Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

DILMA VAI AO OBAMA OU À BOEING ? O Brasil vai criar outra singularidade: o “Capitalismo de Estado Dependente” !

O Ataulfo Merval de Paiva (*), como se sabe, mantém relações para-normais com a Embaixada americana.

Nos bons tempos do Dr Roberto eram normalíssimas, conspícuas.

A propósito da notável descoberta do Fantástico – o Fantástico descobriu a CIA ! -, o Ataulfo “anotou” na colona (**) de sábado (insista na leitura, leia duas, três vezes, até entender – o rapaz escreve mal, mesmo – clique aqui para ler sobre as lambanças do Ataulfo) :

“Foi ‘anotada’ – grifo meu -  pela diplomacia dos EUA a não adesão do Governo brasileiro a sugestões drásticas feitas no calor da descoberta do esquema de espionagem, como dar asilo a Snowden ou cancelar a viagem de Estado que a presidente Dilma fará aos EUA brevemente”.

“O Governo americano está ‘ciente’ – grifo meu – de que será necessário dar um tratamento especial a Brasil nesses gestos de boa (sic) vontade …”

“O fato é que o Governo brasileiro soube enfrentar as denuncias com uma atitude firme (sic), mas sem transformá-las em crise institucional que impedisse a continuidade (sic) das relações com os Estados Unidos em bom nível, como hoje.”

O amigo navegante entendeu !

O Bernardo plim-plim expõe a posição do embaixador americano com mais clareza que o próprio embaixador.

E o chanceler Patriota – que precisa, urgente, de uma fonoaudióloga, para engrossar a voz ! – anuncia, com firmeza e altivez que vai levar o assunto à ONU.

Onde a questão andará mais rápido do que a da Palestina.

O que se esconde embaixo desse angu, amigo navegante ?

Uma decisão estratégica central para o futuro do Brasil.

A questão do acesso à tecnologia nuclear.

E ao controle do pré-sal.

A embaixada americana e seus porta-vozes nativos devem ter “anotado” esses últimos movimentos do Governo Dilma como atomicamente promissores.

O Nunca Dantes optou pelos caças franceses da Dassault.

A Eliane Catanhêde, especialista em AR, foi contra.

Mas, o Lula conseguiu enfrentá-la com galhardia.

Mas, aparentemente, Lula perdeu a batalha para o Governo Dilma.

Seria interessante entender por que o Nunca Dantes preferia os caças franceses.

(E por que vai tanto à África.)

O Lula queria tecnologia de ponta nas áreas nuclear, militar e de telecomunicações.

Telecomunicações associada a segurança e inteligência.

O Lula pensava no Brasil que, um dia, terá força para fazer com a embaixada americana o que a embaixada americana faz com o Palácio do Planalto.

O Nunca Dantes vê longe.

Ele e seu excelente chanceler Celso Amorim, com a ajuda do Samuel Pinheiro Guimarães, no Itamaraty.

Por que a França ?

Porque a França do De Gaulle conseguiu, nos interstícios da Guerra Fria, construir tecnologia própria de telecomunicações, nuclear e militar.

A França gaullista se tornou uma potencia média.

Com muito potencial e poucos resultados.

A França não tem escala.

O Brasil tem.

O Brasil tem acesso à América do Sul, Central – o México não conta … – e à África.

E entre o Brasil Leste e a África do Oeste existe, lá no fundo, uma bobagem, um tal de pré-sal !

O que está em jogo nessa questão de “anota”e “ciente” ?

O controle do Atlântico Sul e, portanto, da maior reserva petrolífera encontrada nos últimos tempos.

E, aí, a pergunta, amigo navegante:

A Dilma vai a Washington ou a Seattle ?

Vai a Obama ou à Boeing ?

Quem sabe está em gestação um modelo singular.

O Brasil é um país singular: tem até corrida espontânea a banco.

Uma das singularidades do Brasil pode ser a criação de um novo modelo de desenvolvimento: “Capitalismo de Estado Dependente”.

“Capitalismo de Estado Dependente” dos Estados Unidos !

Já tivemos o neolibelismo (***) dependente, que tirava o sapato, do FHC.

Agora teríamos uma Dependência com Estado Forte !

Uma espécie de “China Frouxa”.

Sim, porque comprar os caças da Boeing significa que a transferência de tecnologia será … digamos … singular.

Por exemplo: os caças brasileiros não poderão voar em direção a Angola, para não atrapalhar as atividades da Frota americana estacionada em cima do pré-sal.

Em matéria nuclear, a Boeing cederia ao Brasil a tecnologia para abrir aqueles saquinhos de amendoim sem derramar um amendoim no colo do passageiro.

Os caças da Boeing cederiam a inteligência de comunicação ao Brigadeiro Juniti Saito ?

Ou o amigo navegante acha que os caças da Boeing poderiam participar dos exercícios do Prosub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha, com tecnologia francesa ?

Os Boeings, certamente, significariam transformar Itaguaí numa Disney à beira mar.

O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo.

O Brasil sabe beneficiar o urânio.

Por causa do Collor e do Fernando Henrique, o Brasil renunciou à bomba e renunciou a pedaço substantivo de sua soberania.

Agora, pode afundar o submarino nuclear de tecnologia francesa .

Dentro, outra parte da soberania.

O Ataulfo, amigo navegante, tem antenas atômicas.


