Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Como a Globo usa o BV na CBF Reforma sem tirar a Globo do meio do campo é udenismo



No julgamento do mensalão do PT – porque o mensalão tucano virou espuma, como as análises dos pigais comentaristas do Valor e da Fel-lha (*) – o BV, o Bônus de Volume era pecado mortal.

(Não confundir com “volume morto” do Alckmin.)

Por causa do BV que a Visanet pagou às agências imaculadas do Marcos Valério, o Pizzollatto, à falta de outras provas, foi condenado.

O BV da Globo é casto.

É lei …

O BV da Globo é o maior faturamento das 90 maiores agências de publicidade do Brasil.

É uma espécie de serviço análogo à servidão: as agências se comprometem a veicular na Globo e recebem um percentual ADIANTADO.

Ou seja, faça chuva ou sol, TÊM que anunciar na Globo – porque já embolsaram sua fatia.

Aqui no Brasil, a Globo conseguiu transformar isso em Lei.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra se chama isso de “kick back” – propina.

Com os clubes da CBF, do Brasileirinho, a Globo faz o mesmo.

Paga adiantado, para assegurar a exclusividade da cobertura.

Ela escraviza os clubes com dinheiro, na frente.

E se eles tiverem um aperto, precisarem de uma grana para contratar um craque – que não se vê há muito tempo … – a Globo comparece, com o bote salva-vidas.

Portanto, qualquer programa de reforma do futebol brasileiro, inclusive com as boas ideias do Bom Senso FC,  tem que começar com a Globo.

A Globo é o elefante na sala dos 7 a 1.

Não basta espinafrar o Felipão, o Marín ou o Del Nero.

Tem que ir pra cima do Galvao, do Kamel, dos filhos do Roberto Marinho.

Se não, é como fazer uma Ley de Medios (que a Dilma esqueceu de incluir no programa ) e proteger a Globo, como prega o Ministro Plim-Plim.

Em nenhum país latino-americano um Campeonato Nacional deixa de ter a cobertura de canais estatais ou educativos.

Na Argentina, a Cristina comprou os direitos do Brasileirinho e distribui a todos.

Mas, a Argentina, como se sabe, fica no Hemisfério Norte.

Em tempo: de todos os espécimes pigais, o mais histérico nesta quarta-ferira é o Globo, que não paga o DARF: “Vergonha ! Vexame ! Humilhação !”

E o Ver-mal, ou Ataulfo Merval (**) faz uma pirueta, sem rede embaixo: a Dilma vai perder a eleição porque quis “faturar” a Copa. Como diz o Mino, no Brasil os jornalistas são piores que os patrões …

Paulo Henrique Amorim



(*)  Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

sexta-feira, 7 de março de 2014

O “milagre maligno” da Globo: quanto menos você vê, mais ela tira de você.

controle
O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, com a autoridade de quem, como profissional de imprensa, trabalhou conheceu por dentro o império, descreve, como é que as Organizações Globo controlam a vida brasileira.
O “quarto poder”, se sempre alinhou, mundo afora, políticos e governantes, legislativos e executivos.
Mas o Judiciário, em geral, sempre manteve ao menos a liturgia do agastamento destes conglomerados.
As formas que a Globo usou para assumir controles sobre a Justiça são a forma que a Globo usa para tudo: poder e dinheiro.
E poder e dinheiro forma um processo que se retroalimenta.
E que ajuda Paulo Nogueira a mostrar como, com uma audiênca em queda, o impe´rio Global controla uma fatia muito superior das verbas publicitárias que mereceria – para usar a expressão de Helena Chagas – por uma “mídia técnica”.

