Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

EM REUNIÃO SECRETA, PSDB TRAMOU GOLPE COM CUNHA

domingo, 11 de outubro de 2015

O plano EUA-PSDB contra a China!

O Príncipe quer que o Brasil renuncie ao pré-sal para ficar de quatro no Pacífico.bessinha livros do fhc
 Tropas americanas ocupam o Japão desde o fim da II Guerra, como se sabe.

Com o Japão e outros países subsidiários -a Austrália e outros, anti-chineses, como o Vietnã - os Estados Unidos montaram, provisoriamente, uma Aliança do Pacífico, a TransPacific Partnership, a Aliança do Pacífico.

É para combater a hegemonia da China na Ásia –  no resto do mundo, e até nas Galeries Lafayette, em Paris, como se verá adiante.

É mais ou menos como tentar montar uma aliança na Europa – a “Aliança do Mar Baltico” – sem a Alemanha!

Muito divertido!

Mais divertido ainda é ver os “pensadores” nativos, de extração tucana – a começar peloPríncipe da Privataria e seus descendentes, como o banqueiro Edmar Bacha – a defender que o Brasil entre – de quatro – na Aliança do Pacífico.

Mais ou menos assim segue a “ideologia” colonizada: o Brasil renuncia ao Atlântico, àAmazônia Azul, onde explora pilhas e pilhas de petróleo, e aos BRICs e entra no Pacífico.

Só tem um jeito de o Brasil entrar no Pacifico, amigo navegante: é com a Ferrovia Bi-Oceânica, com dinheiro DA CHINA!

Quá, quá, quá!

(Como se sabe, um dos principais produtos de exportação da China é a construção de ferrovias.

Como a Bi-Oceânica.

E, breve, o Trem Bala que o Cerra boicotou.

No momento, a China celebra a construção de uma ferrovia de 800 km na Tailândia e uma 472 km no Kenya.

E começou a construir uma rede – uma nova “Rota da Seda”-,  que sai do Nordeste da China e chega a Rotterdam, na Holanda.)

Ainda falta a Aliança do Pacífico mostrar a sua cara e sua viabilidade política.

Os dois candidatos do Partido Democrata à Presidência, Hillary Clinton e Bernie Sanders, são contra.

O Trump, também.

Economist, a revista da Fiat, para banqueiros e por banqueiros, tem lá suas dúvidas.

O jornal inglês The Guardian faz revelação gravíssima: a Aliança para o Pacífico é um atentado à liberdade de expressão.

Ou, como diz o professor Belluzzo, na Carta Capital, “os Estados entregam o jogo”, a Aliança  tucana significa “a grande empresa (americana – PHA) apropriar-se das funções legislativas e jurisdicionais do Estado”.

Ou seja, os fundos americanos de investimento e a Apple vão mandar no Brasil – com a mão de gato do Príncipe da Privataria e do PiG.

E eles acham que o Brasil vai ficar parado, a contemplar essa extravagância geográfica – renunciar ao pré-sal – e política, ou seja, entregar o Supremo, de uma vez, ao Dr Sergio Bermudes.

Sim, porque o insigne Dr Bermudes poderia ser devidamente contratado pela rede de restaurantes Brasserie Flo, que tem a La Coupole como sua porta-estandarte, depois de controlar todas churrascarias da Zona Sul do Rio!

Churrasco com choucrute alsaciano!

Tudo sob o controle da Aliança americana: Judiciário, Legislativo e Executivo, sem falar no PiG, já de agora súcubo.

É o sonho de consumo do Fernando Henrique e seus Bachas!

Ledo engano do Obama achar que o Japão – que não vive mais sem exportar para China – e a Austrália – idem – vão abortar o crescimento econômico da China.

O ansioso blogueiro esteve recentemente na loja principal das Galeries Lafayette.

Começa que, para entrar na loja – em suas múltiplas entradas –, é um sufoco.

