Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 12 de julho de 2011

Respuesta al corresponsal de El País en Brasil


O jornal O Globo publicou artigo insultuoso ao Brasil de autoria do correspondente do diário espanhol El País Juan Arias. O correspondente pergunta por que o povo brasileiro não inicia um “movimento dos indignados” similar ao que eclodiu em seu país natal e que se alastrou pelo Oriente Médio, defenestrando, por exemplo, o ditador egípcio Hosni Mubarak.
Uma frase desse indivíduo ilustra a dimensão do insulto alegremente acolhido pelo jornal “brasileiro” no artigo em tela: “Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam?
Arias é reincidente, ao menos na visão deste blog. Em janeiro, publicou-se, aqui, uma série de posts decorrentes de ligação telefônica que este blogueiro fez à Espanha para protestar contra a intrusão de um jornalista estrangeiro em questões político-partidárias brasileiras. Arias se mostrou, então, bem ao gosto do Partido da Imprensa Golpista que infesta este país.
Para conhecer os antecedentes de Arias, clique aqui, aqui e aqui.
A reincidência do correspondente do PIG espanhol pode ser lida, em português, logo abaixo. Em seguida, reproduzo a nova queixa que enviei ao diário espanhol e ao próprio correspondente. Se, como da vez anterior, ele se dignar a nos responder – ao público deste blog –, a nova resposta também será reproduzida aqui, tal qual a anterior.
—–
Por que os brasileiros não reagem?
Juan Arias, O Globo
11 de julho de 2011
O fato de que em apenas seis meses de governo a presidente Dilma Rousseff tenha tido que afastar dois ministros importantes, herdados do gabinete de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (o da Casa Civil da Presidência, Antonio Palocci – uma espécie de primeiro-ministro – e o dos Transportes, Alfredo Nascimento), ambos caídos sob os escombros da corrupção política, tem feito sociólogos se perguntarem por que neste país, onde a impunidade dos políticos corruptos chegou a criar uma verdadeira cultura de que “todos são ladrões” e que “ninguém vai para a prisão”, não existe o fenômeno, hoje em moda no mundo, do movimento dos indignados.
Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam? Não lhes importa que tantos políticos que os representam no governo, no Congresso, nos estados ou nos municípios sejam descarados salteadores do erário público?
É o que se perguntam não poucos analistas e blogueiros políticos.
Nem sequer os jovens, trabalhadores ou estudantes, manifestaram até agora a mínima reação ante a corrupção daqueles que os governam.
Curiosamente, a mais irritada diante do saque às arcas do Estado parece ser a presidente Rousseff, que tem mostrado publicamente seu desgosto pelo “descontrole” atual em áreas do seu governo e tirou literalmente – diz-se que a purga ainda não acabou – dois ministros-chave, com o agravante de que eram herdados do seu antecessor, o popular ex-presidente Lula, que teria pedido que os mantivesse no seu governo.
A imprensa brasileira sugere que Rousseff começou – e o preço que terá que pagar será elevado – a se desfazer de uma certa “herança maldita” de hábitos de corrupção que vêm do passado.
E as pessoas das ruas, por que não fazem eco ressuscitando também aqui o movimento dos indignados? Por que não se mobilizam as redes sociais?
O Brasil, que, motivado pela chamada marcha das Diretas Já (uma campanha política levada a cabo durante os anos 1984 e 1985, na qual se reivindicava o direito de eleger o presidente do país pelo voto direto), se lançou nas ruas contra a ditadura militar para pedir eleições, símbolo da democracia, e também o fez para obrigar o ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) a deixar a Presidência da República, por causa das acusações de corrupção que pesavam sobre ele, hoje está mudo ante a corrupção.
As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas são a dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha.
Será que os jovens, especialmente, não têm motivos para exigir um Brasil não só mais rico a cada dia ou, pelo menos, menos pobre, mais desenvolvido, com maior força internacional, mas também um Brasil menos corrupto em suas esferas políticas, mais justo, menos desigual, onde um vereador não ganhe até dez vezes mais que um professor e um deputado cem vezes mais, ou onde um cidadão comum depois de 30 anos de trabalho se aposente com 650 reais (300 euros) e um funcionário público com até 30 mil reais (13 mil euros).
