Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Enchente: Estadão culpa o Nordeste. Eduardo Campos é “coronel”

Depois do “caosaquático”da Globo – a tentativa de derrubar a Dilma com a chuva do verão, assim como tentou derrubar o Lula com o “caosaéreo” – , a questão política da enchente começa a se desenhar com tinhas mais fortes.

Quem faz isso com solar clareza é o Estadão, porta-voz (decadente) do old money  paulista (aquela elite que, na História, sempre foi separatista).

Diz o Estadão, na página A8:

“(Ministério da) Integração vira ‘Ministério do Nordeste’ ”


“Pasta criada sob inspiração da ditadura militar (que o Estadão ajudou a construir e preservar – PHA) teve onze ministros, sendo 10 nordestinos, que privilegiaram região na condução dos projetos”.

O Estadão poderia também dizer que os paulistas – ou seus instrumentos – dominaram por muito tempo o Ministério da Fazenda e “privilegiaram a região na condução de projetos “.

E não foi à tôa que o Dr Tancredo se recusou a dar o Ministério da Fazenda a Olavo Setúbal.

Preferiu encaminhá-lo ao Itamaraty, uma espécie de trono dourado e irrelevante (àquela altura), que Itamar Franco dedicou a Fernando Henrique e Sarney a Abreu Sodré.

A “reportagem” do Estadão tem um sub-texto que a elite paulista entendeu perfeitamente, ao abrir o jornal e se dirigir à varanda para contemplar os cafezais: esse ministério é para nordestino roubar.

É por isso que chove.

Que tem enchente.

E que a Dilma deve cair.

Aí, no pé da “reportagem” tem um aditivo.

É o perfil de um coronel que ultrapassa “o limite de institucionalidade”.

Ou seja, dá a entender que o coronel é Golpista, rasga Constituições – talvez assim como, em 1964, os Mesquita do Estadão ajudaram a rasgar.

O coronel tem futuro promissor, admite o Estadão.

Mas, “resta saber se a imagem de novidade na política não será afetada com a exposição de práticas atrasadas.”

O Estadão e seus notáveis repórteres-editorialistas não estão a traçar o perfil do Alckmin ou Padim Pade Cerra, que coronelizam o Estado de São Paulo há dezoito anos com o que há de mais inovador e progressista em administração.

Por exemplo, tratar os craqueiros de São Paulo como Hitler tratava os ciganos, homossexuais e aleijados.

Não, o Estadão tentou traçar o perfil de Eduardo Campos, governador que fez uma revolução em Pernambuco a partir de Suape, com a ajuda de seu Secretário Fernando Bezerra Coelho.

Bezerra Coelho se transformou num alvo da Globo e do PiG (*) – por agora.

E Eduardo Campos ?

Bem, esse a Globo espera por ele, para tentar abatê-lo, em breve.

E Estadão e a Globo refletem a inquietação de quem vê a banda passar pela janela.

O movimento irreversível da desconcentração economica – e política – para fora do Sudeste.

E, em boa parte, em direção ao Nordeste.

Isso faz parte do plano estratégico (secreto) do Nunca Dantes.

E a Globo, o PiG, o old e o new money de São Paulo não podem engolir isso a seco.

Esse Nunca Dantes …


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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