Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Brasil em 2008 – Marolinha. AO MESTRE COM CARINHO

A Marolinha e os Abutres
Com 20 dias da explosão do Lehman Brothers e da crise instalada de forma incontrolada nos EUA e ameaçando a Europa, o ex-Presidente Lula de forma simples definiu o que seria a crise no Brasil: Marolinha. Depois reafirmou que “o Brasil será o último a entrar em crise e o primeiro a sair”.
A reação foi desenfreada para desqualificar o Presidente Lula, quilos e quilos de editoriais, “especialistas” nos programas de televisão para desmentir o que ele dizia, nem a humildade de perceber que as palavras ali eram para que o cidadão comum entendesse a crise e que o Brasil podia enfrentá-lo, nada foi considerado. Aqui uma pequena amostra do que disseram – a mídia e a oposição – na melhor fusão de ambos:
“Era um telhado com goteiras, e o dono da casa tentava pegar a água com baldinhos. Ontem caiu parte do telhado: a queda de 17,2% da produção industrial em janeiro, em comparação com janeiro de 2008 — o pior resultado desde 1991 —, fez cair a ficha de que o país pode ter recessão em 2009. Há fatos preocupantes. Quem acreditou na tese da “marolinha” tomou decisões que aprofundam a crise agora.
(…)
O governo Lula continua perdido. Para ele, o que há é uma crise do “neoliberalismo”. O que há é uma crise econômica, senhores e senhora. Ela é grande e nos atingiu há meses.
(Miriam Leitão 7/3/2009)
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“O quixotesco presidente Lula é outro que prefere indicar o caminho de um otimismo imaginário e enganador a aceitar a realidade. Diante da intensidade da crise nos últimos 30 dias, a tentativa de reduzi-la ao tamanho de uma marolinha mostrou-se ridícula. Lula até descreve direitinho a cadeia de acontecimentos: se o cidadão não compra, as vendas caem, as empresas reduzem a produção e o trabalhador perde o emprego. Afinal, é isso que ensinam manuais de economia e é o que está acontecendo. Só que Lula ignora um detalhe poderoso: quem desencadeia a perda de vendas, da produção e do emprego não é o cidadão, mas a pior crise econômica global dos últimos 70 anos. Não serão seus extravagantes conselhos de consumo que irão derrotá-la.” (O Estado SP – O real e o imaginário na crise 11/01/2009) *Suely Caldas, jornalista, é professora de Comunicação da PUC-Rio
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“A percepção popular é a de que a população está sendo lograda. A história da marolinha pegou e as pessoas estão vendo que o Lula as estava ludibriando”, afirmou Agripino Maia. “Há uma realidade que o governo não foi capaz de enfrentar, de encarar de frente o risco de uma crise interna e externa. A opinião pública está sentindo que, na prática, a crise não está sendo verdadeiramente enfrentada”, disse Sérgio Guerra. (O Estado SP – Para oposição, crise derrubou aprovação ao governo Lula 30/03/2009)
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“Os brasileiros, portanto, ainda acreditam em Papai Noel e que a crise é só uma marolinha, enquanto o tsunami devora 1,2 milhão de vagas em três meses e 533 mil num único mês nos EUA. E está vindo.
Isso demonstra má informação e confiança quase mística em Lula.”
* Eliane Catanhêde (Folha Sp – Bota tsunami nisso! 7/12/2008)
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“O governo perdeu a chance de preparar o Brasil para a crise. Num aspecto, estamos piores do que a própria Argentina, que não tem déficit na conta corrente do balanço de pagamentos nem déficit fiscal.
“A crise é do Bush, não é minha”. “Aqui, se a crise chegar, vai ser uma marolinha”. O talento do presidente Lula para se esquivar de responsabilidades é conhecido. Mas o país depende agora de duas habilidades que seu governo ainda não mostrou: firmeza e competência para tomar decisões difíceis e capacidade de negociação transparente e baseada no interesse nacional.
* Sérgio Guerra, economista, é senador da República pelo PSDB-PE e presidente nacional do PSDB. (Folha SP – Uma crise (inter) nacional 14/10/2008)
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“Mesmo os mais cabeludos já estão carecas de saber que o presidente Lula exagerou, exageradamente, ao dizer, em outubro passado, que a crise – “um tsunami lá nos Estados Unidos – chegaria ao Brasil, se chegasse, como uma “marolinha”. Hoje, Lula é malhado, com razão, sem dó nem piedade, por gregos e baianos – principalmente os que lhe fazem oposição.” José Paulo Kupfer, Estadão 17/03/2009)
O DataFolha foi usado para tentar “provar” que Lula estava errado, que a declaração sobre marolinha não era aprovada pela população:
“Diminuiu sensivelmente desde novembro a concordância com a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a crise, se chegasse aqui, seria apenas “uma marolinha”, informa pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira pela Folha.
Segundo a pesquisa, a porcentagem dos que concordam caiu de 42% para 35%, enquanto os que discordam aumentaram de 39% para 50%. Mas segue alto o grau de concordância com outra frase –a de que “o Brasil, se tiver que passar por um aperto, será muito pequeno”: ele caiu de 53% para 50%.
A piora da crise econômica mundial fez a aprovação ao governo Lula cair cinco pontos percentuais –de 70% para 65%. O levantamento revela também que o percentual de brasileiros que tomaram conhecimento da crise subiu de 72% para 81%, em relação a última pesquisa divulgado em novembro do ano passado”. (Folha de S, Paulo 20/03/2009)
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A Virada de Lula