As ruelas que cercam o Boulevard Haussmann ficam tomadas, sitiadas por uma interminável sucessão de ônibus de turismo, que violam as mais primarias regras de estacionamento, nas barbas da “polícia” parisiense.

Pergunto ao taxista: mas vocês não reclamam?

Reclamar com quem? Quem tem a coragem de dizer que os chineses não podem ficar aqui, em fila dupla?, ele responde.

Os ônibus lançam, projetam sobre a loja centenas, milhares de consumidores - chineses.

Muitos chegam com malas de viajar, dessas que as companhias aéreas exigem que sejam despachadas.

Lá dentro, depois de enfrentar filas – de chineses - para alcançar as escadas rolantes, na frente da loja Louis Vuitton, uma multidão compacta, disciplinada – de chinesas infatigáveis

Na porta da Chanel, Hermès (onde o Eduardo Cunha compra as gravatas amarelas), Dior,   Gucci, Longchamp, Rolex, Kenzo, Stella McCartney, Missoni… filas, filas - de chinesas.

O que elas compram?

Nada revolucionário: elas querem etiqueta e o convencional-chic, explica a vendedora italiana – que estuda chines à noite...

O ansioso blogueiro pôs em atividade o DataCaf.

Numa loja de relógios, a vendedora – chinesa – informa que 80% de seus clientes são chineses!

Numa loja de sapatos masculinos – o vendedor franco-brasileiro, que estuda chinês à noite, informa que 80% dos clientes são chineses.

Numa loja Kenzo, são quatro vendedores.

Um rapaz e três jovens.

Todos chineses.

Só uma das meninas nasceu na França, de pais chineses.

Quantos clientes são chineses?

80% foi a resposta!

E na Zara, a rede mais popular?

Igual!

Maioria absoluta de chineses, disse a vendedora portuguesa.

E eles pechincham, querem barganhar o preço?

Nada!

Eles apontam!

Não olham o preço.

E pagam!

E os americanos querem sufocar a China, na TPP!

Quá, quá quá!

O Obama e o Fernando Henrique precisam pegar um taxi na frente da Lafayette, no Boulevard Haussmann...


O ansioso blogueiro recomenda trechos do discurso recente da Presidenta Dilma sobre o papel estratégico do Brasil nos Brics e na América do Sul diante da Aliança do Pacífico.

Como se sabe, a Colômbia, o Chile e o México aderiram à Aliança.

O México é um protetorado americano – menos na hora de botar os mexicanos para dentro da fronteira, quando são tratados como sub-gente.

O Chile aderiu à Aliança do Pacífico desde os bons tempos do General Pinochet, o patrono do neolibelismo tucano.

E a Colômbia é um território dividido entre as FARCs e as tropas da DEA, agencia americana contra as drogas.

É um país dividido em três…

A terceira parte é a do Governo.

Mas, a Presidenta Dilma, com propriedade, tratou das prioridades brasileiras e da forma de conviver com a tucana Aliança do Pacífico.

Cada qual no seu quadrado!

À Dilma:

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na sessão de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Colômbia

Bogotá-Colômbia, 09 de outubro de 2015

(...)

Nós, obviamente, temos de dar valor às relações que estabelecemos com todo o mundo. O Brasil participa dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - com eles, inclusive, construímos o Banco de Desenvolvimento dos Brics, o Acordo Contingente de Reservas. Participamos ainda de vários outros organismos. Mas olhamos para a nossa América do Sul e consideramos que é fundamental perceber que este mercado regional é um dos mercados mais efetivos do mundo. Por quê? Nós não temos conflitos religiosos, não temos guerras étnicas …

(...)

