Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 18 de março de 2014

Krugman vê Brasil: "não é vulnerável faz tempo"

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Economista Paul Krugman, Nobel de Economia de 2008, passa o trator sobre avaliações pessimistas e previsões catastrofistas para a economia brasileira; "O Brasil saiu da crise mundial muito bem e não se justificam preocupações com sua economia", disse; colunista permanente do jornal The New York Times, ele participou de seminário promovido pela revista Carta Capital; "O Brasil não é vulnerável há muito tempo", cravou ele, citando reservas internacionais de US$ 360 bilhões e PIB superior a US$ 2 trilhões
18 de Março de 2014 às 16:43
247 - Economista, colunista permanente do jornal The New York Times e figura central no debate mundial, Paul Krugman tem algo que seus colegas de comentários não têm: um prêmio Nobel de Economia, ganho por ele em 2008, em razão de suas pesquisas sobre a nova geografia econômica mundial. O que ele fala se torna referencial.
Pois Krugman acaba de, aqui mesmo no Brasil, passar o seu trator sobre as atuais análises pessimistas e projeções catastrofistas sobre a economia brasileira. Atacando de frente uma palavra usada em relatório do Federal Reserve (Fed) sobre o País, o economista não fez rodeios:
- O Brasil não é vulnerável há muito tempo, disse Krugman nesta terça-feira 18, em São Paulo, durante seminário promovido pela revista Carta Capital.
- O Brasil saiu da crise mundial muito bem e não se justificam preocupações com sua economia, frisou. Para ele, o País apresenta um desempenho muito bom da economia, em meio à crise internacional. "Há maior confiança no País de que política fiscal será mais responsável", apontou. Ele destacou que a dívida externa do País, "perto de US$ 300 bilhões", não é mais um fator importante no caso do País, pois o PIB brasileiro é bem maior, pouco acima de US$ 2 trilhões, e o País possui reservas próximas de US$ 370 bilhões.
- Além disso, o País tem hoje uma menor exposição em dívida denominada em moeda estrangeira, detalhou.
Os problemas, segundo o premiado com o Nobel, estão em outra parte do mundo.
- Estou preocupado com um choque na economia chinesa, mas não seria catástrofe, analisou. "Como proporção do PIB no país, os investimentos atingem 50% e o consumo das famílias chega a 30%. Essa proporção precisa inverter".
Krugman criticou a manutenção do uso da expressão Brics para juntar, num mesmo saco, países como China, Brasil, Índia e Rússia.
- O conceito Brics é muito peculiar. Ele representa um conjunto de países que não têm semelhanças, refletiu.
Procurando corrigir o que considera ser o rumo errado do mercado, Krugman disse que, com Janet Yellen na presidência do Fed, os juros nos EUA tendem a continuar baixos.
- Yellen quer manter a taxa de juros bem baixas por muito tempo. Os mercados estão errados", comentou. "A política de afrouxamento quantitativo foi uma decepção como política monetária, disse, ressaltando que ela não ajudou a fortalecer o consumo norte-americano nos últimos anos.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Paul Krugman e o “Bolsa-Família” americano. Livres para passar fome

snap


Pouca gente sabe, mas os EUA também têm o seu “Bolsa Família”.
Lá, é o SNAP - Supplemental Nutrition Assistance Program  - que ajuda 40 milhões de americanos de baixa renda a se alimentarem, no mesmo esquema de cartão magnético do nosso aqui, com a diferença que o benefício não pode ser sacado, mas utilizado eletronicamente nas lojas cadastradas, o que é fácil frente ao uso de computadores generalizados em todo o comércio do país. Ele, aliás, substitui os antigos “food stamps”, tíquetes de alimentação que existem há décadas nos EUA.
Lá, como cá, o conservadorismo ataca o SNAP, dizendo que ele “ensina a não trabalhar”, acomodando as pessoas.
Contra isso, e para analisar os benefìcios do “Bolsa Família” gringo, o economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de 2008, escreveu o artigo abaixo, publicado no The New York Times de ontem e republicado aqui pelo site da Folha.
É triste ver que a mediocridade é universal e que, não importa a língua, a elite sempre se parece em crueldade.

