*Serra diz que Haddad foi um desastre no MEC** vamos lá: em 1997, no governo FHC, apenas 1,8% dos jovens autodeclarados pretos frequentavam ou já haviam concluído o ensino superior; em 2011 essa proporção saltou para 8,8%; no caso dos pardos, a relação passou de 2,2% para 11%**somado, o salto foi de 4% para 20% (Censo da Educação Superior-2011)
SERRA PREVÊ ATENTADO, DESTA VEZ COM ARMA QUÍMICA.
A 12 dias das urnas do 2º turno, e somente depois de escancarada a omissão, José Serra lançou seu programa de governo. O evento entre amigos, em uma livraria em SP, foi quase um programa de lazer tucano, uma encenação política filmada para tapar o buraco mais corrosivo de uma propaganda eleitoral: a credibilidade. Não há rigor técnico algum na rudimentar listagem tardia de propostas mal-ajambradas. O que é feito para não valer pode elidir metas, omitir cronogramas e abstrair custos.Em meio ao contravapor das pesquisas, o tucano enfrenta um desgaste de fundo. Quanto mais se expõe, mais se configura uma trajetória em que as dissimulações caem, como as cascas de uma cebola. Uma a uma elas tombaram:a casca progressista, a desenvolvimentista, a do administrador, a liberal (desta emergiu Silas Malafaia). O acúmulo consolida a imagem de um político que sabota o próprio passado na busca pelo poder.
O histórico das políticas de assistência
Por Guilherme Silva Araújo
Comentário ao post "As origens do debate entre o social e o econômico"
Em resposta ao André:
Sobre o debate entre o social e o econômico, há um equívoco nos períodos e mesmo nos moldes das políticas de assistência aos pobres. A primeira versão da lei dos pobres, o aparato legal que ainda hoje é o instrumento de regulação da assistência aos ingleses pobres, é de 1592. A teoria malthusiana da população, marco da demografia e escrita no começo do século XIX, já tratava do conflito entre o social e o econômico porque fundamentava as demandas dos "pagadores de impostos" contra os elevados custos tributários e os impactos negativos da assistência aos pobres sobre a oferta de trabalho. Ao longo desses séculos, todas as políticas direcionadas aos pobres passaram por revisões: a lei dos pobres passou por três mudanças; novos moldes de políticas de assistência surgiram após os conflitos mundiais (principalmente a idéia de seguridade); a emergência liberal do fim dos anos setenta também fez transformar grande parte das políticas vigentes. Nesse sentido, duvido muito das semelhanças entre as políticas do "New Deal" e o programa Bolsa Família ou às iniciativas semelhantes existentes no Chile e no México, por exemplo.
Quanto à questão educacional, concordo com o André porque é um fato: as políticas de educação em nível fundamental foram deixadas em segundo plano pelo governo Lula. Além da descrença dos pedagogos, existem outros dados que referendam essa questão como, por exemplo, a escassez de equipamentos e dependências (bibliotecas, laboratórios etc.) nas escolas, o baixo salário dos professores, a jornada escolar reduzida etc. Contudo, a melhora dos serviços públicos em geral pode ocorrer de forma articulada ao Bolsa Família, demanda recorrente na literatura acadêmica sobre o tema.
Quanto ao termo "economia falida" para retratar países com elevado estoque de riqueza patrimonial de fato é forte, mas não é "pedestre" retratar a situação socioeconômica norte americana, por exemplo, através de termos similares. Não custa lembrar que a natureza das privações naquela sociedade, onde o acesso a serviços básicos é vinculado à condição de ocupação das pessoas (se é ocupado, tem saúde, educação etc.), é muito mais severa que em países que dispõem de políticas universais. Portanto, um ponto percentual de desemprego na Europa ou nos EUA tem impacto completamente diferente sobre as sociedades.
Quanto a burocracia de nossas autarquias públicas, não custa lembrar que é uma tradição de nossos "policy makers". Em outras palavras, não há nada mais constante no cenário econômico brasileiro que os custos com burocracia. É tão constante que seria uma completa idiotice não incorporar durante o planejamento do investimento esse dado aos custos prospectivos. Aliás, não existem estudos que comprovem essa hipótese de que a burocracia é um inibidor do investimento e, portanto, do emprego. Tudo o que circunda esse assunto são conjecturas disfarçadas de estudos sérios bancados por empresários. Seria algo como um estudo financiado pela indústria do tabaco dizer que a nicotina faz bem à saúde.
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