247 – Em um longo e duro discurso em defesa da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff prometeu nesta segunda-feira, em Pernambuco, rigor na investigação de denúncias que envolvem a empresa e a punição dos culpados. Mas ressaltou que não permitirá que fatos isolados prejudiquem a imagem da estatal, que definiu como "a maior e mais bem sucedida empresa brasileira". A presidente participou hoje de cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar e do batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca.
"Nós, com determinação, estamos aqui nos comprometendo a cada dia, que o que tiver que ser apurado, vai se apurado com o máximo de rigor, e punido também com o máximo de rigor", declarou Dilma, na primeira aparição pública ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, desde a onda de denúncias contra a empresa. A Petrobras é alvo de quatro pedidos de CPI no Congresso.
A presidente afirmou que nós, como brasileiros, "não podemos permitir que se utilizem ações individuais e pontuais, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem de nossa maior empresa, nossa empresa mãe, ou confundir quem trabalha a favor e quem trabalha contra a Petrobras". Dilma lembrou a existência de auditorias e programas internos de prevenção à corrupção na empresa, além de investigações em órgãos como a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal.
Num ataque à oposição, que defende a investigação contra a Petrobras e critica diariamente a gestão da empresa, Dilma afirmou, em seu discurso aos petroleiros, que mentem ao dizer que a empresa perdeu valor de mercado, recordando que, "ao contrário do passado, a Petrobras é hoje a empresa que mais investe no Brasil: foram US$ 306 bilhões de 2003 a 2013".
"Está errado quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor de mercado. Manipulam dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente o setor do petróleo. Escondem, por exemplo, que em 2003, no início do governo Lula, ela valia, no mercado, R$ 15,5 bilhões, e hoje, mesmo com toda a crise internacional, com todos os problemas a ela ligados, e questões relativos e conjunturais da bolsa, o valor chega a R$ 98 bilhões".
A presidente também fez referência à época em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou privatizar a Petrobras. "A história da Petrobras e do petróleo aqui no Brasil tem sido cercada de muitos desafios, confusões e até mesmo de armadilhas. De forma muito sorrateira, prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas".
Dilma mencionou ainda a tentativa dos tucanos de mudar o nome da estatal para Petrobrax, mudando "a sigla que é a nossa identidade, a nossa nacionalidade, que é Bras, de Brasil". De acordo com a presidente, "com o apoio de todas as pessoas, a Petrobras resistiu a todas as tentativas de reduzi-la, privatizá-la. As tentativas de sucateamento deixaram marcas profundas, mas temporárias". Após a crítica, a presidente afirmou que seu governo e o do ex-presidente Lula "reergueram a Petrobras".
O discurso foi concluído com uma promessa, que ao mesmo tempo serviu de provocação aos adversários: "não ouvirei calada a campanha negativa daqueles que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem da empresa".
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