Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Em artigo, Fidel aponta holocausto palestino

:

"O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?", questiona Fidel Castro, líder da Revolução Cubana


247 - Em artigo publicado no jornal Granma, o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, afirmou que Israel comete holocausto contra o povo palestino. Leia, abaixo, a tradução feita pelo site Vermelho e publicada pelo Opera Mundi:

Fidel Castro: Holocausto palestino em Gaza

Fidel Castro | Granma | Havana - 05/08/2014 - 12h24
 
Novamente, peço ao Granma que não dedique espaço de primeiro plano a estas linhas, relativamente breves, sobre o genocídio que se está cometendo contra os palestinos. Escrevo-as com rapidez apenas para deixar constância do que requer meditação profunda.

Penso que uma nova e repugnante forma de fascismo está surgindo com notável força neste momento da história humana, no qual mais de sete bilhões de habitantes se esforçam pela própria sobrevivência.

Nenhuma destas circunstâncias tem a ver com a criação do Império Romano há cerca de 2.400 anos, ou com o império norte-americano que, nesta região do mundo, há apenas 200 anos, foi descrito por Simón Bolívar quando exclamou que: “(...) os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a infestar a 

América com misérias em nome da Liberdade”.

A Inglaterra foi a primeira real potência colonial que usou seus domínios sobre grande parte da África, do Oriente Médio, da Ásia, Austrália, América do Norte e muitas das ilhas antilhanas, na primeira metade do século 20.

Não falarei, nesta ocasião, das guerras e dos crimes cometidos pelo império dos Estados Unidos ao longo de mais de cem anos, mas só registrarei o que quis fazer com Cuba, o que fez com muitos outros países no mundo e só serviu para provar que “uma ideia justa desde o fundo de uma caverna pode mais do que um Exército”.

A história é muito mais complicada do que tudo o que foi dito, mas foi assim, em grandes traços, como a conheceram os habitantes da Palestina e, é lógico, igualmente, que nos meios modernos de comunicação se reflitam as notícias que diariamente chegam; assim ocorreu com a vexatória e criminosa guerra na Faixa de Gaza, um pedaço de terra onde vive a população do que restou da Palestina independente até apenas meio século atrás.

A agência francesa AFP informou, no sábado (02/08): “a guerra entre o movimento islamita palestino Hamas e Israel causou a morte de cerca de 1.800 palestinos (...), a destruição de milhares de lares e a ruína de uma economia já debilitada”, ainda que não assinale, à partida, quem iniciou a terrível guerra.

Depois adiciona: “(...) no sábado, ao meio-dia, a ofensiva israelense havia matado 1.712 palestinos e ferido 8.900. As Nações Unidas puderam verificar a identidade de 1.117 mortos, majoritariamente civis. (...) A 

Unicef contabilizou ao menos 296 menores [de idade] mortos”.

“As Nações Unidas estimaram (...) (cerca de 58.900 pessoas) sem casas na Faixa de Gaza.”

“Dez dos 32 hospitais fecharam e outros 11 foram afetados.”

“Este enclave palestino de 362 quilômetros quadrados não dispõe tampouco das infraestruturas necessárias para os 1,8 milhão de habitantes, sobretudo em termos de distribuição de eletricidade e de água.”

“Segundo o Fundo Monetário Internacional, a taxa de desemprego ultrapassa 40% na Faixa de Gaza, território submetido, desde 2006, a um bloqueio israelense. Em 2000, o desemprego afetava cerca de 20% e, em 2011, cerca de 30%. Mais de 70% da população depende da ajuda humanitária em tempos normais, segundo o Gisha [Centro Legal para a Liberdade de Movimentação].” 

O governo de Israel declara uma trégua humanitária em Gaza às 07h00 (hora de Greenwich) desta segunda-feira (04/08), entretanto, às poucas horas rompeu a trégua ao atacar uma casa em que 30 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram feridas e, entre elas, uma menina de oito anos, que morreu.

Na madrugada deste mesmo dia, 10 palestinos morreram como consequência dos ataques israelenses em toda a Faixa e já subiu a quase 2 mil o número de palestinos assassinados.

A matança chegou a tal ponto que o “ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira (04/08) que o direito de Israel à segurança não justifica o ‘massacre de civis’ que está perpetrando”.

O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?