Quero dizer ainda que Mercosul e Aliança do Pacífico não só podem como devem convergir. A integração entre esses dois agrupamentos regionais só nos trará benefícios. Os modelos de inserção internacional de um país não podem se limitar ou não impedem a integração com países que optaram por esquemas diferentes. Nós temos a experiência de uma variada, um variado relacionamento com áreas regionais. Por exemplo, o Brasil tem um grande processo em andamento com os países Brics. Os países Brics estão na Asean, os países Brics estão em outras áreas como aquelas que abrangem, por exemplo, os países da área russa - o Afeganistão, o Tajiquistão e outros países. A África do Sul tem toda uma relação com o continente africano. Nada impede que nós tenhamos também as mesmas relações aqui na América Latina. Acho que a Aliança do Pacífico e o Mercosul devem convergir. Nós estamos fazendo um grande esforço no sentido de possibilitar que haja esse tipo de integração na nossa região. Vai potencializar as nossas economias.

Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

PF DEFLAGRA NOVA FASE DA OPERAÇÃO ZELOTES

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Protesto em velório de ex-presidente do PT decreta falência moral do país

selvageria

Próximo do funeral do ex-presidente do PT José Eduardo Dutra, em Belo Horizonte, um carro passou rápido e jogou papéis criticando o PT; um dos panfletos diz ‘petista bom é petista morto’, e, em um outro, a frase ‘só faz cagada’ sobre foto de Dilma sentada em um vaso sanitário.
Fonte do Blog diz que a chapa do veículo foi anotada.
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Além disso, as pessoas da foto acima foram ao velório do petista agredir Lula.
Não se pode atribuir a grupos isolados esse horror. Essas pessoas só fazem o que fazem porque o país vem condescendendo com esse tipo de comportamento.
Um criminoso perigoso ser alvo de um ataque como esse já seria uma selvageria porque ele mesmo, morto, não seria vitimado. Os agredidos seriam seus familiares, mesmo que nada tivessem que ver com as atitudes do falecido.
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Essa falta de limites é culpa de todos nós que vimos tolerando esse tipo de gente sem reação.
A continuar a tolerância com esse tipo de fera humana, a violência moral e retórica logo se transformará em violência física. Não que está já não ocorra, mas ainda é isolada. Porém, a continuidade da impunidade dessa gente a tornará generalizada.
Os facínoras que cometeram esse ato vil, desumano, chocante, tiveram suas imagens registradas. Se a família de Dutra não os processar e se a Justiça não os condenar, um limite perigoso terá sido ultrapassado.
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Nenhum outro tipo de violência poderá ser descartado após um ato como esse. E a pregação de que “petista bom é petista morto” é apologia a violência sem a menor sombra de dúvida.
Querem saber de quem é a culpa por isso? Horas depois da morte de José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, da BR Distribuidora e do PT, Veja o acusou de participar da concepção do chamado ‘petrolão’ (confiraaqui).
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A acusação foi feita com base numa suposta delação do político Pedro Corrêa, no momento em que Dutra não está mais aqui para se defender.
Eis o ovo da serpente.
PS: se este fosse um país civilizado, a ação penal contra esses vermes deveria ser de iniciativa do Ministério Público.
PS 2: assino embaixo da opinião do leitor e acadêmico Marcos Dantas via Twitter: “Si vis pacem, para bellum”. Tradução: se queres paz, prepara-te para a guerra
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PS 3: A polícia militar de Minas Gerais diz que vai investigar quem são os responsáveis pelos panfletos, a partir da identificação do veículo usado no ato de hostilidade

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Não é Lula que é caçado, é o símbolo maior da esquerda brasileira

