Por insistência do Mauricio Dias, responsável pela imperdível seção “Rosa dos Ventos” na Carta Capital, o ansioso blogueiro leu algumas das aulas de Celso Amorim, em “Conversas com jovens diplomatas”, editado pela Benvirá.
Mauricio já chamou a atenção para a mudança que Amorim fez nas prioridades do Itamaraty: passou a tratar embaixadas na África com a prioridade de embaixadas em outros pontos do planeta.
Passou a faxina, digamos assim, em alguns vestígios do Itamaraty colonizado, da época da “Diplomacia da Dependência”.
Por falar em “Diplomacia da Dependência”, recomenda-se a conversa de Amorim de 24 de novembro de 2010, “Da maneira como estava concebida, a ALCA é História”, sobre “O Brasil e a ALCA”, na pág. 499 do livro.
Como se trata de um diplomata e, antes de tudo, um cavalheiro (características que, como sabe o Gilmar Dantas (*), não definem este blogueiro), o grande chanceler Celso Amorim não diz assim, na lata.
Mas, ficou claro para os jovens diplomatas que o Governo Cerra/Fernando Henrique montou a arapuca para o sucessor cair na rede da ALCA, vale dizer, cair na rede do interesse nacional americano.
O Governo do Farol de Alexandria deixou tudo pronto para o Brasil jogar o Mercosul na lata de lixo da História e cair nos braços de Titio Sam.
Qual o “atrativo” para aderir à ALCA, assim, de joelhos ?
Primeiro, explica Amorim, o princípio do “lock in”.
A política econômica e, por extensão, a política externa, ficariam locked, amarradas, presas, in, dentro do interesse nacional americano.
Como diz Amorim: “essas políticas econômicas estariam locked in – quer dizer, estariam congeladas, estabelecidas, gravadas na pedra”.
Mais ou menos como fez o México com o Tratado do Nafta, que assinou com o Canadá e os Estados Unidos no Governo Clinton (muy amigo do FHC).
O México abdicou de uma política econômica autônoma.
Os Estados Unidos caíram no precipício em 2008, o México foi junto e lá permanece – como mostra reportagem da Carta Capital desta semana, na pág. 72.
O outro princípio da “lógica” de Cerra/FHC era obter um “selo de qualidade” – se o Brasil era tão bonzinho que podia ser aceito na ALCA, isso significaria a certificação da “qualidade” de todas as suas ações.
Muitos países da América do Sul se encantaram com a sereia da ALCA.
Especialmente a Argentina do Carlos Menem, o FHC deles.
(Ou que será que o FHC é o nosso Menem ?)
O que tiveram que fazer o Nunca Dantes e o grande chanceler Celso Amorim ?
Primeiro, enfrentar o front interno.
Como se sabe, o Tony Palocci e o Nelson Johnbim conspiraram com o embaixador americano para reverter a política externa do Governo a que serviam.
Especialmente, rever o que chamavam de “anti-americanismo”, como Johnbim qualificou a diplomacia brasileira, na conversinha com o embaixador americano.
(Por falar em conversinha com o embaixador americano, não perca a última do “agente ‘dólar furado’”.)
Depois, foi preciso salvar o Mercosul.
Porque a batalha era tão simples quanto isso: Mercosul x ALCA.
O Brasil ao lado do Mercosul.
Os Estados Unidos (e o Cerra/FHC e o Menem) ao lado da ALCA.
Amorim e Lula insistiam que só tratariam da ALCA se, primeiro, se negociassem os direitos dos produtos agrícolas brasileiros.
E os americanos arrepiaram carreira, porque, pau a pau, a agricultura brasileira fecha a agricultura americana.
(O Amorim, é obvio, não emprega essa linguagem de botequim que caracteriza o ansioso blogueiro, não é isso, Ministro Gilmar ?)
O trabalho de Amorim e Nunca Dantes prosperou.
Aos poucos, o Mercosul se impôs ao interesse dos países da América do Sul.
E perceberam que o lock in era uma fria.
Era, como se vê agora (essa é uma observação minha, PHA), um dos últimos suspiros do Império.
A leitura da aula de Amorim dá nexo a um dos tópicos sinistros da campanha de Cerra em 2010.
Nela, o Padim Pade Cerra anunciou que ia fechar o Mercosul.
O que era a senha para dizer: vou cair nos braços da ALCA.
A propósito, amigo navegante.
Sabe quem trabalhava para a Chevron, aquela empresa petrolífera americana a quem o Cerra ia entregar, segundo o WikiLeaks, o pré-sal ?
A Condoleezza Rice, Secretária de Estado americano.
A Chevron chegou a dar o nome dela a um super-petroleiro.
(A Rice está para a Chevron assim como a Luiza Erundina para a Petrobrás, já que deu o nome a uma plataforma da Petrobrás.)
Pois é a essa turma que o Cerra e o FHC iam entregar o Brasil, amigo navegante.
E ainda querem …
Em tempo: cabe lembrar, amigo navegante, daquele vídeo que vai entrar para a História do Brasil: Clinton espinafra FHC em público e FHC não defende o Brasil nem a si próprio.
