Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Quem ganhou em 2016 vai perder em 2017

farsantes

Muito se falou de 2016. Que não vai terminar ou que foi o annus horribilis do século XXI para o Brasil. Alguns, porém, dirão que foi magnífico. Há os que têm o que comemorar. É gente que quer que o país se dane; enquanto quase todos perderam, esses grupelhos ganharam justamente porque quase todo mundo se deu mal.
A Folha de São Paulo captou muito bem essa disparidade de visões dos agentes políticos no ano que (não) se encerrará algumas horas após a confecção deste texto. O jornal abriu a dois agentes políticos opostos a seção de suas páginas destinada a um artigo para cada lado das polêmicas que elege.
A polêmica deste sábado, 31 de dezembro de 2017, da Folha foi: “2016 deixará saudade?”
Responderam (sim) Janaína Paschoal – uma entre os juristas que propuseram o impeachment de Dilma Roussef – e (não) José Eduardo Cardozo – ex-ministro da Justiça e advogado-geral da União do governo Dilma Rousseff.
É óbvio que Janaína terá todos os motivos do mundo para vir a ter saudade de 2016, assim como José Eduardo Cardozo terá sempre carradas de motivos para carregar as piores lembranças desse ano terrível para seu grupo político e para quase todos os brasileiros.
Janaína está entre os poucos salafrários que saíram do anonimato para a fama e subiram muito na escala social e política. Essa mulher era uma advogada obscura que mal se fazia notar em suas aulas olhadas de soslaio na faculdade de Direito da USP e, em 2016, ganhou fama nacional e inscreveu seu nome na história, ainda que, no futuro, ela venha a figurar como uma das figuras nefastas que causaram tanto mal a este país com um processo que lhe desfigurou a democracia.
Outros ganhadores são os movimentos de extrema direita surgidos nos protestos de junho de 2013, tais como Vem Pra Rua ou MBL, e que, tanto quanto Janaína, saíram do anonimato e de problemas financeiros sérios para uma fama compulsiva e para lucros astronômicos com o que chamam de “militância política”.
Partidos ganharam. PSDB e DEM, até 2013 vinham minguando. As bancadas reduziam-se eleição após eleição e não tinham mais discurso para oferecer a uma sociedade satisfeita com forte e rápida ascensão social e econômica que experimentava.
De repente, a partir do início da crise política, 3 anos e meio atrás, esses grupelhos foram se tornando os “gurus” improváveis de uma nação dopada e apavorada pela volta de problemas econômicos que não conhecera durante 11 dos 13 anos de governos do PT.
2016 foi o ápice do sucesso de gente que fracassara durante mais de uma década em começar (ou voltar) a se locupletar com a política.
Gente a quem o eleitorado brasileiro não confiou nada desde as eleições de 1998, de repente chegou ao poder e começou a aplicar um programa de “reformas”, ditas “coisas impopulares”, que este povo rejeitou claramente nas eleições de 2014.
Essa gente ganhou muito em 2016. Ganhou tudo. Poder, fama, dinheiro… Mas tudo que os golpistas ganharam será cobrado por quem deu. E quem deu tudo a essa canalha foi o povo, o mesmo povo que virá cobrar a fatura e que não aceitará pagamento falso, pois sabe muito bem o que quer de volta.
O que espera dos golpistas um povo que melhorou tanto de vida na primeira década do século XXI e nos primeiros anos da segunda? O povo quer de volta o consumo fácil, a ascensão social rápida, enfim, tudo aquilo que, entre 2003 e 2011, viu que era possível o povo ter.
É aí que os golpistas que tanto ganharam em 2016 vão se ver diante da conta com a carteira vazia.
Ano que vem, a esta hora, os brasileiros vão ter descoberto que a chegada do PMDB e do PSDB ao poder lhes tirou direitos que há décadas todos pensávamos consolidados e uma melhora de vida que permeou os 14 primeiros anos do século XXI. E vão querer de volta todo o poder e regalias que deram aos farsantes que os enganaram.
*
Em 2017, o Blog da Cidadania comemora 12 anos de existência. Há leitores que estão aqui há todo esse tempo. Com a esmagadora maioria dessas pessoas eu converso muito pouco, mas quero desejar a todas que 2017 seja justo para todos. Para credores e devedores, para inocentes e culpados.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Aragão: isso aqui não é um lupanar! Nem taverna!