Lula
Outro fim de semana e outra onda de matérias na grande imprensa acusando Lula com base em uma estratégia extremamente esperta: setores partidarizados do MP abrem investigação contra o ex-presidente – o que qualquer procurador pode fazer devido à liberdade que a Constituição dá à instituição – e a mídia antipetista faz disso um “escândalo.
Recentemente, o MP de Brasília pediu ao Procurador Geral da República que pedisse ao STF permissão para inquirir Lula. Acuado pelas acusações da mídia e da oposição de ser “petista”, o PGR, Rodrigo Janot, temeu recusar, apesar da absoluta falta de uma única evidência concreta contra o ex-presidente, e pediu ao Supremo que autorizasse a oitiva do ex-presidente.
Mais uma vez, a intimidação da mídia funciona e o ministro do STF encarregado de deliberar sobre o tema, Teori Zavascki, preocupado com a pecha de ser “petista”, autoriza que Lula seja ouvido. Porém, não como testemunha ou acusado, mas como “informante”. Foi uma saída para não recusar a ordem da direita midiática e, ao mesmo tempo, não acusar um inocente – até prova em contrário.
No mesmo fim de semana, uma das revistas semanais antipetistas acusa Lula de ter tido pago pela empreiteira OAS as obras de um apartamento “tríplex” de “sua propriedade”, apesar de o apartamento não ser propriedade dele coisa alguma (Lula tem, apenas, opção de compra do imóvel) e de as obras no imóvel terem sido feitas pela empreiteira porque foi ela que construiu o prédio e, assim, é ela que tem que fazer as obras, pois o apartamento é seu.
A despeito disso, nas redes sociais, nas ruas, já se comenta que Lula será “interrogado pela polícia”, já que, hoje, não é necessário o amparo de fatos para acusar petistas ou o governo Dilma.
Vale, neste ponto, fazer uma digressão para relatar um fato ocorrido em um grupo de discussão na rede social Wats App do qual este blogueiro participa. O fato revela bem a insensatez do momento político.
Esse grupo de discussão é composto por pessoas de esquerda. Abriga juristas, políticos, jornalistas, blogueiros… O grupo discutia a questão do regime de exploração do pré-sal e eis que um jurista põe em pauta “informação” que disse ter recebido de “um professor” que afirmou que seria melhor que o pré-sal fosse explorado em regime de concessão porque a Petrobrás não terá capacidade de explorar essas reservas petrolíferas.
Como exemplo dessa “incapacidade” da Petrobrás de explorar o pré-sal, o tal professor afirmou que o campo de Libra (a maior reserva petrolífera do país) teria sido concedida à iniciativa privada por valor inferior ao apurado na concessão do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Veja bem o absurdo, leitor: o maior campo petrolífero do país – que ao ser concedido já estava começando a produzir e que, assim, não representa risco algum a quem o explorar – teria sido concedido por valor inferior ao de um imóvel com pistas de pouso, ou seja, um aeroporto – grande, mas, ainda assim, um aeroporto.
Segundo essa versão maluca, o Galeão teria sido concedido à iniciativa privada por R$ 19 bilhões e o campo de Libra, por US$ 15 bilhões.
Que loucura! Os R$ 15 bilhões pagos pelo consórcio vencedor do campo de Libra foram a título de bônus de assinatura do contrato. É óbvio que não representam o valor total da concessão, o qual reside no percentual de repasse à União do petróleo extraído, que é de 41,65%.
Esse percentual é líquido. O consórcio vencedor da concessão do campo de Libra – que inclui a Shell e petroleiras chinesas – terá que entregar à União centenas de bilhões de dólares em petróleo que vier a extrair, arcando sozinho com os custos de extração.
