Quantos vídeos de blocos de Carnaval bradando “Fora, Temer” você já recebeu desde a semana passada? Dezenas, certo?
Carnaval de 2017 foi o Carnaval do “Fora, Temer”. Os vídeos chegam por grupos de Whats App, por Facebook, por Twitter, por blogs, mas estão banidos da mídia corporativa, sobretudo pelas TV’s.
Globo à frente, lógico.
Ninguém entende qual é a lógica dessa censura. É impossível esconder enormes multidões bradando, cantando e sambando “Fora, Temer” a plenos pulmões.
Essa atitude antidemocrática e desrespeitosa para com o público certamente está sendo notada de Norte a Sul do país e, basta esperar, será outro prego no caixão dos golpistas.
Imagens de multidões gigantescas gritando “Fora, Temer” neste Carnaval espalham-se pelas televisões e grandes sites de notícias mundo afora. São muitas imagens. Tentar escondê-las equivale a enxugar gelo.
Abaixo, uma seleção de pequena parte dos vídeos que estão rodando por aí.
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo
Fortaleza
Show de Maria Rita (Rio)
Recife
No show de Caetano Veloso (Salvador)
Show de Tom Zé
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Show dos Para-lamas do Sucesso (SP)
Não é fácil entender a papelada divulgada pelo grupo anonymous na semana passada, chamada de Tabapuã Papers. Mas como o trabalho do jornalismo deve ser simplificar, em vez de complicar, este Blog vai tentar trocar em miúdos do que se trata.
Em 31 de dezembro do ano passado, duas pessoas – um homem chamado Joel Assis e uma mulher chamada Larissa Monteiro – colocaram no ar o blog Tabapuã Papers. Esse nome remete a empresa criada pelo presidente Michel Temer e sua filha Luciana em 2010, a Tabapuã Investimentos e Participações.
Um dos fatos estranhos sobre a Tabapuã é que Michel Temer omitiu sua criação na declaração de bens como candidato na eleição de 2010, quando se tornou vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff.
Porém, Temer incluiu a empresa em sua declaração de bens como candidato em 2014
O blog Tabapuã Papers afirma que foi criado para mostrar “(…) relações sombrias do melhor amigo do presidente Michel Temer com firmas em paraísos fiscais, empresas de fachada, bancos suspeitos de lavagem de dinheiro, barões da mídia e, claro, com o próprio Temer (…)”.
O “melhor amigo do presidente Michel Temer” (citado no parágrafo acima), no caso, é o advogado José Yunes, que deixou o cargo de assessor de Temer em 13 de dezembro do ano passado depois de ter tido seu nome citado em delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht.
Em depoimento ao Ministério Público Federal prestado na semana passada, Yunes contou que, em 2014, recebeu um telefonema de Eliseu Padilha, na época deputado federal. Padilha pediu que ele recebesse um documento no escritório, que depois seria recolhido por outra pessoa.
Agora, em entrevista à GloboNews, Yunes disse que foi apenas uma “mula” de Padilha, que mandou um doleiro todo enrolado na lava jato ir lá, ao seu escritório, deixar o tal dinheiro que outra pessoa passaria depois para retirar.
Yunes se diz enganado, envolvido em esquema do qual não tinha conhecimento, e que comprometeria, “apenas”, o presidente da República.
Ocorre que toda essa barafunda tem desdobramentos surpreendentes graças aos documentos do Tabapuã Papers.
Os papéis mostram nada mais, nada menos do que Temer alugando salas comerciais para um consórcio de bilionários que inclui um filho de Yunes, Marcos Yunes, e ninguém mais, ninguém menos do que José Roberto Marinho, um dos donos da Globo.
Trata-se da Maraú Administração de Bens e Participações, cujo curioso quadro societário você confere abaixo.
Toda essa gente que figura na constituição da Maraú aparece no Tabapuã Papers enrolada com a criação de offshores em paraísos fiscais, ou seja, aparece como dona de empresas de fachada, com sede falsa, com atividades obscuras movidas a capital sem origem declarada.