A espécie humana vive uma etapa sem precedentes na história. Um choque de aviões militares ou aeronaves de guerra que se vigiam estreitamente ou outros fatos similares podem desatar uma contenda com o emprego das sofisticadas armas modernas que se converteria na última aventura do conhecido Homo sapiens.

Há fatos que refletem a incapacidade quase total dos Estados Unidos para enfrentar os problemas atuais do mundo. Pode-se afirmar que não há governo nesse país, nem o Senado, nem o Congresso, a Agência 

Central de Inteligência, o Pentágono, que determinarão o desenlace final. É triste, realmente, que isso ocorra quando os perigos são maiores, mas também as possibilidades de seguir adiante.

Quando houve a Grande Guerra Patriótica, os cidadãos russos defenderam seu país como espartanos; subestimá-los foi o pior erro dos Estados Unidos e da Europa. Seus aliados mais próximos, os chineses, que, como os russos, obtiveram a sua vitória a partir dos mesmos princípios, constituem hoje a força econômica mais dinâmica da terra. Os países querem yuanes, e não dólares, para adquirir bens e tecnologia e incrementar o seu comércio.

Novas e imprescindíveis forças surgiram. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujos vínculos com a América Latina e com a maioria dos países do Caribe e da África, que lutam pelo desenvolvimento, constituem a força que, em nossa época, está disposta a colaborar com o resto dos países do mundo sem excluir os Estados Unidos, a Europa e o Japão.

Culpar a Federação Russa pela destruição, em pleno voo, do avião da Malásia é de um simplismo desconcertante. Nem Vladimir Putin ou Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, nem os demais dirigentes deste governo fariam, jamais, semelhante disparate.

Vinte e seis milhões de russos morreram na defesa da Pátria contra o nazismo. Os combatentes chineses, homens e mulheres, filhos de um povo de cultura milenar, são pessoas de inteligência privilegiada e espirito de luta invencível, e Xi Jinping é um dos líderes revolucionários mais firmes e capazes que já conheci na minha vida.

Texto escrito 04 de agosto às 22h45. Tradução de Moara Crivelente, da Redação do Vermelho

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Como era o apartheid…nos EUA

Autor: Fernando Brito
apartheideua
As imagens aí de cima não são da África do Sul, nos tempos do apartheid.
São também do início dos anos 60, quando Mandela já estava preso por sua luta contra o racismo, mas foram tiradas nos Estados Unidos.
É algo que não está sendo devidamente lembrado nestes momentos de reflexão sobre a morte de Nelson Mandela.
O apartheid, nos EUA, tinha outro nome: Leis Jim Crow.
Elas vigiram por mais de 100 anos, entre a abolição da escravatura, em 1860, e 1965, quando foram revogadas nos estados onde remanesciam, por força da decisão da Suprema Corte.
Elas impediam o acesso à escola, ao transporte, aos ambientes públicos e até aos banheiros de pessoas negras em igualdade de condições com os brancos.
1965, repare. Não tem sequer 50 anos.
Até pouco antes, outra lei informal, a de Lynch – origem da palavra linchamento – era aplicada quase que sem punições a negros acusados de qualquer crime, por espancamento ou por enforcamento.
Isso não lembra nada a vocês, não, não é mesmo?
A memória do poder e da mídia são deliberadamente fracas.
Essa discriminação odiosa – que pode estar abolida nas leis, mas permanece no pensamento de parte significativa da elite americana – nunca impediu a imprensa brasileira de aformar que os EUA eram “o país mais democrático do mundo”.
Aqui, em nosso país, não faz 30 anos que a Lei Caó tornou o racismo crime inafiançável.
O que não impede que seja praticado toda hora no Brasil.
Apagar o ódio, como fez Mandela, não é o mesmo que apagar a memória.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Quando se chocar com a direita brasileira, pense na dos EUA

