Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 1 de janeiro de 2017

Corrupção ou traição? Cadê o Mal Lott?

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Eu sou Joaquim, mas pode me chamar de Sérgio
Conversa Afiada reproduz artigo de Pedro Augusto Pinho*:
Com um mínimo de reflexão, talvez passássemos a entender a ação dos impérios, as farsa das propagandas nos veículos de comunicação de massa e a atuação deletéria de vários homens públicos, reduzindo nosso Brasil a uma eterna colônia de escravos. Não é em seu bolso que metem a mão, é em seu cérebro, pobre brasileiro que ainda acredita no perigo comunista e no surgimento de um salvador.
Em 1973, os comandos militares acolhiam, pelo que se dizia na época, a indicação do General Emilio Médici e escolhiam o General Ernesto Geisel para Presidente do Brasil, de 1974 a 1979. Os grandes problemas que enfrentaria Geisel seriam decorrentes do rompimento unilateral dos Estados Unidos da América (EUA) com o “Acordo de Bretton Woods”, encerrando o padrão dólar-ouro, em 1971, e as consequências cambiais e nas taxas de juro daquela decisão, e a dependência brasileira pelo petróleo.
Tratarei, inicialmente da questão do petróleo. A Petrobrás formou ao longo de sua existência, e Geisel presidente da empresa muito contribuiu para isso, equipe técnica de excelência, reconhecida pelas congêneres estrangeiras e nos simpósios, congressos e seminários internacionais que seus empregados participavam. A realidade geológica já havia sido percebida pelo ex-geólogo-chefe da Standard Oil, que veio estruturar a exploração de petróleo no Brasil: Walter Link. As bacias terrestres não tinham petróleo suficiente. A ida para a plataforma continental exigiu esforço tecnológico, participação da engenharia brasileira e muita pesquisa. Mas começou, ainda com Geisel, a mostrar resultados animadores. No entanto a questão fora muito anterior, quando, na vassalagem colonial, o Brasil optou pelo transporte terrestre e nele investiu, quando o transporte marítimo e fluvial e o transporte ferroviário eram muito mais adequados aos recursos e à geografia brasileira. Esta errônea opção deixava o País refém do produto que não tinha nem dominava, política ou militarmente, as fontes. Em suplemento sobre a economia nas Américas, The New York Times (28/01/1973), sob o título “Brasil, o Novo Japão”, elogiava a ditadura militar, a indústria automobilística e, ironicamente, o aumento da dívida “pública e particular”.
Mera coincidência, junta o Governo Geisel à luta dos capitais industriais com os financeiros, com a vitória dos últimos, onde as “crises” do petróleo desempenham papel preponderante. O Brasil sofreria muito e ocorreria o terceiro golpe dentro do golpe de 1964, levando João Figueiredo à Presidência. O Projeto Geisel era de Brasil Potência, um país soberano, não justo, mas com o controle das principais tecnologias do século: nuclear, informática e aeroespacial. Do mesmo modo que o sucesso da tecnologia petroleira incomoda até hoje as mentes entreguistas e os capitais estrangeiros, a nuclear também é combatida desde o momento que se transformou em objetivo nacional. A prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva nada tem com a corrupção, nem deveria estar sob a Lava Jato, mas ali domina um representante do império para eliminar a engenharia e a tecnologia brasileiras.
A espionagem dos EUA na Petrobrás começa nos anos 1980, já afastado o General Geisel e necessitando a área de geofísica da empresa um computador mais potente, para os processamentos sísmicos, cada vez mais importantes nos trabalhos de exploração de petróleo. Para que a Petrobras pudesse contratar este computador, assinou uma série de salvaguardas, inclusive do controle estrangeiro à sala onde seria instalado o equipamento. Seria humilhante, não estivesse o País já sob o controle da banca (sistema financeiro internacional), exaltando o neoliberalismo e combatendo o “estatismo”.
Depois vieram os mordomos, os capitães do mato, e a Petrobrás franqueou seus sistemas, eliminou seus controles, destruiu a hierarquia estrutural que a colocara no píncaro da indústria petroleira. Daí a gravação das conversas destes gestores, onde não faltam a vaidade, o machismo, a inexistente intimidade com os poderes e os poderosos que os transformariam vítimas do sistema, planejado e com os elementos treinados nos EUA, para a destruição da maior empresa genuinamente brasileira, detentora única de tecnologia de exploração e produção em águas ultraprofundas, e das empresas de engenharia também brasileiras que deslocavam, pela capacidade técnica e empresarial, as congêneres do Hemisfério Norte. Como pode a colônia superar o Império?
A operação Lava Jato se desnuda. Não é a corrupção seu objetivo, fosse-o e estariam atrás das grades os FHCs e filhos, seus apartamentos e fazendas, os Aécios e sócios, com helicópteros do tráfico, aeroportos e desvios de dinheiro de estatais, as cúpulas dos partidos no governo, ávidas das gorjetas e farelos que lhes deixam os donos do mundo. A Lava Jato é um caso de traição, o antro dos Joaquins Silvérios dos Reis do século XXI.
O jornalista Paulo Henrique Amorim pergunta onde está o Marechal Lott para garantir a constituição, hoje; nem vou tão longe em nossa história, pergunto se ainda há um General Geisel, para defender o interesse nacional em nossas Forças Armadas?
* Avô, administrador aposentado, foi do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra.
Comentário de um leitor: Em Nuremberg cortaram as cabeças, mas preservaram as empresas. Aqui na lava-jato, coroam as cabeças e destroem as empresas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Petrobras: Maior prêmio da indústria de petróleo e gás offshore mundial