Ou seja: as pessoas dizem o que querem, hoje, pois ninguém vai checar nada em um momento em que a mídia, valendo-se dos problemas conjunturais da economia, conseguiu colocar a população contra o governo, contra o PT e, em bem menor parcela, contra o próprio Lula.
A artilharia contra o ex-presidente, porém, baseia-se no medo que a mídia tem, pois até a última sondagem cerca de um terço do eleitorado se dizia disposto a votar nele caso volte a se candidatar ao cargo que exerceu entre 2003 e 2010.
O pior é que para setores da esquerda pouco importa essas artimanhas contra Lula. Esses setores são os que fazem oposição ao governo Dilma, ao PT e até ao próprio Lula.
O único partido de oposição de esquerda com representação parlamentar é o PSOL, mas há vários outros partidos sem representação, como o PSTU. Esses grupos políticos querem mais é que Lula, Dilma e o PT se danem. Na verdade, gostariam de vê-lo desmoralizado e, se possível, até preso.
Esse é o erro mais fatal que a esquerda brasileira está cometendo. Desse erro, pode advir uma desmoralização dela inteirinha – PT, PSOL, PSTU e todos os movimentos sociais do entorno.
Se forem perguntar a um militante médio de partidos como PSOL (há exceções, nesse partido, como o lúcido Jean Wyllys) se Lula é de esquerda, tal militante dirá que não – ao mesmo passo que a mídia e a oposição de direita o consideram “comunista”. Porém, o fato é que Lula sempre foi e ainda é o grande símbolo da esquerda e do trabalhismo brasileiros.
Os grupos de ultradireita que perseguem Dilma, Lula e o PT não poupam os partidos de oposição de esquerda. Luciana Genro, por exemplo, a liderança mais radicalmente antipetista do PSOL e ex-candidata a presidente, é colocada pela ultradireita midiática no mesmo saco que os petistas.
O grosso do eleitorado brasileiro não faz essa separação entre esquerda governista e esquerda oposicionista. É tudo esquerda.
E é o conceito, o ideário, a imagem dessa ideologia política o grande alvo da oposição e da mídia conservadoras, bem como dos setores partidarizados e ideologizados do MP e da Polícia Federal que trabalham diuturnamente para destruir a esquerda brasileira.
Lula, porém, ainda é muito forte. Por ter sido ex-presidente, dezenas de milhões de brasileiros têm memória dos benefícios que colheram sob seu governo. Por isso essa campanha massacrante contra ele, com denúncias semanais mesmo quando não há fato novo algum.
Não sou a pessoa indicada para fazer apelos à oposição de esquerda, pois a venho criticando há anos. Este post, portanto, é um apelo aos setores da esquerda que mantém interlocução com o PT e que são contra o golpismo e o linchamento do partido, de Lula e de Dilma.
Esses setores têm que acordar o resto da esquerda, pois a caça a Lula não terá fim até 2018 e a direita não vai sossegar até arranjar um meio de produzir a imagem que tanto almeja: de Lula algemado ou preso.
Pode até não conseguir – não será tão fácil quanto pensam os fascistas –, mas ficarão dando um jeito para arrastarem o ex-presidente para circos como o que será montado em seu depoimento sobre a Lava Jato, o qual será cercado de uma cobertura de imprensa digno de um lançamento de nave espacial ou grande hecatombe.
Apelo, pois, à esquerda como um todo, seja “governista” ou oposicionista: acorde! O alvo não é Lula, é a imagem da esquerda brasileira. A direita quer associá-la à corrupção e à crise provocada, sobretudo, pela sabotagem midiático-oposicionista. Uma Luciana Genro da vida será igualada a Lula e um PSOL, ao PT. Que não haja a menor dúvida disso.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A discrição cúmplice dos jornalões com o “suiçalão” de Eduardo Cunha

