Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

STF salva Renan e completa-se o bananal


Tereza Cruvinel
"O pacto pelo alto", ou a conciliação entre as elites – feliz categoria que nos legou o historiador José Honório Rodrigues para explicar os "acordöes'' entre os donos do poder – voltou a se manifestar na tarde desta quarta-feira com a decisão do STF de manter Renan Calheiros na presidência do Senado, embora afastado da linha sucessória. E com isso, completou-se a regressão do Brasil, até há pouco tempo uma jovem e promissora democracia, a um grande bananal. Nas últimas horas um ministro da suprema corte destituiu sozinho o presidente de uma casa do Legislativo, estando inconcluso um julgamento sobre o tema, interrompido quando já havia uma maioria. O intimado dobrou o erro ao ignorar a notificação e dar olé no oficial de justiça. A Mesa do Senado informou protocolarmente ao STF que desconheceria a liminar até o julgamento do plenário, que reunido hoje, atendeu aos apelos e encontrou o jeitinho para manter Renan no cargo. E o fez, com argumentos jurídicos, em nome da aprovação de uma emenda constitucional que invade os mandatos de futuros presidentes – logo, a vontade popular futuramente expressa nas urnas – com um teto rígido para os gastos do Estado. Com o STF decidindo por razões políticas, ainda que com amparo constitucional, viramos mesmo uma república bananeira. Um "bananão", como dizia Paulo Francis nos primórdios da redemocratização.
O mesmo Supremo que lavou as mãos diante do golpe parlamentar contra Dilma, limitando-se a fixar ritos e a presidir sessões, e eximindo-se de examinar a configuração ou não de crime de responsabilidade, agora conseguiu a "flexibilidade" que lhe permitiu atender ao governo, ao Senado e a Renan. Limaram com elegância litúrgica o ministro Marco Aurélio para derrubar sua liminar. O decano Celso de Mello, sempre tão assertivo, manejou as palavras com delicadeza para retificar seu voto do dia 3 de novembro. O que quis dizer ali, explicou em jurisdiquês, é que o réu perante o STF fica impedido de substituir o presidente da República mas pode conservar o mandato e o cargo de dirigente do poder que integra. Uma luva para a mão de Renan. Mello, que como decano sempre vota por último, antes do ou da presidente, votou primeiro, numa inversão destinada a abrir a fila para que outros o seguissem. Luiz Fux fez um contorcionismo verbal e jurídico admirável para concluir que o STF não deve interferir na agenda do outro poder. Por fim, votou a presidente Carmem Lúcia, oferecendo a Marco Aurélio as flores da reverência, enaltecendo a independência da corte, antes de acompanhar o voto divergente aberto pelo decano. Mas foi ela a mais explícita, ao falar da necessidade de prudência diante das dificuldades econômicas e políticas do país, embora tenha, como outros, argumentando que a liminar pecou por antecipou-se ao julgamento, ainda não concluído, sobre a situação dos réus que estão na linha sucessória. Por isso foi acolhida parcialmente. Ou seja, Renan fica no cargo mas não poderá substituir Temer. Isso não estava em casa, mas façamos de conta. Ficaram com Marco Aurélio, fora do acordão, Fachin e Rosa Weber.
Os conchavos vararam a noite em busca de uma saída para o beco institucional. Temer entrou firme no jogo expondo a ministros do STF a importância de manter Renan na presidência do Senado para garantir a aprovação da PEC 55. "Quanto poder!", ironizou o ministro Marco Aurélio. Eis um governo que depende de um homem, e de uma estripulia da mais alta corte, para garantir a governabilidade, reduzida à aprovação de uma emenda constitucional e uma LDO. Este é o seu programa de governo. Depois, seja o que Deus quiser. E as elites, muito em breve, quando estiver vencida esta etapa para a qual escalaram Temer presidente, farão outro "pacto pelo alto", livrando-se dele para entronizar outro governante, eleito em outro conchavo.
O povo? Como em outros momentos históricos de conciliação entre as elites, estará alheio ou fazendo papel de massa de manobra. Os tolos que foram às ruas no domingo apoiar a Lava Jato e pedir a cabeça de Renan agora irão bater panelas exibindo caras de tacho? A massa de manobra por vezes erra o tom da cantilena. Mas as elites se entendem, acima dela.

O ESTRANHO TELEFONEMA DE CÁRMEN LÚCIA A TEMER PARA PROPOR UM PACTO COM RENAN CALHEIROS

sexta-feira, 12 de julho de 2013

PACTOS DE DILMA ESTÃO AMEAÇADOS PELO CONGRESSO

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Pacto é agir e falar ao povo




Nas eleições de 1982, boa parte da esquerda defendia que não era momento de fugir da “frente ampla” das oposições à ditadura. E que, portanto, isso significava não nos mostrarmos ao povo com nossa cara, definida, limpa, com seu próprio significado.
Brizola foi acusado de “divisionista” por recusar ser parte disso que ele chamava de “geléia geral” da política.
Lembrei disso pensando na reunião da Presidenta Dilma Rousseff, hoje, com os governadores.
Vamos ficar nessa história de “pacto” ou vamos fazer, diante da população uma espécie de “quem é quem e quem defende o quê”?
Nada contra ouvir e nada contra respeitar o pacto federativo e as autonomias dos Estados.
Mas que cada um assuma suas responsabilidades.
E a responsabilidade do Governo Federal é liderar.
Questão por questão, cabe ao Governo Federal apontar um caminho e dizer aos governadores: “quem vai nessa”?
Na questão dos transportes, condicionar os repasses do enorme volume de financiamentos federais aos sistemas de mobilidade urbana – veja o post anterior – a uma política tarifária transparente e controlável.
Na questão da Educação, hora de fazer valer os 100% dos royalties para um projeto de revolução educacional, não para financiar gastos supérfluos de estados e municípios. Dinheirinho sagrado, como dizia a minha avó.
Quem for contra 100% dos royalties na Educação, como é FHC, que mostre a cara.
Na saúde, se os médicos criticam a chegada de profissionais do exterior para trabalhar na periferia e no interior, concurso emergencial para novos médicos, com lotação nestes locais, jornada  diária e não apenas plantões e proibição de remoção por pelo menos cinco anos.
Se não aparecer em número e com qualidade suficientes, portas abertas para os espanhóis, portugueses, cubanos e todos os outros que toparem dar ao povo brasileiro o que ele exige de saúde.
Dinheiro para isso?
Ah, sim, quem mesmo era contra a CPMF do Dr.Jatene?
Ouvidos os governadores, as propostas e decisões do Governo tem de ser apresentadas diretamente ao povo.
Rede de televisão, Presidenta, pois não acharam que a senhora só ficou no genérico?
Se ficar esperando que os jornais e a TV divulguem, vai ficar que nem os R$ 2,3 bi para o Metrô do Alckmin: na “clandestinidade”.
Use o poder, Presidenta, o poder que o povo lhe deu nas urnas.
Porque os derrotados na eleição usam e abusam do poder de comunicação que têm.
Por: Fernando Brito