 Se o PT quer ir às ruas contra o golpismo, chegou a hora: trabalhadores da Comperj foram à luta e ocuparam a ponte Rio-Niterói; a Lava Jato está paralisando obras ligadas ao pre-sal; salários não estão sendo pagos. Esse é só um caso. Virão outros. Quem vai dar aos protestos o foco de uma virada em defesa da Petrobras e do Brasil?

 Escárnio: Eduardo Cunha dá a presidência da comissão de reforma política ao Demo

  O duelo entre a democracia e os mercados: acontece nesta 5ª feira o encontro entre o líder grego, Alexis Tsipras, e a guardiã da plutocrracia financeira, Angela Merkel; a alemã comanda o cerco de desgaste e inflexibilidade contra a reivindcação grega de renegociar valores e indexações da dívida de 170% do PIB

 Dar nome aos bois: sem nunca se intimidar pelo cerco conservador interno e internacional, nem deixar sem resposta o jogral do jornalismo isento, Cristina Kirchner mantem popularidade entre 30% e 35%, mais recentemente chegou à casa dos 40%; mesmo seus críticos admitem que a presidenta argentina terá influencia decisiva na sucessão presidencial de dezembro próximo país

Petrobras: Maior prêmio da indústria de petróleo e gás offshore mundial

Pelas tecnologias desenvolvidas para produção no pré-sal, Petrobras receberá em Houston (EUA) o prêmio que é considerado o 'Oscar' das empresas de petróleo

 
Petrobras: Blog Fatos e Dados
 
pac / Flickr (montagem)

















Em maio de 2015, em Houston (EUA), a Petrobras receberá pela terceira vez o prêmio OTC Distinguished AchievementAward for Companies, Organizations, and Institutions em reconhecimento ao conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção da camada Pré-Sal. Esse prêmio é o maior reconhecimento que uma empresa de petróleo pode receber na qualidade de operadora offshore.

Em 1992, a Petrobras recebeu o prêmio por conquistas técnicas notáveis relacionadas ao desenvolvimento de sistemas de produção em águas profundas relativas ao campo de Marlim e, em 2001, por avanços nas tecnologias e na economicidade de projetos de águas profundas, no desenvolvimento do campo de Roncador.

Em carta comunicando a premiação à Petrobras, o Presidente da Offshore Technology Conference (OTC), Edward G. Stokes, destacou: “Este prêmio é um reconhecimento das conquistas notáveis, significativas e únicas alcançadas pela Petrobras, e das grandes contribuições para a nossa indústria (óleo e gás offshore). O comitê de seleção (da OTC) ficou extremamente impressionado com esta nomeação. As conquistas que a Petrobras fez na perfuração e produção desses reservatórios desafiadores são de classe mundial. A indústria aprendeu muito a partir das informações compartilhadas pela Petrobras sobre o Pré-Sal nos artigos e sessões apresentados na OTC. Nós todos nos beneficiamos do seu sucesso.”

Desde 1969, a OTC promove anualmente o maior evento de negócios do mundo na área de produção offshore de óleo e gás. É frequentado por praticamente todas as operadoras de óleo e gás offshore, além de seus fornecedores. Atualmente tem uma frequência de 100 mil congressistas de 130 países.

Nele é discutido o estado da arte da tecnologia offshore de exploração, perfuração, produção e proteção ao meio ambiente e também são exibidas as mais recentes inovações em produtos e serviços da atividade de exploração e produção.

Produção no Pré-Sal

O recente recorde de produção de óleo na camada Pré-Sal, de 713 mil barris diários de petróleo, obtido em 21/12/2014, demonstra a robustez das tecnologias aplicadas.

