Paulo
Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras que agora recorre à delação
premiada, foi demitido da estatal em 27 de abril de 2012
Dilma,
ao Estadão: nós investigamos tudo, doa a quem doer; mas não foi assim
(em março de 2001) quando afundou uma plataforma de petróleo no governo
FHC. Não é próprio das plataformas saírem por aí afundando E aquela
custou R$ 1,5 bilhão, são duas Pasadenas, viu? E não investigaram.
Dilma,
em entrevista ao Estadão: Quem acha que vai governar sozinho (com os
bons) normalmente tem algum poderoso por trás e normalmente é alguém
muito rico. Isto não é nova política; é uma política velha, que levou a
crises no passado
Aprovação
à Presidenta Dilma sobe 5 pontos e vai a 52,4%; avaliação de seu
governo soma 76,5% entre regular, ótimo e bom (pesquisa CNT).
Nas últimas horas a 'nova política' de Marina adquiriu o frescor de uma Margareth Thatcher de museu de cera.
por: Saul Leblon
A exemplo do que ocorre em
praticamente todo o planeta, a dominação financeira tornou-se um
problema estrutural do desenvolvimento brasileiro.
A novidade é que nestas eleições ela se transformou, também, em um tema divisor da democracia.
Trata-se de uma novidade vertiginosa.
Que injeta transparência histórica à disputa presidencial, e tem potencial esclarecedor capaz de impulsionar as grandes viradas eleitorais.
Justiça seja feita, deve-se isso em parte ao fervor novo-cristão da candidatura Marina Silva.
A independência do Banco Central, viga mestra do programa do PSB, funcionou como esse coágulo polarizante, incômodo e revelador, que atropelou a pauta do Brasil aos cacos, imposta pela mídia conservadora à disputa.
O ‘ruído’ empresta transparência política aos interesses alinhados em torno das duas candidaturas mais competitivas de 2014.
E isso não é bom para quem se avoca o estuário dos melhores, dos bons e dos justos.
A polaridade está posta há muito tempo na sociedade brasileira e em todo o mundo.
Mas foi o surgimento de uma terceira voz, empenhada em conquistar audiência junto ao mercado financeiro, que catalisou a dimensão histórica daquilo até então expresso de forma técnica pelo conservadorismo. E contornado de maneira mitigada pelo campo progressista.
Eduardo Campos e Marina chegaram com sede ao pote, determinados a disputar com o PSDB a primazia na representação dos interesses graúdos na vida do país.
A oferta teria que vir acompanhada de uma contraprova de vantagem e validade insofismável.
O selo de garantia foi a inclusão da independência do BC no alicerce programático da dupla.
A morte de Campos e a radicalização da disputa fez o resto.
A novidade é que nestas eleições ela se transformou, também, em um tema divisor da democracia.
Trata-se de uma novidade vertiginosa.
Que injeta transparência histórica à disputa presidencial, e tem potencial esclarecedor capaz de impulsionar as grandes viradas eleitorais.
Justiça seja feita, deve-se isso em parte ao fervor novo-cristão da candidatura Marina Silva.
A independência do Banco Central, viga mestra do programa do PSB, funcionou como esse coágulo polarizante, incômodo e revelador, que atropelou a pauta do Brasil aos cacos, imposta pela mídia conservadora à disputa.
O ‘ruído’ empresta transparência política aos interesses alinhados em torno das duas candidaturas mais competitivas de 2014.
E isso não é bom para quem se avoca o estuário dos melhores, dos bons e dos justos.
A polaridade está posta há muito tempo na sociedade brasileira e em todo o mundo.
Mas foi o surgimento de uma terceira voz, empenhada em conquistar audiência junto ao mercado financeiro, que catalisou a dimensão histórica daquilo até então expresso de forma técnica pelo conservadorismo. E contornado de maneira mitigada pelo campo progressista.
Eduardo Campos e Marina chegaram com sede ao pote, determinados a disputar com o PSDB a primazia na representação dos interesses graúdos na vida do país.
A oferta teria que vir acompanhada de uma contraprova de vantagem e validade insofismável.
O selo de garantia foi a inclusão da independência do BC no alicerce programático da dupla.
A morte de Campos e a radicalização da disputa fez o resto.
O alegre consenso em torno da ‘nova política’ impôs ao próprio governo, e
ao PT, a necessidade de explicitar o polo oposto de um braço e ferro
que a crise de 2008 já havia revelado em sua natureza inconciliável:
quem vai ordenar o passo seguinte do desenvolvimento, a soberania
democrática ou despotismo financeiro?