O controle-remoto pelo qual a  Globo comanda o Brasil

Paulo Nogueira
Roberto Marinho foi um gênio, há que reconhecer.
Mas um gênio do mal.
Sua maior obra foi montar um esquema inviolável de manipulação dos poderes no Brasil.
As emissoras afiliadas, entregues a políticos amigos, como Sarney e ACM, garantiram que no Congresso a Globo jamais seria questionada seriamente.
Já sem ele, a obra de controle foi estendida à Justiça pelo Instituto Innovare, do qual falei aqui outro dia.
Na fachada, o Innovare premia anualmente práticas inovadoras no judiciário em cerimônias às quais comparecem os juízes mais poderosos do país, notadamente os do Supremo.
A aproximação, neste processo, dos Marinhos com os juízes  é uma aberração do ponto de vista ético e uma agressão ao interesse público, dados os interesses econômicos da Globo.
Contar com juízes amigos é bom para a Globo e ruim para a sociedade.
Um dia Gilmar Mendes, por exemplo, terá que explicar por que concedeu habeas corpus a uma funcionária da Receita flagrada tentando fazer desaparecer os documentos da célebre sonegação – trapaça é a melhor palavra – da Globo na Copa de 2002.
Uma passagem anedótica do Innovare junta Roberto Irineu Marinho, presidente da Globo, e o juiz Cesar Asfor Rocha. Uma foto registra um abraço cordial entre ambos numa premiação. Rocha  presidia o STJ e era cotado para uma vaga no STF, na gestão Lula. Acontece que chegou a Lula uma história segundo a qual Rocha pegara uma propina para favorecer uma empresa  num julgamento.
O mais curioso é que Rocha acabou votando contra quem lhe deu “uma mala de dinheiro”, segundo gente próxima de Lula. Investigado ele não foi —  nem pela Globo, nem pela Polícia Federal, nem por ninguém. Mas, se manteve a alegada bolsa, perdeu a indicação. Rocha, sem problema nenhum com a Justiça depois da denúncia, acabaria decidindo voltar depois para a advocacia.
A melhor prática para a Justiça é absoluta distância da plutocracia para que possa decidir causas com isenção e honestidade. (Investigar juízes acusados de pegar uma mala de dinheiro também vai bem.)
O Innovare é a negação disso.
Que políticos frequentem barões da mídia é lamentável, mas comum mesmo em democracias avançadas como a Inglaterra.
Nos últimos 30 anos, na Inglaterra, Rupert Murdoch – o Roberto Marinho da mídia britânica — foi procurado e bajulado por líderes conservadores e trabalhistas, indistintamente. (Um deles, Tony Blair, acabou estendendo a proximidade para a jovem mulher chinesa de Murdoch, com a qual teve um caso que levaria ao divórcio de Murdoch.)
Mas se juízes frequentassem Murdoch uma fronteira seria transposta. Jamais aconteceu. O juiz Brian Leveson não poderia conduzir as discussões sobre novas regras para a mídia inglesa se privasse com Murdoch.
Isto é óbvio, mas o poder prolongado da Globo a deixou de guarda baixa quando se trata de preservar a própria reputação.
O Innovare é um escândalo em si. E uma inutilidade monumental em seu propósito de fachada: melhorar a Justiça brasileira.
São dez anos de atividade. Quem poderá dizer que a justiça brasileira melhorou alguma coisa com o Innovare?
A Globo tem nas mãos como que um controle remoto com o qual comanda as coisas que lhe são essenciais no Brasil.
No futebol, um negócio de alguns bilhões por ano, a Globo teleguiou durante décadas os homens fortes da CBF, Havelange primeiro e depois Ricardo Teixeira.
‘Teleguiar” significou dar propinas, ou eufemisticamente, “comissões”. O Estadão mergulhou num caso que está na justiça suíça, relativo à Fifa. E escreveu numa reportagem: “Havelange recebeu propinas de uma empresa para garantir o contrato de transmissão do Mundial de 2002 para o mercado brasileiro.”
Quem transmitiu? E que jornal ou revista investigou o caso? A Veja não se gabava tanto de seu poder investigativo? Ou só vale para seus inimigos?
A mesma lógica de ocupação manipuladora a Globo promoveu em sua fonte de receita – a publicidade.
Nos últimos dez anos, a Globo perdeu um terço da audiência, em parte pela ruindade de sua programação, em parte pelo avanço da internet.
Mesmo assim, sua receita publicitária não parou de subir. Há uma aberração no Brasil: com 20% do bolo de audiência, medido pelo Ibope, a Globo tem 60% do dinheiro arrecadado com publicidade.
Ganhar mais publicidade com menos público é façanha para poucos.
O milagre, ou truque, se chama Bônus Por Volume, o infame BV. Basicamente, quanto mais uma agência veícula na Globo, mais recebe.
Meu amigo Jairo Leal, antigo presidente da Abril, me disse que muitas agências simplesmente quebrariam se não fosse o dinheiro do BV.
É claro que uma hora o anunciante vai se incomodar com o dinheiro excessivo posto numa emissora que perde, perde e ainda perde espectadores.
Mas até lá você – em boa parte graças ao BV – vai ver os Marinhos no topo dos bilionários do Brasil.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

BV do Supremo não se aplica à Globo

Uma única família abocanha metade de tudo o que se investe em publicidade no Brasil !

