Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador neutralidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador neutralidade. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Calma, Miriam ! Internet e celular não fazem revolução


Trotsky, Lenine e Stalin não saíam do celular

Este ansioso blogueiro teve a infelicidade de assistir ao Bom (?) Dia Brasil, esta manhã.

(Não seria gentil desligar a tevê da cozinha …)

E viu, perplexo, a urubóloga Miriam Leitão exibir um gráfico sobre a venda de celulares no Egito.

Um espanto.

O Renato e a Renata pareciam diante de um milagre de Fátima !

A venda de celulares aumentou vertiginosamente – como em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil.

Logo, a revolução !

A revolução americana de 1776, a Francesa de 1789 e a Bolchevique de 1917 – algumas revoluções de razoável consequência – dispensaram a internet e o celular.

Não consta que Lenine ou George Washington mobilizassem forças e traçassem estratégias com a ajuda do twitter.

No Irã, onde se diz que houve uma profusão de torpedos, os torpedos deram n’água.

Não fizeram revolução nenhuma.

Quem estava lá, lá ficou.

Essa fetichização da tecnologia não passa de papo furado de conservador para desqualificar movimentos populares.

O Mubarak não vai cair por causa dos celulares da urubóloga.

Ele vai cair porque a galera foi para a rua.

E iria com ou sem os celulares de urubóloga.

Essa fetichização é um merchandising da Indústria da Telecomunicação.

A TIM e a Vivo deveriam patrocinar o Bom (?) Dia Brasil.

(Recomenda-se a Globo não aceitar o patrocínio da BrOi, porque lá na Bahia o pessoal tem uma certa implicância com a BrOi.)

Mark Zuckerberg, o quindim de Iaiá da TIME, que o escolheu o Homem do Ano, ficou muito feliz com a “revolução” da urubóloga.

Se ele é capaz de derrubar o ditador do Egito (não sem, antes, obter a aprovação do Departamento de Estado) o que mais ele poderá fazer ?

Ele poderá vender esse “poder” miraculoso a meia dúzia de anunciantes.

A capa da TIME revela que o Facebook hoje tem os maiores anunciantes convencionais dos Estados Unidos – da Proctor and Gamble, à Nike e ao Viagra.

Já imaginou ?

O Zuckerberg oferecer num mesmo pacote, com bonificação de volume,  “Viagra + derrubar o rei Abdullah da Arábia Saudita” ?

Quem sabe WPP, a maior agencia de publicidade do mundo, não compra isso ?

E repassa aos dois gênios do Google ?

Faz parte da pseudo ingenuidade do pensamento conservador imaginar que a “ciência é neutra”.

Que a tecnologia é neutra.

Os neoliberais, por exemplo, pregavam que o Banco Central é “neutro”.

É tudo a mesma “teologia”.

Agora, celular faz revolução.

Daqui a pouco o jornal do Murdoch para Ipad, The Daily, vai vender à Chevron um anúncio com a promessa de derrubar o Chávez.


Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Marina está numa sinuca de bico,

 
Dirigentes petistas recomendam a insistência nas comparações entre os governos de Lula e de FHC, quando a comparação é outra: entre um projeto político esquerdista e outro direitista"
Celso Lungaretti*

O   day after  foi melancólico.
De um lado, os demotucanos estão sendo bem persuasivos nas tentativas para convencer Marina Silva a se suicidar politicamente.
Tomara que ela não ouça o canto dessas sereias - como as mitológicas, carnívoras.
Se fizer uma composição com os representantes da ganância capitalista exacerbada e sem limites, ajudará a devolver o poder à pior direita brasileira.
Em termos ambientais, será um desastre.
E, claro, isso lhe seria cobrado adiante: sua responsabilidade pessoal num grave retrocesso histórico.
Iria virar uma morta sem sepultura, como o ex-Gabeira.
Voltar à esfera de influência do PT para receber um ministério mais importante desta vez? É pouco para a dimensão que ela atingiu. Só se lhe oferecerem bem mais.
O pior é que seu partido já não é mais verde: amadureceu e apodreceu. Está traindo o compromisso assumido de combater as práticas ambientais predatórias, ao aliar-se com quem as encarna.
Então, Marina está numa sinuca de bico.
Como a decisão de a quem apoiar no 2º turno é impostergável, a sabedoria política manda que fique neutra, liberando o voto do seu eleitorado.
Assim, conservará intacto o patrimônio político que acumulou como terceira via, preservando-se para passos mais ambiciosos no futuro.
Depois, com mais vagar, vai ter de escolher um partido para o  projeto 2014, já que o PV virou mera linha auxiliar da direitona.
Aliás, a única afirmação reveladora de Marina nesta 2ª feira, desconsiderado o blablablá convencional sobre as consultas que fará antes de anunciar sua decisão, foi esta:
"O resultado que tivemos de aprovação ao projeto meu e do [vice] Guilherme [Leal] é muito maior que o nosso partido".
Corretíssimo. Ela precisará de um partido mais adequado para suas pretensões vindouras, nem que tenha de criar um, como Fernando Collor fez (PRN).
Suas próximas decisões determinarão se ela é uma estrela que veio para ficar ou uma supernova que logo irá perdendo o brilho, como Heloísa Helena.