DuraLex.jpg
Em 23 de fevereiro de 1981, o tenente-coronel Antonio Tejero Molina, da Guarda Civil espanhola, invadiu, com uma tropa de 200 homens, o Congresso dos Deputados das Cortes, em Madri, ao tempo em que era juramentado o primeiro-ministro Leopoldo Calvo Sotelo. Exigiam os revoltados a constituição de um governo de salvação nacional sob o comando do General Alfonso Armada. Tratava-se de tentativa de restauração do regime franquista e de abortar o recém inaugurado processo de democratização do país. A revolta foi sufocada e Tejero Molina, juntamente com seus homens presos, expulsos da Guarda Nacional e condenados a longas penas de reclusão.

Em 16 de novembro de 2016, um grupo de fascistas celerados invade o plenário da Câmara dos Deputados em Brasília para exigir o retorno da ditadura militar. Agridem agentes da polícia legislativa, quebram a porta de vidro do recinto, sobem com seus sapatos sobre a mesa da presidência e arrancam o pavilhão nacional de seu mastro para pisoteá-lo. Interrompem com sua algazarra a sessão do legislativo, ameaçam os presentes, tudo sob os olhares contemplativos da segurança e do presidente da Casa, Waldir Maranhão, que parece mais surpreso do que indignado. Controlada a baderna, os invasores são detidos, não sem tentativa de alguns deputados da direita política de passar panos quentes. Resolve-se tomar o depoimento de todos e permitir-lhes o tranquilo regresso a seus lares, como se o acontecido fosse um irrelevante incidente, merecedor apenas de jocosos comentários da mídia local.

Essa diferença de tratamento entre os revoltados espanhóis e os celerados brasileiros traduz bem o grau de decomposição das instituições nacionais depois do deprimente espetáculo do 17 de abril do ano corrente, quando a casa baixa do parlamento pátrio resolveu acatar pedido de instauração de processo de impedimento da Senhora Presidenta da República Dilma Rousseff, num grande carnaval de um desqualificado baixo clero de mandatários, sob a batuta mesquinha de Eduardo Cunha, hoje preso para garantia da ordem pública, acusado de milionário desvio e apropriação de recursos públicos.

Na Espanha, as instituições funcionaram e o país pode celebrar já mais de 40 anos de restauração da democracia. No Brasil, as instituições não se fazem respeitar e, depois de incipiente tentativa de construção de uma democracia inclusiva, o país afunda no caos planejado por quem não aceitou o resultado das eleições presidenciais de 2014.

No mesmo dia 16 de novembro de 2016, assistimos atônitos a um pai assassinar seu filho por ter este participado de protestos estudantis de ocupação de escolas; a um ministro da Corte Suprema faltar ao decoro ao destratar publicamente seu par e a um carro oficial com senadores a bordo atropelar manifestantes que bloqueavam seu caminho ao Palácio da Alvorada. Lá o Sr. Michel Temer recebia, com banquete custeado pelos contribuintes, parlamentares de sua base de apoio (aqueles mesmos que rasgaram os votos de 54 milhões de brasileiros), para garantir a aprovação de emenda constitucional que condenará o Brasil ao desinvestimento público para os próximos vinte anos, sem prejuízo à manutenção plena dos lucros dos rentistas da dívida pública.

Este é nosso terrível estado da arte. A ousadia inconsequente dos reacionários e inimigos da democracia não tem fim. A cada dia um golpe dentro do golpe, direitos desconstruídos, violência política desatada, a alimentar a desesperança dos democratas, enquanto os celerados dançam em volta da fogueira com a cabeça sangrenta da democracia num tabuleiro, feitos Salomé, filha de Herodias, com a cabeça de São João.

Até quando vamos tolerar essa degradação de nossas instituições? Nenhuma parece se salvar. Nas ruas, a violência da intolerância política se torna senso comum. O entusiasmo irrefletido de pessoas obnubiladas pelo discurso de ódio e iludidas com populismo dos órgãos de persecução penal festeja a ruptura constitucional e se esbalda com a exibição pornográfica de políticos e empresários presos para o gáudio da "opinião pública". Trata-se de estratégia bem estudada de semear a infelicidade dos amantes brasileiros da liberdade e torná-los estáticos, incapazes de reagir.

