Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 27 de abril de 2014

HAITIANOS, GASPARI, VIANA E A HIGIENIZACÃO O que define melhor a elite bandeirante (e seus sabujos): facilitar a viagem ou desovar haitiano ? ​


Quatrocentos haitianos chegaram a São Paulo munidos do direito de ir e vir que a Constituição brasileira assegura a qualquer um que esteja em território nacional, de forma legal.

Chegaram a São Paulo, ao Acre, ponto de chegada, Porto Velho, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre.

Mas, só São Paulo deixou escapar do pré-sal de sua História o que o Governador do Acre Tião Viana chama de racismo e tentativa de higienização da sociedade brasileira.

Fossem americanos do Sul ou membros do Tea Party seriam recebidos pela Folha (*) e seus milhares de colonistas (**) com um tea-party no aprazível solar da Barão (sic) de Limeira.

Para situar o amigo navegante, o ansioso blog sugere ouvir a impecável entrevista do governador Tião Viana à Radio Eldorado, onde os apresentadores Haisem Abaki e Tatiana Ferraz (essa moça vai longe ! Um dia o Kamel descobre ela !) -
http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=273B7520AF0D499C859EC9337AB30A49.

Os implacáveis entrevistadores começam a perguntar se ele tinha avisado ao Alckmin que os haitianos estavam chegando.

A resposta dá o tom do que viria adiante.

Seria a primeira vez na História em que um governador ligaria para outro para avisar que chegavam pessoas a seus Estados.

Chegam a São Paulo, diz ele, todo dia, milhares de estrangeiros e ninguém avisa ao Alckmin: olha, tá chegando aí um americano de Boston !

(Se for de Harvard, possivelmente o colonista dos múltiplos chapéus. irá recebe-lo em Guarulhos.)

Seria uma censura prévia, pergunta Viana à implacável entrevistadora.

(Como diz o Mino, no Brasil os jornalistas são piores que os patrões.)

Os cidadãos em território brasileiro são livres para ir onde quiserem.

(O dos chapéus diz no título de sua enfurecida colona, no Globo e na Folha (êpa ! Êpa !): 

“Tão Viana desovou haitianos” – o que, por si só dava um belo processo na Justiça !

“Desova” – lembra o que, amigo navegante ?)

Desde dezembro de 2010, chegaram ao Acre 20 mil haitianos – sem aviso prévio, lembra Viana.

Desses, não há NENHUM sem documento !

Todos tem visto concedido pelo Estado brasileiro, ou CPF, ou Carteira do Trabalho.

E vão para onde querem e bem entendem.

Como qualquer um em território nacional !

“Não impeço ninguém de ir para onde quiser !”

O que está por trás disso, pergunta-se o “desovador” de haitiano: preconceito racial ?

Nenhum dos outros estados para onde foram haitianos reclamou.

Para evitar o verbo “desovar”, a Secretaria de Justiça (!)  de São Paulo, Eloisa Arruda, chamou Viana de “irresponsável !”.

Consta que chamou também de “coyote”, aqueles criminosos que cobram para traficar mexicanos ilegais para os Estados Unidos.

Viva a Chuíça (***) !

Tião Viana respondeu que ela não tem autoridade política para se dirigir a ele – “não tem estatura”.

(Mas, no jornal nacional, ela é superior a ele, governador…)

E Tião Viana trata de responsabilizar a elite paulista que, desde o Século XVIII, se comporta assim.

( “Bandeirante” adorava índio …)

A elite e os imigrantes meridionais que, aqui, incorporam seus vícios.

“Não mando ninguém para São Paulo nem para lugar nenhum !”, diz Viana

Mas, a Patricia Soneto no jornal nacional (essa, o Kamel já descobriu … http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/t/edicoes/v/mais-de-500-imigrantes-haitianos-ja-passaram-por-igreja-em-sp-desde-o-inicio-do-mes/3303466/) assegurou que Tião “facilita a viagem” (só faltou o “desovar”) para São Paulo !

“Os haitianos vão para onde querem !”, disse Viana.

Esses 20 mil haitianos tem uma rede de parentes no Brasil e, desde o Haiti, que se articulam para ir a diferentes pontos do pais.

O Acre é uma porta de entrada.

E a elite de São Paulo que afie as garras da intolerância (que pode ter outro nome), porque, segundo Viana, chegam ao Brasil, agora, também imigrantes do Senegal e da Nigéria.