O Brasil será em breve a sexta potência econômica do mundo, mas segue atrás na desigualdade social, na defesa dos direitos humanos, onde a mulher ainda não tem o direito de abortar, o desemprego das pessoas de cor é de até 20%, frente a 6% dos brancos, e a polícia é uma das que mais matam no mundo.
Há quem atribua a apatia dos jovens em ser protagonistas de uma renovação ética no país ao fato de que uma propaganda bem articulada os teria convencido de que o Brasil é hoje invejado por meio mundo, e o é em outros aspectos.
E que a retirada da pobreza de 30 milhões de cidadãos lhes teria feito acreditar que tudo vai bem, sem entender que um cidadão de classe média europeia equivale ainda hoje a um brasileiro rico.
Outros atribuem o fato à tese de que os brasileiros são gente pacífica, pouco dada aos protestos, que gostam de viver felizes com o muito ou o pouco que têm e que trabalham para viver em vez de viver para trabalhar.
Tudo isso também é certo, mas não explica que num mundo globalizado – onde hoje se conhece instantaneamente tudo o que ocorre no planeta, começando pelos movimentos de protesto de milhões de jovens que pedem democracia ou a acusam de estar degenerada – os brasileiros não lutem para que o país, além de enriquecer, seja também mais justo, menos corrupto, mais igualitário e menos violento em todos os níveis.
Este Brasil, com o qual os honestos sonham deixar como herança a seus filhos e que – também é certo – é ainda um país onde sua gente não perdeu o gosto de desfrutar o que possui, seria um lugar ainda melhor se surgisse um movimento de indignados capaz de limpá-lo das escórias de corrupção que abraçam hoje todas as esferas do poder.
Juan Arias é correspondente do El Pais no Brasil
—–
Respuesta al corresponsal de El País en Brasil
Estimado D. Juan Arias,
Quién le escribe una vez más es el mismo bloguero brasileño que en enero último le escribió por cuenta de usted haberse involucrado en las cuestiones políticas internas de Brasil, convertiendose en un actor político, aunque no sea este su papel en nuestro país.
Por primer, le confieso que me quedé muy molesto por su artículo poco respetuoso a un pueblo que lo ha acogido y que por cierto le dedica un cariño que los brasileños, a la diferencia de su pueblo, dedican a los extranjeros que nos visitan o mismo que viven entre nosotros.
Pero, luego me puse a pensar y llegué a la conclusión que si mismo los periodistas brasileños de medios como el Globo, que acogió su texto sin respeto, no comprenden su propio pueblo, ¿cómo esperar que un extranjero lo consiga?
Entonces, me voy limitar a explicarle lo que su artículo no logró descubrir, mismo que tenga llegado cerca de la razón que parece que le quita el sueño.
Primero que  el “movimiento de los indignados” que se produce en España o en el Medio Oriente proviene de la mala situación económica y social que ahoga sus pueblos.
En cuanto el pueblo español sufre con el desempleo y con las crecientes perdidas de calidad de vida – lo que pone en duda su afirmación de que un ciudadano de clase media español equivale a un rico en Brasil –, como su artículo bien dice en Brasil sacamos 30 millones de personas de la miseria, la economía crece sin parar,  producimos cada vez más puestos de trabajo formales y mucho más.
En resumen: en cuanto su pueblo solo ve la situación empeorar y por eso sale a las calles para protestar – y, debido al desastre español, eso se comprende –, nosotros vemos este país mejorar año tras año, desde el 2003.
Por cuenta de eso, me suena justo devolverle una pregunta: ¿cómo países mucho más antiguos y que han robado tantas riquezas de las Américas logran empeorar al punto que empeoró España y el resto de los países europeos?
Atentamente,
Eduardo Guimarães
—–
PS: caso alguém mais queira responder a Juan Arias ou reenviar este post a ele ou ao seu jornal, aí vão, logo abaixo, os e-mails.
Juan Arias (correspondente) juanjosearias@hotmail.com
Javier Moreno (diretor de redação) cartasdirector@elpais.es
Milagros Perez Olivar (ombudsman) internacional@elpais.es

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comentários sujeitos a moderação.