Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VOCÊ VIU A PESQUISA IBOPE NO JN? NINGUÉM VIU







Globo decide exibir resultados apenas no Jornal das Dez, da Globonews, de menor audiência. Pergunta: teria sido assim se, em vez de vencer no primeiro turno, a presidente Dilma tivesse caído na pesquisa?

247 - Caro leitor, você viu os resultados da pesquisa Ibope no Jornal Nacional desta quinta-feira? Não se preocupe. Ninguém viu. A direção de jornalismo da Globo avaliou que era uma notícia menor, que não mereceria nem 30 segundos em seu telejornal. O tema só foi abordado na Globonews, voltada para um público mais restrito.

Pergunta: teria sido assim se, em vez de vencer em primeiro turno, Dilma caísse na pesquisa:

Abaixo, a notícia publicada no 247:


DILMA LEVA EM UM TURNO NOS QUATRO CENÁRIOS IBOPE


No quadro atual, não tem pra ninguém: a presidente Dilma Rousseff venceria as eleições presidenciais de 2014 em primeiro turno nos quatro cenários pesquisados pelo Ibope; contra Aécio Neves e Eduardo Campos, cenário mais provável, ela teria 41%, contra 14% do tucano e 10% do socialista; contra os "reservas" Marina Silva e José Serra, briga seria mais dura, mas ela venceria com 39%, contra 21% da ex-senadora e 16% do ex-governador paulista


24 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 18:24


247 - Acabam de sair os números da pesquisa Ibope. Em todos os cenários, a presidente Dilma Rousseff (PT) fatura as eleições de 2014 em primeiro turno. Ela mantém distância confortável em todos os cenários em relação aos demais candidatos.


No cenário mais provável, em que Dilma enfrenta o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, ela lidera com 41% das intenções de voto, contra 14$ de Aécio e 10% de Campos. 22% dos entrevistados declararam voto branco ou nulo e 13% não souberam responder. Neste cenário, 28% dos eleitores da ex-senadora Marina Silva migrariam para Campos. Ele é o candidato que mais receberia votos da ex-senadora.


No cenário em que os rivais da presidente são Aécio e Marina, Dilma vai a 39%, enquanto Marina tem 21% e o senador tucano soma 13%. 16% declararam voto branco ou nulo e 11% não souberam responder.


Quando o cenário inclui Campos e o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a presidente tem 40%, ante 18% de Serra e 10% de Campos. O percentual dos que afirmaram voto branco ou nulo é de 19% e os que não souberam somam 12%. Neste caso, segundo o Ibope, Serra apareceu como principal destinatário dos votos de Marina, recebendo 27% da preferência dos eleitores dela, enquanto 22% passariam a optar por Campos.


Quando os adversários de Dilma são Marina e Serra, segundo o Ibope, a presidente aparece com 39%, a ex-senadora tem 21% e o ex-governador soma 16%. Neste cenário, 15% declararam voto branco ou nulo e 10% não souberam responder.


Em todos os cenários, o percentual de Dilma superou a soma dos rivais, o que sinaliza possibilidade de vitória no primeiro turno. Somente na simulação em que a presidente enfrenta Serra e Marina essa vantagem fica dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.


SEGUNDO TURNO


O Ibope também fez simulações de segundo turno, todas com a presença de Dilma. Se o adversário é Aécio, a presidente seria reeleita com 47% dos votos, ante 19% do tucano. O percentual de votos brancos e nulos é de 22% e o de indecisos é de 11%.


Na simulação em que Dilma enfrenta Campos num segundo turno, a presidente tem 45%, ante 18% do socialista. Brancos e nulos somam 24% e indecisos 14%.


Se Marina aparece como a rival da presidente, Dilma venceria com 42% das intenções de voto, ante 29% da ex-senadora, com 18% de brancos e nulos e 11% de indecisos.


Caso o segundo turno da eleição de 2014 seja uma repetição da disputa de 2010 entre Dilma e Serra, a petista venceria novamente, segundo o Ibope, somando 44% das intenções de voto, ante 23% de Serra. O percentual de votos brancos e nulos é de 20% e o de indecisos chega a 13%.


O Ibope ouviu 2.002 eleitores entre os dias 17 e 21 de outubro em 143 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.


Confira os cenários:


Cenário A:


Dilma Rousseff 41%


Aécio Neves 14%


Eduardo Campos 10%


Dilma 41% - Adversários 24%


Cenário B


Dilma Rousseff 39%


Marina Silva 21%


Aécio Neves 13%


Dilma 39% - Adversários 34%


Cenário C


Dilma Rousseff 40%


José Serra 18%


Eduardo Campos 10%


Dilma 40% - Adversários 28%


Cenário D


Dilma Rousseff 39%


Marina Silva 21%


José Serra 16%


Dilma 39% - Adversários 37%


PROJETO DE
MARINA, AFINAL, É 
POLÍTICO
OU
EMPRESARIAL?