Sem passar por Boston …

Em tempo: a Folha neste domingo celebra a troca de ombudsman. A Folha dedica mais espaço a colonas como a dos chapéus do que a informação. E o ombudsman não pode ombudsmar colonistas. E querem se levar a sério …

Paulo Henrique Amorim



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Madalena, Moacir, Ana, Nivaldo, Fabiana: “Perdi tudo”

As entrevistas deste vídeo foram concedidas à ativista Carmen Sampaio, que também nos enviou este e-mail:
Olá, amigos do Viomundo. Precisamos de vocês!
Enfim, tantas coisas a fazer, hoje a labuta é de novas necessidades. Nasce aqui o Mutirão da Informática  para os desabrigados de Pinheirinho.
Para quem não sabe, Necessidade é uma deusa grega, aquela da obrigação absoluta. Filha de Saturno, o pai do compromisso.
Necessidade é de tanta importância no Olimpo, que nem os deuses podem abdicar da experiência.
Assim, hoje, lançamos o Mutirão da Informática, elemento fundamental em nossa Lista de Necessidades.
Se você tem um notebook  ou pode fazer uma vaquinha com os amigos, para comprar um, saiba que precisamos de muitos, porque são muitos os necessitados. Você é nossa oportunidade de provar que o mundo bom existe.
Dez pessoas que doam 100 reais  compram tranqüilamente um notebook que pode fazer a diferença a um jovem desabrigado de Pinheirinho. Aceitamos usados e que exijam conserto.
Criar uma rede de comunicação móvel para o Povo de Pinheirinho é fundamental, pois a cada hora tudo muda e, já que o sistema não tem dignidade para agir, tomemos nós a dianteira e façamos o que precisa ser feito.
E sempre naquele esquema: se não é por compaixão,  afinidade, crer na ação, faça um “share” ou compartilhar, só por hábito.
Pois alguém que está com algo que não precisa, pode compartilhar. E isto será bom para todos.
Receberemos as doações de materiais eletrônicos em tempo integral. Basta ligar  para 11 9620- 2079 ou enviar e-mail para astrologia@terra.com.br. E marcar quando e como você quer fazer isso.
Precisamos de uma carta de próprio punho, fazendo a doação.
Somos apartidários e apenas pedimos a compreensão de quem tem tudo (ou quase)  e pode ganhar paz de espírito, por simplesmente fazer a coisa certa.
Felicidades e desculpem a longa mensagem.
Beijos
Carmen
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Wálter Maierovitch: São Paulo usa o crack para segregar os pobres

por Wálter Maierovitch
O fenômeno representado pelas drogas ilícitas é complexo. Desde o fracasso do proibicionismo, convencionado na sede nova-iorquina das Nações Unidas em 1961, vários países, preocupados com os direitos humanos e com a possibilidade de colocar a segurança pública na rota da civilidade, buscaram políticas próprias a fim de:
(1) contrastar a oferta pelo combate à economia das organizações criminais, (2) reduzir danos e riscos causados pelo consumo, (3) tratar sem crueldade os dependentes químicos, (4) eliminar os confinamentos territoriais, a exemplo das cracolândias, e (5) promover a reinserção social. A dimensão desse fenômeno foi mostrada na sexta-feira 6 pelos pesquisadores da University of New South Wales, na Austrália. Em um mundo com 7 bilhões de habitantes, uma pessoa em cada 20 consome habitualmente alguma droga proibida pela ONU. Temos um mínimo de 149 milhões de usuários e um máximo de 271 milhões. Por ano, as drogas ilícitas matam 250 mil pessoas.
A maconha é a droga proibida mais usada no mundo, consumida entre 125 milhões e 203 milhões de habitantes. A propósito de escolhas políticas, a Holanda admitiu, em 1968, para cortar o vínculo entre o traficante e o usuário, a venda de maconha em coffee shops. No primeiro dia de 2012, e com a volta dos conservadores ao poder, proibiu-se a venda ao turista estrangeiro. Segundo os economistas, haverá perda anual de 10 bilhões de euros, afetando o produto interno bruto holandês.
Na Suíça, não deram certo os espaços abertos para livre consumo. Dado o grande número de extracomunitários, que fizeram dos parques residências permanentes, com aumento de roubos, furtos e violência física, ocorreu uma correção de rota: desde 1995 o país fornece aos usuários drogas em locais fechados, com assistência médica.
Sobre extinção de áreas de confinamento, em Frankfurt foram implantadas as narcossalas em 1994, ou melhor, salas secretas para uso com apoio sociossanitário. Conforme apontei neste espaço em artigo intitulado “Cracolândia, a hora das narcossalas”, houve em Frankfurt e em outras oito cidades alemãs recuperações, reduções de uso e volta ao trabalho e às famílias. O sucesso levou, na Alemanha, as federações da Indústria e do Comércio a investirem 1 milhão de euros no projeto de narcossalas.
A política exitosa de Frankfurt foi copiada na Espanha. Nas grandes cidades dos EUA, aumentou o número de postos de saúde que ofertam metadona, droga substitutiva, para dependentes de heroína controlarem as crises de abstinência. Sobre as narcossalas, a Nobel de Medicina Françoise Barre Sinoussi luta pela implantação, em Paris, do modelo de Frankfurt.
As narcossalas foram fundamentais para o resgate social dos dependentes, antes empurrados para áreas urbanas degradadas, depois transformadas em confinamentos. Na capital paulista, a região central da Luz foi, por duas vezes, território de confinamento de prostitutas, ou seja, área onde os governos fizeram vista grossa para a exploração e o desfrutamento sexual de seres humanos.
Nos anos 1950, as prostitutas foram obrigadas a migrar da Luz para o bairro do Bom Retiro. Passados alguns anos, a prostituição e o rufianismo voltaram à Luz, em um confinamento chamado de Boca do Lixo. Nos anos 90, a Boca do Lixo cedeu lugar à Cracolândia. Um quadrilátero onde habitam ao menos 400 dependentes químicos e, diariamente, 1.664 usuários compram crack de pessoas a serviço de uma rede de abastecimento que as polícias estaduais nunca incomodaram.
Na Itália, conforme atestado pela ONU, a comunidade terapêutica denominada San Patrignano (Rimini), que acolhe 1,6 mil jovens, consegue recuperar 7 entre 10 que passam voluntariamente (não se aceita internação compulsória) pelos seus programas. San Patrignano é um centro de acolhimento sem discriminações ideológica, social e religiosa. É gratuito e não são aceitas verbas governamentais. Como empresa produtiva, banca as despesas.
Para acabar com uma Cracolândia, e sem um único posto de apoio médico-assistencial no local, a dupla Alckmin-Kassab, governador e prefeito, partiram para ações policialescas. Mais uma vez, assistiu-se à Polícia Militar atuando violentamente, sem conseguir expulsar os visíveis e expostos vendedores de crack.
A dupla busca a tortura físico-psicológica. Inventaram um novo tipo de pau de arara. Procuram, com o fim da oferta, provocar um quadro torturante e dramático de abstinência nos dependentes químicos. E, pelo sofrimento e desespero, os dependentes, na visão de Alckmin e Kassab, iriam buscar tratamento oficial. Esse torturante plano só é integrado no rótulo. A meta é “limpar o território” com ações militarizadas e empurrar para a periferia distante os “indesejados”.
Pano rápido. Nesse cenário desumano, que já dura mais de uma semana, percebe-se o sepulcral silêncio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que buscou no tema das drogas um palanque para se mostrar vivo politicamente. O silêncio de FHC é a prova provada da atuação farsante, própria de oportunistas.
Leia também:

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O TAMANHO DA ENCRENCA

* Mais um cientista do programa nuclear iraniano é assassinado num atentado a bomba, em Teerã, nesta 4ª feira**Mostafa Ahmadi Roshan é o 4º cientista do programa iraniano assassinado desde 2010** governo local atribui ações a serviços secretos de Israel e EUA** em recente anúncio de cortes de gastos militares, Obama adiantou que a nova doutrina de segurança dos EUA vai privilegiar ações 'pontuais' de eficiência imediata, espionagem e guerra cibernética**Guantánamo completa 10 anos** Obama engole promessas e  sanciona lei que permite aos EUA manterem 'suspeitos' em cárcere indefinidamente** 60% dos detidos no campo de concentração norte-americano foram presos sem provas** Sábado; 16 hs, rua Helvétia: churrasco da 'Gente Diferenciada' contra a 'Dor e o Sofrimento' na Cracolância, alvo da enésima investida kassabi-tucana de implantação da 'Nova Luz'.

 

O mundo está saindo do buraco ou a crise toma fôlego para mergulhar no porão do abismo? Há números e argumentos para cada gosto. No Brasil, economistas já falam em um ciclo internacional de pelo menos dez anos: é 'A Grande Depressão', arrisca Ioshiaki Nakano. Decifrar a  dominância financeira que gerou a crise e impede a sua superação é o requisito encarado por um grupo de economistas da Unicamp, coordenado por Ricardo Carneiro. Eles se debruçaram sobre o coração do capitalismo nos dias que correm: o mercado de derivativos. O grupo radiografou a singularidade teórica dessa roleta e dimensionou o tamanho da encrenca: US$ 600 trilhões, dez vezes o PIB mundial; 35 vezes a massa de ações negociadas em bolsas. A característica fundamental desse poder é que ele não se funda na propriedade jurídica dos bens, mas se apropria dos direitos sobre o seu desempenho. Sem um antídoto aos fundamentos, pode-se até mitigar etapas da queda. Mas será difícil escapar do buraco negro escavado por anos de perdas e danos (LEIA MAIS AQUI).