Não fosse o PiG (**), esses tucanos não passavam de Resende.
Paulo Henrique Amorim
Mauricio já chamou a atenção para a mudança que Amorim fez nas prioridades do Itamaraty: passou a tratar embaixadas na África com a prioridade de embaixadas em outros pontos do planeta.
Passou a faxina, digamos assim, em alguns vestígios do Itamaraty colonizado, da época da “Diplomacia da Dependência”.
Por falar em “Diplomacia da Dependência”, recomenda-se a conversa de Amorim de 24 de novembro de 2010, “Da maneira como estava concebida, a ALCA é História”, sobre “O Brasil e a ALCA”, na pág. 499 do livro.
Como se trata de um diplomata e, antes de tudo, um cavalheiro (características que, como sabe o Gilmar Dantas (*), não definem este blogueiro), o grande chanceler Celso Amorim não diz assim, na lata.
Mas, ficou claro para os jovens diplomatas que o Governo Cerra/Fernando Henrique montou a arapuca para o sucessor cair na rede da ALCA, vale dizer, cair na rede do interesse nacional americano.
O Governo do Farol de Alexandria deixou tudo pronto para o Brasil jogar o Mercosul na lata de lixo da História e cair nos braços de Titio Sam.
Qual o “atrativo” para aderir à ALCA, assim, de joelhos ?
Primeiro, explica Amorim, o princípio do “lock in”.
A política econômica e, por extensão, a política externa, ficariam locked, amarradas, presas, in, dentro do interesse nacional americano.
Como diz Amorim: “essas políticas econômicas estariam locked in – quer dizer, estariam congeladas, estabelecidas, gravadas na pedra”.
Mais ou menos como fez o México com o Tratado do Nafta, que assinou com o Canadá e os Estados Unidos no Governo Clinton (muy amigo do FHC).
O México abdicou de uma política econômica autônoma.
Os Estados Unidos caíram no precipício em 2008, o México foi junto e lá permanece – como mostra reportagem da Carta Capital desta semana, na pág. 72.
O outro princípio da “lógica” de Cerra/FHC era obter um “selo de qualidade” – se o Brasil era tão bonzinho que podia ser aceito na ALCA, isso significaria a certificação da “qualidade” de todas as suas ações.
Muitos países da América do Sul se encantaram com a sereia da ALCA.
Especialmente a Argentina do Carlos Menem, o FHC deles.
(Ou que será que o FHC é o nosso Menem ?)
O que tiveram que fazer o Nunca Dantes e o grande chanceler Celso Amorim ?
Primeiro, enfrentar o front interno.
Como se sabe, o Tony Palocci e o Nelson Johnbim conspiraram com o embaixador americano para reverter a política externa do Governo a que serviam.
Especialmente, rever o que chamavam de “anti-americanismo”, como Johnbim qualificou a diplomacia brasileira, na conversinha com o embaixador americano.
(Por falar em conversinha com o embaixador americano, não perca a última do “agente ‘dólar furado’”.)
Depois, foi preciso salvar o Mercosul.
Porque a batalha era tão simples quanto isso: Mercosul x ALCA.
O Brasil ao lado do Mercosul.
Os Estados Unidos (e o Cerra/FHC e o Menem) ao lado da ALCA.
Amorim e Lula insistiam que só tratariam da ALCA se, primeiro, se negociassem os direitos dos produtos agrícolas brasileiros.
E os americanos arrepiaram carreira, porque, pau a pau, a agricultura brasileira fecha a agricultura americana.
(O Amorim, é obvio, não emprega essa linguagem de botequim que caracteriza o ansioso blogueiro, não é isso, Ministro Gilmar ?)
O trabalho de Amorim e Nunca Dantes prosperou.
Aos poucos, o Mercosul se impôs ao interesse dos países da América do Sul.
E perceberam que o lock in era uma fria.
Era, como se vê agora (essa é uma observação minha, PHA), um dos últimos suspiros do Império.
A leitura da aula de Amorim dá nexo a um dos tópicos sinistros da campanha de Cerra em 2010.
Nela, o Padim Pade Cerra anunciou que ia fechar o Mercosul.
O que era a senha para dizer: vou cair nos braços da ALCA.
A propósito, amigo navegante.
Sabe quem trabalhava para a Chevron, aquela empresa petrolífera americana a quem o Cerra ia entregar, segundo o WikiLeaks, o pré-sal ?
A Condoleezza Rice, Secretária de Estado americano.
A Chevron chegou a dar o nome dela a um super-petroleiro.
(A Rice está para a Chevron assim como a Luiza Erundina para a Petrobrás, já que deu o nome a uma plataforma da Petrobrás.)
Pois é a essa turma que o Cerra e o FHC iam entregar o Brasil, amigo navegante.
E ainda querem …
Em tempo: cabe lembrar, amigo navegante, daquele vídeo que vai entrar para a História do Brasil: Clinton espinafra FHC em público e FHC não defende o Brasil nem a si próprio.
Não fosse o PiG (**), esses tucanos não passavam de Resende.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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