Cada vez mais difícil distingüir a diferença entre sonho presidencial da ex-ministra Marina Silva e os interesses de grandes grupos econômicos ligados a ela; Banco Itaú, da amiga, apoiadora e financiadora Neca Setubal muda nome de seus cartões de crédito para que passem a se chamar, exatamente, Rede, jogando o Card fora; ex-vice de Marina em 2010, Guilherme Leal alinha a sua Natura, maior fabricante nacional de cosméticos, na mesma toada: agora existe o Rede Natura a atar vendedoras e compradoras de seus produtos; essa estratégia de vulgarização da marca e associação do Rede a produtos e arranjos comerciais é mesmo boa para a política e os negócios? Ou finda por dar, como indica o grafismo do Rede (nesse caso, o cartão de crédito), um nó na cabeça do eleitor?

247 – Enredada entre dois grandes pesos pesados do capitalismo brasileiro, a presidenciável Marina Silva está permitindo, na prática, que a marca que ela criou e empolgou a sua militância se vulgarize.
Não se sabe, porém, até que ponto isso pode funcionar a favor dela – ou, ao contrário, acarretar um desgaste para a sua imagem pessoal e, também, para o partido que ela ainda quer criar.

Rede, neste momento, além de ser o nome da organização embrionária, também virou marca de cartão de crédito e de uma estratégia de vendas de cosméticos e produtos de higiene pessoal.

O Banco Itaú, do qual a amiga, apoiadora e financiadora de Marina, Neca Setúbal, é uma as principais herdeiras, mudou uma bandeira histórica dos cartões de crédito que administra para que passasse a ser, exatamente, tal qual a marca criada em torno da presidenciável. Os marqueteiros do Itaú jogaram fora o 'Card' e adotaram apenas o 'Rede' para, doravante, venderem seus cartões a mais e mais clientes.

A novidade foi anunciada em publicidades de páginas inteiras nos jornais de papel da mídia tradicional: Redecard agora é Rede.

E não é só. O que poderia, com boa vontade, ser chamado de coincidência singular, dobrou de tamanho.

Ex-candidato a vice de Marina em 2010, quando dedicou de sua fortuna pessoal mais de R$ 3 milhões para a campanha da parceira política, o empresário Guilherme Leal resolveu criar o Rede Natura. Trata-se de uma estratégia comercial para vender os produtos de sua linha de produção por meio de vendedoras em todo o País, que passam a estar conectadas por essa Rede de comunicação comercial.

É bonito isso?

Pode ser, de acordo com o ponto de vista. Certamente os marqueteiros do Itaú não desconsideraram o fato de que trocar a conhecida marca Redecard pela nova Rede associaria o cartão de crédito da instituição à figura política que, dia sim, dia sim, frequenta e estará presente nas páginas do noticiário político até, pelos menos, as eleições de 2014.

O bilionário Leal, igualmente, com certeza considerou vantajoso para seus negócios ter um board de coordenação de vendedoras com a marca que todas, é claro, sabem que têm tudo a ver, mercadologicamente falando, com a singela Marina.

Mas e para a presidenciável? Ter a marca de seu embrião de partido associada diretamente a tantos interesses econômicos é mesmo positivo? Não desponta, de imediato, um conflito entre seu projeto político e estratégias empresariais que, sem qualquer sutileza, se aproveitam diretamente da nuvem de milhões de pessoas que acreditam no discurso da própria Marina? Aquele discurso de um mundo melhor, mais sustentável, mais humano? A construção do paraíso na terra prometido por Marina passa, então, pelo uso de cartões de crédito Rede e cosméticos Rede, é isso?

Se, amanhã, alguma companhia quiser lançar uma cerveja PT, o Partido dos Trabalhadores vai aceitar ver sua marca de 30 anos virar cevada e espuma?

Uma alfaiataria Tucanos, por exemplo, remetendo diretamente as roupas bem cortadas dos próceres do partido faria mais bem ou mal à vintenária marca do PSDB?

Pode ser uma boa ideia para o deputado Paulinho da Força licenciar a marca Solidariedade - do partido que ele acaba de criar - para um fabricante de bonés e camisetas ao gosto de sindicalistas?

São perguntas que se colocam a partir da associação entre o Rede, embrião de partido político, e o Rede cartão de crédito e o Rede articulação de vendedoras e simpatizantes da Natura.

Pode, é claro, dar certo. Mas dar certo para quem mesmo?

Abaixo, a respeito do mesmo assunto, comentário do jornalista Luís Nassif, do site Dinheiro Vivo:

Itaú, Natura e Marina, com a mesma imagem


Luis Nassif


Recentemente, a Natura lançou campanha enaltecendo suas consultoras. No anúncio, realçava a palavra “rede” e a consultora apresentada tinha semelhança física com Marina Silva.


Esta semana, o Itaú mudou o nome da Redecard – sua operadora de cartão de crédito - para apenas Rede. “Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, explicou o release do banco.

O site da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, apregoa: “Rede é participação e acesso, é conexão entre pessoas. Com o registro da #Rede, começam processos inovadores de participação cidadã. Conecte-se”.

***

Não por coincidência, Itaú e Natura estão entre os principais apoiadores da candidatura Marina Silva.

Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.

***

Historicamente, poucos banqueiros ousaram participar diretamente do jogo político. E nenhum arriscou a misturar imagens de forma tão ostensiva.

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