É nesse rolo que estão metidos Michel Temer, presidente da República, e José Roberto Marinho, um dos presidentes “de facto” do Brasil. Unidos por uma montanha de “coincidências” de nomes, pessoas, empresas constituídas fora do país e que começaram a atuar aqui dentro.
Ninguém achou exatamente o que está errado em tudo isso. Tudo o que está sendo divulgado pelo blog Panamá Papers é, “apenas”, um conjunto de documentos que requer investigação das autoridades.
A sociedade tem direito de entender que tipo de negócios são esses que a Globo e o presidente da República mantiveram com um monte de gente enrolada até o pescoço em mega escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação, evasão de divisas e o diabo a quatro.
É estarrecedor ver pessoas tão importantes tendo relações comerciais com investigados, denunciados e até com gente presa (doleiros). O imóvel alugado pela Tabapuã, de Temer, para a Maraú, de Yunes e Marinho, pode ter sediado a suruba do século.
Jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo (DCM) divulgou nesta sexta-feira, 24, reprodução de conversas de militantes de extrema-direita em que eles organizam os ataques desferidos contra a deputada Maria do Rosário e sua de 16 anos; "O DCM teve acesso a trocas de mensagens entre essas pessoas, em que elas combinam a estratégia para baixar as fotografias, como chegar a certos agentes de disseminação e como "conduzir" o escândalo. Os caluniadores se reúnem no site 55chan, conhecido por ser um antro com toda sorte de conteúdo racista, homofóbico, antissemita, militarista e pornográfico", escreve Nogueira; veja trechos de conversas
247 - O jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo (DCM) divulgou nesta sexta-feira, 24, reprodução de conversas de militantes de extrema-direita em que eles organizam os ataques desferidos contra a deputada Maria do Rosário e sua de 16 anos.
Imagens da garota relacionando-a a uso de drogas foram publicadas em inúmeros sites e nas redes sociais (leia aqui).
"O DCM teve acesso a trocas de mensagens entre essas pessoas, em que elas combinam a estratégia para baixar as fotografias, como chegar a certos agentes de disseminação e como "conduzir" o escândalo. Os caluniadores se reúnem no site 55chan, conhecido por ser um antro com toda sorte de conteúdo racista, homofóbico, antissemita, militarista e pornográfico", escreve Nogueira.
Ele explica que nas conversas, vários memes são distribuídos, assim como as fotos. Determinadas comunidades do Facebook são sugeridas para ser recebedoras dos retratos da "anorexa (sic)" e da "aidética".
"Uma delas é 'Marx da Depressão', alinhada ideologicamente com a turma. Mas eles falam também em enviar para representantes da 'Grifinoria' (uma das escolas de magia dos livros de Harry Potter, cujo nome virou coletivo de esquerdistas), como Catraca Livre, Mídia Ninja e Socialista Morena", afirma.
"Para estes, há uma espécie de manual de instruções. 'Precisamos fingir preocupação. Tipo: 'Olha o que esses fascistas estão fazendo'', escreve um. 'Sejam bons atores', aconselha outro", acrescenta.
Kiko Nogueira lembra que a vida de uma adolescente e, por extensão, de seus familiares está sendo exposta irresponsavelmente, sua intimidade "devassada de maneira monstruosa por hordas movidas a um ódio sub humano".
"Esse esgoto não está na deep web ou num subterrâneo inexpugnável. O candidato deles apareceu em segundo lugar numa pesquisa de intenção de voto para 2018. Tudo está diante dos seus olhos", afirma.
José Reinaldo Azevedo e Silva, vulgo Reinaldo Azevedo, foi inventado pela revista Veja no início dos anos 2000. Era um jornalista sem expressão, famoso por seu carreirismo e pelas puxadas de tapete nas redações durante os anos 1990.
Azevedo formou-se em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, após frequentar o curso de letras na Universidade de São Paulo (USP). Foi trotskista na adolescência, durante a ditadura militar. Adulto, tornou-se crítico do comunismo e das ideias socialistas.
Foi redator-chefe das revistas Primeira Leitura e Bravo!, editor-adjunto de política da Folha de São Paulo, coordenador de política da sucursal de Brasília do mesmo jornal e redator-chefe do jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, entre 1991 e 1993.