A disjuntiva, agora clara, depois de um hiato de perplexidade com o aluvião conservador, desembarcou nesta 3ª feira na campanha eleitoral de Dilma na televisão.
E o fez da forma como Lula cobrou em encontro com a militância na última 6ª feira: demarcando a natureza de classe da disputa em curso no país (assista aqui).
Ou seja, dando a essa contraposição um simbolismo que expõe causas e consequências com uma clareza poucas vezes presente na narrativa dos embates vividos desde 2003.
Se o governo e o PT são requisitados a dar expressão política literal a um conflito antes tratado de forma difusa (leia ‘A nau de Marina e o dilúvio antipetista’), do lado contrário fica cada vez mais difícil levitar na ‘terceira via’, depois de atravessar o Rubicão da parceria carnal com os mercados.
A verdade é que nas últimas horas a ‘nova política’ de Marina Silva adquiriu o frescor de uma Margareth Thatcher de museu de cera.
E esse não é um problema de natureza geriátrica.
Mas de um arrendamento histórico conferido ao capital financeiro em seu programa de governo, que tem no Banco Central independente um pilar de sustentação política e ao mesmo tempo um garrote de credibilidade eleitoral.
A 25 dias da urna o PT aprendeu a girar a rosca.
A disjuntiva, agora clara, depois de um hiato de perplexidade com o aluvião conservador, desembarcou nesta 3ª feira na campanha eleitoral de Dilma na televisão.
E o fez da forma como Lula cobrou em encontro com a militância na última 6ª feira: demarcando a natureza de classe da disputa em curso no país (assista aqui).
Ou seja, dando a essa contraposição um simbolismo que expõe causas e consequências com uma clareza poucas vezes presente na narrativa dos embates vividos desde 2003.
Se o governo e o PT são requisitados a dar expressão política literal a um conflito antes tratado de forma difusa (leia ‘A nau de Marina e o dilúvio antipetista’), do lado contrário fica cada vez mais difícil levitar na ‘terceira via’, depois de atravessar o Rubicão da parceria carnal com os mercados.
A verdade é que nas últimas horas a ‘nova política’ de Marina Silva adquiriu o frescor de uma Margareth Thatcher de museu de cera.
E esse não é um problema de natureza geriátrica.
Mas de um arrendamento histórico conferido ao capital financeiro em seu programa de governo, que tem no Banco Central independente um pilar de sustentação política e ao mesmo tempo um garrote de credibilidade eleitoral.
A 25 dias da urna o PT aprendeu a girar a rosca.
Fica difícil a Marina despir-se desse marcador ideológico com a mesma
frivolidade com que desembarcou os direitos GBLT de sua plataforma, 24
horas após a intervenção tutelar do bispo Silas Malafaia.
Seu bonde eleitoral derreteria em menos tempo ainda se tentasse uma guinada dissimuladora para fora da dominância financeira que encampou.
O sacrossanto “tripé”, do qual Marina se tornou uma defensora ardorosa, enlaça assim o pescoço da nova-cristã ameaçando esganá-la qualquer que seja o seu ponto de fuga.
Uma espécie de enforcador à distância, o tripé consiste de uma coleira dentada que permite ao dinheiro grosso submeter governos, partidos e demais instâncias sociais a um comando de desempenho monitorado por três variáveis.
A saber:
1. regime de metas de inflação, ancorado no chicote dos juros “teatrais”, se necessários, asseverou Marina para delírio do mercado;
2. câmbio livre, leia-se, nenhum aroma de controle de capitais, o que condena o BC ‘independente’ a se tornar uma correia de transmissão da irracionalidade especulativa dos mercados globais para dentro do país;
3. o superávit “cheio” – leia-se arrocho fiscal para garantir os juros dos rentistas.
Marina descobriu que quando abre a boca pautada por essa melodia encanta banqueiros e rentistas em geral.
Os meetings de seus assessores com a turma do mercado frequentemente são interrompidos por aplausos calorosos.
Escavar um fosso entre a representação política da sociedade e o poder efetivo do dinheiro sobre o seu destino é tudo o que esses auditórios almejam.
Se alguém trata isso com leveza, sedução e aroma popular como resistir?
A resistência teria que vir do outro lado da radicalização rentista introduzida por Marina na disputa de 2014.
É o ponto onde estamos.E essa será a toada da campanha progressista de agora em diante.
Trata-se de espetar em Marina as suas próprias propostas na forma de perguntas emolduradas pela contradição determinante em nosso tempo.
