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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nobel: Classe C segura o tranco no Brasil e na China. Brasil e China devem resistir à crise devido à demanda interna, diz Nobel


Stiglitz: o Brasil é um exemplo

CAROLINA MATOS

DE LINDAU (ALEMANHA)

O Brasil e a China devem continuar crescendo, apoiados nas demandas internas, mesmo no cenário de crise econômica na Europa e nos EUA, importantes mercados consumidores dos produtos exportados pelos dois BRICs.


A avaliação foi feita por Joseph Stiglitz em entrevista a jornalistas nesta tarde durante o “4º Lindau Meeting on Economic Sciences”, em Lindau, na Alemanha, que reuniu economistas premiados com o Nobel.


Stiglitz, ganhador do Nobel em 2001 e que foi vice-presidente do Banco Mundial de 1997 a 2000, disse que Brasil e China “têm um grande mercado interno que deve continuar dando suporte å economia”.


O economista citou várias vezes o Brasil como “exemplo de sucesso” na estabilização econômica.


“O país não apenas controlou a inflação, mas também está reestruturando toda a economia, o que é fundamental para um crescimento sustentável”, afirmou, ao criticar, referindo-se aos EUA e à Europa, “políticas econômicas que têm foco apenas na inflação e se esquecem da estabilidade financeira.” “Agora as autoridades [que agiram dessa forma] percebem que foi um erro”, completou.


Stiglitz destacou ainda que “o maior problema para um governo não é o tamanho do deficit, mas a forma como o dinheiro é gasto.”


CRISE


Durante as apresentações no seminário, o economista defendeu que os modelos macroeconômicos adotados “fracassaram” por não terem previsto a crise financeira de 2008 que “as autoridades monetárias permitiram o crescimento de bolhas concentrando as atenções apenas na inflação, em parte porque os modelos sugeriam que manter a inflação baixa era quase suficiente para eficiência econômica e crescimento.”


“O incrível é que ainda existam defensores dessas teorias macroeconômicas, embora o mundo hoje seja outro”.

Em tempo: os números do emprego divulgados nesta quinta-feira revelam que, apesar dos urubólogos, o emprego em julho é o mais alto desde quando o IBGE começou a medi-lo, dessa forma, em 2002. E melhor: a grana no bolso do trabalhador engordou:

Rendimento

O rendimento médio real habitual dos ocupados ficou em R$ 1.612,90, o valor mais alto para o mês de julho desde 2002, e apresentou alta de 2,2% na comparação mensal e de 4% frente a julho do ano passado.

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