Também foi articulista da revista Veja até 7 de outubro de 2009, quando escreveu seu último artigo para a revista. Ainda mantém um blog hospedado no site da Veja.
Após sair das páginas impressas da revista, Azevedo tornou-se colunista da Folha e radialista da rádio Jovem Pan, onde faz intervenções no Jornal da Manhã e comanda o programa Os Pingos nos Is. Por fim, atua como comentarista especial do telejornal RedeTV! News.
Azevedo se deu bem. Até por volta de 2006, não existia. Chafurdava na Primeira Leitura, publicação sem leitores e importância, pertencente ao ex-ministro das Comunicações de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros. Quando a revista afundou – logo após se envolver no que ficou conhecido como “escândalo da Nossa Caixa”, que explodira um ano antes –, foi “acomodado” na Veja, talvez para não falar demais.
Só para constar, o escândalo envolvendo a Primeira Leitura, que Azevedo havia “comprado” do Mendonção, eclodiu em 2005. O Ministério Público de São Paulo recebeu denúncia anônima sobre irregularidades nas verbas de publicidade da Nossa Caixa.
A denúncia ganhou força após a Folha de S. Paulo divulgar indícios de que o governo Alckmin havia interferido no Banco Nossa Caixa em favor de deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa paulista. As verbas eram direcionadas principalmente para financiar anúncios em revistas e jornais dos aliados, como a rede de televisão Rede Vida e a revista Primeira Leitura, pilotada por Azevedo.
Como sempre, o MP e o Judiciário tucanos de São Paulo acobertaram tudo e tudo ficou por isso mesmo.
A longa apresentação desse indivíduo serve ao propósito de mostrar que não se trata de nada mais do que de um carreirista que enriqueceu e ganhou fama à sombra do poder e de métodos obscuros. Mas não se pode negar um mérito a Azevedo: é inteligente e usa muito bem a lógica.
Alguns consideram Azevedo um idiota por se levar a sério, mesmo não passando de um animador de auditório que considera a obra máxima da Criação ter inventado um insulto contra pessoas que acalentam ideologia – note bem, não um partido, mas uma ideologia – que ele tem como função profissional atacar.
O autoproclamado “Tio Rei” já foi uma espécie de Jair Bolsonaro do jornalismo, famoso pela truculência, pelos insultos racistas, misóginos, machistas e homofóbicos disfarçados por sua realmente notável inteligência e capacidade de enxergar a floresta em vez de somente algumas árvores.
De algum tempo para cá, porém, Reinaldo, assim como a Veja, vem sofrendo uma “transmutação” ideológica. Até por hoje estar escrevendo na Folha, que usa um verniz progressista como maquiagem de seu viés conservador, passou a repudiar o que batizou de “direita chucra”, ou seja, o público que o fez ganhar notoriedade.
Convenhamos: Reinaldo (agora o trataremos pelo primeiro nome) é o pai e a mãe dos bolsomínions, os filhotes de Bolsonaro que perderam o pudor de ser lixo. Imbecis semiletrados, machistas, homofóbicos, misóginos, reacionários e violentos que representam grande parte do que chamam de “macho latino”, que não se permite empatia, humanismo e outras “coisas de viado”.
Não dá pra entender por que Reinaldo está surpreso com a burrice de seus liderados.
Recentemente, ele foi à loucura ao ver esse bando de cretinos comemorando a agonia de Marisa Letícia Lula da Silva, em seu leito de morte.
Reinaldo não é bobo. Sabe muito bem que, por mais que existam (muitos) energúmenos por aí capazes de praticar atos de crueldade como ironizar a situação da falecida mandando-a pro SUS ou desejar logo a sua morte, a maioria fica enojada diante de atitudes como essa.
Analistas das pesquisas de intenção de voto para 2018 consideraram que os ataques a Marisa ajudaram Lula a assumir a liderança isolada da preferência do eleitorado na eleição presidencial do ano que vem.
Claro que não foi só esse fator que fez Lula crescer, mas foi um deles.
