Publicado no “O SUL” em 16 de Julho de 2010
Sugestão
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de Infantaria e Estado-Maior
Forças Armadas, Rio Branco nunca precisou escudar suas vitórias nestas instituições nacionais, porém, nunca descartou o significado vital em mantê-las preparadas e aptas para a guerra. O princípio de uma nação armada, hoje, mais do que nunca, revela capacidade de avaliação, noção da realidade do tempo presente e visão prospectiva do cenário mundial para as próximas décadas. Justo o que não se depreendeu do posicionamento dos painelistas, um ex-ministro de relações exteriores e dois professores provocados por Willian Waack em seu programa na televisão.
O primeiro comparou credibilidades no jogo diplomático, condenando apenas o Irã em face das escamoteações para ganhar tempo na questão gerada pelo seu projeto que jura ser energético, assim como jurou o Iraque acusado injustamente de produzir armas de destruição em massa. Neste caso, como confiar na boa fé dos EUA que, de imediato, procura desacreditar a celebração de um acordo, agravando sanções com linguagem de pressão ainda mais reticente. Disse que o Brasil da forma como atuou, francamente não dá para perceber aonde quer chegar o ex-chanceler Celso Lafer, não está contribuindo para uma solução pacífica. Com certeza, radicalismos é que não vão dirimir o impasse com uma nação de brio, decidida a fazer valer sua soberania, não para contestar a comunidade internacional, mas, sim, para se impor à tirania do Conselho de Segurança da ONU, à qual já se submeteram outros “emergentes” menos determinados e carentes de liderança.
Na contramão do inigualável Barão do Rio Branco valorizou ainda a postura do País em face do TNP, inclusive quanto ao acordo correlato com a Argentina. Deve ser dito, este último castrou solução mais inteligente que viabilizaria, aos dois países em conjunto, alcançar um nível dissuasório compatível. Certamente, tivéssemos naquelas oportunidades um presidente e um chanceler com visão prospectiva, não teríamos assinado tratado que nos obriga a lutar ao invés de dissuadir e, também, teríamos ajustado com a nação irmã, sim, um acordo perene na área nuclear para o desenvolvimento de um projeto defensivo definitivo, com cientistas brasileiros e argentinos pesquisando em arsenais comuns de forma a nos aliviar o peso da missão que não podemos cumprir, da guerra que vamos perder.
Que não se duvide, o “patrimônio da humanidade” e as reservas do pré-sal das bacias de Campos, do Rio de Janeiro e no entorno das Malvinas estão na mira de um conselho viciado de potencias nucleares e será reivindicado “em prol do bem de todos e em nome da tão propalada comunidade internacional”. Ainda segundo esse “expert em assuntos estratégicos”, o Brasil não precisa de poder maior para garantir as suas segurança e soberania. Estão querendo zombar do soldado que vai verter o sangue na selva , não estão nem aí para aviadores e marinheiros que vão enfrentar meios aeronavais de última geração com os “yellow submarines” e os caças que ainda negociamos, é de pasmar, nos mesmos mercadores da morte encastelados no Conselho de “ Insegurança”.
Questionado sobre a postura do País em face do protocolo de intenções de fiscalização de instalações nucleares, entreguista, simplesmente proscreveu o Barão dando a entender que o País estava em posição muito cômoda, pois, poderia abrir o segredo do processo, reconhecidamente revolucionário de enriquecimento de urânio, muito mais em conta do que os demais, em troca de uma redução convincente de ogivas atômicas. Durma-se com esta ingenuidade franciscana. Alerta Brasil!
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