Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Merval: quem é servil não pode entender soberania

clint

Merval: quem é servil não pode entender soberania

18 de setembro de 2013 | 15:51
O amigo Paulo Henrique Amorim chama-me a atenção para o artigo de Merval Pereira em O Globo onde, entregando os pontos sobre o voto de Celso de Mello  no julgamento de hoje, volta sua verrina contra o gesto de Dilma Rousseff em postergar a visita que faria a Barack Obama, por conta do episódio de espionagem sobre suas comunicações e os dados dos computadores da Petrobras.
Não supreende, mas não pode deixar de repugnar, que ele se preste a ridicularizar a atitude necessária, embora serena, da Presidenta.
“De concreto mesmo, essa bravata nacionalista não trará benefício algum, a não ser agradar a certa camada do eleitorado que leva a sério essa simulação de confrontação, como se tivéssemos  a ganhar alguma vantagem geopolítica em toda essa trapalhada internacional”
Trapalhada, Merval?
Espionagem em escala mundial, sem limites à invasão da privacidade de centenas de milhões de cidadãos, empresas e chefes de Estado mundo afora é simples “trapalhada”?
Sua sabujice aos americanos, Merval, já espelhada nos telegramas do Wikileaks que o revelam como “informante” dos EUA para questões eleitorais, o tornam sem qualquer capacidade moral de  falar sobre isso.
O papel de pateta que Fernando Henrique Cardoso fazia nos fóruns internacionais é o seu modelo, porque condizente com papel subalterno que vê em nosso país.
Merval tem a postura afetada de um lorde, o que não lhe encobre a condição de vassalo.
Fala fino com aliados e grosso com os fracos.
Por que é que ele, agora que é um jurista de nomeada, com capacidade de dar lições de Direito aos ministros do STF,  não explica aos seus leitores esta pequena nota, num dos “tijolaços” de Leonel Brizola?
O Globo condenado – Por cinco votos a um, o TRE condenou em definitivo o jornal O Globo. Como muitos se lembram, em outubro de 1989, às vésperas das eleições presidenciais, O Globo publicou fotos do então candidato Leonel Brizola, com o líder comunitário José Roque, a quem o jornal apontava como sendo o traficante “Eureka”. Tudo era mentira e montagem, inclusive com a colocação de armas junto às fotografias. O Sr. Roberto Marinho, condenado em primeira instância, escapou pela transferência das culpas para seus subordinados. O processo criminal foi definido. Cumpre, agora, tratar, no cível, da indenização correspondente aos danos que causaram a mim e ao PDT.
Um destes subordinados era você, Merval.
José Roque era negro, era pobre e servia no “figurino” de traficante. Um alvo fácil, bom de bater, não é?
Foi uma trapalhada?
Você pediu desculpas pelo erro? Não, continuou falando grosso.  Brizola era o inimigo, Roque era o negro favelado.
Vejam a história, nas palavras de Caio Túlio Costa, ombudsman da Folha à época:
* O caso comentado nesta coluna na semana passada – sobre a notícia dada pelo jornal “O Globo” de que a polícia carioca tinha achado uma foto de Brizola junto ao traficante Eureka – continua repercutindo. Décio Malta, editor de “O Dia” telefonou para dizer que a informação sobre a foto não chegou ao jornal “O Globo” via “O Dia”, que cedeu somente a sua foto para publicação. Malta mandou também cópia do material publicado pelo seu jornal. Nele está claro que “O Dia” incluiu na sua primeira página a menção de que o homem abraçado por Brizola tinha sido identificado também como José Roque, presidente de uma associação de moradores.
*O jornalista Merval Pereira, da direção de “O Globo”, também telefonou para estabelecer que o jornal não se baseou apenas numa fonte para afirmar que José Roque seria o traficante Eureka. Além do detetive-inspetor Horácio Reis (que negou tudo depois). “O Globo” escudou-se também na afirmativa do sargento Luis Carlos Rodrigues. “Uma fonte da Polícia Civil e outra da Polícia Militar”, diz Merval. 
Ele mandou um fac-símile da reportagem que “O Globo” deu no segundo clichê, onde aparece a informação de que o sargento também dissera que o homem da foto era o traficante Eureka. 
* O fato de “O Globo” ter-se baseado em duas – e não em uma única fonte policial – não desculpa o jornal pelo erro jornalístico contra José Roque e Leonel Brizola. Fez bem “O Dia” em tentar descobrir quem era na realidade o homem que Brizola abraçava e fora apontado pela polícia como traficante Eureka. Ao contrário de “O Globo”, o jornal “O Dia” teve tempo de descobrir sua identidade e de publicar a informação de que o rapaz da foto poderia ser o José Roque. E acertou.”
Está vendo, Merval, como iam bem aí uns embargos infringentes de jornalismo para reexaminar a notícia grave, às vesperas de uma eleição e restabelecer a verdade?
Você, que vê política e marquetagem em cada gesto humano, como é que descreveria o que você mesmo fez com Roque e Brizola?
Trapalhada?
Por: Fernando Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comentários sujeitos a moderação.