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SOLUÇÃO TUCANA PARA O CRACK: TROCAR O ENDEREÇO DO INFERNO

*Inflação brasileira fica dentro da meta em 2011 e desautoriza jogral midiático-rentista que via 'precipitação' no corte dos juros** Vagas: EUA criam 200 mil; Europa atinge recorde de desempregados --16,4 milhões** Grécia, um balanço do ajuste neoliberal: queda do PIB de 6% em 2011 ** desemprego de 17,5%** déficit público de 9%; vencimento de 14 bilhões de euros em dívidas até março (sem fundos)** preparação de um novo arrocho salarial exigido pelos credores** salto de 40% na taxa de suicídios desde o início do 'saneamento'


 
"Você prefere tratar um câncer localizado? Ou com ele espalhado por todo o corpo? É isso o que estamos fazendo: espalhando o câncer". (frase de um policial mobilizado pela dupla Kassab/Alckmin em mais uma 'operação definitiva' contra a Cracolândia, em SP; repressão a usuários da droga concentrados na região da Luz gera fuga para outros bairros e ruas adjacentes da capital. Folha de SP;05-01. Em 2009, Carta Maior publicou um ensaio fotográfico sobre o desafio da Cracolândia, abordando os dois lados do problema --o dos moradores e o dos usuários; a dupla Serra & Kassab então, prometia resolver 'de vez' o assunto.Veja: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16012)

A maquiagem da Cracolândia

Dois fatores fizeram os governos Alckmin e Kassab desencadearem uma operação policial na Cracolândia paulistana que não passa de vigarice político-eleitoral: as eleições municipais e – segundo informações da Folha de São Paulo – o medo de que programa do governo federal previsto para começar em breve rotule prefeito e governador como “inoperantes”.
Segundo a surpreendente reportagem do diário chapa-branca paulista que há anos acoberta o descalabro administrativo na capital e no Estado de São Paulo, “O alvo de preocupação da prefeitura e do governo estadual é o lançamento do programa federal Consultório de Rua”, que terá “Transporte de equipes de saúde em vans, com a marca do governo Dilma”.
É assustador o nível de delinqüência intelectual do governador e do prefeito. É inacreditável como essa operação fajuta não gerou nenhuma reação à altura, seja da Justiça, seja do Ministério Público, seja da imprensa. Mesmo a reportagem da Folha que denuncia as razões de essa operação ter sido desencadeada de afogadilho é discreta e suave, quando deveria ser dura e largamente difundida.
O que Alckmin e Kassab estão fazendo é apenas maquiar o problema. Mandaram a truculenta Polícia Militar expulsar os zumbis da Cracolândia sem se importarem com o destino deles, o que já faz com que se dirijam aos bairros no entorno dos Campos Elíseos.
A irresponsabilidade do prefeito e do governador de São Paulo é assustadora porque grande parte desses viciados está em crise de abstinência de crack, o que, como se sabe, torna o indivíduo violento e desesperado, podendo levá-lo a cometer qualquer ato criminoso para conseguir dinheiro para comprar a droga.
A maioria dos infelizes paulistanos – uma massaroca social incapaz de votar com o cérebro por estar acostumada a usar os pés  – está achando o máximo essa farsa que esses dois políticos caras-de-pau montaram. E continuará iludida, porque até que as urnas sejam fechadas, neste ano, a polícia tratará de impedir que se formem cracolândias pela cidade.
Devido à diáspora dos viciados e traficantes da Cracolândia original, a capital paulista, a esta altura, está infestada por centenas e centenas de pessoas desesperadas pela crise de abstinência, prontas a cometer qualquer atrocidade para conseguir meio$ de comprar a droga mortal.
Como bem estão dizendo os viciados que estão sendo expulsos, eles não têm para onde ir. E as autoridades estaduais e municipais reconhecem isso ao atribuírem “fases” ao processo que desencadearam, sendo que a primeira delas teria o objetivo de “sufocar” consumidores e desarticular o tráfico e só a segunda fase é que teria atendimento de saúde e social aos viciados.
Farsa, vigarice. É fácil expulsar os viciados. Difícil seria recolhê-los a centros de saúde e reabilitação que nem sequer existem. O importante, agora – para esses políticos sem-vergonhas –, é tirar a Cracolândia das vistas do eleitor e tratar de impedir que os viciados se reagrupem – pelo menos até as eleições. Depois volta tudo ao que era.
E se alguém pensa que o eleitor paulistano tem discernimento para perceber que só agora o governo do Estado – responsável primeiro pela Segurança Pública – e a prefeitura – segunda maior responsável – agiram, e ainda de forma inadequada, engana-se. Com ajuda da imprensa chapa-branca local, enganar esta cidade é o que há de mais fácil.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sorria, você está sendo curado