O fascismo se alimenta do desespero e do ódio. É essencialmente perverso. Irriga cérebros com adrenalina a bloquear a capacidade de discernimento dos humanos. Onde endorfinas e serotonina conseguem empurrá-la, para distribuir felicidade em nossas mentes, o fascismo não tem lugar. Por isso, temos que resistir ao derrotismo. Resistir sempre. A luta por dias melhores e o amanhã de nossos filhos e netos só está começando.

Precisamos nos tornar mais dialógicos, conquistar corações e mentes ainda perturbadas pela intensa campanha de desesperança e de descrença na resiliência de nossa democracia. Exijamos o cumprimento da constituição e das leis contra os que a maltratam, sejam eles parlamentares, juízes, procuradores ou gestores. Não aceitemos o esgarçamento de nosso tecido institucional e cobremos respeito pela liturgia dos cargos públicos. Façamos que nem nossos jovens, que nos enchem de esperança ao se contraporem à destruição do sistema educacional: não podemos dar trégua.

O Brasil merece o respeito às instituições e o repudio àqueles que as querem transformar em tabernas ou lupanares. Quanto às autoridades, como tais só podem ser tratadas, quando prestigiam o lugar que lhes é confiado pelo povo. Quando o desmerecem, perdem sua condição e se equiparam a moleques em turba rueira. É bom que disso se lembrem, pois o destino daqueles que desafiam a democracia, num estado civilizatório pleno, não pode ser diferente daquele que os espanhóis deram ao tenente-coronel Antonio Tejero Molina.
Eugenio Aragão, ex-ministro da Justiça, 
que chamou os dallagnóis de fascistas

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Direitos fundamentais e o futuro incerto O Governo que aí está programou a demolição da Constituição através do sucateamento dos direitos fundamentais, arduamente conquistados.

Tarso Genro
Guilherme Santos / Sul21

Num livro publicado pela primeira vez em 1912, o constitucionalista mexicano, professor Emilio Rabasa (La Constituición y la Dictadura, Ed. Porrúa, México 2006), ao falar, sobre o sufrágio universal, reportando-se ao que ocorria na França, à época, diz que lá “são os operários das grandes fábricas, mediante a intervenção de patrões benquistos (que não chegam a prevalecer como grupos subordinados) “e portanto são apenas perturbadores”. Era a época em que o Estado de Direito não aparecia, ainda, como Estado Social de Direito, no qual os “perturbadores” passam a ter um protagonismo democrático que redesenhou a sociedade de classes, ao longo do século passado.

Uma separata recente da “Revista de Derecho Social”, traz um poderoso artigo do jurista Antonio Baylos Grau, relatando e comentado uma sentença da Primeira Seção da Sala Penal da Audiência Nacional Espanhola, que julgou “delitos contra as Instituições do Estado, atentados, associação ilícita, e um delito de danos”, por fatos que teriam ocorrido em junho de 2011, numa manifestação que o Movimento 15-M convocou ante o Parlamento da Catalunha.

A palavra de ordem da convocatória foi ‘bloquear o Parlamento’ (…), “não permitiremos que aprovem os cortes!” (sociais, no Orçamento Público). A sentença, que teve uma grande ressonância midiática, absolveu todos os acusados, excetuando um imputado por delito de “dano”, condenado pela ação individual de autoria comprovada, que arruinou com um “spray” a indumentária da deputada socialista Montserrat Tura.

Os manifestantes geraram incidentes com os deputados, tentaram bloquear a entrada dos mesmos no recinto do Parlamento e proferiram insultos contra eles. A sentença interpretou estas manifestações coletivas de uma ótica oposta à tradicional visão de Segurança do Estado. Construiu as premissas de absolvição dos acusados pelo Ministério Público, a partir do reconhecimento de que elas, as manifestações, visavam a defesa dos “direitos fundamentais”. A sentença fez uma rigorosa separação entre as ações coletivas, que manifestam a sua indignação contra a agressão àqueles direitos, de uma parte, e as responsabilidades individuais por delitos comuns, de outra.