Qualquer brasileiro politizado e instruído que não seja muito rico e que não integre algum esquema empresarial ou político com interesses conflitantes com um mínimo de decência humana, teme e repudia o pensamento legítimo de direita e o ideário sobre organização social que essa ideologia luta para que se torne hegemônico nos quatro cantos da Terra.
Nem precisa ser “socialista”, seja lá isso o que for em um mundo atolado até o pescoço no capitalismo, que, por definição, significa a valorização do dinheiro em detrimento do ser humano. Sejamos honestos: se você não for canalha ou ignorante, entende que o pensamento de direita se baseia no egoísmo e na desonestidade intelectual.
O pensamento de direita só faria sentido em uma sociedade sem desigualdade de oportunidades, pois tal ideário se baseia na premissa do “mérito” sem levar em conta que vencer na vida (nos estudos e no trabalho, sobretudo) também depende de vantagens que as crianças e adolescentes recebem de herança dos pais.
Um dos exemplos mais eloquentes sobre como o ideário de direita é desonesto se encontra no sistema que impõe aos estudantes que disputam vagas no ensino público superior. Os vestibulares são uma aberração. Põem jovens paupérrimos, sem o mínimo acesso a bens culturais, para disputar vagas com jovens ricos que estudaram em escolas de excelência.
Grande mérito, o dos que chegam na frente…
Os ideólogos desse pensamento bárbaro e injusto, acalentado e difundido pela máquina de comunicação que a riqueza de que dispõe a direita impôs à humanidade, infectam qualquer sociedade livre, sendo sua verborragia obscena o preço a pagar pelas liberdades individuais. Temos que ser livres até para sermos os piores canalhas que se possa conceber.
No Brasil, a nossa direita choca as pessoas decentes e humanas mesmo que não tenham ideologia e politização. Muitos se chocam com o pensamento de direita sem nem saberem que é um pensamento político-ideológico.
Que cidadão decente, minimamente sensível e razoavelmente humanista pode concordar com o comportamento de alguém como o deputado Jair Bolsonaro, com seu racismo galopante, sua homofobia descontrolada e sua truculência (inclusive física) escancarada?
Bolsonaro, porém, não passa de expressão da direita desinibida, daquela que não tem vergonha de se assumir. Mas há outros expoentes desse pensamento que tentam disfarçar seus pendores autoritários, antidemocráticos, desumanos, egoístas.
Um Reinaldo Azevedo (colunista e blogueiro da revista Veja), por exemplo, simboliza a direita dissimulada, que não tem coragem de assumir seu ódio à diferença, seu apreço pela desigualdade, sua crença inabalável na segregação racial e social etc. Aliás, a própria revista, ou melhor, o próprio Grupo Abril é uma máquina de propaganda da direita, ou da ultradireita.
Só para abreviar este capítulo da direita brasileira, recorro ao verbete da Editora Abril na Wikipedia, de modo a resumir a natureza desse grupo empresarial:
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“(…) Em 5 de maio de 2006, a empresa de mídia sul-africana Naspers adquiriu 30% das ações do Grupo Abril. Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. Tratou-se da terceira transação a fazer uso das possibilidades abertas pela emenda constitucional nº 36, de 2002, que permite a presença de capital estrangeiro em empresas jornalísticas e de radiodifusão – antes completamente vedada – até o limite de 30%.
O novo dispositivo constitucional fora ‘inaugurado’ pela própria Abril, quando, em agosto de 2004, ela recebeu um aporte do fundo de investimentos Capital Group, que passou a deter 13,8% da empresa. A Naspers foi um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e prosperou com a segregação racial(…)”
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Precisa dizer mais?
Enfim, a direita brasileira é horrorosa. Chocante mesmo. Sua luta incansável contra o programa Bolsa Família, programa emergencial para socorro de legiões de miseráveis que vem sendo elogiado e copiado até por grandes e prósperas democracias, resume o ideário da direita brasileira.
