Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Valério tem medo de virar Abel Pereira. Segredos de 1999 a 2002 ainda são caixa-preta.


Jornalão especula, mas segredos de Valério que sobraram
são sobre tucanos, sobretudo entre 1999 e 2002
Deu no Estadão:
Empresário condenado como o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro. Espontaneamente, marcou uma audiência com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Fez relatos novos e afirmou que, se for incluído no programa de proteção à testemunha - o que o livraria da cadeia -, poderá dar mais detalhes das acusações.
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Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal. O depoimento é mantido sob sigilo. Segundoinvestigadores, há menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e a outras remessas de recursos para o exterior além da julgada pelo Supremo no mensalão - o tribunal analisou o caso do dinheiro enviado a Duda Mendonça em Miami e acabou absolvendo o publicitário.
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Ainda no recente depoimento à Procuradoria, Valério disse já ter sido ameaçado de morte e falou sobre um assunto com o qual parecia não ter intimidade: o assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Mais abaixo falo da real necessidade de proteção à Valério. Mas antes não há como deixar de falar sobre o jornalão. Ninguém merece esse tipo de jornalismo!

O que o jornalão quis dizer com "segundo INVESTIGADORES", se está noticiando um depoimento sigiloso ao Procurador-Geral? Por acaso o jornalão está dizendo que o gabinete do Procurador-Geral está grampeado por investigadores?

É claro que a "fonte" do jornal vem da parte da defesa do próprio Marcos Valério, querendo usar o jornalão como garoto de recados para criar confusão e pressionar menos os petistas (que já foram devassados e até condenados sem provas) do que o alto tucanato (que sequer foi denunciado).

Logo abaixo, o jornalão se trai e entrega o jogo, sob o subtítulo "RESSALVAS". Depois de dizer que desde o início da investigação Valério vem blefando como um jogador, oferecendo informações que não levam a lugar nenhum, o Estadão dá o recado que o advogado quer para beneficiar Valério no Programa de Proteção a Testemunhas:
O advogado de Valério não quis comentar o assunto num primeiro momento. Depois, disse: "Se essa matéria for publicada e o meu cliente for assassinado terei que dizer que ele foi assassinado por causa dessa matéria. Não tenho outra opção".
Hoje no Brasil, todo mundo sabe que se quiser plantar nota em jornal, basta mencionar o nome do presidente Lula associado a qualquer coisa negativa, ou nome de Palocci (antes era Dirceu), ou o assassinato de Celso Daniel (que virou de 1001 utilidades aos propósitos oposicionistas). Funciona tão bem para plantar notas em jornais como jogar açúcar para atrair formigas.

Se a defesa de Valério citasse o nome de FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Marconi Perillo, José Serra ou a morte do empresário Abel Pereira (ligado aos tucanos de Piracicaba no caso sanguessuga) nada seria publicado, sem uma "rigorosa apuração jornalística" (que jamais seria feita), conforme comprova a forma como como o livro "A Privataria Tucana" foi abafado na velha imprensa.

Mas o bom jornalismo não é o que publica apenas o que a fonte diz em interesse próprio. É o que sabe extrair as pistas do contexto em que são ditas e corre atrás delas.

Segundo o jornalão os "investigadores" falam que Valério disse saber de outras remessas para o exterior, por exemplo. Não chega a ser novidade. Só o Estadão que ainda não leu o relatório do delegado Zampronha, da PF divulgado pela revista Carta Capital. Nele consta movimentações financeiras de empresa de Valério, supostamente com doleiro, rastreadas como recursos da Visanet no ano de 2001, no governo FHC.

É uma constatação de que o mensalão tucano não se resume à campanha de Eduardo Azeredo (PSDB/MG) em 1998. Ele continuou rolando até 2002.

Há uma caixa-preta a ser aberta entre 1999 e 2002, que ainda não há notícia de que foi investigada.

Houve investigação e devassa em 1998 e de 2003 em diante, mas o período de 1999 a 2002 é um segredo ainda não revelado, e é esse período que poderia haver interesse em uma delação premiada. Outro interesse pode ser nos contratos com o governo de Minas durante a gestão de Aécio Neves (PSDB), a partir de 2003.