Reinaldo, desde há alguns meses, acompanhou a mudança de postura da Veja, agora muito menos reacionária e antipetista, ainda que continue reacionária e antiesquerda em geral, e passou a usar, reiteradamente, a expressão “direita chucra”.
Ele criou a organização desses imbecis, mas Bolsonaro se apropriou deles e, agora, constrói um projeto político para 2018 que pode acabar com os anseios dos patrões de Azevedo, os tucanos, aos quais serve com devoção desde o tempo em que o colocaram para avaliar cartas de leitores na Primeira Leitura – eu vivia trocando e-mails com ele, à época, para debater política.
Bolsonaro atrapalha os planos tucanos porque eles são considerados pouco reacionários, pouco truculentos, poucos atrasados política, cultural e socialmente. Reinaldo, então, abriu guerra contra os bolsominions, que, agora órfãos do “tio Rei”, foram buscar conforto no colo da “titia Joyce”, outra carreirista e alpinista social que fazia par com ele em um programa de web TV da Veja.
Recentemente, surgiu um episódio engraçadíssimo em que Joyce Hasselman, demitida da Veja por puxada de tapete de Azevedo – que argumentou com a revista que ela é bolsonarista e, assim, ameaçava a tucanada –, começaram a produzir vídeos um contra o outro, insultando-se mutuamente.
Ambos têm razão no que dizem, mas não vou gastar o tempo do leitor com as pirações da direita. O fato é que Reinaldo tem razão de sobra para se preocupar com os excessos dos bolsominions. Bolsonazi é o adversário ideal para Lula ou para quem ele indicar para disputar a Presidência em 2018. Abjeto, verdadeiramente nojento, contrapor-se a ele é como bater em cego.
Reinaldo teve um artigo publicado pela Folha nesta véspera de Carnaval que faz um prognóstico que não só endosso, mas complemento porque, apesar de boa inteligência, o “tio Rei” não é capaz de entender totalmente por que a esquerda irá voltar ao poder, apesar de sentir que isso irá acontecer.
Os grupos responsáveis que constituíram a base popular do movimento de impeachment deveriam agora é estar empenhados em construir alternativas, já pensando em 2018, que assegurassem a continuidade das mudanças a que o presidente Michel Temer deu início.
Para tanto, não é preciso paralisar a Lava Jato. Ela que prossiga nos limites da lei. Mais: o inventário do desastre petista, a sua herança, ainda não foi feito. Em vez disso, infelizmente, nós flagramos esses a que me refiro a insuflar, queiram ou não, a razia das forças políticas organizadas, cedendo ao alarido da direita xucra e dos messiânicos.
É pena! A economia exibe sinais modestos, mas consistentes, de recuperação. A simples perspectiva de ajuste no setor público começa a dar algum resultado. Mas ainda vai demorar até que a população comece a perceber os efeitos da melhora. Por enquanto, esses indicadores compõem os arcanos da macroeconomia, cartas que não costumam ser lidas pelos mais pobres, especialmente punidos pela recessão fabricada pelo petismo.
Com habilidade, o presidente Michel Temer tem logrado vitórias importantes no Congresso. E olhem que os dias não andam nada fáceis. Os que dependem de voto sabem haver uma diferença importante entre apoiar a PEC do teto de gastos e defender a reforma da Previdência; entre mudar as regras do pré-sal e emplacar mudanças importantes na legislação trabalhista. Ou por outra: está chegando a hora de o povo de carne, osso, opinião e urna participar do jogo.
Aposto que Temer irá até o limite das mudanças que o Congresso puder lhe oferecer. Mas as nuvens que se armam ameaçam jogar o país, mais uma vez, no colo das esquerdas. Tudo o mais constante, e não vai depender de acertos ou erros do presidente, é ao encontro delas que marchamos.
As maiores manifestações de protesto da história do país deram o suporte popular necessário ao impeachment de Dilma, o que obedeceu a todos os rigores da lei. Mas sabemos, e eu apontei isto muitas vezes nesta Folha, no meu blog e em todo lugar, que dois elementos bastante distintos se combinaram para resultar na deposição.
