belo Horizonte, atraiu uma quantidade incomum de gente (para uma cidade de 2,5 milhões de habitantes). As estimativas dos organizadores de comparecimento citam 40 mil pessoas. O que se pode dizer é que o ato público parou o centro da capital mineira.
Manifestação da Frente Brasil Popular contra o “governo” Michel Temer e a favor da volta de Dilma Rousseff ao cargo marchou rumo ao hotel Othon Palace, onde ocorre, até domingo (22/05/2016), o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais de esquerda.
No início da noite, pouco antes de Dilma chegar ao Encontro de Blogueiros, um pequeno grupo de manifestantes antipetistas se posicionou diante do hotel Othon, na “ilha” que divide as duas pistas da avenida Afonso Pena, e começou a fazer provocação aos manifestantes pró Dilma que começavam a chegar para ato que a Frente Brasil Popular havia marcado para terminar diante do evento, coincidindo com a chegada da presidente ao local.
Contudo, conforme vinham chegando caudalosas ondas de manifestantes pró Dilma, os provocadores meteram a viola no saco e foram embora. Quando Dilma chegou ao local, por volta das 21 horas, dezenas de milhares a esperavam. Confira, abaixo, o momento da chegada da presidente ao evento.
Lá dentro, no auditório do hotel, cerca de 500 pessoas espremiam-se de tal forma que as redes de tevê que cobriam o evento tiveram dificuldade para transmitir. Quando Dilma adentrou o recinto, teve que esperar quase uma hora até que as saudações e ovações terminassem.
dilma 1
Enquanto Dilma discursava para aquelas centenas de pessoas, um grupo de blogueiros foi conduzido a uma sala contígua para esperar a presidente, que daria, ali, uma coletiva de imprensa.
dilma 2
Foram feitas seis perguntas e uma delas coube a este que escreve. Perguntei à presidente sobre como via a sua eventual destituição definitiva do cargo e se tinha planos para o caso de essa hipótese se configurar. A resposta de Dilma surpreendeu pela segurança e rapidez com que foi dada.
A presidente da República fez questão de deixar bem claro que sequer trabalha com a hipótese de ser afastada definitivamente do cargo. Em conversas ao pé da orelha, está dizendo que vai dar um trabalhão desfazer todas as atrocidades que julga que Temer está cometendo.
O entorno imediato da presidente afirma que ela precisa reverter apenas 3 votos no Senado para manter o cargo. Alguns desses assessores e correligionários acreditam que ela pode reverter a seu favor, no mínimo, uns dez votos.
Após todos esses eventos, um grupo de blogueiross saiu pelas ruas de BH. Eu caminhava ao lado do blogueiro curitibano Tarso Cabral Violin, do Blog do Tarso. Passamos por alguns barzinhos lotados. Em vários deles, ouviam-se coros tonitruantes de “Fora, Temer!”. Tarso se espantou. Disse que seria “impossível” ver uma cena como aquela em Curitiba.
Seja como for, o fato é que as burradas de Temer e de seu “machistério” – que Dilma bem definiu como “velho, branco e masculino” – promoveram uma reviravolta no cenário. Estão crescendo as apostas a favor da recuperação do mandato da presidente legítima dos brasileiros.
A conferir.

JUCÁ DEVE SER A PRIMEIRA BAIXA NO GOVERNO TEMER

GRAVAÇÃO COM JUCÁ REVELA QUE IMPEACHMENT FOI PACTO PARA DETER A LAVA JATO

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Golpe pode cair de vez porque está ficando muito caro para o país

maranhão
 EDUGUIM
Surpreendeu-se quem quis com a medida do presidente interino da Câmara, Valdir Maranhão (PP-MA), que anulou a sessão ilegal daquela Casa que acolheu o pedido igualmente ilegal de impeachment protocolado pelos advogados Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo.
No dia em que o STF afastou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (5/5), este Blog publicou o postGolpistas em pânico: queda de Cunha pode anular o impeachment. Um trecho do texto fala por si mesmo:
Valdir Maranhão (PP-MA), o 1º vice-presidente da Câmara, quem irá assumir o lugar de Cunha enquanto a Câmara não lhe cassar o mandato, votou contra o impeachment e certamente colocará fim à paralisia legislativa e aos golpes contra o governo Dilma
Claro que os fascistas baixaram em peso no Blog para  cantar vitória antes do tempo e desqualificar uma análise baseada em fatos concretos e em informações de fontes abalizadas que está página detém. Já virou costume isso. A última vez foi sobre a 24ª fase da Lava Jato.
E a medida de Maranhão foi apenas uma das que poderiam ter sido tomadas contra o golpe. Como antecipou este Blog no sábado, o STF estava para anular a sessão da Câmara de 17 de abril por vícios de origem. Seria muito difícil manter uma sessão conspurcada pela ilegitimidade de Cunha, por chantagens, subornos e intimidações praticadas pelo ex-presidente da Casa à luz do dia, diante de todos os que quiseram ver.
A nova votação do impeachment altera todo o jogo. A votação do Senado terá que cumprir novo prazo a partir de nova votação na Câmara. O jogo volta à estaca zero.
Claro que os autores do impeachment, entre outros, irão ao STF tentar anular a anulação, mas não vai passar. É mais fácil o STF também anular a sessão da Câmara ao menos retoricamente, já que existe decisão anterior nesse sentido.
Mais adiante, a Corte pode vir a discutir o mérito do impeachment e anular o processo, já que não existe o crime de responsabilidade alegado por Janaína, Reale Jr. e Bicudo.
Por que tudo isso está acontecendo quando todos já davam a derrubada de Dilma como favas contadas, o usurpador Michel Temer já formava seu “governo” e assumia “compromissos” e a mídia golpista já cantava vitória? Há bons indícios.
Quem quiser um exemplo de como esse impeachment ameaça prejudicar o Brasil de uma maneira duradoura e avassaladora pode ler artigo do prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel publicado na Folha de São Paulo nesta segunda-feira, 9 de maio. O texto retrata o vexame internacional a que o Brasil está sendo submetido por ação de uma imprensa e de uma oposição literalmente fascistas, mancomunadas com hordas fascistas espalhadas pelas ruas.
Pelo mundo inteiro, já existem estudos dando conta de que o Brasil pode perder investimentos e respeito no cenário internacional por conta da violação dos cânones democráticos da forma tão grosseira como vem ocorrendo.
Em política, tudo é uma questão de custo benefício. Quando o custo de algum caminho político fica maior do que o benefício, a classe política não hesita em mudar de rumo. Foi assim ao aderir ao golpe, será assim ao abandonar o golpe.
O impeachment ainda pode vingar? Sim, claro. Não podemos nos esquecer de que os golpistas dispõem da Lava Jato para forjar fatos políticos, efetuar prisões ilegais, fustigar um único lado do espectro político. Mas o mundo está de olho no golpe. O Brasil pode ir por esse caminho, mas irá se arrepender amargamente. Ainda acredito, pois, que o bom senso prevalecerá.
Lembre-se, leitor: este blogueiro não joga palavras ao vento. Já provou isso muitas vezes. Eu mesmo já dava o impeachment como favas contadas, mas os ventos mudaram e avisei aqui. A defenestração de Cunha e a denunciação do golpe estão mudando o cenário.
Termino oferecendo o artigo do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel denunciando o golpe em curso no Brasil.

