Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

*Alta nos investimentos: empréstimos do BNDES crescem 25% em janeiro.



'MAG': A PONTE  ITINERANTE DA AMÉRICA LATINA

Quando quiser, e se um dia achar conveniente, o ministro Marco Aurélio Garcia - assessor internacional da Presidência da República desde o governo Lula - poderá escrever um dos livros mais interessantes destes tempos em que a América Latina deixou de ser o terreno baldio dos EUA. Ao lado de Samuel Pinheiro Guimarães e do ex-embaixador  Celso Amorim, ele compôs o trio que definitivamente reposicionou a política externa brasileira no século 21. Seu acrônimo, 'MAG', é também uma espécie de carimbo presente nos principais capítulos da história da esquerda brasileira nas últimas décadas. MAG coordenou o Programa de Governo do Presidente Lula nas eleições de 1994, 1998 e 2006. Exerceu a mesma coordenação sobre o Programa de Governo da Presidente Dilma Rousseff, na eleição de 2010.Explica-se o, digamos, 'desconforto' do jornalismo conservador com a presença constante e ativa desse espírito crítico, nos circuitos que decidem a política externa brasileira. MAG recebeu duas pontes de safena nesta 5ª feira. E passa bem: a ponte política itinerante que ele representa sai reforçada da operação. Em breve voltará a interligar agendas progressistas em toda a América Latina. Para horror dos que querem derrubá-la. (LEIA MAIS AQUI)

A triunfal ascensão à base de asneiras de Marco 


Antônio Villa


Como o reacionarismo ululante de Villa deu a ele os 
holofotes da mídia.
Marco Antônio Villa
Não tenho grandes expectativas em relação à academia brasileira, mas mesmo assim me surpreendi ao ler um artigo sem nexo na Folha, nas eleições de 2010, e ver que o autor era professor da Universidade Federal de São Carlos.
Pobres alunos, na hora pensei.
Não conhecia o professor Marco Antonio Villa, historiador não sei de que obras. No artigo, depois de ter entrado na mente de Lula, ele contava aos brasileiros que a escolha de Dilma se dera apenas para que em 2014 Lula voltasse ao poder, nos braços da “oligarquia financeira”. Villa, com as asas de suas teorias conspiratórias, voara até 2014 para prestar um serviço à Folha e seus leitores.
Não sei se Villa conhece a história inglesa, mas deveria ler uma frase de Wellington, o general de Waterloo: “Quem acredita nisso, acredita em tudo”.
Minha surpresa não pararia ali. Saberia depois que, graças a seu direitismo estridente e embalado numa prosa com as vírgulas no lugar, Villa virou presença frequente em programas de televisão cujo objetivo era ajudar Serra, notadamente na Globonews sob William Waack.
Mais recentemente, ele tem participado de animadas mesas redondas no site da Veja sobre o Mensalão. Vá ao YouTube e veja quantas pessoas vêem as espetaculares discussões de que Villa participa ao lado de Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo. O recorde de Psy pode ser batido antes do que imaginamos.
Soube também que ele lançou um livro sobre o Mensalão. Abominei sem ler. Zero estrela de um a cinco.
Minha única surpresa em relação a Villa derivou de uma chancela importante de Elio Gaspari, um dos melhores jornalistas que vi em ação como diretor adjunto da Veja nos anos 1980. Ele fez parte da equipe de Elio na elaboração de seu livro “A Ditadura Derrotada”.
Villa, conta Elio, “conferiu cada citação de livro ou documento. Foi um leitor atento e pesquisador obsessivo. Villa tem uma prodigiosa capacidade de lembrar de um fato e de saber onde está o documento que comprova sua afirmação. Ajuda como a dele é motivo de tranqüilidade para quem tem o prazer de recebê-la. Além disso, dá a impressão de saber de memória todos os resultados de jogos de futebol”. Foi o que escreveu Elio.
Uau.
Villa trabalhou com Elio, portanto. Não aprendeu nada?
Não parece. Elio tem uma independência intelectual perante os partidos e os políticos que passa completamente ao largo de Villa e congêneres. Isso lhe dá autoridade para criticar e elogiar situação e oposição, e credibilidade para ser levado a sério.
Villa, em compensação, é fruto de uma circunstância em que se procura desesperadamente dar legimitidade acadêmica a um direitismo malufista. Em outros tempos, Villa – caso acredite mesmo nas coisas que escreve e fala — seria um extravagante, um bizarro, imerso num mundo que é só só seu. Você poderia imaginá-lo jogando dardos num pôster de Lula.
Nestes dias de confronto, é um símbolo de como alguém pode chegar aos holofotes e virar “referência” falando apenas o que interesses poderosos querem ouvir.
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo

Como a atuação da Globo rebaixa e desqualifica a política

O presidente da Câmara, Henrique Alves é deputado há 42 anos. A TV Globo tem 47. Alves é um dos donos da TV Cabugi, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Norte. Tem também a Rádio Globo Natal, a Rádio Difusora de Mossoró e o jornal Tribuna do Norte.

