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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Padrão FIFA? Privataria, lavagem de dinheiro e propinodutos


Padrão FIFA = Máfia

Se tivesse ‘padrão Fifa’, o Brasil seria muito pior

Mário Magalhães 27/05/2014 06:50, em seu blog

A palavra de ordem se disseminou com intenção generosa: o Brasil padrão Fifa seria melhor.
No Google, aparecem 460 mil registros quando se digita “padrão Fifa” entre aspas.
Os serviços públicos, a começar por educação e saúde, teriam mais qualidade, se mimetizassem o alto nível da dona do futebol  – é a ladainha que ouvimos desde junho de 2013.
Com o perdão dos que adotaram a divisa, eu acho que o padrão Fifa é uma balela ou significa o avesso do lugar-comum que se fixou no imaginário nacional.
O país seria muitíssimo pior caso se espelhasse nos valores, métodos e obra de Sepp Blatter e seus bons companheiros.
Na saúde, o padrão Fifa seria o contrário de cuidar da vida dos brasileiros, o que se faz (ou deveria ser feito) com bons hospitais e pronto-socorros, profissionais qualificados e bem remunerados, prevenção acurada, saneamento para todos, alimentação decente e outras providências.
Seria o contrário porque a Fifa secundariza a saúde dos jogadores de futebol e prioriza o caixa.
Na Copa de 94, a entidade, ainda conduzida por João Havelange, impôs jogos ao meio-dia no escaldante verão californiano.
Já na gestão de Joseph Blatter, entregou de modo suspeito o Mundial de 2022 ao Catar, onde o calor torturante ataca na época do ano que a tradição reserva ao torneio.
Isso é se preocupar com a saúde?
A educação inspirada no padrão Fifa não seria dos sonhos, e sim o oposto.
Ao abordar o racismo, em vez de ensinar a repulsa, os professores pregariam tolerância com a segregação.
Por todo o planeta, acumulam-se episódios de preconceito. Em vez de punir as agremiações que acolhem torcedores racistas, a Fifa somente obriga seleções a entrarem em campo com faixas cujos dizeres, embora justos, estão longe de proporcionar o efeito de castigos exemplares.
E as lições de democracia?
O que há de se aprender com a política elitista de preços escorchantes dos ingressos?
Mesmo dentro das ditas arenas, camarotes chiquérrimos documentam e celebram a desigualdade obscena.
Uma federação que interdita a alternância de governo e eterniza seus capi sugere democracia? Por mais de 20 anos, Havelange não largou o osso. Seu sucessor mantém idêntico apetite.
De acordo com o padrão Fifa, ditaduras não são ruins e ditadores são todos boa gente, desde que se prestem aos propósitos dos poderosos chefões encastelados na Suíça. Já havia sido assim na Copa de 78, na Argentina do genocida Videla, e continua hoje, quando os tiranos mais sinistros são bem-vindos na entidade.
O que a Fifa diria sobre controle rigoroso de negócios em geral e operações financeiras em particular?
Dificilmente apresentaria como case o esquema que resultou na escolha do Catar.
Muito menos o que permite que amigos da cartolagem lucrem com ingressos da Copa, fazendo decolar a preços ainda mais exorbitantes pacotes que já são para poucos.
É essa a gestão que queremos como padrão?
O padrão Fifa subverte o ensinamento franciscano do “é dando que se recebe”, a considerar tantas denúncias de propinas.
O que o padrão Fifa propõe para quem é flagrado em impedimento, senão a impunidade? Que punição houve para Havelange e Ricardo Teixeira?
É essa a Justiça ideal, o padrão Fifa de combate à corrupção?
Em que o Brasil prosperaria se imitasse o comportamento do secretário-geral Jérôme Valcke?
Ele é o mesmo executivo que embolsou, na condição de lobista, dinheiro da candidatura brasileira ao Mundial e mais tarde, na pele de cartola, sugeriu um pontapé no nosso traseiro.
Do seu papel no lobby só se soube graças a furo do repórter Sérgio Rangel.
Almejamos a transparência padrão Fifa, que escondia o frila do francês?
Em matéria de inovação e evolução, será que o caminho é o da Fifa, que resiste até ao controle eletrônico para saber se a bola entrou no gol?
De todas as expressões do farisaísmo do padrão Fifa, duas se destacam.
A primeira, quando a entidade fala em legado disso e daquilo para o Brasil. Ela está interessada em multiplicar sua fortuna. E só.
E quando alardeia sua devoção pelo futebol. A Fifa mercantilizou a níveis jamais vistos a mais genuína paixão dos brasileiros. Apropriou-se até de nomes consagrados, como “Copa do Mundo”.
Por sorte, pelo menos isso não conseguiram nos roubar, a paixão que constitui a essência do futebol.
A despeito de todas as mazelas que vigoram no país que figura entre os campeões da desigualdade, o Brasil no padrão Fifa seria ainda mais egoísta, hipócrita, inescrupuloso, obscuro e desigual.
Padrão Fifa é exigir do outro o que não se faz — faça o que eu digo, e não o que eu faço.
A Fifa já nos fez muito mal. Fará mais ainda se o seu famigerado padrão se tornar o nosso modelo.