É de estarrecer a nota  da Agência Estado, dizendo – é literal – que a prefeitura e o Governo de S. Paulo estão buscando usar “dor e sofrimento” como estratégia de combate ao uso de crack.
Seria, em resumo, ir enxotando os usuários e traficantes dos pontos onde se fixam, para forçar os primeiros a buscarem ajuda e os segundos a desistirem do negócio.
Diz o o coordenador anti-drogas da Governo do Estado, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, conhecido como Dr. Laco (sem cedilha, por favor):
- A falta da droga e a dificuldade de fixação vão fazer com que as pessoas busquem o tratamento. Como é que você consegue levar o usuário a se tratar? Não é pela razão, é pelo sofrimento. Quem busca ajuda não suporta mais aquela situação. Dor e o sofrimento fazem a pessoa pedir ajuda.
E a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, promete até março – até março – que haverá 1.200 vagas para tratamento de dependentes.
O resultado deste genual terapêutica está retratado no portal R7: expulsos da Cracolândia original, proximo à Praça Julio Prestes, na capital paulista, viciados já montaram outra na Zona Sul Paulista e se espalham em pequenos núcleos próximos á região da Luz.
Ora, ninguém pode ser contra ações repressivas que impeçam a formação de “bairros do crack”, nem desconsiderar o direito dos cidadão que moram e trabalham nestas áreas. Nem compreender que, em alguns casos, tenha de ser contida com mais que um “por favor” a agressividade de pessoas fortemente drogadas e nas condições deploráveis que o crack produz.
Mas um profissional e um chefe de um serviço de saúde pública dizer que causar “dor e sofrimento” seja uma ação terapêutica, pelo amor de Deus! Seria voltar aos primórdios da ciência médica, ou dar razão aos inquisidores da Idade Média que pensavam ser a masmorra e a tortura instrumentos de conversão à fé.
Mas aqueles pobres sujeitos, degradados e abandonados, merecem, não é?Certamente o Dr. Laco (sem cedilha, por favor), acompanha a polícia às festas chiques dos Jardins para provocar “dor e sofrimento” para fazer os consumidores de drogas “pedirem ajuda” para se tratar, segundo o mesmo critério terapêutico.

2011: a barbárie capitalista na Europa

Por Altamiro Borges

A crise capitalista está produzindo cenas chocantes e inimagináveis na Europa. O Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), fruto das lutas dos trabalhadores e também do “medo do comunismo”, segundo o historiador Eric Hobsbawm, está sendo desmontado para saciar o apetite da burguesia rentista, maior culpada pelo caos europeu. Abaixo, três cenas deprimentes dos últimos dias:

Crianças entregues à adoção na Grécia



Segundo o jornal britânico Guardian, vítimas do desemprego crescente e da queda brusca de poder aquisitivo, famílias gregas têm entregado seus filhos para a adoção. Nas ruas de Atenas e de outras cidades, cresce o número de menores abandonados nas ruas. E médicos e enfermeiras afirmam que bebês recém-nascidos têm sido abandonados nas portas de várias clínicas.

O jornal relata o caso dramático de Dimistris Gasparinatos. Atolado em dívidas, ele decidiu entregar, na véspera do Natal, quatro de seus seis filhos para adoção numa instituição de Patras, vizinha de Atenas. “Psicologicamente, estávamos todos em meio a uma bagunça. Dormíamos em colchonetes no chão, não pagávamos o aluguel por meses, tínhamos que fazer alguma coisa”, descreve.

“Tenho vergonha de dizer, mas cheguei ao ponto de não ter nem €2 (R$ 4,8) para comprar pão. Não queríamos separar a família, mas achamos que seria melhor para eles, se quatro dos nossos filhos fossem enviados para uma instituição por dois ou três anos”. Segundo o prefeito da cidade, Theoharis Massaras, “os pedidos de auxílio social dispararam” nos últimos dois anos.

Em 2010, a prefeitura deu comida para 400 famílias no Natal. “Neste ano, 1.200 pediram ajuda e elas não eram de baixa renda. Muitos tinham bons trabalhos até este ano, quando seus comércios e negócios fecharam”, relata o prefeito. O pedido de adoção, porém, foi uma novidade em Patras. Mas, segundo várias ONGs, já há centenas de casos em todo o país devastado pela crise.

Cerca de 500 famílias entregaram seus filhos para ONG SOS Children's Village, segundo o jornal grego "Kathimerini". Um bebê foi deixado num berçário com o bilhete: “Não voltarei para pegar Anna. Não tenho dinheiro. Sinto muito. Sua mãe”. Dimistris Tzoura, diretora da ONG, confirma o quadro desolador: “Infelizmente, houve um aumento enorme de famílias passando necessidade”.

Barcelona cria cota para papel higiênico nas escolas

Segundo o jornal El País, a administração catalã, na obsessão neoliberal da “austeridade fiscal” que atormenta a Espanha em crise, decidiu estabelecer uma cota para o uso de papel higiênico nas escolas públicas de Barcelona. O documento oficial e jocoso sobre as “quantidades máximas de consumo” foi encaminhado pelo consórcio que dirige o setor, fixando a metragem do papel higiênico e de secar mãos.