Como toda declaração de Lula quase foi massacrado pela mídia e seus acólitos no parlamento. Porém ele jogou todo seu patrimônio político no combate a crise, enfrentou-a de peito aberto, com o significativo pronunciamento no natal de 2008.
Mesmo com toda torcida contra, Lula jogou todas as suas forças e recursos do Estado para que o Brasil fosse pouco atingido pelos efeitos da crise, importante lembrar os coveiros (Miriam Leitão, Sardenberg, PSDB e DEM) que torciam entusiasmados com a possibilidade de derrotar o governo, todo dia eles comemoravam um número ruim que saiam, em abril chegaram a dizer que o desemprego iria explodir em 2009, que a geração de novos empregos seria nula. No parlamento a ‘“marolinha” era motivo de chacota, os programas eleitorais do DEM/PSDB/PPS repetiam as piadas sobre a crise.
Logo em junho a situação se reverteu, o pior passara, o crescimento seria ZERO, mas o mundo todo em média seria de -4%, ou seja, estávamos no Lucro. A previsão de geração de emprego foi de 1 milhão(confirmado com 995 mil novos empregos).
Para variar Lula foi reconhecido no exterior pela sua imensa coragem de enfrentar a crise, ao contrário do governo FHC que sucumbira nas crises: Tigres Asiáticos e Russa. Lula saiu como o grande vencedor, mas melhor ler o que publicou o Le Monde no começo de Setembro de 2009:
Ao prever com ironia um ano atrás que “o tsunami” da crise provocaria em seu país uma simples “marola”, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre.
O produto interno bruto aumentou 1,9% no segundo trimestre de 2009, depois de ter recuado durante dois trimestres consecutivos: -3,4% (outubro-dezembro 2008) e -1% (janeiro-março 2009).
Segundo o ministro da economia, Guido Mantega, o gigante sulamericano deverá recuperar em 2010 sua velocidade média anterior à crise, em torno de +4,5%.
Atingido pela recessão mais tarde que a maioria dos países do mundo, o Brasil também saiu dela antes, como mostram dois outros índices: a Bolsa de São Paulo retomou seu alto nível de um ano atrás e a moeda, o real, recuperou toda sua força frente ao dólar e o euro.
A rápida recuperação do Brasil mostra como foi acertada a estratégia adotada pelo governo, com enfoque sobre o apoio do mercado interno. Reduções de impostos na indústria automobilística e de eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois setores industriais cruciais.
O Banco Central ajudou os bancos em dificuldades, retirando de suas gordas reservas – US$ 200 bilhões – para irrigar o mercado que havia secado. Grandes empresas, como a gigante mineradora Vale, ficaram com medo, congelando seus investimentos, o que é criticado pelo presidente Lula hoje. Mas a confiança dos consumidores não foi abalada: “A economia sobreviveu graças aos mais pobres”, ressalta Lula.
Lula passou a ser visto no mundo como o “CARA” nas palavras de Obama, sua rapidez de agir, firmeza e principalmente a confiança de que só nós podíamos vencer a crise convenceu a população de que era possível. Jamais, em tempo algum, aqueles acima citados fizeram ou farão mea-culpa do que escreveram e falaram, mas eles passarão para história apenas como ideólogos do caos, do sentimento de vira-latas que assolou por longos anos o Brasil.

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