Os que coalharam as ruas de verde-amarelo lá estavam contra a corrupção; mal sabiam que diabo era “pedalada fiscal” –o crime de responsabilidade sem o qual a então presidente não teria caído.
Mantenho-me relativamente longe do bueiro do inferno em que se transformaram as redes sociais e páginas da internet que, embora se apresentem como jornalísticas, ou são miasmas do esgoto ou são expressões bisonhas do lobby de especuladores e bucaneiros.
Igualam-se na violência retórica, na irresponsabilidade, na ligeireza com que sentenciam pessoas à morte. Embora longe, é claro que acabo alcançado pelo fedor. Sempre há aquele que diz: “Viu o que falaram de você?”.
A extrema direita, a extrema burrice e o extremo oportunismo se uniram para me declarar, acreditem!, inimigo da Lava Jato. Acusam-me também de sabotar a manifestação de protesto –ou algo assim– do dia 26 de março, marcada por alguns dos grupos que apoiaram o impeachment.
A inconsistência da pauta é a melhor evidência de por que não deveria acontecer. Chamam de sabotagem uma crítica política legítima. Antes, no dia 15, haverá a marcha das esquerdas. Notas: eu seria adversário da Lava-Jato porque critico algumas decisões de membros do MPF e do juiz Sérgio Moro. Pois é. Não nasci para fazer hagiografias.
A esquerda agradece embevecida.
O conservadorismo responsável pode ainda se tornar a principal vítima da criminalização da política, promovida por irresponsáveis que se querem conservadores. Ademais, se não serve a política, que venha a porrada!
Reinaldo é PSDB, e PSDB é Temer – não PMDB, Temer.
Mas Reinaldo não entende tudo, o que não espanta. Ninguém excepcionalmente inteligente se julgaria tão importante por ter criado um insulto burro como “petralha”, que atribui desonestidade e burrice a todo esquerdista que pense diferente do autor do xingamento. Reinaldo é inteligente, mas está longe de ser excepcionalmente inteligente.
Para explicar o que Reinaldo não entende vale assistir a um vídeo que mostra por que os planos dos golpistas farão os brasileiros sentirem saudade do PT e, sobretudo, de Lula, o que, aliás, já começa a acontecer.
Como se vê, a fascistada que agora se abriga sob as asas da “tia Joyce”, do Bolsonazi, do MBL, do Vem Pra Rua e de outras manifestações mussolino-hiltleristas, gente que Temer comprou para tentar fazer a maioria dos brasileiros aceitar perda de direitos em geral, além dos trabalhistas, está mesmo achando que vai ter sucesso.
Na última quinta-feira, a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, mostrou que os bolsomínions estão se suicidando com esses ataques aos direitos da maioria para beneficiar meia dúzia de capitães da indústria.
Não tem jeito de esse liberalismo genocida dar certo. Ouça o especialista entrevistado pela Globo News. Na entrevista dele, você entenderá por que o povo vai ficar extremamente irritado com os golpistas e, nesse momento, exigirá a volta da esquerda ao poder.
E a esquerda voltará através de Lula ou de quem ele indicar, se a ditadura conseguir impedir os brasileiros de votarem nele
A notícia foi divulgada lá pelo final da noite da última quarta-feira (22): José Serra largara o osso, pedira demissão de cargo que, para ele, a mídia tucana passou a chamar de “chanceler” – para outros, era meramente ministro das Relações Exteriores, mas chanceler é mais pomposo e passou a ser usado para o eterno candidato a presidência dos barões da mídia.
A carta de demissão falava em “problemas de saúde”; a expressão foi repercutida pela mídia sem maiores detalhes, gerando especulações de que o tucano poderia estar sofrendo de algum mal sério, alguns falaram em câncer.
Este blogueiro sentiu-se na obrigação de pregar nas redes sociais que a esquerda não fizesse com Serra o que a direita costuma fazer com adversários políticos doentes, como fez com Lula e Dilma quando tiveram câncer e com a falecida dona Marisa Letícia, ou seja, insultar, desejar a morte, sofrimento etc.