A TV surgiu em 1987, período em que ACM (o avô) era Ministro das Comunicações e distribuiu canais de TV para deputados e senadores votarem com o governo e com o "centrão" na Constituinte de 1988. O "centrão" era um bloco de parlamentares conservadores ou fisiológicos, que barraram vários tópicos progressistas do interesse dos trabalhadores.

Certamente essa máquina de comunicação de massa no Rio Grande do Norte ajudou muito a conquistar alguns dos 11 mandatos de Henrique Alves. A Globo é, portanto, aliada política dele, pelo menos na maior parte do tempo.

Agora que o PMDB de Alves faz parte da base governista de Dilma, o jornalismo da Globo resolveu fazer restrições de natureza ética ao deputado às vésperas de sua eleição para presidência da Câmara. Ou seja, Alves serve para sócio da Globo. Serve para ser deputado aliado da Globo, votando de acordo com os interesses da emissora durante décadas. Para isso, a Globo nunca questionou a sua "ética", e sempre apoiou suas diversas reeleições. Quando ele resolve apoiar o governo Dilma em um cargo importante do legislativo, só aí deixa de ser ético, segundo o jornalismo da Globo.

Pessoalmente, para meu gosto, Henrique Alves está mais para candidato de meus pesadelos do que de meus sonhos. Mas institucionalmente ele é um deputado eleito pelo voto popular, diplomado pela justiça eleitoral, sem nenhum impedimento legal para exercer o mandato. Num Congresso de maioria ainda conservadora, conseguiu articular apoio da maioria de seus pares, inclusive dos partidos de esquerda da base governista mediante acordos que vem de dois anos atrás, para ser eleito presidente da Casa pelos próximos dois anos. Faz parte do ônus necessário para somar maioria, garantir a governabilidade na Câmara e manter a aliança PT-PMDB na próxima eleição. Se não atrapalhar no essencial o projeto de construção da Nação tocado desde 2003 por Lula e Dilma, é apenas mais um que passará pelo cargo.

A Globo, na verdade, está exultante com Alves lá e quis elegê-lo, afinal é um colega barão da mídia. A rigor a Globo até gosta do PMDB como partido mediador dos interesses mais conservadores dentro da base governista. O morde e assopra da Globo não passa de jogo para enquadrá-lo.

Após ser eleito, Alves fez declarações de afirmação do legislativo na questão da Câmara dar a palavra final na cassação de mandatos de deputados que ficarem condenados no STF. A Globo e o resto da velha imprensa foram correndo perguntar ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, o que achava da declaração, com os repórteres atuando como crianças na escola que intrigam outros dois para brigarem. O "Jornal Nacional" gastou 2 minutos com a intriga levada ao ar. Pelo jeito, Alves viu e, raposa velha que é, tratou de visitar Joaquim Barbosa para esvaziar a intriga, fazendo declarações de que não haveria conflito do legislativo com o judiciário.

O Henrique Alves repudiado até a véspera pelo jornal O Globo ganhou como troféu uma foto na capa como se fosse quase que o novo paladino da ética, ao lado do "Batman" do STF todo sorridente, fazendo o sinal de positivo. Para eleitores desavisados, pode servir de foto do álbum da próxima campanha eleitoral de Alves como antídoto ao denuncismo de adversários.

Assim é a Globo. Indiretamente apoia a eleição de políticos de oligarquias arcaicas e fisiológicos, inclusive direcionando o noticiário desgastante contra políticos honestos e progressistas de partidos como o PT e o PCdoB. Depois de apoiar a eleição dos piores, a Globo usa a má atuação deles para desmoralizar o Congresso, e para desestimular os cidadãos a se engajarem na boa luta política para conquistar melhorias para suas vidas e para a Nação, manobrando para a influência e pressão política ficar nas mãos dos lobistas das grandes corporações, como a própria Globo e seus grandes anunciantes.

O povo brasileiro já aprendeu a rir das bolinhas de papel da Globo e não elege mais para presidente da República os candidatos do Brasil arcaico que a emissora apoia. Falta o mesmo cuidado na hora de votar no deputado e senador.


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