Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Quando se chocar com a direita brasileira, pense na dos EUA

Qualquer brasileiro politizado e instruído que não seja muito rico e que não integre algum esquema empresarial ou político com interesses conflitantes com um mínimo de decência humana, teme e repudia o pensamento legítimo de direita e o ideário sobre organização social que essa ideologia luta para que se torne hegemônico nos quatro cantos da Terra.
Nem precisa ser “socialista”, seja lá isso o que for em um mundo atolado até o pescoço no capitalismo, que, por definição, significa a valorização do dinheiro em detrimento do ser humano. Sejamos honestos: se você não for canalha ou ignorante, entende que o pensamento de direita se baseia no egoísmo e na desonestidade intelectual.
O pensamento de direita só faria sentido em uma sociedade sem desigualdade de oportunidades, pois tal ideário se baseia na premissa do “mérito” sem levar em conta que vencer na vida (nos estudos e no trabalho, sobretudo) também depende de vantagens que as crianças e adolescentes recebem de herança dos pais.
Um dos exemplos mais eloquentes sobre como o ideário de direita é desonesto se encontra no sistema que impõe aos estudantes que disputam vagas no ensino público superior. Os vestibulares são uma aberração. Põem jovens paupérrimos, sem o mínimo acesso a bens culturais, para disputar vagas com jovens ricos que estudaram em escolas de excelência.
Grande mérito, o dos que chegam na frente…
Os ideólogos desse pensamento bárbaro e injusto, acalentado e difundido pela máquina de comunicação que a riqueza de que dispõe a direita impôs à humanidade, infectam qualquer sociedade livre, sendo sua verborragia obscena o preço a pagar pelas liberdades individuais. Temos que ser livres até para sermos os piores canalhas que se possa conceber.
No Brasil, a nossa direita choca as pessoas decentes e humanas mesmo que não tenham ideologia e politização. Muitos se chocam com o pensamento de direita sem nem saberem que é um pensamento político-ideológico.
Que cidadão decente, minimamente sensível e razoavelmente humanista pode concordar com o comportamento de alguém como o deputado Jair Bolsonaro, com seu racismo galopante, sua homofobia descontrolada e sua truculência (inclusive física) escancarada?
Bolsonaro, porém, não passa de expressão da direita desinibida, daquela que não tem vergonha de se assumir. Mas há outros expoentes desse pensamento que tentam disfarçar seus pendores autoritários, antidemocráticos, desumanos, egoístas.
Um Reinaldo Azevedo (colunista e blogueiro da revista Veja), por exemplo, simboliza a direita dissimulada, que não tem coragem de assumir seu ódio à diferença, seu apreço pela desigualdade, sua crença inabalável na segregação racial e social etc. Aliás, a própria revista, ou melhor, o próprio Grupo Abril é uma máquina de propaganda da direita, ou da ultradireita.
Só para abreviar este capítulo da direita brasileira, recorro ao verbete da Editora Abril na Wikipedia, de modo a resumir a natureza desse grupo empresarial:
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“(…) Em 5 de maio de 2006, a empresa de mídia sul-africana Naspers adquiriu 30% das ações do Grupo Abril. Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. Tratou-se da terceira transação a fazer uso das possibilidades abertas pela emenda constitucional nº 36, de 2002, que permite a presença de capital estrangeiro em empresas jornalísticas e de radiodifusão – antes completamente vedada – até o limite de 30%.
O novo dispositivo constitucional fora ‘inaugurado’ pela própria Abril, quando, em agosto de 2004, ela recebeu um aporte do fundo de investimentos Capital Group, que passou a deter 13,8% da empresa. A Naspers foi um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e prosperou com a segregação racial(…)”
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Precisa dizer mais?
Enfim, a direita brasileira é horrorosa. Chocante mesmo. Sua luta incansável contra o programa Bolsa Família, programa emergencial para socorro de legiões de miseráveis que vem sendo elogiado e copiado até por grandes e prósperas democracias, resume o ideário da direita brasileira.
