Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ligo para o Oráculo, assustado: - Você viu no que deu o ódio do Serra ? - O que ?, o que é isso ?, pergunta o Oráculo, também assustado. - O Serra semeou o ódio, a divisão, a intolerância e deu nisso. - O que, meu filho ? - Deu no movimento “SP só para paulistas” (clique aqui para ver). - Ah, mas isso já estava lá, submerso. O Serra só fez acender o fósforo. - Sim, mas isso assusta, não ? - Claro. - É a Liga Norte separatista da Itália, o Sarkozy a expulsar os ciganos … - Basta, basta, já entendi tudo. Os chicanos nos Estados Unidos … - E como se sai dessa ? - Meu filho, eu é que pergunto: que líder de São Paulo vai subir na tribuna e dizer: basta ! - Um Kennedy, que disse “eu sou berlinense”. - É, meu filho, não tem Kennedy em São Paulo, diz o Oráculo. - E o Fernando Henrique ?, pergunto. - Esse renunciou ao papel de estadista, para ser chefe de facção. - É o que ele diz do Lula. - É o que eu digo dele: o Fernando Henrique perdeu a autoridade moral. - Então, quem vai levantar a voz e dizer: São Paulo é contra a xenofobia, São Paulo também é o Nordeste ? - Não vejo ninguém. - E no que vai dar nisso, ? pergunto. - Os bolivianos serão as primeiras vítimas. - Os bolivianos ? - Sim ! Quem disse que os mauricinhos de São Paulo cheiram cocaína por culpa da Bolívia ? - É verdade. O Serra. - E quem são os escravos da indústria têxtil de São Paulo ? - Os bolivianos, respondi, assustado. - E quem é perseguido nas escolas públicas de São Paulo ? - O aluno boliviano. - Pois é, meu filho. - O que ? - Vai começar com os bolivianos. Depois é que vai para os nordestinos. Os cariocas. Os mineiros. Os judeus etc etc etc … Pano rápido. Paulo Henrique Amorim

Ligo para o Oráculo, assustado:

- Você viu no que deu o ódio do Serra ?

- O que ?, o que é isso ?, pergunta o Oráculo, também assustado.

- O Serra semeou o ódio, a divisão, a intolerância e deu nisso.

- O que, meu filho ?

- Deu no movimento “SP só para paulistas” (clique aqui para ver).

- Ah, mas isso já estava lá, submerso. O Serra só fez acender o fósforo.

- Sim, mas isso assusta, não ?

- Claro.

- É a Liga Norte separatista da Itália, o Sarkozy a expulsar os ciganos …

- Basta, basta, já entendi tudo. Os chicanos nos Estados Unidos … 

- E como se sai dessa ?

- Meu filho, eu é que pergunto: que líder de São Paulo vai subir na tribuna e dizer: basta ! 

- Um Kennedy, que disse “eu sou berlinense”.

- É, meu filho, não tem Kennedy em São Paulo, diz o Oráculo.

- E o Fernando Henrique ?, pergunto.

- Esse renunciou ao papel de estadista, para ser chefe de facção.

- É o que ele diz do Lula.

- É o que eu digo dele: o Fernando Henrique perdeu a autoridade moral. 

- Então, quem vai levantar a voz e dizer: São Paulo é contra a xenofobia, São Paulo também é o Nordeste ?

- Não vejo ninguém.

- E no que vai dar nisso, ? pergunto.

- Os bolivianos serão as primeiras vítimas.

- Os bolivianos ?

- Sim ! Quem disse que os mauricinhos de São Paulo cheiram cocaína por culpa da Bolívia ?

- É verdade. O Serra.

- E quem são os escravos da indústria têxtil de São Paulo ?

- Os bolivianos, respondi, assustado.

- E quem é perseguido nas escolas públicas de São Paulo ?

- O aluno boliviano.

- Pois é, meu filho.

- O que ?

- Vai começar com os bolivianos. Depois é que vai para os nordestinos. Os cariocas. Os mineiros. Os judeus etc etc etc …

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim





05 Novembro 2010

A estudante de direito Mayara Petruso foi demitida do escritório de advocacia onde estagiava

Ontem, a estudante foi demitida do escritório de advocacia onde estagiava.

"Com muito pesar e indignação, (o escritório) lamenta a infeliz opinião pessoal emitida em rede social, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis", informou, em nota, o escritório Peixoto e Cury Advogados. A estudante paulista também postou comentários ofensivos a nordestinos em seu Facebook. "Afunda, Brasil. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalha pra sustentar vagabundos que fazem filhos pra ganhar bolsa 171." Depois da repercussão negativa das frases, Mayara publicou mensagens desculpando-se e cancelou seus perfis nos sites de relacionamento. Mas os comentários da estudante foram duramente criticados na rede mundial de computadores. Expressões como "xenofobia, não" foram reproduzidas pelos internautas.







quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tucanos paulistas deram sumiço em verba do SUS



Os governos do PSDB em São Paulo nos últimos 10 anos, incluindo o de José Serra, deram sumiço em cerca de R$ 400 milhões de recursos do Ministério da Saúde, que deveriam ter sido usados para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos.
Matéria de Leandro Fortes, na Carta Capital, mostra que relatório do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) apontou o desaparecimento de R$ 350 milhões repassados pelo SUS para o programa de assistência farmacêutica básica no estado. Os auditores descobriram ainda uma manobra contábil que se apropriou de outros R$ 44 milhões do SUS como se fossem recursos estaduais. Veja, abaixo, um trecho do documento:
O Denasus constatou ainda que em 2008, durante o governo Serra, 11,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde repassados para a compra de remédios foram contabilizados como “contrapartida estadual” no acordo de Assistência Farmacêutica Básica.
O governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir a União pelo prejuízo.
Em fevereiro, Carta Capital, em matéria do mesmo Leandro Fortes, já tinha mostrado que a auditoria do Denasus mostrava que em três estados governados por tucanos (São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal, governador pelo DEM, os recursos do SUS foram aplicados no mercado financeiro, ao longo dos últimos quatro anos. Ou seja, a custa da saúde da população, estes estados justificaram os seus choques de gestão e redução do déficit.
No caso de São Paulo, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados a programas de assistência farmacêutica, 12,2 milhões a programas de gestão, 15,7 milhões à vigilância epidemiológica e 7,7 milhões ao combate a Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids, entre outros programas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A construção do fascismo através do ódio pela campanha de Serra

A psicologia de massa do fascismo à brasileira


Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.

O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial

Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.

Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.

À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.

Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.

Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.

O fascismo à brasileira

Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.

Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.

Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.

Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.

Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.

No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.

A construção do ódio

Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.

Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.

Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.

Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.

Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.
 Esquerdopata


Leia mais em: ¹³ O ESQUERDOPATA ¹³ 
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