Paulo Henrique Amorim

(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ivan Valente: É preciso descobrir quais empresas de telecomunicação colaboram com a espionagem de Washington

publicado em 7 de julho de 2013 às 22:18


Segundo gráfico publicado no Guardian, o nível de espionagem da NSA no Brasil foi equivalente ao da Rússia (vai do verde escuro ao vermelho)

por Luiz Carlos Azenha
rede
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) vai propor que a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados convoque o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, para dar esclarecimentos sobre a espionagem maciça feita pela Agência Nacional de Segurança (NSA), através do monitoramento do tráfego de mensagens de e-mail e de telefonemas que tiveram como origem e destino o território brasileiro. O mesmo pedido deverá ser feito no Senado por Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Ivan também quer saber quais são as empresas baseadas em território brasileiro que colaboraram com a espionagem de um governo estrangeiro.
A denúncia original sobre a atuação da NSA foi feita pelo funcionário terceirizado Edward Snowden. Ele está em Moscou aguardando resposta aos pedidos de asilo que fez depois de vazar as informações.
Snowden é acusado pelo governo de Barack Obama de … espionagem!
Três países — Venezuela, Bolívia e Nicarágua — já responderam afirmativamente aos pedidos de Snowden. Ele entregou documentos ao jornalista Glenn Greenwald, do diário britânico Guardian, autor das primeiras reportagens sobre a espionagem maciça.
Greenwald, por sua vez, colaborou com uma reportagem publicada neste domingo no diário direitista carioca O Globo. Os dados sobre o Brasil são vagos: não identificam empresas, nem alvos de espionagem, nem detalham o tipo de informação coletada.
Na semana passada, a revista alemã Spiegel já havia denunciado — também com base nos documentos de Snowden — a espionagem maciça da NSA em território alemão, fazendo referência a uma parceria dos arapongas com 80 corporações mundiais.
O governo dos Estados Unidos nega que a NSA tenha tido acesso ao conteúdo de mensagens, sejam de e-mail ou de telefonemas. O objetivo seria apenas o de monitorar padrões de comportamento de usuários das redes, através da chamada “metadata” — horários e números de chamadas telefônicas, por exemplo — que seriam capazes de revelar indícios de envolvimento com terrorismo. No passado, é bom lembrar, Washington também negou envolvimento em dezenas de operações clandestinas.
No sábado o New York Times fez uma revelação bombástica sobre a espionagem da NSA nos Estados Unidos. Segundo o jornal, o tribunal secreto de 11 juízes encarregado de dar autorização para o trabalho doméstico da NSA — a Foreign Intelligence Surveillance Court, corte conhecida como FISA — tem permitido a coleta de informações num campo muito mais amplo que o terrorismo: espionagem, proliferação nuclear e ataques cibernéticos, entre outros.
A própria existência da FISA é questionada, já que é uma corte secreta, cujas decisões não são publicadas e que ouve apenas os argumentos do governo — completamente fora dos padrões clássicos da Justiça.
O trabalho da NSA fora dos Estados Unidos não depende de autorização judicial. Em tese, ela poderia fazer de espionagem industrial a monitoramento de movimentos sociais, do acompanhamento das mensagens trocadas por políticos e amantes no Facebook a espionagem para saber de quem o governo brasileiro pretende comprar caças para a Força Aérea.
Isso, frisamos, em tese, já que a denúncia publicada em O Globo é vaga.
O escândalo em torno do trabalho da NSA em escala global deve se aprofundar. Como escreveu Greenwald em sua coluna no Guardian:
Existem muitas outras populações de países não-adversários que foram submetidas ao mesmo tipo de vigilância maciça pela rede da NSA: na verdade, a lista das que não foram é bem menor que a lista das que foram. A alegação de que existem outras nações engajadas no mesmo tipo de vigilância global indiscriminada não tem base factual. O que os dois artigos [publicados na Alemanha e no Brasil] detalham é que a vigilância indiscriminada de populações de países amigáveis é parte do programa Fairview. Sob aquele programa, a NSA faz parcerias com uma grande empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, cuja identidade ainda não é conhecida, e aquela empresa faz parcerias com empresas de telecomunicação de países estrangeiros. Estas parcerias permitem à companhia dos Estados Unidos acesso aos sistemas de telecomunicação daqueles paises, e o acesso então é explorado para dirigir o tráfego aos repositórios da NSA.
É o nome destas empresas que o deputado Ivan Valente pretende descobrir.

Nomes de companhias que colaboram com a NSA já foram vazados nos Estados Unidos pelo jornalWashington Post, que publicou quatro slides marcados top secret (um deles, acima) sobre o programa Prism, através do qual a NSA coleta dados de e-mail, chats de voz e vídeo, vídeos, fotos, arquivos, chamadas VoIP, transferências de arquivos, conferências de vídeo, logins, detalhes do comportamento em redes sociais e “pedidos especiais”. As empresas são a Microsoft, Google, Yahoo, Facebook, PalTalk, You Tube, Skype, AOL e Apple. O Prism é voltado para alvos estrangeiros que operam fora dos Estados Unidos.

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Ivan Valente enfrentará dificuldades nas investigações no Brasil. Os contratos assinados pelas empresas de telecomunicação com os clientes garantem confidencialidade. Em tese, as empresas ficariam expostas a uma série de ações legais por parte da clientela.
O parlamentar do PSOL também afirma que as redes sociais cresceram muito rapidamente no mundo e ainda não foi possível avaliar o impacto que tiveram na soberania nacional.
Pode começar pela leitura deste artigo: Google, You Tube e Facebook tem lado. O do Departamento de Estado.
Clique abaixo para ouvir a entrevista de Ivan Valente:


Leia também:
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Spiegel: A aliança entre a NSA e 80 corporações globais
Três países oferecem asilo a Edward Snowden
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