A histórica decisão do Supremo de legalizar o sistema de cotas raciais na Universidade de Brasília – e, portanto, em todo o país – dá uma dimensão da fraude que o PiG (*) impõe.
Os votos no Supremo refletem uma posição clara e majoritária da sociedade brasileira: ela quer as cotas.
Como disse o ministro Marco Aurelio (Collor de) Melo, democracia não combina com desigualdade, nem com discriminação.
O Supremo seguiu o irretocável voto do relator Lewandowski, que, num gesto de rara sabedoria, convocou audiências prévias, de que participaram Luiz Felipe de Alencastro, Fabio Konder Comparato e, do lado de lá, da Globo e do PFL, Demóstenes Torres, quando ainda era o Catão do PiG.
O resultado no STF reforça esse formidável processo de inclusão social com ascensão econômica, que se tornou um exemplo do Brasil para o mundo – clique aqui para ver o que disse o Prêmio Nobel Amartya Sen, citado pela Presidenta .
Porém, não era o que se via no PiG.
Ao longo de uma década, os jenios do PiG pareciam demonstrar que a sociedade brasileira não queria nem precisava das cotas.
Primeiro, porque no Brasil não há negros, mas pardos e pardos não precisam de ajuda – virem-se.
Segundo, porque as cotas iam criar um apartheid – os beneficiados seriam cruelmente discriminados pelos prejudicados.
É a mesma tese pós- fascista das Organizações Globo, ao criticar o Brizolão, no Rio – as crianças do Brizolão, instruídas e bem nutridas, seriam mal vistas na favela.
Agora, quando os dados estavam irremediavelmente lançados – os paralelepípedos da rua Augusta podiam antecipar a vitoria - colonistas (**) da Globo aderiram à corrente vencedora.
Foi o caso do colonista (**) dos múltiplos chapeus e da Urubóloga que, derrotada no campo da Economia, parece reconciliar-se com as bandeiras dos Direitos Humanos.
Quando as nuvens eram carregadas, porém, predominavam no Globo o Ali Kamel , autor de uma Antologia da Treva, um pseudo antropólogo (leia o Em tempo sobre uma carta que chegou à casa de Gilberto Freyre).
Resplandecia na Globo e no Esradão um obscuro geógrafo que se transformou no sabidão da Globo News – vai da receita de bolo a tratamento de frieiras.
No Brasil e no Butão.
Mas, sempre contra as cotas.
A posição contra cotas no PiG predominava.
Não se tem notícia de um jornalista da Globo que tenha usado seu púlpito para defendê-las.
Seja branco, negro ou pardo.
Ler os jornais brasileiros e revistas era como se vivessemos num laboratório de Eugenia Social.
E parecia que a opinião pública referendava essa distorção.
Do contrário, como explicar que os colonistas(**) do Brasil não defendessem as cotas raciais ?
Porque a imprensa fala pelo país – diria a presidente da ANJ.
O Supremo ouviu a “turba”.
Que beleza !
Quem não tem ouvidos para a “turba” é o PiG.
Sem esquecer – como diz o Mino Carta – que os jornalistas são piores que os patrões.
Em tempo: conta-se que D Madalena, em Apipucos, aproximou-se do Mestre e disse: Gilberto, essa carta está em cima da tua mesa há um tempão e você não abre … O Mestre respondeu: Madalena, não posso abrir. É para um Gilberto Freire, com “i”. Não sou eu. Ali Kamel é o Gilberto Freire com “i” da Globo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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