Serve ao Brasil um Presidente da República que terá apenas o orçamento fiscal para governar, já que a moeda, o juro, o câmbio e o poder de compra das famílias serão ordenados pela banca através do BC independente?
Serve ao Brasil um Presidente da República que tem como meta programática desregular o mercado de crédito no país? E desobrigar a banca privada da destinação obrigatória de parte dos depósitos à vista e da poupança ao crédito agrícola e ao financiamento habitacional?
Serve ao país um Presidente da República que se propõe a reforçar a hipertrofia de um poder financeiro, cuja participação na Bolsa brasileira já é o dobro da registrada pelo seu equivalente nos EUA, mas que não financia a produção e menos ainda a infraestrutura?
Serve ao país um Presidente da República que se avoca herdeira dos protestos de 2013 por melhores serviços e maior qualidade de vida, mas que se apoia em uma terceirização do poder de Estado desse calibre?
A resposta da candidata do PSB é flutuar no tempo e no espaço que resta de campanha na tentativa de escapar ao atrito corrosivo que contrapõe os interesses populares aos da hegemonia financeira acolhida em seu projeto para o país.
Ao campo progressista cabe o desafio de maximizar o giro do ponteiro eleitoral.
Com propostas que articulem a verdadeira nova política para um novo ciclo de desenvolvimento em meio à desordem neoliberal: aquela ancorada na repactuação do futuro com ampla participação democrática da sociedade.
Seu bonde eleitoral derreteria em menos tempo ainda se tentasse uma guinada dissimuladora para fora da dominância financeira que encampou.
O sacrossanto “tripé”, do qual Marina se tornou uma defensora ardorosa, enlaça assim o pescoço da nova-cristã ameaçando esganá-la qualquer que seja o seu ponto de fuga.
Uma espécie de enforcador à distância, o tripé consiste de uma coleira dentada que permite ao dinheiro grosso submeter governos, partidos e demais instâncias sociais a um comando de desempenho monitorado por três variáveis.
A saber:
1. regime de metas de inflação, ancorado no chicote dos juros “teatrais”, se necessários, asseverou Marina para delírio do mercado;
2. câmbio livre, leia-se, nenhum aroma de controle de capitais, o que condena o BC ‘independente’ a se tornar uma correia de transmissão da irracionalidade especulativa dos mercados globais para dentro do país;
3. o superávit “cheio” – leia-se arrocho fiscal para garantir os juros dos rentistas.
Marina descobriu que quando abre a boca pautada por essa melodia encanta banqueiros e rentistas em geral.
Os meetings de seus assessores com a turma do mercado frequentemente são interrompidos por aplausos calorosos.
Escavar um fosso entre a representação política da sociedade e o poder efetivo do dinheiro sobre o seu destino é tudo o que esses auditórios almejam.
Se alguém trata isso com leveza, sedução e aroma popular como resistir?
A resistência teria que vir do outro lado da radicalização rentista introduzida por Marina na disputa de 2014.
É o ponto onde estamos.E essa será a toada da campanha progressista de agora em diante.
Trata-se de espetar em Marina as suas próprias propostas na forma de perguntas emolduradas pela contradição determinante em nosso tempo.
Serve ao Brasil um Presidente da República que terá apenas o orçamento fiscal para governar, já que a moeda, o juro, o câmbio e o poder de compra das famílias serão ordenados pela banca através do BC independente?
Serve ao Brasil um Presidente da República que tem como meta programática desregular o mercado de crédito no país? E desobrigar a banca privada da destinação obrigatória de parte dos depósitos à vista e da poupança ao crédito agrícola e ao financiamento habitacional?
Serve ao país um Presidente da República que se propõe a reforçar a hipertrofia de um poder financeiro, cuja participação na Bolsa brasileira já é o dobro da registrada pelo seu equivalente nos EUA, mas que não financia a produção e menos ainda a infraestrutura?
Serve ao país um Presidente da República que se avoca herdeira dos protestos de 2013 por melhores serviços e maior qualidade de vida, mas que se apoia em uma terceirização do poder de Estado desse calibre?
A resposta da candidata do PSB é flutuar no tempo e no espaço que resta de campanha na tentativa de escapar ao atrito corrosivo que contrapõe os interesses populares aos da hegemonia financeira acolhida em seu projeto para o país.
Ao campo progressista cabe o desafio de maximizar o giro do ponteiro eleitoral.
Com propostas que articulem a verdadeira nova política para um novo ciclo de desenvolvimento em meio à desordem neoliberal: aquela ancorada na repactuação do futuro com ampla participação democrática da sociedade.
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