Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Wikileaks revela sabotagem contra Brasil tecnológico



http://www.defesabr.com/Tecno/VLS_CLA%20.jpgSugestão: Gérsio Mutti
Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedi dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos fo Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. O artigo é de Beto Almeida.
Beto Almeida
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.
Veto imperial
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.
Guinada na política externa
O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.
Bomba! Bomba!
O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks recentemente e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.
Desarmamento unilateral
A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.
Intervencionismo crescente
O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikilieks.
(*) Beto Almeida é jornalista

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Calma, Miriam ! Internet e celular não fazem revolução


Trotsky, Lenine e Stalin não saíam do celular

Este ansioso blogueiro teve a infelicidade de assistir ao Bom (?) Dia Brasil, esta manhã.

(Não seria gentil desligar a tevê da cozinha …)

E viu, perplexo, a urubóloga Miriam Leitão exibir um gráfico sobre a venda de celulares no Egito.

Um espanto.

O Renato e a Renata pareciam diante de um milagre de Fátima !

A venda de celulares aumentou vertiginosamente – como em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil.

Logo, a revolução !

A revolução americana de 1776, a Francesa de 1789 e a Bolchevique de 1917 – algumas revoluções de razoável consequência – dispensaram a internet e o celular.

Não consta que Lenine ou George Washington mobilizassem forças e traçassem estratégias com a ajuda do twitter.

No Irã, onde se diz que houve uma profusão de torpedos, os torpedos deram n’água.

Não fizeram revolução nenhuma.

Quem estava lá, lá ficou.

Essa fetichização da tecnologia não passa de papo furado de conservador para desqualificar movimentos populares.

O Mubarak não vai cair por causa dos celulares da urubóloga.

Ele vai cair porque a galera foi para a rua.

E iria com ou sem os celulares de urubóloga.

Essa fetichização é um merchandising da Indústria da Telecomunicação.

A TIM e a Vivo deveriam patrocinar o Bom (?) Dia Brasil.

(Recomenda-se a Globo não aceitar o patrocínio da BrOi, porque lá na Bahia o pessoal tem uma certa implicância com a BrOi.)

Mark Zuckerberg, o quindim de Iaiá da TIME, que o escolheu o Homem do Ano, ficou muito feliz com a “revolução” da urubóloga.

Se ele é capaz de derrubar o ditador do Egito (não sem, antes, obter a aprovação do Departamento de Estado) o que mais ele poderá fazer ?

Ele poderá vender esse “poder” miraculoso a meia dúzia de anunciantes.

A capa da TIME revela que o Facebook hoje tem os maiores anunciantes convencionais dos Estados Unidos – da Proctor and Gamble, à Nike e ao Viagra.

Já imaginou ?

O Zuckerberg oferecer num mesmo pacote, com bonificação de volume,  “Viagra + derrubar o rei Abdullah da Arábia Saudita” ?

Quem sabe WPP, a maior agencia de publicidade do mundo, não compra isso ?

E repassa aos dois gênios do Google ?

Faz parte da pseudo ingenuidade do pensamento conservador imaginar que a “ciência é neutra”.

Que a tecnologia é neutra.

Os neoliberais, por exemplo, pregavam que o Banco Central é “neutro”.

É tudo a mesma “teologia”.

Agora, celular faz revolução.

Daqui a pouco o jornal do Murdoch para Ipad, The Daily, vai vender à Chevron um anúncio com a promessa de derrubar o Chávez.


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 17 de agosto de 2010

‘Economist’: TVs do Ocidente vêm perdendo espaço


Sugestão: Gérsio Mutti

Com novas tecnologias, emergentes investem mais em notícias
LONDRES. Os canais de notícia ocidentais, como BBC e Deutsche Welle, vêm perdendo espaço nos países emergentes, afirmou a revista britânica “The Economist”.

No ano passado, o serviço global da BBC, que inclui TV e rádio, perdeu oito milhões de telespectadores e ouvintes. Isso se deve, segundo a revista, ao advento de novas tecnologias, como antenas parabólicas e internet banda larga, que baratearam a recepção e até mesmo a produção de notícias.

As emissoras ocidentais ganharam força na Guerra Fria, quando interesses geopolíticos justificavam os elevados investimentos. A situação mudou.

“Em 2003 o serviço russo da Voz da América era difundido por 85 estações de rádio na Rússia; hoje, por apenas um. As difusoras em árabe da BBC no Norte do Sudão foram fechadas no último dia 9”.

Outro fator, diz a “Economist”, é a concorrência. Desde 2006, China, França, Irã, Japão e Qatar lançaram canais de notícias em inglês. A China investiu US$ 7 bilhões em notícias internacionais — 15 vezes o orçamento anual do serviço global da BBC, segundo a revista. Em julho, o país lançou seu segundo canal de notícias em inglês, o CNC World.

“Os recém-chegados estão conquistando territórios (e até mesmo contratando o pessoal) abandonados pelas organizações ocidentais”, afirma a “Economist”.

Um exemplo é o rádio de ondas curtas. A BBC abandonou o serviço na América Latina, do Norte e parte da Europa, para o desespero de ouvintes leais. Já a China Radio International quase dobrou o número de estações.

Al-Jazeera chega a países de difícil acesso, como Zimbábue Se as ondas curtas atendem aos ouvintes de áreas rurais e menor poder aquisitivo, a grande batalha, diz a “Economist”, é pela população urbana, que consome notícias via satélite e internet.

Neste caso, afirma, o melhor exemplo é a rede Al-Jazeera, apoiada pelo Qatar. Ela domina o Oriente Médio, batendo fácil concorrentes como a Alhurra, bancada pelos EUA. A Al-Jazeera vem crescendo inclusive em países de difícil acesso ao Ocidente, como o Zimbábue. Até os militares americanos no Afeganistão preferem a Al-Jazeera.

Tony Burman, diretor do serviço em inglês da Al-Jazeera, criado há três anos, disse à “Economist” que os planos são abrir dez escritórios no ano que vem, chegando ao total de 80. Ele ressaltou que câmeras digitais permitem a uma sucursal, mesmo pequena, fazer muita coisa.

A África também registra forte expansão. Até 1990 o Quênia tinha apenas um canal de TV, estatal. Agora são 20 canais e 80 estações de rádio para concorrer com a BBC. “Depois de muito alardear a causa da liberdade, as grandes emissoras ocidentais têm agora de aprender a viver com as consequências disso”, conclui a “Economist”.