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Créditos da foto: pac / Flickr (montagem)
 
 

Dez principais feitos tecnológicos do pré-sal

Conheça as novas tecnologias desenvolvidas pela Petrobras para a exploração do pré-sal e que lhe renderam o 'Oscar' das empresas de petróleo mundiais.

 
Blog Fatos e Dados - Petrobras
 
1-boia-sustentacao-risers.jpgPrimeira boia de sustentação de risers (BSR) - Tem como objetivo sustentar, na superfície do mar, as tubulações que conduzem o petróleo ou o gás do poço até a plataforma.

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Primeiro riser rígido desacoplado e em catenária livre, chamado de steel catenary riser (SCR) - Tubulação rígida, geralmente de aço, que leva o petróleo ou gás do poço às plataformas.

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Mais profundo steel lazy wave riser (SLWR) - Outro tipo especial de tubulação de aço, por onde passa produção de petróleo e gás dos poços até a plataforma, também instalada em águas mais profundas.

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Mais profundo riser flexível, a 2.140m - Tubulação que transfere o petróleo ou gás dos poços no fundo do mar para as plataformas de produção. Esta é a tubulação flexível em maior profundidade de água já instalada.

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Primeira aplicação de risers flexíveis com monitoramento integrado - Utilização pela primeira vez de uma tubulação flexível para transferir petróleo e gás do poço até plataforma, com controle integrado.

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Recorde de profundidade de lâmina d´água (2.103 m) para perfuração de um poço submarino com a técnica de pressurized mud cap drilling (PMCD) com sonda de posicionamento dinâmico - Poço em águas mais profundas já perfurado com a utilização de lama pressurizada. A lama é uma mistura utilizada para manter a pressão do poço durante a perfuração e evitar que suas paredes desmoronem.

7-primeiro-uso-intensivo-completacao.jpgPrimeiro uso intensivo de completação inteligente em águas ultra-profundas, em poços satélites - Poços satélites são poços produtores ou de injeção, perfurados distante da plataforma de produção.

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Primeira separação de CO2 associado ao gás natural em águas ultra-profundas - 2.220 m - com injeção de CO2 em reservatórios de produção - CO2 é um gás inodoro, incolor, não inflamavél, mais pesado que o ar, também produzido em alguns reservatórios junto com o petróleo, água e gás natural. Essa tecnologia permite separá-lo do petróleo e do gás natural para reinjeção nos reservatórios através de poços especiais, chamados poços de injeção, visando aumentar a produtividade dos poços.

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Mais profundo poço submarino de injeção de gás com CO2 - 2.220 m de lâmina d’água - Com esse poço a Petrobras bateu o recorde de profundidade de poço para injeção de CO2, visando elevar a produção de petróleo e gás natural.

10-primeiro-uso-alternado.jpgPrimeiro uso do método alternado de injeção de água e gás em água ultra-profunda - 2.200 m - A injeção de água e gás é utilizada para aumentar a produtividade dos reservatórios de petróleo e gás.



Créditos da foto: reprodução
 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Opto eletrônica envia câmera nacional do satélite Cbers 3 à China



Considerado por especialistas independentes como um marco da engenharia nacional, a Opto Eletrônica enviou na última sexta, 30/03, à China, uma moderna e complexa câmera imageadora que irá equipar o satélite sino-brasileiro Cbers 3.
Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no País. O equipamento, feito na matriz da Opto em São Carlos, coloca o Brasil entre os 10 países do mundo a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. De nome MUX (de multiespectral), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. O satélite Cbers 3 tem lançamento programado para novembro deste ano e será levado à órbita por meio do foguete chinês “Longa Marcha”.A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra e as nuvens (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.
Independência tecnológica
A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar a capacitação e o desenvolvimento de tecnologia de ponta pela indústria nacional. O trabalho da companhia também contribui para a independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico.
Construída para auxiliar de forma decisiva no monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais (trabalhando em quatro bandas espectrais de luz), as imagens produzidas pela câmera têm capacidade de mostrar, com precisão, queimadas, desmatamentos, alteração de cursos d”água, ocupação urbana desordenada, entre outras funções. As imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, gratuitamente, por meio do site do INPE.
Projeto
O projeto da câmera teve início em 2004, quando a Opto venceu a licitação internacional para o desenvolvimento e fabricação da câmera. O projeto sofreu diversos aperfeiçoamentos, principalmente em razão do não compartilhamento de tecnologias e venda de componentes “sensíveis” por outros países. Contudo, a companhia de São Carlos conseguiu, de forma inédita, desenvolver soluções próprias e inovadoras, dominando todo o ciclo de construção do equipamento.
Para se ter idéia, somente o projeto preliminar da câmera foi composto por mais de 450 documentos, totalizando mais de 16 mil páginas.
Nesse período, foram construídas versões sucessivas de protótipos, denominadas modelos de engenharia, de qualificação e de voo (modelo final) da câmera MUX. O modelo de qualificação, por exemplo, foi exaustivamente testado (como em provas extremas de choque e vibração). O objetivo da bateria de testes e ensaios foi assegurar que o projeto (e consequentemente o equipamento) suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura, radiação e vácuo no espaço, além de verificar se ele atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética com os outros sistemas do satélite, mantendo sempre o melhor desempenho funcional.
Cerimônia
Os funcionários da companhia participaram de um evento simbólico do embarque da câmera, considerada pelos diretores da empresa – e especialistas do setor – como um marco para a indústria nacional. “Hoje é um dia histórico para todos nós, não só da Opto, mas para todos aqueles que se importam com a independência tecnológica da nação”, afirma Mario Stefani, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Opto.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Brasil construirá laboratório marítimo em plataforma desativada


