Economistas de bancos, nariz empinado, gostam de pontificar que o corte dos juros exigido pelo governo forçará a demanda, uma irresponsabilidade heterodoxa, sublinham, que atrairá contra o país o vento frio da inflação. Na verdade, o mecanicismo indigente vendido com soberba professoral recobre --agora se sabe-- uma perniciosa manobra perpetrada pela própria banca. Sob pressão direta da Presidenta Dilma para cortar taxas e reduzir spreads -- os maiores do mundo, no caso brasileiro-- os bancos simularam adesão ao apelo oficial, depois de escaramuças em que o sindicato do setor, a Febraban e seu presidente, sairam chamuscados. Ao mesmo empo, porém, conspiravam deflagrando a seca do crédito e o aumento explosivo dos preços das tarifas, componentes que juntos mais do que anulam qualquer corte perfunctório dos juros que possam fazer. Foi o que evidenciou a prévia do INPC para o mês de maio: a alta do índice de 0,51% foi tratorada pela explosão das tarifas da banca que subiram três vezes mais: 1,66%. Amanhã o dispositivo midiático neoliberal estampará manchetes cínicas para festejar a profecia autorealizável. O nome disso é sabotagem.
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