Ainda assim, há um certo pudor da “nossa” direita em assumir seu egoísmo imanente. Nunca se viu essa manifestação da maldade e do ódio chegar ao ponto de pregar contra o precário sistema público de saúde que o Brasil construiu e que, a duras penas, garante a cada brasileiro que não morra à míngua sem qualquer atendimento.
Ou seja: a direita brasileira tem limites, voluntária ou involuntariamente.
Quando se olha para o que a direita norte-americana fez com o país mais rico e desenvolvido do mundo, chega-se a dar graças a Deus pela direita que infesta o nosso país. Pode ser considerada altamente progressista, sob tal comparação.
Reflita, leitor, sobre o que a direita dos Estados Unidos vem fazendo nessa questão do orçamento federal. Está sabotando não só o próprio país, mas o mundo.
Em um momento em que a potência hegemônica começa a se recuperar dos estragos que o partido Republicano causou ao longo da primeira década do século XXI, esse partido se nega a aprovar o orçamento federal caso o presidente Barack Obama não retroceda da implantação de um arremedo de sistema público de saúde que mal chega aos pés do nosso SUS.
A conduta dos republicanos é tão imoral que chocou até a nossa direita. Na edição do Jornal da Globo da última terça-feira, até o colunista Arnaldo Jabor se insurgiu contra seus congêneres ideológicos norte-americanos. Sim, Jabor, que vive a vituperar contra “esquerdismo” em seus comentários naquele telejornal.
Reproduzo, abaixo, o comentário dele sobre o que está perpetrando o partido republicano.
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O Obama disse bem: o país está ameaçado por uma cruzada ideológica de direita… É isso, a alma republicana não admite a lei de assistência médica que beneficia 15% do povo, que não pode pagar.
Eles não admitem que pobres sejam ajudados porque, para americano, pobre é vagabundo, fracassado, e ninguém pode pagar por ele.
Dizem que ele nem é americano, o Obama. Que é comunista…
O partido Republicano está dominado pelo Tea Party e seu líder disse: ‘A lei da saúde é a mais sórdida lei que o ser humano já conheceu…’
O SUS americano, o ‘Obamacare’, já foi votado há três anos e o supremo tribunal federal já referendou, mas os republicanos querem chantagear o presidente de qualquer maneira, mesmo quebrando a América.
Sabe o que é isso, os Estados Unidos dando calote em suas dívidas? Imagine a repercussão no mundo, já em crise…
Mas os canalhas não ligam, são irracionais e loucos mesmo. Não se conformam com um presidente negro, preocupado com questões sociais, querendo taxar mais os ricos. Há racismo nisso, sim. Forte.
E há o desejo de destruir o seu mandato. E pior: além da chantagem, querem culpar o Obama pelo impasse, fingindo que querem negociar.
Já são quatro anos de sabotagem. Obama está definhando, mas não vai ceder. Só negocia se deixarem a saúde intacta.
Ele está certo. É melhor enfrentar essa chantagem, e sua desgraça, do que continuar essa ópera bufa
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Alguns dirão que é demagogia de Jabor, que, como a Globo, vem tentando melhorar a própria imagem. Mas esse pudor da direita brasileira mostra a distância que, graças a Deus, ainda separa os ideólogos de direita desta nação e os seus homólogos estadunidenses.
E note, leitor, que o sistema de saúde de Obama nem é um SUS da vida. Na verdade, para simplificar, trata-se de um mega plano de saúde estatal para que os mais pobres possam recorrer à medicina privada. E cheio de limites de coberturas que, em nosso sistema de saúde público, não há.
O egoísmo, pois, é uma instituição americana. A mentalidade do americano médio o faz levar os psicopatas do partido Republicano ao poder a intervalos tantos, o que faz com que o país mais desenvolvido da face da Terra tenha a menor expectativa de vida entre os países desenvolvidos. Além de pobreza e desigualdade que não se vê em nenhum país rico.
A boa notícia é que a nossa direita é mais envergonhada que a deles e não tem coragem de ir tão fundo nesse culto obsceno ao egoísmo, à desumanidade, à canalhice em estado puro. A má notícia é que essa mesma direita brasileira acredita que, um dia, poderá reproduzir por aqui a imoralidade vigente no sistema de organização social norte-americano.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Hoje é o Dia contra o Racismo. O jn vai noticiar ?