Ainda assim, há um certo pudor da “nossa” direita em assumir seu egoísmo imanente. Nunca se viu essa manifestação da maldade e do ódio chegar ao ponto de pregar contra o precário sistema público de saúde que o Brasil construiu e que, a duras penas, garante a cada brasileiro que não morra à míngua sem qualquer atendimento.
Ou seja: a direita brasileira tem limites, voluntária ou involuntariamente.
Quando se olha para o que a direita norte-americana fez com o país mais rico e desenvolvido do mundo, chega-se a dar graças a Deus pela direita que infesta o nosso país. Pode ser considerada altamente progressista, sob tal comparação.
Reflita, leitor, sobre o que a direita dos Estados Unidos vem fazendo nessa questão do orçamento federal. Está sabotando não só o próprio país, mas o mundo.
Em um momento em que a potência hegemônica começa a se recuperar dos estragos que o partido Republicano causou ao longo da primeira década do século XXI, esse partido se nega a aprovar o orçamento federal caso o presidente Barack Obama não retroceda da implantação de um arremedo de sistema público de saúde que mal chega aos pés do nosso SUS.
A conduta dos republicanos é tão imoral que chocou até a nossa direita. Na edição do Jornal da Globo da última terça-feira, até o colunista Arnaldo Jabor se insurgiu contra seus congêneres ideológicos norte-americanos. Sim, Jabor, que vive a vituperar contra “esquerdismo” em seus comentários naquele telejornal.
Reproduzo, abaixo, o comentário dele sobre o que está perpetrando o partido republicano.
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O Obama disse bem: o país está ameaçado por uma cruzada ideológica de direita… É isso, a alma republicana não admite a lei de assistência médica que beneficia 15% do povo, que não pode pagar.
Eles não admitem que pobres sejam ajudados porque, para americano, pobre é vagabundo, fracassado, e ninguém pode pagar por ele.
Dizem que ele nem é americano, o Obama. Que é comunista…
O partido Republicano está dominado pelo Tea Party e seu líder disse: ‘A lei da saúde é a mais sórdida lei que o ser humano já conheceu…’
O SUS americano, o ‘Obamacare’, já foi votado há três anos e o supremo tribunal federal já referendou, mas os republicanos querem chantagear o presidente de qualquer maneira, mesmo quebrando a América.
Sabe o que é isso, os Estados Unidos dando calote em suas dívidas? Imagine a repercussão no mundo, já em crise…
Mas os canalhas não ligam, são irracionais e loucos mesmo. Não se conformam com um presidente negro, preocupado com questões sociais, querendo taxar mais os ricos. Há racismo nisso, sim. Forte.
E há o desejo de destruir o seu mandato. E pior: além da chantagem, querem culpar o Obama pelo impasse, fingindo que querem negociar.
Já são quatro anos de sabotagem. Obama está definhando, mas não vai ceder. Só negocia se deixarem a saúde intacta.
Ele está certo. É melhor enfrentar essa chantagem, e sua desgraça, do que continuar essa ópera bufa
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Alguns dirão que é demagogia de Jabor, que, como a Globo, vem tentando melhorar a própria imagem. Mas esse pudor da direita brasileira mostra a distância que, graças a Deus, ainda separa os ideólogos de direita desta nação e os seus homólogos estadunidenses.
E note, leitor, que o sistema de saúde de Obama nem é um SUS da vida. Na verdade, para simplificar, trata-se de um mega plano de saúde estatal para que os mais pobres possam recorrer à medicina privada. E cheio de limites de coberturas que, em nosso sistema de saúde público, não há.
O egoísmo, pois, é uma instituição americana. A mentalidade do americano médio o faz levar os psicopatas do partido Republicano ao poder a intervalos tantos, o que faz com que o país mais desenvolvido da face da Terra tenha a menor expectativa de vida entre os países desenvolvidos. Além de pobreza e desigualdade que não se vê em nenhum país rico.
A boa notícia é que a nossa direita é mais envergonhada que a deles e não tem coragem de ir tão fundo nesse culto obsceno ao egoísmo, à desumanidade, à canalhice em estado puro. A má notícia é que essa mesma direita brasileira acredita que, um dia, poderá reproduzir por aqui a imoralidade vigente no sistema de organização social norte-americano.