escondecunha


Em qualquer país do mundo,  seria manchete a confirmação que o presidente da Câmara dos Deputados, terceiro na linha de sucessão presidencial de um governo que  está ameaçado de sofrer impedimento, e tanto da Presidenta quanto do seu vice, no caso da ação do TSE (é o que se noticia todos os dias, não é?) teve descobertas contas ilegais num banco suíço.

Não é “suspeita”, “denúncia”, “suposição” ou “dizem”. É informação oficial da Justiça da Suíça, com documentos, confirmada aqui pela Procuradoria Geral da República.

É uma “bomba”, no velho jargão jornalístico. Porque nem é preciso provar que o dinheiro é de corrupção, a simples evasão de divisas e a não declaração de patrimônio – obrigatória tanto como candidato quanto na posse do mandato – já é crime previsto no art. 13 da lei de improbidade administrativa, que vale também para os deputados:

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Basta estar confirmada a existência da conta, de direito ou de fato, através de parente que não tenha razão econômica para tal para que se peça a condenação de Cunha e, antes disso, a cassação do seu mandato.

Nas edições de hoje da Folha e do Estadão, como assinalado na imagem, a notícia é uma “notinha” de primeira página.

Os destaques são para “suspeitas”, não para fatos; para o “supõe-se” e não para acontecimentos.

Claro, Cunha ainda pode ter serventia. Como escreveu um  daqueles inomináveis da Veja, citado hoje no ótimo artigo de Paulo Nogueira, no DCM, será que nossa imprensa “espera que Cunha derrube Dilma antes de ser preso.”?

O jornalismo brasileiro – salvo as ainda muitas exceções que, por isso mesmo, não o comandam – tornou-se o exercício do facciosismo político.

Um tipo destes, apanhado em flagrante, que se recusa até a negar que tenha as tais contas, esquecido (talvez nunca tenha sequer pensado nisso) de que é um homem público,, um servidor graduadíssimo da sociedade, o comandante do processo legislativo faz isso e dão-lhe “dez centímetros”, se tanto, das capas do jornais da “moralização” do país.


Que nome pode ter isso senão o de  cumplicidade?

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Eduardo Cunha chega a dar saudade de Severino Cavalcanti

LADRÕES

Lembra-se de Severino Cavalcanti? Ele foi presidente da Câmara dos Deputados entre 14 de fevereiro e 21 de setembro de 2005. Seu mandato deveria ser de dois anos, mas foi abreviado por um cheque de dez mil reais.
Aqui vai uma ajuda-memória para o leitor avaliar que éramos felizes e não sabíamos.
Em 2005, surgiram denúncias de que havia na Câmara pagamento de “mensalinho”, um esquema de propinas em que o então presidente da Casa, Severino Cavalcanti, estaria envolvido.
Naquele ano, foi mostrada, em rede nacional, cópia do cheque utilizado para pagar ao presidente da Câmara o “mensalinho”. Sebastião Buani, o dono de um restaurante da Câmara, acusou Severino de cobrar-lhe a mensalidade de 10 mil reais sob ameaça de fechar o estabelecimento.
Em 21 de setembro, Severino renunciou à Presidência da Câmara e ao mandato de deputado federal em decorrência das denúncias.
Bons tempos aqueles, não? Hoje, denúncias incomparavelmente mais graves nem fazem cócegas no atual dono da Presidência da Casa dos Representantes do Povo.
Senão, vejamos:
O lobista João Henriques acaba de se juntar à fila de delatores que acusam o presidente da Câmara dos Deputados de ter recebido 5 milhões de dólares de propina. Com essa nova delação, já são cinco os investigados da Lava Jato que acusam Cunha de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras.
Como bem notou o colunista da Folha Bernardo de Mello Franco, “Nenhum outro político foi citado por tantas testemunhas do escândalo. Mesmo assim, ele continua no cargo e ainda articula a abertura de um processo de impeachment contra a presidente da República”.
O doleiro Alberto Youssef, o lobista Júlio Camargo, o ex-gerente da Petrobrás Eduardo Musa, o lobista Fernando Baiano e, agora, o lobista João Henriques fazem a mesma acusação.
Cunha, porém, nunca esteve mais forte. Na Câmara, ninguém sequer cogitou abrir um processo contra ele. No STF, a denúncia do procurador-geral da República não anda. Na mídia, quase não se fala dele – do contrário, já teria caído.
Como se pode ver, essa Operação Lava Jato só tem um objetivo: desgastar o PT e fragilizar o governo Dilma. Qualquer tentativa de atribuir algum caráter saneador a essa aventura não passa de cinismo.
Diante da quantidade de acusações que pesam contra Cunha, se a Câmara não se mexe o Judiciário e o Ministério Público deveriam estar pedindo que fosse afastado do cargo. Porém, vão empurrando com a barriga.
Enquanto isso, o ex-tesoureiro do PT permanece preso sabe por que? Por ter sido acusado por um delator. Não cinco, como no caso de Cunha. Para prender um petista, basta uma acusação sem provas. Para prender um antipetista, não há prova que baste.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Comandante do Exército ridiculariza grupos que pedem “intervenção militar”