Estudos do mar
Governo e cientistas buscam caminhos para avançar nas pesquisas sobre o mar.
Uma das propostas em discussão é viabilizar a primeira plataforma oceânica brasileira, um laboratório em alto mar voltado para pesquisas científicas e tecnológicas.
A ideia foi apresentada aos pesquisadores pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, em simpósio promovido na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
Estudos da Petrobras apontam para a possibilidade de aproveitamento da estrutura de plataformas de exploração de petróleo que estão sendo desativadas pela companhia, que podem ser convertidas para laboratórios científicos.
No laboratório serão feitas pesquisas marinhas de alto nível relacionadas às correntes oceânicas, vida marinha, biotecnologia e geologia, sobretudo geologia do petróleo, em apoio à exploração do pré-sal.
Pesquisas oceanográficas
As discussões foram desenvolvidas a partir de três vertentes: Pesquisa e Desenvolvimento, Recursos Humanos e Aspectos Institucionais e Logística.
Ao final dos debates, o grupo chegou ao consenso de que um laboratório oceânico dessa natureza é importante para alavancar as pesquisas oceanográficas no Brasil, sendo um grande investimento, tanto do ponto de vista político-estratégico quanto científico.
Os cientistas prepararam uma série de sugestões, que serão apresentadas ao ministro como subsídio para desenvolvimento de pesquisas, formação e capacitação de recursos humanos em Ciências do Mar, utilizando a Plataforma Oceânica como base para os avanços das pesquisas.
Projeto Pirata
Outra iniciativa para facilitar a coleta de dados sobre o mar é o Projeto Pirata, implantado desde 1997.
Trata-se de uma cooperação entre Brasil, Estados Unidos e França, que trabalha com um conjunto de boias oceânicas ancoradas no Atlântico Tropical, tendo no Brasil a coordenação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), em parceria com a Marinha.
Os equipamentos mantêm registros diários dos valores de temperatura, de salinidade e de precipitação, dados utilizados para o estudo do clima e do oceano. “Essas boias são essenciais para entendermos de que forma o Oceano Atlântico Tropical afeta o clima do Brasil”, ressalta o pesquisador titular do Inpe, Paulo Nobre.
O especialista reforça que o conhecimento na área é importante para se entender a influência do mar em ocorrências como grandes secas e inundações, cada vez mais intensas no País. “Essa variabilidade do clima sobre o Brasil é muito impactada pela dinâmica do Oceano Atlântico. O Oceano Atlântico era, até então, recentemente, um vazio de dados e de conhecimento, então essas boias visam sanar essa falta,” sustenta.
Os dados são coletados pelas boias a cada hora e transmitidos por satélites brasileiros e europeus. As informações são processadas e disponibilizadas na internet, na página do Inpe e de outras instituições nos Estados Unidos e na França, e enviadas a centros de meteorologia para serem utilizados para as previsões de tempo e de clima.
No Brasil, o projeto é estruturado através do Comitê Nacional do Projeto Pirata, que conta com a presidência do Inpe e a participação da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre outros.
Boias e sensores
A novidade é que o Projeto Pirata começa a trabalhar na consolidação e capacitação dos laboratórios de calibração de sensores na construção das boias no Brasil.
“Esse é um processo que, até então, vinha sendo feito pela NOAA (na sigla em inglês – Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) nos Estados Unidos, e agora nós estamos dando mais esse passo que é para que todo o processo das boias – coleta dos dados, retirada anual do mar para calibrações – sejam feitas no Brasil”, informa Nobre.
Os novos rumos do projeto, os investimentos e a operacionalização também já foram discutidos em uma outra reunião no Ministério da Ciência e Tecnologia.