domingo, 12 de setembro de 2010

Racistas controlam a revista Veja



Altamiro Borges
Na sua penúltima edição, a revista Veja estampou na capa a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão e a manchete espalhafatosa: “Ela pode decidir a eleição”. A chamada de capa ainda trazia a maldosa descrição: “Nordestina, 27 anos, educação média, R$ 450 por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. O intuito evidente da capa e da reportagem interna era o de estimular o preconceito de classe contra o presidente Lula, franco favorito nas pesquisas eleitorais entre a população mais carente. A edição não destoava de tantas outras, nas quais esta publicação da Editora Abril assume abertamente o papel de palanque da oposição de direita e destina veneno de nítido conteúdo fascistóide.

Agora, o escritor Renato Pompeu dá novos elementos que apimentam a discussão sobre a linha editorial racista desta revista. No artigo “A Abril e o apartheid”, publicado na revista Caros Amigos que está nas bancas, ele informa que “o grupo de mídia sul-africano Naspers adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril, que detém 54% do mercado brasileiro de revistas e 58% das rendas de anúncios em revistas no país. Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. A notícia é de maio e foi publicada nos principais órgãos da mídia grande do Brasil. Mas não foi dada a devida atenção ao fato de a Naspers ter sido um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e ter prosperado com a segregação racial”.

Líderes da segregação racial

A Naspers tem sua origem em 1915, quando surgiu com o nome de Nasionale Pers, um grupo nacionalista africâner (a denominação dos sul-africanos de origem holandesa, também conhecidos como bôeres, que foram derrotados pela Grã-Bretanha na guerra que terminou em 1902). Este agrupamento lançou o jornal diário Die Burger, que até hoje é líder de mercado no país. Durante décadas, o grupo, que passou a editar revistas e livros, esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.

Como relata Renato Pompeu, “dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid”. O primeiro diretor do Die Burger foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial. Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante a sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.

Já P. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989. “Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”. Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).

Os tentáculos do apartheid

Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.

Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em 31 de dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%. A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”. Isto comprova que o poder deste conglomerado, que cresceu com a segregação racial, é hoje enorme e assustador na mídia brasileira.

Os interesses alienígenas

Mas as relações alienígenas da revista Veja não são recentes nem se dão apenas com os racistas da África do Sul. Até recentemente, ela sofria forte influência na sua linha editorial das corporações dos EUA. A Capital International, terceiro maior grupo gestor de fundos de investimentos desta potência imperialista, tinha dois prepostos no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins. Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira havia adquirido 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada por uma emenda constitucional sancionada por FHC em 2002.

A Editora Abril também têm vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002. O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, EUA, Canadá, Espanha e Portugal. Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da UFRJ, as primeiras parcerias da Abril com Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites. O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e Time Warner.

Ainda segundo Gustavo Barreto, “a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan – a mesma que calcula o chamado ‘risco-país’, índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil. Em outras palavras, ela expressa a percepção do investidor estrangeiro sobre a capacidade deste país ‘honrar’ os seus compromissos. Estas e outras instituições financeiras de peso são os debenturistas – detentores das debêntures (títulos da dívida) – da Editora Abril e de seu principal produto jornalístico. Em suma, responsáveis pela reestruturação da editora que publica a revista com linha editorial fortemente pró-mercado e anti-movimentos sociais”.

Um ninho de tucanos

Além de ser controlada por grupos estrangeiros, a Veja mantém relações estreitas com o PSDB, que é o núcleo orgânico do capital rentista, e com o PFL, que representa a velha oligarquia conservadora. Emílio Carazzai, por exemplo, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo FHC. Outra tucana influente na família Civita, dona do Grupo Abril, é Claudia Costin, ministra de FHC responsável pela demissão de servidores públicos, ex-secretária de Cultura no governo de Geraldo Alckmin e atual vice-presidente da Fundação Victor Civita.

Não é para menos que a Editora Abril sempre privilegiou os políticos tucanos. Afora os possíveis apoios “não contabilizados”, que só uma rigorosa auditoria da Justiça Eleitoral poderia provar, nas eleições de 2002, ela doou R$ 50,7 mil a dois candidatos do PSDB. O deputado federal Alberto Goldman, hoje um vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC, foi agraciado com R$ 15,8 mil. Ela também depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, a famosa empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB. Estes e outros “segredinhos” da Editora Abril ajudam a entender a linha editorial racista da revista Veja e a sua postura de opositora radical do governo Lula.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

Ley de Medios ou a presidenta Dilma morre.
A última baixaria do Zé


A crise do sigilo levou uma bala no peito com a reportagem da Carta Capital e de Leandro Fortes sobre as recordistas mundiais da abertura de sigilo, a filha do Serra e a irmã do Daniel Dantas.

Agora, é a crise do lobby, germinada pela Veja, a última flor do Fascio, aquela do grampo sem áudio.