Os crimes comuns, ou contravenções -extraí-se da sentença- devem ser destacados da ação política coletiva, voltada para travar a agressão aos direitos fundamentais, representada pelos cortes orçamentários. Não só porque aqueles delitos se originam de comportamentos individuais, no interior da ação política (fora dos propósitos do movimento) como, a rigor, vem em seu prejuízo, sendo ordinariamente originários de infiltrados ou eventuais participantes que, na verdade, são indiferentes às finalidades das lutas em curso e estão ali por outras motivações.

Ao colocar a Segurança do Estado no mesmo plano dos direitos fundamentais, a sentença da Audiência Nacional integra a “segurança social” do Estado Social de Direito, no próprio conceito de Segurança do Estado. E exclui, do âmbito da intervenção penal, conduta que promove uma “legítima defesa” dos direitos sociais constitucionalmente amparados, recusando o conceito tradicional de “segurança nacional”, originário da “Guerra Fria”, acolhido pelos juristas mais conservadores. Estes conceitos são baseados na premissa de que o Estado pode, ou deve ser “seguro”, mesmo às custas da concreta insegurança da maioria dos seus cidadãos.

A questão da “ordem pública”, portanto, neste diapasão, deve repousar numa ordem social que gere o compartilhamento de certos níveis de segurança para todos, como elemento essencial do Estado, para o exercício do seu monopólio de violência legítima. A sentença leva em consideração que, na época em que a formação da opinião pública é facilmente manipulável pelos meios de comunicação, que massivamente transmitem as mensagens do “caminho único”, é preciso garantir a visibilidade de ideias que existem na sociedade e que tem, nas manifestações públicas, “o único meio de de difundir seus pensamentos opiniões”.

“Quando os leitos de expressão e de acesso ao espaço público -diz a sentença- se encontram controlados por meios de comunicação privados, quando setores da sociedade tem uma grande dificuldade para fazer-se ouvir ou para interferir no debate político, somos obrigados a admitir um certo excesso no exercício das liberdades de expressão ou manifestação, se queremos dotar de um mínimo de eficácia o protesto e a crítica, como mecanismos de imprescindível contrapeso numa democracia que se sustenta sobre o pluralismo, valor essencial que promove a livre igualdade das pessoas, para que os direitos sejam reais e efetivos, como anuncia a Constituição no seu preâmbulo”.

No momento em que o oligopólio da mídia faz um esforço combinado para legitimar o golpismo, que levou ao poder de maneira articulada a pior parte do Governo Dilma, aliada com a pior parte da oposição, uma sentença como essa não pode ficar desconhecida dos nossos Juízes e do Ministério Público. O Governo que aí está, programou a demolição da Constituição através do sucateamento dos direitos fundamentais, arduamente conquistados na Constituição de 88. E o que sustenta este Governo ilegítimo, senão o oligopólio da mídia e duas centenas de deputados com contas a prestar na Justiça? Nada. A não ser o temor reverencial sobre a insegurança de um futuro incerto.



Créditos da foto: Guilherme Santos / Sul21

sábado, 2 de abril de 2016

ÉPOCA REVELA COMO GOVERNO OBAMA SUBSIDIA A LAVA JATO

domingo, 13 de março de 2016

Foi uma manifestação de brancos numa Nação negra É a passeata de sempre na Globo de sempre: sem negro ou desdentado​

Protestos antipetistas foram inflados por crime de agentes públicos.

