A reação da Presidenta Dilma Rousseff, hoje, em reunião convocada logo cedo no Planalto, foi a de exigir imediatas explicações do Governo americano sobre o esquema denunciado por Edward Snowden que permitiu à National Security Agency– NSA, um serviço secreto americano – espionar mensalmente mais de dois bilhões de comunicações telefõnicas e cibernéticas no Brasil.
Dilma mandou o Ministro Antonio Patriota interpelar os EUA tanto pela embaixada em Washington quanto chamndo o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, imediatamente. E o Itamaraty soltou uma nota oficial onde manifesta “grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos”.
As demais providências exigidas pela Presidenta, entretanto, correm sério risco de serem inócuas.
Ela determinou, ainda, que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, coloque a Polícia Federal no caso, o que, como todos sabem, não vai resultar em nada.
Menos ainda vai adiantar a ordem para que o Ministro das Telecomunicações, no âmbito dos seus deveres, investigue o caso junto às teles.
Paulo Bernardo já saiu da reunião arranjando desculpas para o “grampo americano”. Primeiro, disse que não acredita que a espionagem tenha sido feita no Brasil, apesar de os documentos e informações serem claros sobre a cooperação – não se sabe se voluntária – das empresas de telefonia instaladas no Brasil e disse que era provável que tivesse sido feita através dos cabos submarinos. Depois, falou que “a internet é comandada por uma empresa americana sediada na Califórnia.
Ou seja, “não é comigo”.
Ah, mas melhor (na verdade, a pior) foi dizer que vai colocar a Anatel – será que pelo0800? – no caso, indagando das teles “brasileiras” se elas tem algum acordo de cooperação grampeatória com empresas americanas. Santa ingenuidade, Batman.
Não sei, porém, e não posso informar aos leitores se Paulo Bernardo anotou o número do protocolo da reclamação.
Mais uma que vai ter de ser com Dilma, pessoalmente, se ela quiser que aconteça algo.
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