Porém, muita gente desconfiou e, no final da noite, veio a notícia de que não era nada demais ou, quem sabe, simplesmente não fosse nada além de “delírium investigatorium”, causado pelo medo de ter que sair do governo em meio a denúncias.
Confesso que, pensando em não me igualar aos sociopatas que atacam adversários políticos em momentos de fragilidade humana que todos experimentaremos um dia, fui ingênuo. Havia algo de podre naquele anúncio intempestivo de Serra.
As suspeitas são de que ele estaria preferindo se antecipar à divulgação das delações da Odebrecht, onde supõem que irá aparecer em destaque ainda maior que o conferido por denúncia anterior de que recebeu 23 milhões de propina da empreiteira, e, assim, decidiu sair do governo em situação mais amena, já que, por ser senador, mesmo saindo do governo manterá o foro privilegiado.
Faz sentido. Porém, tudo ainda é pura especulação, até o momento. Ainda vamos saber por que Serra saiu tão intempestivamente do cargo de “chanceler” (uma boquinha muita boa). Foi só por conta de um problema absolutamente contornável que, segundo o próprio tucano, estaria resolvido dali a quatro meses?
Hummmm…
Não se sabe se esse tucano tem mesmo problema na coluna vertebral, mas sabe-se que tem um outro problema de coluna, um problema de quinta-coluna, ou seja, de traição que começou a ficar visível lá em 2010, quando, em campanha eleitoral à Presidência, comprometeu-se com a petroleira Chevron a lhe fazer gordas concessões, caso fosse eleito.
O tempo passou e, por fim, Serra conseguiu entregar às petroleiras estrangeiras o que prometera, mesmo sem ter conseguido se eleger presidente.
Em fevereiro do ano passado, o Senado aprovou um projeto que mudaria drasticamente as regras de exploração do pré-sal. O texto legal extinguiu participação obrigatória da Petrobras em todos consórcios formados para aquelas reservas petrolíferas.
O projeto que entregou o pré-sal às petroleiras estrangeiras, obviamente, foi de autoria do senador José Serra (PSDB-SP).
“Esse projeto acaba com a política de controle nacional. A Petrobras deixar de ser a operadora única do pré-sal é um desastre. Nós estamos entregando a preço de banana, US$ 30 o preço do barril. Nós descobrimos o pré-sal e vamos entregar de bandeja?”, protestou, inutilmente, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
O mais incrível é que a proposta de Serra era muito pior para os interesses do que a que foi aprovada.
O texto inicial do senador tucano não previa a prioridade da Petrobras na escolha dos blocos de exploração do pré-sal. De acordo com a redação orginal formulada por Serra, a ANP determinaria as áreas a serem leiloadas e seria aberta uma licitação para que Petrobras e demais empresas disputassem o bloco a ser explorado.
Da maneira que estava, o texto desagradava até os parlamentares mais conservadores porque retirava o protagonismo da Petrobrás na exploração do pré-sal. Diante disso, para que houvesse um entendimento entre governo e senadores favoráveis ao projeto, ficou estabelecido que a Petrobras teria preferência nas áreas cuja exploração considerasse estratégica.
Menos mal, porém não graças a Serra. Ele queria entregar tudo, dedos e anéis. Seu problema não é de coluna vertebral, é de quinta-coluna, ou seja, um grande problema de Serra, entre tantos outros, é ser um traidor capaz de entregar a nação aos tubarões internacionais em troca, obviamente, de muito mais do que aplausos…
À frente da proposta de reforma da Previdência de Michel Temer, que deixará 70% dos trabalhadores sem aposentadoria pública, segundo o Dieese, Marcelo Caetano integra o conselho de uma empresa de Previdência Privada: a Brasilprev; é atribuída a Caetano manobra que retirou da proposta da reforma a obrigatoriedade de servidores públicos realizarem seus planos apenas por meio de empresas públicas sem fins lucrativos, abrindo caminho para empresas como a Brasilprev; explícito conflito de interesses deve ser denunciado à Comissão de Ética da Presidência da República nesta quinta-feira, 23, pela Pública Central do Servidor; "O exercício simultâneo dessas funções (Secretário de Previdência e Conselheiro da BrasilPrev) levanta dúvidas sobre a isenção das decisões tomadas, máxime quanto à primazia do interesse público sobre os negócios dessa empresa privada", diz o presidente da Pública, Nilton Paixão
247 - À frente da proposta de reforma da Previdência de Michel Temer, que deixará 70% dos trabalhadores sem aposentadoria pública, segundo o Dieese, Marcelo Caetano integra o conselho de uma empresa de previdência privada: a Brasilprev.
