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sexta-feira, 10 de junho de 2011

EUA e Israel patrocinam ativista iraniana que desafiou Dilma



Sharin Ebade é porta-voz dos EUA e de Israel


De passagem por Brasília, a ativista iraniana e Nobel da Paz (2003) Shirin Ebadi, de 63 anos, fracassou em seu intento de obrigar a presidente Dilma Rousseff a recebê-la. Irritada, recusou ser recebida no Palácio do Planalto por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.




Flavio Rassekh, coordenador da visita de Ebadi no Brasil, afirmou
que a ativista “veio a Brasília para encontrar Dilma Rousseff e se
sentiu muito mal com a recusa”. Só não explicou por que uma estrangeira
deve pautar a agenda da presidnete República, que raramente inclui
reuniões com personalidades que não sejam chefes de Estado e de governo.



Ebadi chegou ao Brasil no meio da semana com declarações desafiadoras ao
governo brasileiro e afirmações nada diplomáticas. “Ela me receberá se
for defensora dos direitos humanos”, declarou, em tom ameaçador — e
inútil — contra Dilma.



Direitista convicta, ex-colaboradora do governo do xá Reza Palhevi, do
Irã, Sharin Ebade, é hoje a principal porta voz dos grupos mais
conservadores com atuação em todo o mundo, apoiados principalmente pelos
governos dos Estados Unidos e Israel. Sua atuação é repudiada por
outros dissidentes iranianos, como o jornalista Ali Mechem Derkay,
residente em Paris e membro de um grupo que não aceita a interferência
dos Estados Unidos nem de Israel nos negócios do Irã



Além de não falar pela comunidade iraniana de oposição, Ebade é
desqualificada para tal ação devido justamente a suas ligações com os
governos imperialistas e por sempre viajar protegida por agentes da CIA e
do Mossad. Sajjad Saharhiz, também jornalista iraniano independente,
muito respeitado nos meios políticos internacionais, escreveu um artigo
especificamente sobre a viagem de Ebade ao Brasil. Não faltam críticas à
ativista.



Sajjad Saharhiz lembra que, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, o Brasil mostrou altivez e soberania ao “apoiar o pacífico
programa nuclear do Irã, baseado nos princípios de justiça e
independência”. Segundo o jornalista, o Brasil também “fez esforços para
tentar resolver a disputa sobre o programa nuclear iraniano de forma
pacífica, o que resultou na Declaração de Teerã”.



O que Sharin Ebade deseja — diz o artigo é “enfraquecer a forte posição
adotada pelo Brasil em relação ao programa nuclear iraniano. Talvez a
missão dada a ela pelos seus senhores ocidentais seja pressionar o Irã
acerca de seu programa nuclear com alegações de violação de direitos
humanos. (...) Utilizando sua fama de ganhadora do prêmio Nobel e
seguindo sua missão especial, ela tentará convencer as autoridades
brasileiras a se distanciarem do Irã”.



Saharhiz lembra que a ativista, “tão leal à sua missão”, chegou a chamar
Lula
de “traidor”, apesar de o ex-presidente “ser extremamente popular e
respeitado pelo povo brasileiro e por tantas outras nações, e embora
suas políticas tenham feito do Brasil um país avançado”. O jornalista
indaga: “Por que uma figura independente e popular como Lula, que fez
grandes esforços para aumentar o desenvolvimento e prosperidade em seu
país e em outros países do Sul, deveria ser atacada por uma pessoa
tendenciosa como Shirin Ebade?”.

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