Restrição aos mendigos em Paris

Da jornalista Angelique Chrisafis: “As cintilantes vitrines das lojas de luxo de Paris freqüentemente contrastam com a imagem de uma pessoa trêmula mendigando moedas nas imediações, encolhida por trás de uma cartolina onde se lê ‘fome’. Com a economia em crise, os pobres e os moradores de rua de Paris estão mais presentes que nunca nas entradas de edifícios e do metrô”.

Diante deste cenário, o presidente Nicolas Sarkozy decidiu lançar uma guerra contra os mendigos. O governo promulgou uma série de decretos que proíbem que mendigos circulem nas mais populares áreas comerciais e turísticas de Paris. “Ele diz que deter e multar mendigos é crucial para impedir que visitantes estrangeiros sejam importunados por pedintes ‘delinqüentes’”.

O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, definiu as medidas como “um golpe barato de relações públicas”, criado para “estigmatizar parte da população”. Para ele, “combater a pobreza com repressão e multas é chocante num momento em que o Estado não cumpre a obrigação de abrigar pessoas jovens e vulneráveis”. Sarkozy tentará sua reeleição neste ano. Por isso, ele reforça a sua imagem fascistóide.

sábado, 14 de maio de 2011

Estação da infâmia repelida pelos homens bons


Já não era o suficiente termos que aguentar a invasão dos aeroportos pela gente diferenciada, agora queriam os agentes do bolchevismo internacional, que nosso homeland fosse profanado pela estação da gentalha, atraindo pessoas desqualificadas, poluindo o higiênico ambiente com a presença de tais seres, ocasionando ocorrências indesejáveis. Tais entes inferiores não pertencem a este quartier e dele devem manter distância regulamentar, a exceção dos serviçais devidamente cadastrados e vigiados, por isso, não há função para tal parada do metrô por aqui, precisamos de mais helipontos e não de trens, pois enquanto a gentalha se mete em túneis abaixo da terra, nós, homens de bem, nos deslocamos pelos ares.
Cenas que não gostaríamos de ver
Além da gente diferenciada, o metrô traria cenas que não gostaríamos de ver
Além disso, não podemos acabar com a tradição do bairro. Vocês já viram o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, corintianos e eleitores do molusco apedeuta, uma gente diferenciada, morena e sem cultura para conviver no nosso meio. Não podemos permitir isso porque hoje é uma estação do metrô, amanhã será uma conjunto de habitações do “minha casa minha vida”! Assim não pode, assim não dá.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ELITES DIFERENCIADAS