Livres para passar Fome

Paul Krugman
Múltiplos estudos econômicos cuidadosamente conduzidos demonstraram que a desaceleração econômica explica a porção principal da alta no programa de assistência alimentar. E embora as notícias econômicas venham sendo em geral ruins, uma das poucas boas notícias é a de que o programa ao menos atenuou as dificuldades, impedindo que milhões de norte-americanos caíssem à pobreza.
E esse tampouco é o único benefício do programa. Há provas esmagadoras de que os cortes de gastos aprofundam a crise, em uma economia em desaceleração, mas os gastos do governo vêm caindo. O SNAP, porém, é um programa que foi expandido, e dessa forma ajudou indiretamente a salvar centenas de milhares de empregos.
Mas, dizem os suspeitos habituais, a recessão terminou em 2009. Por que a recuperação não reduziu o número de beneficiários do SNAP? A resposta é que, embora a recessão tenha de fato acabado oficialmente em 2009, o que tivemos desde então é uma recuperação de e para um pequeno número de pessoas, no topo da pirâmide de distribuição nacional de renda, e nenhum dos ganhos se estendeu aos menos afortunados. Considerada a inflação, a renda do 1% mais rico da população norte-americana subiu em 31% de 2009 a 2012, enquanto a renda real dos 40% mais pobres caiu em 6%. Por que o uso da assistência alimentar se reduziria, assim?
Mas será que o SNAP deve ser considerado uma boa ideia, em termos gerais? Ou, como diz o deputado Paul Ryan, presidente do comitê orçamentário da Câmara, ele serve como exemplo de transformação da rede se segurança social em “rede de varanda que convence pessoas capazes de trabalhar a levarem vidas de dependência e complacência”.
Uma resposta é, bem, não é lá uma rede muito confortável: no ano passado, os benefícios médios da assistência alimentar eram de US$ 4,45 ao dia. E, quanto às pessoas “capazes de trabalhar”, quase dois terços dos beneficiários do SNAP são idosos, crianças ou deficientes, e a maioria dos demais são adultos com filhos.
Mas mesmo desconsiderando tudo isso, seria de imaginar que garantir nutrição adequada para as crianças, que é grande parte do que o SNAP faz, torna menos, e não mais, provável que essas crianças sejam pobres e necessitem de assistência pública ao crescer. E é isso que as provas demonstram. As economistas Hilary Hoynes e Diane Whitmore Schanzenbach estudaram o impacto dos programas de assistência alimentar nos anos 60 e 70, quando eles foram gradualmente adotados em todo o país, e constataram que, em média, as crianças que recebiam assistência desde cedo se tornavam adultos mais produtivos e mais saudáveis do que as crianças que não a recebiam – e que também era menos provável que recorressem a ajuda do governo no futuro.
O SNAP, para resumir, é um exemplo de política pública em sua melhor forma. Não só ajuda os necessitados como os ajuda a se ajudarem. E vem fazendo ótimo trabalho durante a crise econômica, mitigando o sofrimento e protegendo empregos em um momento no qual muitas das autoridades parecem determinadas a fazer o oposto. Assim, é revelador que os conservadores tenham escolhido este programa como alvo de ira especial.
Até mesmo alguns dos sabichões conservadores consideram que a guerra contra a assistência alimentar, especialmente combinada ao voto que aumentou o subsídio agrícola, prejudicará o Partido Republicano, porque faz com que os republicanos pareçam mesquinhos e determinados a promover uma guerra de classes. E é isso exatamente que eles são.
Por: Fernando Brito

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Mídia convida Dilma ao suicídio?

