As notícias que chegam dos correspondentes de Carta Maior na
Europa formam um denso exclamativo de alerta. A austeridade estala o relho do desemprego nas costas de quase 27 milhões de pessoas no continente -mais de 19 milhões só na zona do euro. A fome está de volta numa sociedade que imaginava tê-la erradicado com a exuberância da política agrícola do pós- guerra, associada à rede de proteção do Estado social. A regressividade econômica se faz acompanhar da contrarrevolução sempre que a esquerda troca a resistência pela adesão à lógica cega dos mercados. O fundo do poço é o ponto mais perigoso de uma crise. As fragilidades estão no seu nível máximo. O próprio FMI alerta: nas condições atuais, cada unidade adicional de austeridade produz duas vezes mais decrescimento, do que no início do ‘ajuste'. O Brasil ingressa nesse capítulo do colapso neoliberal equilibrado em trunfos e flancos significativos. Se não dilatar o espaço da política na condução da economia, o governo corre o risco de perder o que tinha sem obter o que a ortodoxia lhe promete. Acreditar que o monólogo entre o BC e os mercados será capaz de reordenar a macroeconomia é terceirizar o país à lógica conservadora, até agora restrita à exortação midiática. Política é economia concentrada. O governo Dilma tem escolhas a fazer. E legitimidade para exercê-las. É a hora. (LEIA MAIS AQUI).
Uma saída possível
Em artigo anterior, Amir Khair criticou a ideia majoritária de que o o investimento como carro-chefe pode levar o país a registrar taxas de crescimento econômico próximas da média dos países emergentes (5%). Neste texto, ele avança seu raciocínio e afirma que uma saída possível está no consumo.
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Em artigo anterior, Amir Khair criticou a ideia majoritária de que o o investimento como carro-chefe pode levar o país a registrar taxas de crescimento econômico próximas da média dos países emergentes (5%). Neste texto, ele avança seu raciocínio e afirma que uma saída possível está no consumo.
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