Posted by 
golpista
Escrevo na décima hora da manhã de domingo, 13 de março de 2016, data em que grupos inconformados com o resultado das eleições presidenciais de 2014 voltam às ruas pedindo desde a volta da ditadura militar até a deposição legal, porém ainda golpista, da presidente Dilma.
Esses atos antidemocráticos ocorrerão por todo país, ainda que todos os olhos estejam voltados para São Paulo; o tamanho da manifestação por aqui definirá o sucesso ou o fracasso do movimento de forma geral.
Nesse aspecto, ao menos em São Paulo o esperado era um grande movimento, pois, aqui, o poder público foi usado desavergonhadamente para inflar as manifestações.
Executivo, Judiciário e Ministério Público paulistas aliaram-se à Justiça Federal, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para levarem fanáticos de ultradireita às ruas neste 13 de março, mesmo dia e mês do histórico comício antigolpista da Central do Brasil, há 52 anos.
O esforço das forças golpistas neste mês de março não remete aos idos de 1964 só por conta do mês do golpe que nos legou duas décadas inteirinhas de regime de exceção; não faltam abusos contra o Estado de Direito a nos remeter ao início do período mais sombrio da história brasileira.
O que emula os idos de 1964 é o uso do poder de Estado para oprimir adversários políticos dos golpistas, assim como foi há meio século. Mais uma vez, quem está no poder não governa e quem está na oposição oprime amparado pelos mesmos grupos de mídia daquela época.
Na verdade, a ousadia dos golpistas contemporâneos é muito maior do que há 52 anos. O Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal substituíram os militares. O golpe não usa mais tanques ou fardas verde-oliva e coturnos; usa toga de juízes de primeira instância, ternos bem cortados dos procuradores e a roupa preta dos policiais federais.
No fim, dá no mesmo. Morre menos gente, mas o efeito sobre a democracia é idêntico.
O que define o golpe é a já reconhecido parcialidade do Judiciário reconhecida, agora, até pela mídia golpista, já que a direita está tão por cima que pode se dar até ao luxo de reconhecer seus excessos.
Nesse aspecto dos excessos, eles foram ocorrendo em escalada no período pré-manifestações.
Excessos ainda mais estarrecedores começaram com a condução coercitiva desnecessária, midiática e abusiva de um ex-presidente da República, para que ele fosse depor. E com o episódio hollywoodiano que chegou às páginas do maior jornal do país pela pena do colunista Janio de Freitas.
Basicamente, surgiu a versão de que agentes da polícia da Aeronáutica, legalistas, insurgiram-se contra a tentativa da Lava Jato de sequestrar Lula sem mandado judicial e levá-lo preso a Curitiba.
Muitos leitores vêm perguntando se sei alguma coisa sobre o caso. Parece-me que a coluna de Janio de Freitas passou meio batida, apesar de seu caráter explosivo. Desse modo, vale reproduzi-la antes de prosseguir.
FOLHA DE SÃO PAULO
Janio de Freitas
Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.
O plano obscuro
10/03/2016 02h00
Em condições normais, ou em país que já se livrou do autoritarismo, haveria uma investigação para esclarecer o que o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato intentavam de fato, quando mandaram recolher o ex-presidente Lula e o levaram para o Aeroporto de Congonhas.
E apurar o que de fato se passou aí, entre a Aeronáutica, que zela por aquela área de segurança, e o contingente de policiais superarmados que pretenderam assenhorear-se de parte das instalações.
Mas quem poderia fazer uma investigação isenta? A Polícia Federal investigando a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República investigando procuradores da Lava Jato por ela designados?
É certo que não esteve distante uma reação da Aeronáutica, se os legionários da Lava Jato não contivessem seu ímpeto. Que ordens de Moro levavam?
Um cameramen teve a boa ideia, depois do que viu e de algo que ouviu, de fotografar um jato estacionado, porta aberta, com um carro da PF ao lado, ambos bem próximos da sala de embarque VIP transformada em seção de interrogatório.
É compreensível, portanto, a proliferação das versões de que o Plano Moro era levar Lula preso para Curitiba. O que foi evitado, ou pela Aeronáutica, à falta de um mandado de prisão e contrária ao uso de dependências suas para tal operação; ou foi sustado por uma ordem curitibana de recuo, à vista dos tumultos de protesto logo iniciados em Congonhas mesmo, em São Bernardo, em São Paulo, no Rio, em Salvador.
As versões variam, mas a convicção e os indícios do propósito frustrado não se alteram.