É  impressionante a capacidade dos jornais de acreditarem na amnésia coletiva.
Mais impressionante ainda é capacidade de acreditar que, alternando ameaças e elogios, são capazes de conduzir um governante ao suicídio.
Dilma ensaia retorno à receita de FHC“, publica hoje a Folha de S. Paulo, relatando como, supostamente, o governo abandona a política expansionista – ou anticíclica, como preferem chamar os economistas, que consiste em usar o Estado como indutor de crescimento econômico em períodos de crise econômica – para se fixar na cartilha neoliberal, onde a “Santíssima Trindade” formada pelos juros-câmbio-inflação deve ser louvada diária e eternamente, ainda que se imolem povo e país em seu altar.
Ora, onde é que essa receita deu certo para países? (Claro que ela deu certíssimo para os bancos, não é?)
Não existe a menor possibilidade de que isso aconteça, e os porta-vozes dos grupos financeiros sabem disso.
Mas sabem que por toda a parte há joelhos que tremem e cabeças que se vergam e é com isso que contam para forçar o governo a iniciar um ciclo de arrocho fiscal e subida de juros que não só lhes proporcionem lucros quanto, principalmente, enfraqueçam politicamente as forças progressistas e lhes permita a retomada de administrações absolutamente dóceis a seus interesses.
Percebam como todo o discurso é o de cortes de gastos – e de investimentos, por consequência – como se a atividade econômica pudesse ser comparada a um orçamento familiar. O Nobel de Economia, Paul Krugman, explica isso de maneira claríssima:
“Quando uma família aperta o cinto, ela não acaba com os empregos que a sustentam. Quando um governo aperta o cinto diante de uma economia deprimida, muitas pessoas são privadas de seus postos de trabalho; e isto traz efeitos negativos até sob o ponto de vista estritamente fiscal e míope do governo, pois uma economia em retração significa uma arrecadação menor.
Ora, alguém poderia dizer que cortar gastos governamentais não significa realmente eliminar postos de trabalho – alguém que tenha passado os últimos anos numa caverna ou num centro de estudos estratégicos de viés conservador, alheio às informações a respeito de como a austeridade tem funcionado na prática”.
Krugman diz que, nem sob a ótica conservadora, isto funciona porque “os grandes cortes nos gastos governamentais foram seguidos por declínios acentuados no PIB”.
A população tem mais memória que as elites políticas e sabe que as políticas neoliberais, para o nosso povão, lembram os versos da banda RPM: “Sinto um imenso vazio e o Brasil/Que herda o costume servil/Não serviu pra mim”.
Naqueles, porém, que ascendem aos cargos de decisão política em nome da mudança e que, neles, passam a endeusar os donos do poder econômico, serve, sim, para serem incensados e tornados “intocáveis”.
Ou, quando é o contrário, serve para serem atacados e ridicularizados como fazem com o ministro Guido Mantega, cuja  cabeça é o sonho dessa gente.
Quem tiver olhos para ver um pouquinho além das colunas econômicas e – mesmo sem ter vivido os anos de estagnação dos períodos Sarney, Collor, Itamar e FHC, sobretudo – verá a Europa enforcada pelas políticas de austeridade e os EUA, mesmo timidamente, recuperando-se da crise pelas políticas econômicas expansionistas.
Adotar a “receita de FHC” é, sim, apertar o cinto.
Em volta do próprio pescoço.
 Por: Fernando Brito

sexta-feira, 7 de junho de 2013

STAND & POOR'S & MÍDIA: A ENDOGAMIA ORTODOXA


Finalmente, uma agencia de risco internacional atende aos clamores da mídia brasileira e endossa a ‘percepção' de um país em ‘espiral descendente'. Não importam as flutuações estatísticas. A inflação em baixa, o investimento em alta, que deixaram zonzos os analistas da linearidade ortodoxa nas últimas horas, nada mereceu o destaque atribuído ao carimbo negativo com o qual a Stand & Poor's revisou, nesta 5ª feira,  a ‘perspectiva da nota de longo prazo'  atribuída ao país. Atenção, a ‘perspectiva da nota de longo prazo'. O velho truque da profecia autorrealizável que os tambores locais engrossam em repiques sôfregos. O chute da Stand & Poor's ecoa dos atabaques ortodoxos com ares do 11º mandamento de Moisés. A fita métrica da credibilidade global é crível? Que nota merece a Stand $ Poor's? Com a palavra, o economista Paul Krugman que, em agosto de 2011, atribuiu peso e medida à venerável instituição, que acabara de rebaixar, também, a nota dos EUA. No entender de Krugman, na crise iniciada em 2008, a agência agiu com a mesma cara de pau do  jovem que mata os pais e então implora clemência alegando ser órfão. ‘A S&P, desempenhou papel importantíssimo na precipitação dessa crise, concedendo notas AAA a ativos que desde então se transformaram em lixo tóxico', fuzilou Krugman. (LEIA MAIS AQUI)

E DANUZA LEÃO, QUEM DIRIA, ACABOU NO IRAJÁ

EduGuimarães.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A ATUALIDADE POLÍTICA DO MARXISMO


*Reeleição de Rafael Correa : pesquisas indicam que o presidente do Equador deve ser reeleito no próximo dia 17,com 56,5% dos votos, liquidando a fatura eleitoral já no 1º turno

*'Saída da crise: projeto de Nação ou 'país-mercadoria?' ( leia mais aqui)    