Leve cidadania a Higienópolis no próximo sábado


Com a velocidade de propagação da internet, grande parte dos que se dispuseram – ou disseram que se dispuseram – a ir para diante do Shopping Higienópolis no próximo sábado para um “Churrascão da Gente Diferenciada” certamente já tomou conhecimento de que o jovem Danilo Saraiva, que convocou o ato público, propôs seu cancelamento.
As razões alegadas por Danilo para tanto, são de medo. Depois alterou “cancelamento” para alguma outra coisa que não ficou clara, mas a chamada que pôs no Facebook foi “Churrascão Cancelado”.
O rapaz já tinha manifestado medo de manter a montagem com a foto de Serra no divertido convite que confeccionou e que foi o que desencadeou uma onda que contaminou quase 200 mil pessoas. Apesar de a grande imprensa e vários blogs – este, entre eles – terem mantido a imagem, ele abriu mão da própria obra.
Depois, sempre manifestando medo, o rapaz alegou que poderia haver “violência”, “falta de espaço”, “sujeira”. Por último, declarou que poderia não haver “autorização” da Polícia Militar e da CET, mostrando que não conhece a Constituição Federal, que garante o direito de reunião e manifestação que esses órgãos, inclusive, reconheceram em nota sobre o possível evento.
Antes de prosseguir, há que dizer que não se pode culpar o jovem Danilo. Retirou a foto de Serra da convocação, segundo ele mesmo, porque o PSDB o teria pressionado. E diz que desistiu do ato, em sua concepção original, por conta do “grande número de pessoas” que aderiram, mas é óbvio que seus medos vão além. As próprias autoridades podem tê-lo amedrontado.
Vejam, o jovem pode estar empregado e ter medo de demissão, pois estaria mexendo com gente poderosa, os ricaços que conseguiram fazer o governo do Estado desistir de uma obra do porte de uma estação do metrô apenas para não incomodá-los. Isso sem falar de ameaças que quem já promoveu atos públicos, como este blogueiro, sabe que costumam ocorrer.
Volto a insistir: a foto do Facebook mostra que Danilo é bem jovem. Ele e outros jovens que ele diz que o ajudaram certamente se deixaram intimidar e deles não se pode exigir mais. A juventude de hoje não está acostumada a lutar pelos seus direitos como a geração que a antecedeu.
Não atribuo aos autores do Churrascão da Gente Diferenciada, pois, um pingo de acusação de covardia ou seja lá  do que for. É cultural do brasileiro, essa afasia cívica. E esse, aliás, é um dos nossos problemas. Na Europa, por exemplo, onde o povo galgou condições de vida invejadas pelo mundo todo, os cidadãos vão reiteradamente à rua protestar.
Mas a pressão foi muito grande. Colunistas de grandes meios de comunicação como Sergio Malbergier e Reinaldo Azevedo escreveram textos criminalizando o protesto, deixando no ar uma ameaça, além de conceitos tortos sobre o “direito” de pessoas não quererem uma obra pública em seus bairros, direito que some quando essa obra beneficia toda a cidade e a maioria dos que freqüentam o bairro.
É apenas uma questão matemática: 3.500 pessoas não querem a estação de metrô e quase 200 mil querem e se manifestaram nesse sentido pelo Facebook tanto quanto o grupo minoritário o fez por “abaixo-assinado” prontamente acolhido pelo governo do Estado.
Eis, aí, a diferença de direitos de cidadania que oprime o país ao lado de prisão especial e outras aberrações genuinamente tupiniquins.
Por conta disso tudo, no sábado, às 14 horas, estarei no Shopping Higienópolis para aderir a uma eventual manifestação que por lá venha ocorrer. Pode ser Churrascão ou o vozeirão da imensa maioria que repudia as idéias tortas desses que não compreendem o direito constitucional de manifestação e reunião ou tampouco o conceito de Res Publica.
Se até às 14:30 hs. do próximo sábado não tiver ninguém por lá, irei ao restaurante Sujinho comer um belo churrasco para me compensar pela decepção com a determinação deste povo de lutar pelos seus direitos e contra o domínio de poucos sobre o que é de todos. Se alguém quiser me acompanhar pelo menos lá, será um prazer.
PS: este texto foi inserido no post comunicando o “cancelamento” do “Churrascão da gente diferenciada”, que pode ser lido a seguir.
PS2: no fim da quinta-feira, por volta das 22:30 hs., o Danilo cancelou o cancelamento do churrascão e, agora, diz que vai acontecer.
PS3: Para que não reste dúvida do ato diante do Shopping Higienópolis amanhã, sábado, publiquei um post no Facebook. Confirme presença lá. Acesse clicando AQUI
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O perfil de Danilo Saraiva no Facebook anuncia: “CHURRASCÃO CANCELADO”. Como motivo, diz temer “violência”, produção de “lixo”, “falta de espaço diante do shopping Higienópolis”  e afirma que “não sabe” se a PM e a CET “autorizariam” o ato. Na quarta-feira no fim da tarde, ele também havia retirado a foto de José Serra do convite para o evento  alegando “pressão” do PSDB.
Abaixo, o texto que o jovem Danilo postou no perfil do Facebook que atraiu quase duzentas mil pessoas. Em seguida, faço um último comentário.
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Caros,
As intenções são nobres, mas devido ao grande número de adeptos, infelizmente, tivemos que cancelar o churrascão e transformá-lo em um ato realmente bonito.
A Associação Defenda Higienópolis e os moradores do bairro, que participaram do abaixo-assinado, estão de cabelos em pé. Com o Churrascão, conseguimos também que o Ministério Público investigasse as intenções por trás do cancelamento da estação de metrô na Avenida Angélica e até um pronunciamento oficial do governador Geraldo Alckmin. Somente esses mais de 45 mil confirmados serviram para provar que o povo paulistano (e todo mundo de outras cidades) que participou não é mesquinho como dizem por aí. Somos humanos, temos voz e direitos. Tais direitos não são garantidos apenas a uma elite, mas sim a todos que trabalham, que estudam e que passeiam por essa grande cidade e pagam impostos. Não é a conta bancária de um que determina a dignidade (ou falta de) do outro.
O metrô, hoje, não atende a necessidade de quem mora nesta cidade. O transporte público é risível. Ônibus lotados a tarifas absurdas, veículos em situação precária, falta de corredores, atrasos em obras, acidentes, são apenas algumas das situações que tornam São Paulo ainda mais caótica do que ela deveria ser, graças ao seu número de habitantes.
A ideia de cancelar o evento partiu por duas razões: ainda que a subprefeitura da Sé não tivesse mostrado qualquer atitude contrária ao Churrascão, a Polícia Militar e a CET mostraram preocupação, uma vez que a avenida Higienópolis, onde o evento seria realizado, é muito estreita e mesmo que nos seja assegurado o livre direito de nos manifestar, ainda não podemos obstruir vias públicas e tampouco nos responsabilizar pelas atitudes de manifestantes mal-intencionados, que por vezes vão ao evento apenas com intuito de depreciar a propriedade pública e privada, além de agredir aqueles que, como eu e meus amigos que me ajudaram a organizar o flashmob, estão apenas tentando fazer sua voz valer, acima de tudo. Em poucas palavras, seria quase certo o uso de violência física contra os manifestantes, e arcando com essa possibilidade, não podemos deixar que ninguém saia ferido por conta de uma brincadeira.
Há de se levar em conta também a quantidade de lixo que iríamos produzir. Isso é um prejuízo grande não só ao povo paulista como à prefeitura, que, apesar de ser quase sempre incompetente no que se refere aos direitos dos cidadãos, tem problemas maiores para resolver.