A princípio, Marcos Valério cumpriria pena em um presídio de Minas Gerais, administrado pelo governo tucano. E aí ele pode de fato correr risco de ser queimado como arquivo, para enterrar os segredos que ele guarda sobre o tucanato. Daí a necessidade de Valério necessitar de proteção.

Caso Valério: Quem foi a fonte de Veja?


 
Estão muito estranhas as datas e não datas destes depoimentos, entrevistas e fax. Procurando entre as várias reportagens sobre o assunto que saíram na quinta-feira, dia 1º, pode-se fazer uma colagem interessante e verificar que realmente “existe algo de podre no reino da Vejalândia.”
Revista Veja: Entrevista “bomba” saiu no sábado, 15 de setembro de 2012, e já se tinha notícia da tal fato desde dia 13 de Setembro (blogs falam muito).
O Portal Terra afirma com clareza que o fax para o STF foi enviado em 22 de setembro de 2012, sábado seguinte à entrevista “bomba”, ou seja uma semana após (clique aqui).
Fausto Macedo de O Estado de S.Paulo, também de quinta-feira, dia 1º, traz sobre o depoimento sigiloso e encontramos diversas contradições justamente neste texto. Vamos lá:
1. Fausto diz “[...] prestou depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro [...]”.
2. Fausto diz a seguir: “[...] Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal [...]”.
Fica a questão: se Marcos Valério mandou o fax depois do depoimento, o que todos os sites concordam, ele não poderia ter dado seu depoimento “no fim de setembro” e sim antes de 22 de setembro, o que convenhamos não é o fim, era uma semana antes.
Em outro texto do jornal Estadão temos mais lenha para esta fogueira de datas: “Em 22 de setembro, pouco depois de ter prestado o novo depoimento ao Ministério Público, um fax subscrito por Marcelo Leonardo, advogado de Valério, foi enviado ao Supremo com pedido para que o empresário pudesse dar detalhes sobre o que havia dito em troca de ser incluído no programa de proteção à testemunha. O fax de Valério também fazia referência à possibilidade da delação premiada.”
Finalmente a revista Veja publica também na quinta-feira, dia 1º, um texto a respeito do assunto e diz: “Em sua edição desta semana, Veja revela que Marcos Valério, o operador do mensalão, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um fax enviado à Corte em 22 de setembro, seu desejo de prestar novas declarações ao tribunal sobre o esquema [...]. O fax foi encaminhado ao Ministério Público (MP) pelo presidente do STF, Carlos Ayres Britto. Pouco depois, Valério prestou novo depoimento ao MP [...]”.
Afinal, quantos depoimentos Marcos Valério deu ao MPF?
Neste mesmo texto ainda há algo intrigante:
Investigadores ouvidos pela publicação disseram que Valério informou o MP a respeito de outras remessas feitas ao exterior durante a vigência do esquema de corrupção, além das julgadas pelo Supremo. No julgamento do mensalão, a Corte analisou vários pagamentos feitos a Duda Mendonça no exterior, e acabou absolvendo o publicitário. A íntegra do depoimento de Valério é mantida sob sigilo. Ao informar à Procuradoria já ter sido ameaçado de morte, o operador do mensalão citou o caso do assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, em São Paulo.”
Semanas antes do depoimentoVeja publicara em reportagem um resumo dos segredos do mensalão até então guardados por Valério.
Ficam as perguntas:
– Que investigadores são estes que falam a Veja de depoimentos sob sigilo?
– “Semanas antes do depoimento [...]”, quem está mentindo, pois se o fax foi enviado em 22 de setembro e a reportagem saiu dia 15 de setembro (sabia-se antes dia 13 sobre a mesma), o período é de menos de uma semana entre reportagem “bomba” e fax para o STF e no meio disso tem o depoimento ao MPF e a briga intestina do advogado com a revista logo após a reportagem “bomba”.
Fica muito evidente que se a entrevista “bomba” saiu logo após o depoimento de Marcos Valério ao MPF. Se isso ocorreu, a fonte deVeja está dentro do MPF e aí…
Finalizando, a data do depoimento é fundamental para sabermos se o MPF é ou não a fonte de Veja.
Alberto Porém Júnior
No Limpinho & Cheiroso

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