Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 1 de setembro de 2013

Ombud da Folha diz ai, ai, ai para mentira do jornal

aiaiai

1 de setembro de 2013 | 07:48

A jornalista Suzana Werner, ombudswoman da Folha, critica neste domingo a matéria de pura propaganda do jornal ao anunciar em manchete, sexta-feira,  que “Prefeitos demitirão médicos locais para receber os de Dilma”.
Ela reconhece que “embora uma das regras básicas da Folha seja sempre ouvir o outro lado, o Ministério da Saúde não foi procurado e que se a reportagem tivesse ouvido antes o Ministério da Saúde, o jornal teria registrado que há um cadastro on-line que permite ao governo “monitorar mudanças de equipe e punir os municípios que fizerem trocas”.
Mais, D. Suzana: teria sabido que o convênio que as prefeituras assinaram proíbe clara e expressamente que isso aconteça, sob pena de anulação.
Ela diz que a chefia justificou-se por não ouvir o Ministério porque o “outro lado” seriam os prefeitos. Os médicos são “da Dilma” para a manchete, mas para a apuração do jornal são “do prefeito do interior”.
Ah, bom…
Quer ver como uma apuração de estagiário, com a simples preocupação de perguntar à Assessoria de Comunicação do Ministério – ou passar alguns minutos no Google, como fez este blog, “derruba” a matéria de manchete para notinha?
“Embora isso seja proibido pelo convênio que assinaram com o Ministério da Saúde, alguns prefeitos pretendem substituir profissionais de suas unidades de Saúde por aqueles que receberão no programa “Mais Médicos”…
Pronto, o escândalo nacional teria se reduzido ao que é, uma pretensão de esperteza de meia dúzia de prefeitos interioranos.
Folha sequer se deu ao trabalho de perguntar às supostas “vítimas” dos médicos cubanos onde trabalhavam, para saber se eram plausíveis as alegações de que faltavam sistematicamente ao serviço. A Dra. Junice Moreira, que Suzana reconhece ter recebido “grande destaque” do jornal, tem, segundo o cadastro do SUS, até primeiro de agosto deste ano, quatro empregos em prefeituras, distantes 442 quilômetros entre si, perfazendo uma carga horária de incríveis 128 horas semanais -18 horas e 15 minutos diários, se trabalhar de domingo a domingo, sem folga – , sem contar as viagens entre os seus plantões.
Isso é irrelevante, também? Basta dizer que saiu para dar lugar a um cubano e ajudar na histeria.
ombusdwoman da Folha, como se previu aqui, diz “ai, ai, ai, pessoal” para os repórteres, mas se omite de dizer que a definição de que essa má apuração passou por toda a cadeia de comando do jornal até ser definida como manchete. E que essa cadeia de comando não é composta de correspondentes no interior, mas de gente com capacidade mais que sobrante para avaliar o rigor da apuração.
Para eles, nem “ai, ai, ai”.
Com esse nível de jornalismo, é estranho que ela se limite a afirmar que o jornal “errou um pouco a mão”.
Levou ao leitores – e aos muito mais não-leitores, porque manchetes funcionam como cartazes afixados em dezenas de milhares de bancas de jornais – um não-fato.
E divulgar não-fatos como verdades é desastroso, como a Folha deveria ter aprendido no malsinado caso da Escola-Parque.
Mesmo que alguns prefeitos pretendessem tentar fraudar o programa, isso não poderia acontecer sem consequências.
Pior, generalizou uma eventual intenção de um ou dois secretários de saúde (uma delas ex-vereadora tucana) para torná-la um fenômeno nacional:”Prefeitos demitirão médicos locais para receber os de Dilma”!
Nestes tempos em que a Folha pretende discutir ética médica, tomara que não seja com os parâmetros de sua ética jornalística.
Mas quem somos nós para criticar, não é? O Tijolaço é apenas um “guerrilheiro cibernético”, segundo a ombudswoman.
Que seja, mas não age assim: “criando”  informação para sustentar opinião.
Por: Fernando Brito

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Verônicas: a Folha está apurando!