A Lei 12.813, de 2013, sob a qual ministros, secretários, presidentes e diretores de estatais e cargos de confiança estão submetidos determina que há conflito de interesses no exercício de "atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe".
Fonte citada pelo Correio Braziliense com trânsito nas negociações da reforma da Previdência contou que, no projeto inicial proposto pela Casa Civil, havia consenso de que não se mexeria na previdência complementar. "No apagar das luzes da formulação da proposta, no entanto, retiraram travas na lei que obrigavam os servidores públicos a fazerem seus planos somente por meio de empresas públicas sem fins lucrativos", disse o jornal.
A medida foi atribuída a Marcelo Caetano e abre portas para instituições financeiras privadas, como a Brasilprev, entrarem no funcionalismo público.
O explícito conflito de interesses deve ser denunciado à Comissão de Ética da Presidência da República nesta quinta-feira, 23, pela Pública Central do Servidor.
Em nota, o presidente da Pública, Nilton Paixão, repudiou a atuação de Marcelo Caetano. "A agenda pública do Sr. Marcelo Caetano revela que, desde que assumiu o cargo, em 21 de julho, o secretário reuniu-se preponderantemente com representantes de bancos, fundos de pensão e de investimento, bem como com organizações patronais, em detrimento do necessário diálogo com sindicatos e demais representantes dos trabalhadores", diz Paixão.
"O exercício simultâneo dessas funções (Secretário de Previdência e Conselheiro da BrasilPrev) levanta dúvidas sobre a isenção das decisões tomadas, máxime quanto à primazia do interesse público sobre os negócios dessa empresa privada."
Leia na íntegra a nota da Pública:
"NOTA DE REPÚDIO
A PÚBLICA – Central do Servidor, que representa servidores públicos ativos, aposentados e seus pensionistas, dos Poderes e Órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunais de Contas, das esferas Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, manifesta seu mais veemente repúdio ao fato de o Secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Sr. Marcelo Abi-Ramia Caetano, encarregado mor pela formulação da Reforma da Previdência (PEC 287/2016), exercer atualmente o cargo de Conselheiro de Administração da BrasilPrev – uma das maiores empresas de previdência privada do Brasil.
O fato, em tese, configura conflito entre interesses públicos e privados, que pode comprometer interesses coletivos e influenciar, de maneira imprópria, o desempenho de função pública, conforme tipificado na Lei nº 12.813/2013 – que dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargos ou empregos do Poder Executivo federal. Com efeito, a agenda pública do Sr. Marcelo Caetano revela que, desde que assumiu o cargo, em 21 de julho, o secretário reuniu-se preponderantemente com representantes de bancos, fundos de pensão e de investimento, bem como com organizações patronais, em detrimento do necessário diálogo com sindicatos e demais representantes dos trabalhadores.
A PÚBLICA – Central do Servidor, considera inaceitável que o responsável pela formulação da Reforma da Previdência, com acesso a informações privilegiadas e sigilosas, venha exercendo, concomitantemente, atividades ligadas a negócios privados nesse mesmo setor, pois é evidente que as decisões do Sr. Marcelo Caetano, enquanto Secretário de Previdência, influenciam diretamente o mercado e a atuação da empresa BrasilPrev. O exercício simultâneo dessas funções (Secretário de Previdência e Conselheiro da BrasilPrev) levanta dúvidas sobre a isenção das decisões tomadas, máxime quanto à primazia do interesse público sobre os negócios dessa empresa privada.
Por tudo isso, a PÚBLICA – Central do Servidor, levará esse caso ao conhecimento da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e do Ministério Público Federal, para investigação e rigorosa apuração da situação em tela.