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domingo, 2 de outubro de 2011

Por que o Pará cantou o Hino Nacional Brasileiro?


Enviado por Walter Falceta
Antes da partida contra a Argentina (Super Clássico das Américas), nesta quarta-feira, a torcida paraense deu show de civilidade no lotado Estádio Mangueirão.
Cessou a amostra instrumental do Hino Nacional, mas o povo resolveu seguir até o fim da primeira parte da composição, à capela.
As imagens de TV mostram o povo feliz com a saudável molecagem, orgulhoso, muitos com as mãos sobre o peito.
São crianças, jovens, idosos, gente negra, branca, índios, representantes da comunidade nipônica e, certamente, a linda mistura de tudo isso.
O craque Neymar, ele próprio tão espetacularmente miscigenado, comove-se com a cantoria, marcada na percussão das palmas sincronizadas. Comoção bem comovida.
Talvez, mais do que a festa, seja conveniente tomar esse espetáculo como lição para o Sul-Sudeste, onde o Hino é frequentemente ultrajado pelos torcedores, especialmente pelos filhos das elites, sempre envergonhados de sua nacionalidade.
Cabe também uma reflexão sobre o ódio que determinados brasileiros têm do próprio país, expresso diariamente nos comentários neofascistas dos grandes jornais dessas regiões.
Esse comportamento, aliás, é resultado da campanha diária, massiva, que os mesmos veículos fazem para desmoralizar o país e seu povo.
O jornalismo de “pinça” só destaca o que é ruim, o que é nefasto, o que não presta. Obsessivamente.
O processo de extinção da miséria parece não existir, tampouco a expansão do consumo popular.
E cada agulha sumida numa repartição pública torna-se um escândalo.
Pior: a indignação é seletiva, pois o graúdo que desvanece nas administrações estaduais neoliberais nunca vira manchete.
Se há notícia boa do Brasil, ela é minimizada. Se o positivo é notório, emprega-se logo uma adversativa, um “mas”, para reduzir ou neutralizar o impacto da mensagem.
São espantosos os malabarismos aritméticos, os artifícios de linguagem e os sofismas utilizados para transformar em ruim o que é bom.
São gráficos lidos de trás para frente ou pizzas que têm apenas uma ou outra fatia destacada.
Disseminar a síndrome de vira-lata, obviamente, tem um objetivo claro.
É recalcar os tradicionais estratos médios, é causar rancor, é produzir a intriga, é gerar dissensão, é fomentar o ciúme, é espalhar o ódio entre irmãos.
Afinal, para os obsoletos da elite midiota, é preciso difundir todos os dias a ideia do caos, mesmo que imaginário.
Para quem perdeu, faz-se urgente uma insurreição para acabar com a festa do crescimento econômico extensivo, da inclusão social e da democratização de acessos.

Enquanto eles não passam, vale a pena ficar com o Pará, com os brasileiros do Pará. Viva o Pará!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Pará e o Brasil não são o que o jn mostrou. O jn é uma fraude



Publicado em 27/08/2010 Compartilhe
O Brasil do jn é o da prostituição infantil
Amigo navegante Antonio, paraense, liga de Belém para demonstrar profunda irritação com a visão haitiana do Brasil, pelo jornal nacional.

Clique aqui para ler “jornal nacional usa o patrocínio do Bradesco para denegrir a imagem do Brasil”.

Diz o Antonio.

Para ir a Jacundá, no Pará, o jornal nacional teve que fazer escala em Marabá, não é isso ?

Por que ele não deu um pulinho a Marabá ?

A reportagem sobre Jacundá faz parte dessa nova espécie de jornalismo aero-rocambolesco, para denegrir a imagem do Brasil – do jeito que o Ali Kamel gosta.

Marabá talvez seja o maior pólo de crescimento da economia brasileira hoje.

Marabá é uma China de crescimento econômico.

A Vale constrói ali uma usina de laminados, a Alpa, que, sozinha, cria 18 mil empregos.

A Alpa será uma das principais beneficiárias da usina de Belo Monte.

(Belo Monte, que a urubóloga Miriam Leitão criticou tanto, será a terceira maior hidrelétrica do mundo – um horror !)

Por causa da Alpa e da energia de Belo Monte, 40 indústrias se instalarão em Marabá.

Em Marabá passa uma das maiores pontes ferroviárias sobre rio do mundo, para levar o minério de ferro que sai de Carajás a caminho do Maranhão.

Veja que horror !

A população de Marabá deve crescer 150% até 2014.

Até lá serão criados 70 mil novos empregos e a associação comercial calcula que serão investidos US$ 33 bilhões.

No momento em Marabá se constrói um shopping-center de 30 mil metros quadrados de área de loja , com lojas âncoras do padrão de Riachuelo, Marisa e C&A.