Posted by Leandro Fortes under Rir é o melhor remédio
Enfim, um caso exemplar de jornalismo investigativo na imprensa brasileira
Leio no Blog do Nassif um post sobre a carta do leitor Ricardo Montero enviada à ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, na qual ele questiona as razões de o jornal paulistano não ter repercutido a informação, publicada na CartaCapital, sobre a monumental quebra de sigilo bancário levada a cabo pela empresa Decidir.com, das sócias Verônica Serra, filha de José Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas. O leitor de Nassif quis saber o porquê de a Folha ter ignorado a matéria da Carta, mas ter dado amplo destaque a uma outra, da Veja, sobre a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Abaixo, a carta de Montero, sobre a qual comento em seguida:

“Prezada ombudsman,

O que justifica a Folha nada comentar a respeito da matéria da CartaCapital desta semana, que mostra a violação do sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros pela firma Decidir.com, ocorrida em 2001, sendo a empresa de propriedade de Verônica Dantas e Verônica Serra?

O que justifica a Folha, ao repercutir a matéria da Veja desta semana (caso Erenice Guerra), engolir a versão do repórter da Veja, apesar de desmentidos categóricos vindos até de sua suposta fonte (que inclusive é erradamente apresentado pela revista como dono de uma empresa envolvida no imbróglio)? A folha não deveria agira com mais cuidados neste caso?

Enfim, nos últimos tempos, a Folha tem se superado na ruindade. Saudades do Frias-pai!

Cordialmente

Ricardo Montero”

A resposta de Suzana Singer, curta e melancólica, restringiu-se a repassar ao leitor uma informação burocrática, eivada de pavor funcional, do editor Allan Gripp, da editoria do caderno Poder da Folha. Eis-la:

“Caro Ricardo,
agradeço sua manifestação. Abaixo transcrevo resposta de Alan Gripp, da editoria do caderno Poder.
Atenciosamente,

Suzana Singer

“Nós estamos apurando a história, mas não tivemos acesso ainda ao processo (em sigilo).”

Quando li o post no Nassif, dei uma gargalhada. Uma sonora e feliz gargalhada, uma reação familiar às desgraças do cotidiano que eu e meus irmãos herdamos de meu pai que, até hoje, aos 75 anos, sofre de maravilhosos ataques de risos quando diante de tolas tragédias do dia-a-dia.

Então, a Folha não repercutiu a matéria da Carta porque está “apurando a história”? Como assim? Essa história já foi apurada pela Folha em 2001! Foi um então repórter da Folha, Wladimir Gramacho, que descobriu a quebra de sigilo. Na época, no entanto, ele se centrou não no quadro societário da Decidir.com, formado pelas Verônicas, mas na emissão de cheques sem fundo de 18 deputados. Para apressar a apuração e ajudar a Folha a publicar o assunto antes das eleições de 3 de outubro, aconselho ao editor de Poder buscar as informações nos arquivos digitais do jornal, embora, hoje, não seja uma tarefa muito fácil. A Folha tratou de tornar quase impossível, mesmo aos assinantes, encontrar a matéria pelo site do jornal. Só consegue acessar a reportagem quem sabe a data exata da publicação – 30 de janeiro de 2001 –, mesmo assim, depois de passar pelo índice da edição e dar de cara com uma manchete totalmente descolada do assunto principal: “18 deputados emitiram cheques sem fundo”.

Mas fica a dica, à guisa de generosidade.

Outra coisa: de onde o editor tirou essa história de que existe um processo? Ainda mais em sigilo? Só se for algum tipo de sigilo editorial, porque, na Justiça mesmo, nada foi aberto. O acordo das Verônicas com o Banco do Brasil, no governo Fernando Henrique Cardoso, embora sutilmente noticiado pela Folha, não foi investigado por ninguém, apesar de o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB, ter enviado ao Banco Central um pedido de explicação por conta da quebra do sigilo bancários dos 18 deputados que emitiram cheques sem fundo – um crime muito mais grave, como se sabe, do que se associar à família Dantas para quebrar o sigilo bancário de estimados 60 milhões de brasileiros.

Então, meus caros leitores, só rindo mesmo.