malucos capa

Faz pelo menos quatro meses que um grupo de homens e mulheres – e até crianças, vistas no local amiúde – montou um acampamento na calçada em frente ao portão principal de acesso ao quartel-general do Exército, no Ibirapuera, Zona Sul da capital paulista, para pedir um golpe militar contra a presidenta Dilma Rousseff.
malucos 1
Em nota oficial, o responsável pelo Comando Militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos, informa que o comando não irá se posicionar sobre o acampamento:
O Comando Militar do Sudeste não se manifesta sobre atos políticos. “O posicionamento do Exército Brasileiro, em qualquer circunstância, é de atuar com isenção e dentro da legitimidade e legalidade, conforme o previsto no Art. 142 da Constituição Federal
Ironicamente, esse grupo tão original cita justamente o artigo 142 da Carta Magna como “justificativa” para a sua tão sonhada “intervenção militar constitucional”. Leia o que diz o texto constitucional:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Não se sabe que tipo de interpretação esses pirados deram ao texto acima, já que determina justamente o contrário de “intervenção militar”. O texto diz, claramente, que cabe às Forças Armadas a “garantia dos poderes constitucionais” e que só podem intervir de alguma maneira em alguma coisa por iniciativa desses poderes, quais sejam, Executivo, Legislativo e Judiciário.
O grupo de acampados é composto, majoritariamente, por pessoas de meia idade e idosos. Na internet, reúnem-se em uma página do Facebook ao qual deram o nome de Movimento Brasileiro de Resistência (MBR), o qual está convocando um “outubro negro” que promete “matar pela pátria” em meio a exaltações a “Deus”.
Veja a convocatória
malucos 2
Ao fundo do acampamento, o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo. Funcionários da Casa relatam que, na verdade, os acampados costumam aparecer no local mais para tirar fotos e aparecer em vídeos e depois vão embora. Não sabem precisar quem fica lá durante a noite. Durante o dia, há um revezamento entre os protagonistas da iniciativa.
Como essas pessoas residem na região do acampamento, fica fácil a encenação de estarem vivendo no local para enganarem incautos na internet.
Não se sabe ao certo, porém, o que pretendem essas pessoas, já que ninguém acredita em uma intervenção militar, forma como a proposta de golpe militar é chamada por grupos de extrema direita.
Aliás, neste domingo (27) o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 63 anos, deu uma entrevista ao jornal Correio Brasiliense em que chega a debochar do acampamento de malucos diante do QG do Exército.
Villas Boas diz que “Não há hipótese de os militares voltarem ao poder” e espanta-se com as propostas de “intervenção militar constitucional” baseada no artigo 142 da Constituição, como pregam grupos de extrema direita. Diz Villas Boas:
É curioso ver essas manifestações. Em São Paulo, em frente ao Quartel-General, tem um pessoal acampado permanentemente. Eles pedem “intervenção militar constitucional” (risos). Queria entender como se faz
O comandante do exército quer entender como se pode fazer uma intervenção militar “constitucional” se a Constituição prega exatamente que militares não podem fazer intervenção alguma em nada a não ser por ordem dos poderes constituídos, nos quais o presidente da República ocupa o cargo de “comandante em chefe” das Forças Armadas.
Abaixo, vídeos mostram os delírios dessas pessoas mês após mês. Arme-se com senso de humor, pipocas e assista. Não posso negar que achei divertido.

27 DE JULHO

11 DE AGOSTO

6 DE SETEMBRO

20 DE SETEMBRO