Saiu na pág. 2 da Folha (*):

O assunto é racismo

Eliminar a discriminação contra negros


Eloi Ferreira de Araujo


Cotas, lei do ensino da história afro-brasileira nas escolas e o reconhecimento de quilombos foram vitórias, mas o racismo ainda impede a igualdade


Há 52 anos, em 21 de março de 1960, cerca de vinte mil negros protestavam contra a lei do passe na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Lutavam contra um sistema que os obrigava a portar cartões de identificação que especificava os locais por onde podiam circular. Era uma das lutas contra o apartheid.


No bairro negro de Shaperville, os manifestantes se defrontaram com tropas de segurança daquele sistema odioso. O que era para ser uma manifestação pacífica se transformou em uma tragédia. As forças de segurança atiraram sobre a multidão, deixando 186 feridos e 69 mortos. Esse episódio ficou conhecido como o massacre de Shaperville.


Em memória às vítimas do massacre, em 1976, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.


Destacar esse acontecimento é importante para que nunca esqueçamos dessa face cruel do racismo, que não hesita em atirar em pessoas indefesas. Assim, há 36 anos, o dia 21 de março é um marco para a comunidade negra na luta contra o racismo e as discriminações. Ainda hoje, a influência do racismo impede que negros vivam em condições de igualdade com os não negros.


As ações afirmativas de cotas na universidade para os jovens negros, o Prouni, o programa de saúde para a população negra, o reconhecimento das terras dos remanescentes de quilombos, o combate à intolerância religiosa em face das religiões de matriz africana, entre outras ações, trazem para ordem do dia um pouco dos desafios que ainda temos de enfrentar para construir uma sociedade mais igualitária.


Contudo, podemos nos orgulhar pelos avanços dados nos últimos anos. Um deles foi a lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio das escolas pública e particular de todo o país.


Outro foi a lei 12.288, que dispõe sobre o Estatuto da Igualdade Racial. Essa é a primeira lei desde a abolição da escravidão que reúne inúmeras possibilidades para que o Estado brasileiro repare, de uma vez por todas, as desigualdades que são resquícios da escravidão.


A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o ano internacional dos povos afrodescendentes. Buscou com isso que os Estados independentes concentrassem ações para reparar as desigualdades raciais.


Visto que foi insuficiente aquele período de tempo, instituiu a década dos afrodescendentes, que será lançada em dezembro de 2012.


É a hora do fortalecimento das ações pela igualdade em todos os países que tenham tido mão de obra escrava como base de seu desenvolvimento capitalista, algo que originou desigualdades raciais de natureza histórica.


O mundo é melhor com as diferenças e diversidades. Vamos continuar avançando na construção da cidadania e do acesso igualitário aos bens econômicos e culturais para negros, indígenas, ciganos e todos os segmentos minoritários da sociedade.


O massacre dos jovens negros de Shaperville será lembrado para sempre. A luta deles nos inspira a caminhar pela igualdade de oportunidades e por sociedades livres do racismo e do preconceito.


ELOI FERREIRA ARAÚJO, 52, é presidente da Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao ministério da Cultura



A reprodução deste artigo é uma singela homenagem a Ali Kamel, poderoso diretor de jornalismo da Globo, autor de um best seller “Não somos racistas”, e seu subordinado, Heraldo Pereira, que processa este ansioso blogueiro por … era só o que faltava ! … por … racismo !
Clique aqui para ler “Gilmar, Kamel e Heraldo, como PHA se defendeu”.
Este ansioso blog publica uma Antologia da Treva.
É uma seleta de artigos de Ali Kamel que se contrapõe à intenção da Globo de aproximar-se da Classe C. Porque Kamel, além de explicar por que não somos racistas, nem negros nem brancos, é contra o Bolsa Família, gostaria de fechar o SUS e o invejado sistema de saúde pública do Canadá, diz que o FHC fez o Apagão da energia para salvar criancinhas, é a favor da remoção de favelas, ou seja, 1, 2 3 mil Pinheirinhos, e chega a defender a Globo do que a Globo não se defende: a omissão diante da Campanha das Diretas Já.
Como se sabe, Ali Kamel, inimigo das cotas, é o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo.
Este ansioso sabe o que diz, porque trabalhou com os outros três.
A Globo é o Kamel !

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quem está por trás da ascensão do ultraconservador Tea Party?