Clique aqui para ler “não dura 24 horas a última baixaria do Zé”

Não bastará fazer como a Ministra Erenice fez: abriu todos os sigilos dela e da família e vai à Justiça.

Essa será uma ação individual contra uma instituição – a Editora Abril – que milita contra os interesses nacionais.

Amigo navegante me diz que PiG (*) será diferente com a Dilma: a Dilma não estimula o preconceito racial, de classe, que há contra o Lula.

Discordo.

Haverá sempre o preconceito contra a mulher – e o preconceito de classe.

A Dilma, como a Marta em São Paulo, será sempre perseguida porque traiu a classe e dedicou a atividade política aos pobres.

Isso é imperdoável.

O caminho inverso é o que o PiG (*) enaltece.

O pobre que tornar defensor dos ricos, como o José Serra.

O Mino Carta – que diz essa semana que o Zé Baixaria será o bode expiatório dos ex-donos do poder -, o Mino Carta sabe das coisas.

Ele foi o primeiro a dizer que a Dilma dava uma boa sucessora do Lula.

E, depois, o primeiro a lembrar que a Dilma não é metalúrgica.

Quer dizer, ela não vai poder recorrer ao carisma incomparável do antecessor: o metalúrgico nordestino, sem um dedo, que não fala inglês e chegou lá.

O PiG (*) e a elite branca (e separatista) de São Paulo serão incansáveis contra a presidenta.

O problema nuclear é ela ser trabalhista.

Dilma, por isso, não poderá cometer o erro do Lula.

Dilma vai precisar de uma Ley de Medios, porque ela não é metalúrgica, nordestina – e porque é mulher.

Mais do que isso.

Mesmo que ela tivesse todos os atributos do presidente Lula, quem precisa de uma Ley de Medios é a democracia brasileira.

Assim como o Brasil precisa distribuir a renda, instalar saneamento básico, aprimorar a educação etc etc, o Brasil precisa enfrentar essa ameaça permanente à democracia: o PiG (*).

O PiG (*) só produz crise, já disse, lá atrás, o professor Wanderley Guilherme dos Santos.

O PiG (*) escreve a agenda do Congresso e da opinião pública, disse, na crise do “caosaéreo”, a professora Marilena Chauí.

O PiG (*) e especialmente a Globo interditam a informação.

Como diz o Yacov, amigo navegante deste ordinário blog, o Brasil não passa na Globo.

O notável fenômeno da incorporação de uma Argentina ao segmento da Classe Média, no período de 7 anos – 32 milhões de pessoas –, esse progresso que entra pelos olhos de qualquer brasileiro que vá à rua – a Globo não viu isso.

Nem o PiG (*).

E como a Globo o PiG (*) não viram, o PSDB de São Paulo não viu.

E o Zé Baixaria é isso o que está aí: um saco vazio cheio de ódio.

A “mídia nativa”, diz o Mino, fecha a porta do Brasil aos brasileiros.

Os brasileiros só podem ver o que o PiG (*) quer.

A presidenta Dilma Rousseff terá a responsabilidade garantir o direito à Comunicação.

Um direito que vem da Grécia, da Revolução Francesa, de Tocqueville.

Não só a sobrevivência do Governo Dilma Rousseff estará em jogo.

É a própria democracia.

É por isso que este ordinário blogueiro faz parte do Instituto Barão de Itararé, que sob a liderança edificante do professor Fabio Comparato, prepara uma ADIN por Omissão para entrar no Supremo contra o Congresso Nacional.

Clique aqui para ler o notável artigo de Comparato: ele explica por que entrar com a ADIN.

O Congresso foi sitiado pelo senador Evandro Guimarães, o chefe do escritório de lobby da Globo em Brasília.

O Itararé quer que este sitiado Congresso regule os artigos da Constituição de 88 que tratam da Comunicação.

Nós, blogueiros independentes, fazemos a nossa parte.

A presidenta terá que fazer a dela.

Ou cai.

Os detritos de maré baixa da Veja e do PiG (*) poderão contaminar seu Governo irremediavelmente.

Dilma não é metalúrgica.

Em tempo: o Brizola se perguntava sempre: quantos passaportes tem o Sr. Civita ? Na Argentina, o Governo mandou a Editora Abril embora. Mas, lá, militar torturador vai para a cadeia …

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.