Saiu na Folha (*):


KEILA JIMENEZ

Carlos Henrique Schroder assumirá a direção-geral da TV Globo com a missão de estancar a queda de audiência do canal, mantendo o bom faturamento que foi conquistado na década de seu antecessor, Octávio Florisbal.

Nos dez anos em que Florisbal comandou a emissora, de 2002 a 2012, a Globo faturou alto, mas perdeu 22% de sua audiência em rede nacional. Em 2002, a média diária da Globo (das 7h à 0h) no Painel Nacional de Televisão (PNT) era de 22,2 pontos.

De janeiro a agosto deste ano, último período da gestão atual da rede, a média diária foi de 17,4 pontos. Cada ponto equivale a 191 mil domicílios no país.

Nesses dez anos, a participação da Globo nos investimentos publicitários em TV aberta se manteve em 70%, com um adendo importante.

Segundo dados do mercado anunciante, na última década, o faturamento bruto da TV aberta com anúncios passou de R$ 5,65 bilhões (2002) para R$ 18 bilhões (2011).

A Globo, que faturou cerca de R$ 3,9 bilhões em 2002, pulou para R$ 12,6 bilhões em 2011 e já bateu a casa dos

R$ 6,4 bilhões no primeiro semestre de 2012. Os valores são corrigidos pela inflação.

A TV aberta abocanha atualmente 64,8% do total dos investimentos publicitários em mídia no país -a maior fatia da década.




 

Faltou dizer: a Globo tem 50% da audiência da tevê aberta no Brasil.
Ou seja, com 50% da audiência ela “abocanha”, como diz a Folha (*), 70% da verba destinada à tevê aberta.
A tevê aberta “abocanha” 65% do total dos investimentos publicitários do país.
Do tijolinho para vender um Fusca usado em Teresina, Piauí, ao outdoor na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, ao comercial de 30” na Avenida Brasil.
De tudo somado, 65% vão para a tevê aberta.
Logo, com apenas 50% da audiência, a Globo “abocanha” 70% dos 65% de todo o bolo publicitário.
Logo, de cada R$ 1 investido em publicidade no país, em qualquer mídia, entram nos cofres da Globo nada menos que R$ 0,50.
Viva o Brasil !
Uma única família abocanha metade de TUDO O QUE SE INVESTE EM PUBLICIDADE NO BRASIL !
A METADE !
Ora, dirão os “especialistas” do PiG (**): é a qualidade !
Com apenas 50% audiência, ela consegue 70% de toda a publicidade porque ela é o MÁXIMO !
O ansioso blogueiro se permite discordar.
O MÁXIMO é a bonificação por volume.
Ou seja, a grana que a agencia de publicidade recebe da Globo por programar na Globo.
O ansioso blogueiro consultou o velho amigo David Ogilvy e perguntou, assim como quem não quer nada, o que significa o bônus por volume da Globo para as agências de publicidade do Brasil.


- Dos R$ 12 bi que a Globo fatura ela devolve ao mercado qualquer coisa perto de R$ 1,2 bi, R$ 1,5 bi.

- Tudo isso, David ?

- São os 10% de bônus que ela devolve às agências de tudo o que ela fatura.

- Qual o impacto disso sobre a indústria de publicidade brasileira, David ?

- O bônus de volume da Globo é o maior faturamento das 40 maiores agências de publicidade do Brasil !

- O que ? Das 40 maiores ?

- Precisely !

- Ou seja, David, se acabar o BV da Globo acaba a indústria de publicidade do Brasil …

- You got it !

- Mas, David, você já ouvir falar do mensalão …

- Of course, my dear !

- E você deve ter visto que o Supremo considerou que o BV entregue à agência e, não, ao cliente, é crime …

- Sim, mas isso para os anúncios das empresas estatais. O dinheiro tinha que ter ido para a Visanet e, não, para as agências do Marcos Valério.

- Mesmo assim, David. Imagine se as agências que veiculam contas de empresas estatais na Globo não receberem mais o BV da Globo … O que acontece ?

- Fecha tudo !

- E vai fechar ?

- Never !

- Por que “never”… , David ?

- Porque a Lei não vai pegar para a Globo.

- Quem te contou isso aí na Escócia, David ?

- Até o Supremo sabe disso, meu filho. Como é que eu não ia saber disso na Escócia.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista