"Eu acho que é natural que os partidos procurem nesse momento articular as suas bases, as suas militâncias para fazer esse debate, fazer essa disputa que está dada na sociedade", disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência sobre a reunião realizada pelo ex-presidente com movimentos sociais; para ele, a ação é legítima, assim como outras forças também o farão; "O que existe sem partido é ditadura", acrescentou
247 - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu e classificou como “legítimas” as ações do ex-presidente Lula para convocar a participação de movimentos sociais nas manifestações de rua.
“O presidente Lula fez uma reunião ontem [quarta-feira] com os jovens, que eu soube que foi muito interessante. Eu acho que é natural que os partidos procurem nesse momento articular as suas bases, as suas militâncias para fazer esse debate, fazer essa disputa que está dada na sociedade”, disse o ministro em Brasília. “Acho legitimo, natural e prudente que se faça isso, assim como outras forças também o farão”, acrescentou.
De acordo com o ministro, o país passa por “um momento intenso de fato de disputa democrática” e o anseio por uma mobilização sem ligação a partidos políticos representa “um processo de crítica à forma como os partidos se organizaram até agora e se expressaram institucionalmente”. Gilberto Carvalho destacou, porém, que “democracia sem partido não existe”.
“O povo brasileiro tem dado mostras em todas as últimas eleições de escolhas muito bem feitas Eu prefiro confiar nessa capacidade do povo de fazer escolhas e também na capacidade dos militantes progressistas em fazer uma disputa adequada e conseguir trazer uma hegemonia progressista. Não vou dizer de esquerda, mas progressista, para o país”, afirmou Gilberto Carvalho. “O que existe sem partido é ditadura”, acrescentou.
Lula convoca a massa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula intensificou os encontros com os movimentos sociais mais próximos do PT para tratar da onda de protestos. A mensagem passada surpreendeu os jovens de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve). Em vez de pedir conciliação para acalmar a crise no governo Dilma Rousseff, Lula disse que o momento é de “ir para a rua”.
Na última terça-feira, o ex-presidente convidou cerca de quinze lideranças para um encontro na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O Movimento Passe Livre (MPL) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto não foram convidados.
“O (ex-)presidente queria entender essa onda de protestos e avaliou muito positivamente o que está acontecendo nas ruas”, disse ao Globo o integrante da UJS, que conta majoritariamente com militantes do PCdoB, André Pereira Toranski.
Segundo um outro líder, ele “colocou que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa do que como governo. Não usou essas palavras, mas disse algo com “se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas”.
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