PRÊMIO NOBEL DA PAZ CONDENA GOLPE NO BRASIL

Folha de SP
Tendências/Debates
ADOLFO PÉREZ ESQUIVEL
Chega de golpes na América Latina
09/05/2016  02h00
A democracia, cuja conquista nos custou tanto, está novamente em risco na América Latina. A situação que o Brasil vive hoje afeta a todos os povos da região.
Em minha passagem recente pelo Brasil, reuni-me com a presidente Dilma Rousseff para oferecer meu apoio e o de muitas organizações, dado que a oposição no Congresso procura destituí-la do cargo, que ela assumiu pelo voto majoritário, por meio de impeachment baseado em um delito inexistente.
A oposição aponta contra Dilma procedimentos contábeis já praticados por governos anteriores, e inclusive por muitos dos acusadores da presidente.
Trata-se de uma situação semelhante aos golpes brancos que já vimos recentemente em Honduras e no Paraguai. Todos motivados por procedimentos ilegais para violentar a vontade popular, com um aumento da repressão e das políticas contra o povo.
Há, por trás desse processo de destituição, um projeto econômico explícito de maior dependência, privatização e desnacionalização.
Provável futuro presidente da República, Michel Temer já manifestou sua intenção de impor ao Brasil políticas econômicas contrárias às escolhidas pelos eleitores, como privatizar tudo o que for possível da infraestrutura do país e reduzir as políticas sociais das quais dependem os setores mais vulneráveis.
O Senado Federal do Brasil convidou-me cordialmente a oferecer uma mensagem na sessão do dia 28 de abril, e ali transmiti minhas saudações e a preocupação com a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil. Lamentavelmente, a resposta dos senadores da oposição não foi levantar dúvidas sobre o processo que promovem, mas pedir que as palavras “possível golpe”, contidas em minha breve mensagem, fossem cortadas da versão estenografada.
Após a sessão, tivemos um encontro com dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que nos manifestou sua preocupação com a situação do país, com o aumento do ódio, da intolerância e da descrença na política e na institucionalidade.
Steiner mostrou-se também aflito com a atitude da direção política opositora, que, na sessão da Câmara dos Deputados que aprovou o impeachment, permitiu que parlamentares fizessem apologia da ditadura e da tortura, sem sofrerem qualquer reprimenda. Ele teme que o clima exaltado das ruas transcenda os limites do respeito.
Por sua parte, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de maneira muito respeitosa, transmitiu-nos sua inquietação diante de uma crise política de tal magnitude, que não se imaginava mais possível após a redemocratização do Brasil.
Encerrei minha visita compartilhando o Dia do Trabalho com os movimentos sociais que lutam para defender os direitos de nossos povos à terra, ao teto, ao trabalho e à democracia. A ansiedade desses grupos não é pouca, levando em conta que os deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária já estão pedindo a Temer que use as Forças Armadas para reprimir protestos sociais e desalojar assentamentos rurais e indígenas.
As organizações sociais brasileiras resistem com esperança, pois sabem que a luta é justa. Elas contam com a solidariedade de várias entidades internacionais. Não queremos mais golpes de Estado na América Latina.
ADOLFO PÉREZ ESQUIVEL, 85, argentino, é arquiteto, escultor e ativista dos direitos humanos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1980
Tradução de CLARA ALLAIN
*
PS: a mídia golpista está em pânico com a medida de Maranhão. Diz que a votação de 17 de abril é indubitável. Se for assim, qual o problema de haver outra, já que a anterior estava conspurcada pela conduta de Eduardo Cunha, tipificada pelo STF como CRIMINOSA?
PS 2: O Senado provavelmente não vai interromper a sessão do golpe, mas como a Câmara anulou a sessão que remeteu o processo ao Senado tudo isso vai acabar no STF, que deve dar liminar para que o processo recomece, para que não se afaste um presidente legitimamente eleito sem certeza da lisura do processo