Sendo assim, modificaremos o caráter do evento. Ele será realizado com o intuito de realmente ajudar a população carente, que não têm condições nem voz para arcar com as atitudes mesquinhas desses moradores do bairro de Higienópolis que assinaram a petição contra a estação de metrô.
- Ao invés de uma baderna, podemos organizar um ato público de ajuda aos mais necessitados.
- Estamos ainda conversando com os órgãos competentes para que esse evento faça realmente uma diferença e mostre a nossa voz ao governo, que tanto oprimiu quem nunca teve condições de dialogar e seu único direito, quase sempre falho, foi o voto.
- Daremos coordenadas sobre o que será feito no sábado, a partir das 14h, com concetração na Praça Villaboim.
- A princípio, reuniremos assinaturas e as encaminharemos ao governo do estado para que eles prestem esclarecimentos, planos concretos e datas sobre as novas estações e linhas do metrô.
- Pretendemos também, ao invés de uma festa, arrecadar agasalhos e alimentos durante a manifestação, mas para isso, ainda precisaremos fechar um acordo com ONGs que se interessem pelo material arrecadado.





- Aos manifestantes que expressaram preconceito contra os judeus moradores do bairro, fica meu lamento. Vocês são tão pobres de espírito quanto aqueles que assinaram a petição contra o metrô.
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Realizei alguns atos públicos, obviamente que nunca com tal quantidade de gente. Realmente é complicado, dá um frio na barriga.
Em 2009, durante o ato da Ditabranda, convocado por este blog, compareceram 500 pessoas e tudo deu certo. Contudo, temi que alguma coisa pudesse ocorrer. Recebi, aqui, várias ameaças, inclusive.
Deve ter sido o que aconteceu com Danilo.
Assim mesmo, surpreende que Danilo acredite que precisa de “autorização” da PM e da CET para se reunir e se manifestar na via pública.
Como em 2009, portanto, reproduzo, abaixo, o preceito constitucional que garante a cada brasileiro o direito de manifestação e reunião. É bom que a juventude conheça. Pelo sim, pelo não…
ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Dos direitos e garantias fundamentais
Inciso XVI
Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Elite Branca tenta barrar construção de moradias populares e obra em favela

Insatisfeitos com as obras de urbanização da favela do Real Parque (zona oeste de São Paulo), moradores da elite paulistana de nove condomínios de alto padrão da região acionaram o Ministério Público para que a construção de moradias populares executada pela prefeitura seja paralisada.


Em documento entregue ao Ministério Público no início deste mês, os moradores de condomínios de luxo alegaram que as obras da prefeitura começaram sem a conclusão de estudos de impacto ambiental e de trânsito na região por causa do núcleo habitacional.


Além disso, eles reclamam que a Secretaria Municipal de Habitação alterou o projeto inicial e ampliou a área ocupada hoje pela favela em 40% -ficou 14.524 m2 maior, dizem.


Atualmente, a favela do Real Parque tem cerca de 6.000 moradores. O objetivo da prefeitura é que todos eles passem a ocupar os 1.135 imóveis que estão sendo construídos no bairro.


A obra, que começou em outubro do ano passado, está orçada R$ 140,8 milhões. A previsão é que seja concluída em abril de 2013, segundo a prefeitura.


O secretário de Habitação, Ricardo Pereira Leite, disse à coluna Mônica Bergamo que a política de habitação "não é de higienização, aquela de levar os moradores das favelas para a periferia".


Diante das reclamações, moradores da favela dizem que estão sendo discriminados e que já chegaram a ouvir pedidos de que as lavanderias dos apartamentos não fiquem de frente para os vizinhos de luxo.


"Eles acham que somos menos do que eles, por isso não nos querem como vizinhos", afirmou a dona de casa Josefa Alves, 38, que há 20 anos vive na região.


"Convivo com eles há 15 anos. O problema é como a prefeitura tem conduzido a discussão" , disse o administrador Luiz Neto, morador de um dos prédios de luxo.


"O projeto não está bom nem para nós nem para eles", acrescentou Neto, que disse ter sido avisado das mudanças no projeto original por umafuncionária de sua casa que mora na favela.O Ministério Público informou que ainda está analisando a documentação apresentada pelos condomínios.Informações da Folha