O responsável pelo empreendimento é o grupo Leolá, que tem mais de 60 lojas na região de Marabá.

O jornal nacional, amigo navegante, é uma fraude.

Esse sorteio das cidades brasileiras pelo jornal nacional lembra muito o Globope.

Veja como o jornal nacional descreve o Brasil (e o Pará):



Violência é um dos principais problemas de Jacundá, PA

Terceiro destino do JN no Ar é a quinta cidade mais violenta do Pará, e 96% da população não tem acesso ao sistema de esgoto.
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O sorteio de quarta-feira, aqui no Jornal Nacional, determinou que a equipe do JN no Ar cruzasse o Brasil, do Sul para o Norte, em direção à cidade de Jacundá, no Pará.

Nesta quinta, antes de mostrar a reportagem do Ernesto Paglia, a gente vai apresentar algumas informações importantes sobre o estado.

Pará: 7,5 milhões de habitantes. É o estado mais populoso do norte, e o que produz mais riquezas. Apesar disso, tem o menor rendimento médio mensal da região.

Os paraenses convivem com a segunda maior taxa de homicídios do país. Por outro lado, são os que têm a maior expectativa de vida do Norte.

“A diversidade nossa é imensa: suco de cupuaçu, nosso tacacá, nossa maniçoba, nosso pato no tucupi”.

Mais da metade dos moradores não recebe água encanada, e 96% não têm esgoto. O analfabetismo atinge 9,3 % da população, um pouco abaixo da média nacional, que é de 9,8%.

O Pará tem 4,7 milhões de eleitores. Para chegar ao destino, o jato que leva a equipe do repórter Ernesto Paglia pousou em Marabá, no Aeroporto João Corrêa da Rocha.

O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do aeroporto e contou o que eles encontraram em Jacundá.

Vocês sabem que Jacundá é uma destas comunidades relativamente jovens do Norte do país. Parece que as pessoas foram se implantando na cidade, de forma pioneira; e o Estado, as instituições e a lei só vão chegando aos poucos, e nem sempre são bem assimilados, bem adaptados pela população local, esses pioneiros que estão lá.

São só 15 km asfaltados de Marabá até Jacundá, mas mesmo esta é uma viagem bastante sacrificada.

A estrada de Jacundá é estreita, marcada por remendos e freadas de caminhão.

A política é tensa. E aparece logo na chegada. Somos rodeados por partidários do candidato que teve mais votos em 2008, mas não assumiu a prefeitura, por causa de problemas com a Justiça Eleitoral.

“Estamos em um processo democrático que Jacundá não está tendo”.

“Tenho 16 anos e posso andar de moto. Aqui é assim, não tem lei não”.

Nas ruas, não vimos viaturas. Só uma blitz da Polícia Rodoviária, fora da cidade.

Mesmo na rodovia, a fiscalização não resolve. Motoqueiros irregulares esperam no acostamento até o bloqueio ir embora. E nem pensam em legalizar a própria situação. “Eu estou sem carteira, porque o governo não dá chance pra gente. É culpa do governo, porque eu tenho que desembolsar R$ 1,5 mil, e eu ganho um salário mínimo. Ainda tenho que ir em Marabá tirar carteira, porque em Jacundá não tira”.

Ilegalidade mais grave aparece no desabafo da moradora: “Tem violência, assassinatos, bandidagem”. Jacundá é a quinta cidade mais violenta do Pará, estado com o maior número de conflitos no campo do país, e o maior número de homicídios no Norte.

Em uma reunião anual, que estava acontecendo nesta quinta-feira em Jacundá, encontramos gente preocupada com outros problemas da cidade: a prostituição infantil e o abuso sexual de menores.

Ano passado, 52 casos de violência sexual foram registrados em Jacundá. Uma agricultora procurou o Conselho Tutelar semana passada para denunciar um vizinho abusou da filha dela, deficiente mental, de quatorze anos: “Ele aproveitou que ela tem esse problema, e se aproveitou dela”.

As madeireiras são importantes na economia de Jacundá. Uma das maiores é de um ex-prefeito. Parte da madeira, diz o dono, é nativa, retirada sob supervisão da Secretaria do Meio Ambiente do Pará. A outra vem do replantio de áreas que já foram exploradas no passado.

“Nós estamos partindo para o reflorestamento, porque agora nós temos condições para reflorestar”, disse o dono da madeireira, Adão Ribeiro.

Cuidar do futuro ainda é exceção por aqui. As pequenas carvoarias, que concentram muitos casos de trabalho escravo, mostram o lado mais atrasado deste pedaço do Pará.

“Todos que estão aqui, com certeza não queriam estar aqui. Mas fazer o que?”.


Paulo Henrique Amorim