Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O 'FIM DA CRISE' E O OXÍMORO ORTODOXO

A expressão 'contração fiscal expansionista' sugere um simples oxímoro, mas representa mais que uma contradição vocabular quando se sabe que abriga a viga mestra da proposta conservadora  para a crise mundial. Pulsa nesse paradoxo, ademais, uma visão de desenvolvimento recorrente em terras brasileiras, baseada na hipótese de que um bom arrocho nas despesas públicas e nas políticas sociais é pré-condição para se  'liberar' espaço à queda dos juros e, ato contínuo, festejar o 'crescimento saudável' capitaneado pelo setor privado. O tacão de Angela Merkel sobre os parceiros do euro; a decadência inglesa sob Cameron; a pobre Espanha com 48,5% da juventude desempregada; Portugal do extremismo conservador  que flertou com a volta da mais valia absoluta e a sofrida Grécia das crianças que desmaiam de fome em sala de aula, sem esquecer o embate orçamentário nos EUA, são protagonistas  da gigantesca massa de interesses e sacrifícios em ebulição no interior desse inocente  jogo de palavras. No fundo, estamos novamente às voltas com o bordão do Estado mínimo adaptado às condições da maior crise do capitalismo desde 1929. Não há nada de acadêmico nisso. A resiliência de um marco divisor que esfarela direitos e cospe desemprego planeta afora, em troca de uma improvável redenção purgativa  da economia, é a evidência mais óbvia de que o colapso neoliberal  ainda não produziu um antídoto ancorado em forças sociais aptas a inaugurar um novo ciclo histórico.  É desse horizonte escuro e inóspito  que  irrompem sinais bruxelantes  de  uma 'recuperação' trombeteada pela mídia, na qual bancos e grandes corporações emergem leves, líquidos e lucrativos. Mas a renda,  a qualidade do emprego, os direitos e a subjetividade despencam na maioria das nações. Bancos e grandes corporações acumulam cerca de US$ 13 trilhões em caixa no mundo rico. Mas não emprestam, não investem, nem contratam. Coube ao Presidente do Santander, Emilio Botín, elucidar esse desencontro com uma explicação que desmente o suposto poder regenerador  do oxímoro ortodoxo: " O crédito não flui e não emprestamos mais porque não há demanda solvente na sociedade", justificou Don Botín na 3ª feira, em Madrid. Em resumo, a 'contração' vai bem, já a contrapartida expansionista patina --justamente porque a contração vai bem.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Santander derruba a Petrobrás. No orçamento da Dilma vale qualquer coisa ?


Segundo o Economista-Chefe, o Orçamento da União vale menos que isso aí


O Itaú lançou ações da Petrobrás no mundo inteiro, na maior operação de capitalização da História do capitalismo.

Logo depois, aproveitou a alta e vendeu ações da Petrobrás, numa operação para driblar o IOF

Clique aqui para ler “Bancos, PiG e Serra: todos unidos contra a Petrobrás”. 

Gente fina é outra coisa. 

Agora é o Santander.

Na página 18 do Globo de hoje, o Santander, através de seu Economista – Chefe  – economista chefe ! – acusou a maior empresa do Brasil de uma fraude contábil.

O que ele chamou de “contabilidade criativa”.

“Contabilidade criativa”, nos Estados Unidos, dá cadeia.

Aqui no Brasil, o Daniel Dantas, por exemplo, vai para a cadeia e sai (duas vezes.)

Trata-se de uma velha acusação do Globo, inimigo da Petrobrás desde os tempos do Dr Getúlio, em 1954.

Segundo Sérgio Gabrielli, “a Petrobrás recebeu R$ 132 bilhões pela capitalização e pagou R$ 74 bilhões por cinco bilhões de barris. Se isso não é caixa, eu não sei o que é caixa”.

As explicações da Petrobrás já foram exaustivamente prestadas.

Mas, o Santander parece incrédulo.

O Santander parece não confiar em números que saiam do forno de uma empresa estatal ou do próprio Estado brasileiro.

Ou será seu Economista-Chefe ?

Tanto que seu Economista-Chefe  – segundo o insuspeito Globo – “criticou a política fiscal expansiva do Governo e disse que valeu ‘praticamente qualquer coisa’  no cálculo do superávit”.

Valeu o que ?

Quer dizer que o Orçamento da Presidenta Dilma Rousseff tem menos credibilidade que o jogo do bicho ?

Não vale o que está escrito ?

Como é que é ?

Imagine, amigo navegante, se alguém, num seminário, público, como foi o do Rio, em duas respeitáveis instituições – FGV e Firjan – se alguém se levanta e diz que, para obter o lucro que está para anunciar  o Santander tenha usado a prática do “ valeu praticamente qualquer coisa” !

Quer dizer: no balanço do Santander não vale o que está escrito !

Esse Economista-Chefe faz parte daquela legião de quindins de Iaiá do PiG (*).

Ele foi diretor do Banco Central e saiu do Governo direto a falar mal do Governo (Lula) a que serviu e que o tinha remunerado, em dia. 

Gente fina é outra coisa.

No Brasil, amigo navegante, de fato,  vale “praticamente qualquer coisa”.

Será que no Santander também é assim ?


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.