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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A EXTREMA DIREITA OCUPA O VÁCUO

Dilma confirma presença no Forum Social Mundial, em Porto Alegre, entre 24 e 29 de janeiro.





BC decide juro com 'inflações' conflitantes e PIB se recuperando.

Termômetro mensal do Banco Central sobre atividade econômica revela que novembro viu a primeira alta depois de três meses. Na indústria, setor que mais sente a crise econômica global, produção voltou a subir e emprego praticamente parou de cair. Índices prévios da inflação em janeiro apontam sinais diferentes. 'Mercado' aposta que, quarta-feira (18), BC cortará juro de novo em meio ponto, colocando-o no governo Dilma pela primeira vez abaixo de Lula.

BRASÍLIA – O Banco Central (BC) decide na próxima quarta-feira (18), pela primeira em 2012, se mantém ou altera o juro básico brasileiro, tendo à mão índices recentes contraditórios sobre o rumo dos preços e dados que sinalizam uma atividade econômica em recuperação. Ao mesmo tempo, defronta-se com um “mercado” que, se prevê que o BC cortará a taxa, continua dizendo que a inflação do ano ficará acima da meta do governo, o que pressiona próprio banco.

Nesta segunda-feira (16), o BC divulgou seu termômetro mensal sobre o crescimento econômico, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), sobre novembro, e se oberva uma alta de 1,15% em relação a outubro, o primeiro resultado positivo depois de três meses de queda. O IBC-Br se propõe a ser uma espécie de prévia sobre o produto interno bruto (PIB), a soma das riquezas do país.

Em novembro do ano passado, dois dados divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Grografia e Estatística (IBGE) revelaram, no setor mais prejudicado pela crise econômica global, a indústria, a situação tinha ficado um pouco melhor no emprego – caiu 0,1%, depois de declinar duas vezes seguidas 0,4% - e na produção (alta de 0,3%, depois de duas quedas consecutivas de 0,6%).

O emprego em geral no país, segundo dado divulgado há algumas semanas pelo mesmo IBGE, tinha recuado em novembro para 5,2%, a menor taxa da história, depois de ter passado de julho a setembro estacionado em 6% e tido um pequeno recuo para 5,8% em outubro.

No caso da inflação, o resultado final de 2011, também já divulgado dias atrás pelo IBGE, revelou um índice em cima do limite máximo autoimposto pelo governo (6,5%), e em queda na passagem de novembro (0,52%) para dezembro (0,5%). O patamar mensal de 0,5%, porém, é superior ao necessário para que o governo cumpra a meta de 4,5% (teria de ficar entre 0,35% e 0,4%).

Prévias recentes sobre o comportamento da inflação em janeiro mostraram sinais opostos. O índice que melhor capta o impacto da variação do dólar, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, tinha desacelerado de 0,04% em dezembro para praticamente zero em janeiro (0,01%). Já o IPC da Fipe avançou de 0,61%, em dezembro, para 0,75%, e um outro IPC, este da mesma FGV aponta alta de 0,95%.

Para o “mercado” que o BC consulta toda semana sobre uma série de indicadores, a inflação de 2012 ainda estaria rodando em níveis imcompatíveis com o cumprimento da meta de 4,5%, daí que o setor aposta, segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16), em 5,3%. Apesar disso, o mesmo “mercado” acredita que o banco diminuirá a taxa em meio ponto percentual, colocando-se no governo Dilma pela primeira vez abaixo do que recebera do governo Lula.

No ano passado, em suas oito reuniões, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a chamada taxa Selic cinco vezes seguida, mas em agosto, outubro e novembro, reduziu-a três vezes na magnitude que agora o “mercado” aposta que se repetirá (meio ponto percentual). A taxa hoje está em 11%.

'O mundialismo não é apenas um sistema econômico selvagem (...) é também uma ideologia que vai além da simples globalização e que visa uniformizar as culturas, encorajar o nomadismos na circulação permanente de pessoas entre um continente e outro, tornando-as intercambiáveis, até transformá-las em anônimas; nesse sistema o indivíduo não conta mais; reduz-se a nada mais que uma unidade de produção ou de consumo num mundo sem fronteiras onde os territórios se equivalem" (Marine Le Pen, virtual candidata da extrema direita francesa nas eleições presidenciais de abril deste ano, em pronunciamento dia 15-01; seu partido, a Frente Nacional, xenófoba, anti-comunista e racista, já teria o apoio de 30% do eleitorado, segundo algumas pesquisas. A bandeira de Le Pen contra a desintegração de uma Europa corroída pela crise capitalista e a desastrosa hegemonia rentista-ortodoxa, é resgatar a única comunidade que conta ao extremismo conservador, 'a comunidade nacional'. Como na França, a extrema-direita avança a passos largos também na Hungria, onde magnetiza a classe média e os pobres com a proposta de abandonar o euro para salvar o país do ajuste ortodoxo que o esmaga. Na Espanha, a direita e a extrema direita estão de volta ao governo após o fiasco de uma social-democracia indistinguível do conservadorismo ortodoxo; o mesmo ocorre em Portugal, sempre com o beneplácito da esquerda dividida e colonizada pelo credo dos mercados autorreeguláveis.Tudo isso já aconteceu antes na história de modo muito semelhante. E não deu em boa coisa. A liçao serve também a governos progressistas de nações em desenvolvimento: a crise requer lideranças assertivas, dotadas de projetos claros e de respostas  encorajadoras, que alimentem a confiança e a esperança da sociedade no futuro da democracia, da igualdade e do crescimento. Ou ela buscará abrigo em outros valores. Mais que nunca, vale o ditado: em política não existe vácuo, nem cadeira cativa.
 

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