O grau de confiabilidade das informações prestadas a respeito da Operação Bandeirantes, perdão, operação 24 da Lava Jato, pôde ser constatado já no decorrer das ações. Nesse mesmo tempo, uma entrevista coletiva reunia, alegadamente para explicar os fatos, o procurador Carlos Eduardo dos Santos Lima e o delegado Igor de Paula, além de outros. (Operação Bandeirantes, ora veja, de onde me veio esta lembrança extemporânea da ditadura?)
Uma pergunta era inevitável. Quando os policiais chegaram à casa de Lula às 6h, repórteres já os esperavam. Quando chegaram com Lula ao aeroporto, repórteres os antecederam. “Houve vazamento?”
O procurador, sempre prestativo para dizer qualquer coisa, fez uma confirmação enfática: “Vamos investigar esse vazamento agora!”.
Acreditamos, sim. E até colaboramos: só a cúpula da Lava Jato sabia dos dois destinos, logo, como sabe também o procurador, foi dali que saiu a informação –pela qual os jornalistas agradecem. Saiu dali como todas as outras, para exibição posterior do show de humilhações. E por isso, como os outros, mais esse vazamento não será apurado, porque é feito com origem conhecida e finalidade desejada pela Lava Jato.
A informação de que Lula dava um depoimento, naquela mesma hora, foi intercalada por uma contribuição, veloz e não pedida, do delegado Igor Romário de Paula: “Espontâneo!”. Não era verdade e o delegado sabia. Mas não resistiu.
Figura inabalável, este expoente policial da Lava Jato. Difundiu insultos a Lula e a Dilma pelas redes de internet, durante a campanha eleitoral.
Nada aconteceu. Dedicou-se a exaltar Aécio, também pela rede. Nada lhe aconteceu. Foi um dos envolvidos quando Alberto Youssef, já prisioneiro da Lava Jato, descobriu um gravador clandestino em sua cela na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Nada aconteceu, embora todos os policiais ali lotados devessem ser afastados de lá. E os envolvidos, afastados da própria PF.
Se descobrir por que a inoportuna lembrança do nome Operação Bandeirantes, e for útil, digo mais tarde.
U-au! Daqui a 50 anos essa história estará sendo contada na íntegra, espantando as futuras gerações com o arcaísmo do Brasil destes tempos.
Aliás, vale lembrar que, no âmbito desse ataque à democracia obrado pela Lava Jato, sobrou até para este blogueiro, que segue ameaçado de ser “preso e processado”, nessa ordem…
Mas vamos em frente.
Houve nova mudança de patamar na ofensiva golpista com um pedido de prisão de Lula tão criminoso, tão malfeito, tão medíocre que, como disse o jornal Folha de São Paulo em editorial, conseguiu a proeza de fazer até os inimigos figadais de Lula repudiarem essa iniciativa dos já chamados de “três patetas do ministério público”.
Na última sexta-feira, a horas das manifestações deste domingo, a terceira mudança de patamar na ofensiva golpista: um destacamento inteiro da Polícia Militar baixou em uma reunião do Partido dos Trabalhadores em Diadema (SP) para intimidar militantes, parlamentares e sindicalistas.
A ameaça à democracia foi de tal monta que ninguém mais, ninguém menos do que o ouvidor da Polícia Militar de São Paulo, Júlio Cesar Neves, classificou como um “risco à democracia” essa ação de policiais armados durante plenária petista.
Sim, é isso mesmo que você leu: alguém, na PM, teve coragem e decência para criticar a ordem do governador Geraldo Alckmin para que seus gorilas intimidassem os adversários políticos.
A escalada de desconstrução da democracia, em que pese sua gravidade, cede espaço, neste texto, ao crime que talvez algum dia venha a ser punido: o de agentes públicos do Judiciário, do Ministério Público e das Polícias Militar e Federal usarem suas prerrogativas funcionais com propósitos políticos tão claros.
Os órgãos de controle e as polícias foram transformados em apêndices do PSDB. Não de qualquer outro partido, mas do PSDB. E usados para guerra política. Em qualquer lugar do planeta em que a democracia esteja vigente atos como esses levariam seus altores para trás das grades.
Mas estamos no Brasil…
Não se sabe, no momento em que escrevo, como serão os protestos golpistas de 13 de março de 2016. Serão iguais aos de um ano? Maiores? Menores?
Tanto faz. Serão ilegítimos, pois decorrem de crimes cometidos por agentes públicos para estimular pessoas de pouco cérebro a irem à rua apoiar pleitos como os supracitados, que envolvem até golpe militar formal e tradicional.
Isso sem falar da quantidade de políticos corruptos – muitos, indiciados – que, neste domingo, estará pelas ruas do país aproveitando esse crime dos agentes públicos em questão para debochar da sociedade ao protestarem “contra o corrupção”.
foto manifestação_phixr.jpg
Hoje! E acham que vão dar o Golpe
Este post foi escrito às 13h00.