“A hora do chá.” Esta frase costumava evocar mansões inglesas, reuniões de britânicos distintos ao redor de uma mesa de chá servido em xícaras de porcelana por um mordomo seguramente chamado James. Agora não.
Agora surge na mente o Tea Party, o setor ultradireitista dos EUA, com um think tank que difunde pensamentos muito antigos. Denomina-se Liberty Central (LC) e, para honrar seu nome, promove com orgulho a intolerância, o racismo, a rejeição ao aborto e aos casamentos gays.
É dirigido por Ginni Thomas, esposa do juiz Clarence Thomas, membro da Suprema Corte, e abriga 54 “agrupamentos amigos”, entre eles a ultracatólica Tradição, Família e Propriedade (TFP), uma réplica independente da TFP fundada em 1960 em São Paulo (Brasil) pelo político, jornalista e escritor Plínio Correa de Oliveira.
Plínio odiava a Revolução Francesa, o protestantismo, o catolicismo liberal, o marxismo, claro, e acreditava que a Inquisição espanhola foi a “mais bela página da história da Igreja” porque, enquanto durou, “a Igreja Católica foi expurgada de hereges”.
A TFP americana não fica atrás: em sua lista de amigos figuram proprietários de armas dos EUA, organização que insiste em que cada cidadão estadunidense deve ter sua metralhadora ou ao menos um revólver; Projeto de Soberania de Missouri, que propugna a insurreição armada para derrubar o governo; e 52 outros aderentes. Sempre esteve vinculada com a direita mais radical, incluindo a Fundação Internacional pela Liberdade (IFF, na sigla em inglês).
A IFF foi criada nos anos Reagan e é conhecida, sobretudo, pelo apoio ao regime de apartheid na África do Sul. Mas seu ativismo ocupou outras frentes. Segundo o pesquisador Richard Bartholomew, “a TFP teve um papel no golpe de estado brasileiro de 1964 e há indícios de que, no Uruguai, recebeu explosivos do agregado militar da embaixada do Brasil para atacar lugares onde os comunistas se reuniam. O diretor da revista chilena da TFP, Jaime Guzmán, se tornou um dos ideólogos do regime de Pinochet” (barthnotes.wordpress.com, 25-2-08). A homônima argentina foi criada por Mario Amadeo e seu líder mais famoso foi Cosme Beccar Varela.
A TFP/EUA se dedica, entre outras coisas, a recrutar jovens mediante práticas curiosas como as militares da Idade Média. Em julho passado promoveu um “chamado à fidalguia cavalheiresca” em um acampamento na Louisiana. Segundo a página eletrônica do grupo, “foram ensinadas algumas técnicas novas como o uso da lança e a arqueria medieval.
Os combates com espadas de utilería tiveram grande êxito, assim como as simulações de guerra no bosque tropical que rodeia a propriedade (www.tfpstudentaction.org, 18-7-10). Não fica claro se estes exercícios são brutais nem se especifica o número de braços e pernas quebrados durante sua realização.
O Tea Party se apresenta como um movimento popular, mas não se conheceria seu súbito sucesso sem as fortunas do bilionário do petróleo David H. Koch ou de Rupert Murdoch, dono do extenso império midiático News Corporation, que controla o grupo de canais Fox e Sky, os jornais diários The Wall Street Journal, The Sun, Times e apoiaram a uns 150 candidatos de extrema direita na recente eleição americana.
Todos eles se opõem ao aborto, alguns até em casos de estupro. Querem, sobretudo, uma política mais dura em todos os planos, mais liberdade de mercado, menos impostos, diminuição dos poderes do governo e do orçamento federal. Sharron Angle, uma dessas candidatas, exigiu a extinção do Departamento de Educação (como se chama o Ministério de Educação nos EUA) e do Organismo de Proteção Ambiental.
O apoio do Tea Party aos candidatos não foi só midiático. Koch, dono de uma fortuna pessoal de US$3,6 bilhões e dono com seu irmão Charles do megapolio Koch Industries, com faturamento anual estimado em US$100 bilhões (www. newyorker.com, 30-8-10), destinou enormes somas de dinheiro, por intermédio da fundação Americans for Prosperity, que preside, e da Freedom Works que financia, para alimentar as campanhas eleitorais dos candidatos do Tea Party. Todos estão sob a bandeira republicana e pode-se imaginar que fazem parte de uma luta interna pelo controle do partido.
O ex-juiz e pastor da igreja New Millenium de Little Rock, Wendell Griffen, definiu assim a ideologia do Tea Party: “Seu patriotismo consiste em um ataque constante à ideia de que os EUA acolham pessoas de qualquer nacionalidade, crença e origem étnica; seu supremacismo branco subliminar é um velho câncer do país, nunca eliminado porque em todas as épocas da história dos EUA os políticos o usaram para ganhar o apoio da maioria branca” (ethicsdaily.com, 1-11-10). As crises econômicas dão origem, às vezes, a expressões de movimentos populistas e nem todos são de esquerda.
Juan Gelman, poeta e jornalista argentino, no Página 12.
Tradução: José Carlos Ruy
No Vermelho