Leia também:

O primeiro capítulo de O Lado Sujo do Futebol

domingo, 16 de junho de 2013

VAIA REVELA APENAS A DESELEGÂNCIA DA ELITE

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Blatter pedirá divulgação de documentos sobre caso de propina na Fifa

David Bond
Atualizado em  18 de outubro, 2011 - 15:06 (Brasília) 17:06 GMT
Da esquerda para a direita: Blatter, Dilma, Pelé e  Ricardo Teixeira
Polícia Federal confirmou abertura de inquérito sobre transações envolvendo Ricardo Teixeira
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se prepara para realizar uma manobra surpreendente e pedir a divulgação de documentos judiciais que podem revelar que importantes dirigentes da entidade receberam propinas.
Os documentos fazem parte de uma investigação criminal sobre a falência da empresa de marketing esportivo ISL (International Sport and Leisure), parceira da Fifa, e indicam que dirigentes da entidade receberam pagamentos para garantir à ISL a lucrativa comercialização de direitos de transmissão e anúncios publicitários da Copa do Mundo durante os anos 1990.
Por repetidas vezes, a Fifa bloqueou as tentativas de jornalistas que buscavam a divulgação dos documentos. Mas, agora, a BBC apurou que Blatter pretende defender a publicação dessas informações durante o encontro de dois dias do comitê executivo da Fifa, que será realizado na próxima quinta-feira em Zurique, na Suíça.
No ano passado, advogados que atuavam em nome da Fifa e dos dirigentes citados pagaram 5,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 10,7 milhões) para encerrar o caso e manter suas identidades em segredo.
De acordo com o Panorama, Teixeira recebeu cerca de US$ 9,5 milhões por meio de uma empresa de fachada chamada Sanud, criada no paraíso fiscal de Liechtenstein.
Na segunda-feira, a Superintendência da Polícia Federal do Rio confirmou a abertura de um novo inquérito sobre as transações envolvendo Teixeira.
A expectativa é de que as autoridades brasileiras peçam acesso aos documentos da Justiça suíça como parte da investigação.

Proposta de reforma

Em maio deste ano, a Fifa entrou pela segunda vez com um recurso contra uma decisão de promotores suíços pela divulgação dos documentos. O caso deve ir a julgamento no final deste mês em um tribunal na cidade de Zug, na Suíça.
Mas, diante da forte pressão por reformas que a Fifa enfrenta após sofrer duras acusações de corrupção contra seus dirigentes, Blatter decidiu que os documentos devem ser divulgados pela Justiça suíça e, se a sua decisão for aprovada pelo comitê executivo, vai pedir às autoridades suíças que isso aconteça.
Fontes ouvidas pela BBC dizem que a proposta faz parte de um pacote de mudanças que será apresentado pelo presidente da Fifa. Depois de prometer "tolerância zero" com os casos de corrupção na entidade, Blatter foi convencido de que precisa demonstrar compromisso com a transparência na Fifa.
Entre as mudanças que Blatter deve propor estão as seguintes medidas:
  • uma mudança no comitê executivo para incluir representantes de clubes e ligas; os membros seriam indicados pelas confederações continentais, como acontece hoje, mas teriam que ser aprovados pelas 208 associações que formam o congresso da Fifa;
  • todos os integrantes do comitê executivo passarão a ter de revelar se tiveram algum envolvimento no passado com alguma investigação criminal, se já foram condenados e se têm algum conflito de interesses;
  • o comitê de ética também sofrerá mudanças para se tornar totalmente independente da Fifa e composto por três novas partes (um promotor, uma unidade de investigações e um tribunal)
  • um comitê de soluções formado por importantes personalidades de fora do esporte vai examinar assuntos delicados relacionados ao futebol
  • a maneira como o país-sede da Copa do Mundo é escolhido também será modificada, com a escolha final cabendo ao congresso da Fifa, e não mais ao Comitê Executivo

Estratégia de risco

Sepp Blatter/AFP (imagem de arquivo)
Blatter precisará do apoio da maioria do comitê executivo para conseguir aprovar novas propostas
O pedido de divulgação dos documentos da Fifa deve ser a mais impactante das propostas. Mas trata-se de uma estratégia de alto risco.
Ricardo Teixeira é a principal figura à frente da Copa do Mundo de 2014 e deve ter um papel de destaque no anúncio, na próxima quinta-feira, do calendário e dos locais dos jogos do Mundial de 2014 e da Copa das Confederações de 2013.
Teixeira também é apontado como um possível candidato para suceder Blatter como presidente da Fifa em 2015.
A divulgação dos documentos também pode aumentar a pressão sobre outros membros do comitê executivo da Fifa. No ano passado, o Panorama apontou que um documento confidencial da ISL listava 175 pagamentos para indivíduos e empresas em um total de cerca de US$ 100 milhões.
Segundo o programa da BBC, a lista indicava que o paraguaio Nicolas Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), recebeu mais de US$ 700 mil da ISL. A investigação também apontava que Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), recebeu cerca de US$ 20 mil. Hayatou, Leoz e Teixeira negam as acusações.
Como parte da promessa de mais transparência na Fifa, Blatter e o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, têm trabalhado em conjunto com a ONG de combate à corrupção Transparência Internacional.
Um relatório sobre a Fifa produzido pela Transparência em agosto pedia que Blatter adotasse uma série de medidas para combater a corrupção na entidade.
Boa parte das reformas vai precisar do apoio da maioria dos 23 integrantes do comitê executivo e, por isso, há dúvidas sobre a sua aprovação. Se enfrentar uma oposição mais forte, Blatter pode ter de esperar até o próximo congresso da Fifa, em maio, em Budapeste, para tentar adotar as mudanças.