Quando a passeata do Rio chegou ao ponto de saturação e a de São Paulo é uma preparação.

(Uma preparacao feérica, riquissima, cheirosa, de dezenas de carros de som, patos do Skaf daFIE  P, muito tenis Nike.

Mas, negro que é bom ... nada !

Foi uma passeata de brancos numa Nação negra.

Numa naçao de maioria negra e parda (para atender às exigências conceituais do Gilberto Freire com "i".

É a mesma passeata de sempre, com mais cinco ou menos cinco brancos, aqui ou ali, e com a mesma Globo de sempre: uma prova concreta, física do apartheid social no Brasil.

Em Copacabana, o desfile foi patético.

Copacabana é um bairro cercado de magníficas e deslumbrantes favelas.

Pavaã-Pavaozinho, Cantagalo, Tabajaras, Morro dos Cabritos, Chapeu Mangueira.

Dona Marta ali perto, no Humaitá.

E Vidigal e Rocinha, mais para a São Conrado.

São alguns milhoes de negros - E POBRES !

Que não se mexeram para sair na Globo.

Ficaram em casa !

No botequim, tomando cerveja e esculhambando o Flamengo e o Fluminense, que querem jogar o Fla-Flu, em São Paulo.

O que a Globo mostrou no Rio foi um iate com a familia vestida de verde e amarelo, e um exuberante "fora Dilma".

Depois, vai ancorar no Iate Clube e tomar champagne Veuve Clicquot - rosé, porém !

E em Salvador ?

A cidade mais negra do Brasil !

Não tinha negro nem vendendo água de coco !

E a Globo a divulgar numeros de manifestantes incompatíveis com a metragem quadrada do calçadao da Barra.

Pra botar aquele monte de gente da Globo ali, só dentro d'água.

Branco sozinho não derruba presidente no Brasil !

Se é por esse domingo que o PMDB vai saltar fora do barco.

Não vai.

(Saltar do barco de NOVOS ministerios, bem entendido ...)

Se saltar, é para tentar um golpe parlamentar, instalar o impeachment por meia hora - até a favela perceber - e fechar a Lava jato.

Porque se ficar aberta, o Temer morre (e o Wellington Moreira Franco, seu unico escudeiro, vai junto).

Se a sobrevivencia da Globo dependia dessa manifestacao de hoje , 13/3, pode começar a fechar a banca e tentar arrumar comprador.

Como o Valdir Macedo nao se interessa, quem sabe os filhos do Roberto Marinho vendem à Netflix ou à Google Red ?

Enquanto os farofeiros não se apossam da praia da Jararaca.

Deu xabu no Golpe !

No Golpe de brancos, por brancos para brancos.

Como disse o Roberto Marinho, no livro "O Quarto Poder", ao seu diretor de jornalismo: "não quero preto nem desdentado no jornal nacional !"

Nem em passeata.

Qua qua qua !

Em tempo: leia a seguir os documentos das liderancas negras do Brasil, a nação mais negra do mundo, depois da Nigéria !

PHA

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Praga da Imprensa brasileira contra as Olimpíadas Rio 2016 foi tão forte que pegou nas Olimpíadas Londres 2012


Presidente do COI trata a segurança como um
dos principais pontos a ser analisado pelo Rio?????

Os integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) visitaram nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, o Centro de Operações Rio e o projeto do Porto Maravilha, dois centros nas áreas de segurança, operações e urbanismo. Os projetos analisados estão ligados aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Recepcionado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, o presidente do COI, Jacques Rogge, foi conferir as instalações da cidade carioca. A questão da segurança é um dos principais pontos debatidos pelo COI.
By: Aposentado Invocado
Por acaso, se esta situação fosse no meu Rio de Janeiro, o que estariam falando a imprensa de merda, (sem ofender a merda), que infesta este país.
Seria a gloria dos cansei, milenium, kamel, ...e outros da mesma escória.