"O marxismo tem estado em evidência: a política externa recorreu a Leo Panitch, e não a Larry Summers, para explicar a recente crise econômica; e pensadores como David Harvey têm desfrutado de um renascimento tardio em suas carreiras. Um maior reconhecimento do pensamento da "esquerda do liberalismo" - como a revista 'Jacobin', que editei - não é apenas o resultado de uma perda de confiança nas alternativas dominantes, mas sim a capacidade que os radicais possuem de formular questões estruturais mais profundas e apresentar novas alternativas de desenvolvimento situadas em um contexto histórico. Agora, mesmo um liberal célebre como Paul Krugman tem invocado ideias que foram largamente relegadas às margens da vida norte-americana. Quando pensa sobre automação e o futuro do trabalho, Krugman preocupa-se que "mesmo possuindo ecos de um marxismo fora de moda, tais temas não deveriam ser ignorados, mas frequentemente são". Mas a esquerda que ressurge possui mais do que preocupações, ela tem ideias: sobre a redução do tempo de trabalho, a desmercantilização do trabalho, e os meios pelos quais os avanços da produção podem constituir uma vida melhor, e não mais miserável". (Bhaskar Sunkara).

"Há interesses políticos em desvalorizar a Petrobrás", diz consultor 

A análise, na contramão de tudo o que vem sendo falado com relação à estatal brasileira do petróleo, é do engenheiro Ivo Pugnaloni, investidor na empresa e consultor da Enercons para o setor de energia.
A empresa fechou o ano de 2012 com lucro de R$ 21,18 bilhões, o menor dos últimos oito anos. Com isto, os investidores, que viram os dividendos serem reduzidos em 3%. Se não bastasse, a própria presidente, Graça Foster, em entrevista admitiu que o ano de 2013 ainda será de dificuldades. Tudo junto fez com que as ações da estatal atingissem, na terça-feira (5) o seu menor patamar desde 2005, fechando o pregão em queda de mais de 8,29%. Nesta quarta-feira (6) a queda continuou: 2,65%.
Processo de desvalorizar a empresa 
Nada disto, porém, assusta Pugnaloni. Para ele, o corte de dividendos servirá para melhorar a capitalização da Petrobrás.
"A empresa tem uma demanda de investimento muito grande para os próximos anos, tanto para o fornecimento de gás, por exemplo, que em momentos de insegurança energética como o que aconteceu agora pode ser fundamental, mas também para o desenvolvimento de energias renováveis, de exploração do pré-sal. A importância da Petrobras para o Brasil é inegável", lembra o especialista.
Para ele, o desespero dos acionistas é exagerado e desnecessário, pois o processo atual, de corte no lucro dos acionistas para aumentar a capitalização, é natural e importante para a Petrobras. Pugnaloni detecta um movimento para tentar diminuir o valor e a imagem da estatal e assim, lucrar na compra das ações a preços mais baixos.
Importância indiscutível
A importância da Petrobras na economia brasileira, segundo o engenheiro, é fundamental. "A Petrobras é tudo, por isso que, para quem não pensa no Brasil, ela precisa 'ser destruída'. Não só na questão energética, que a sua presença é indiscutível, mas também na produção de tecnologia, projetos, energia e pesquisa, não tem como discutir", destaca. 
O especialista aproveitou ainda para criticar a Aneel, por atrasar a liberação de obras de infra-estrutura energética, como a construção de novas hidrelétricas. "Se a gente depender deles, não construiremos nada. Mais um motivo para apoiarmos a capitalização da Petrobras", conclui.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Serra, o conto de fadas ao contrário

Quando a crise financeira dos EUA passou a atropelar o resto do mundo, a resposta do governo Lula foi serena. O presidente acalmou o país: “Lá fora a crise poderá ser um tsunami, mas aqui, se chegar, não vai passar de marolinha”.

 O presidente, com o respaldo da equipe econômica, adotou um conjunto de medidas, entre elas a redução de impostos para incentivar o consumo.
Os tucanos, José Serra à frente, apoiado no coro da mídia dominante (O Globo, Rede Globo, Estadão,Folha e Veja, das famílias Marinho, Mesquita, Frias e Civita), consideraram as medidas irresponsáveis. Alegaram que o Brasil, “na contra-mão do mundo”, ia se estrepar. A “única medida possível”, pontificou Serra, é “cortar gastos”.
A campanha obsessiva de Serra, sua turma e sua mídia golpista (vejam no alto a capa de O Globo, já comemorando uma catástrofe em março de 2009) só parou quando o Brasil, graças à ação do governo Lula, superou o pior e passou a ser festejado como o primeiro país a sair da crise. Em seguida, retomou o crescimento, que este ano deve chegar a 7,5%, desmoralizando o catastrofismo da “profecia” serrista para os brasileiros.
O operário e a receita errada do doutor
Essa é a história contada abaixo, em pouco mais de nove minutos, num video editado para o You Tube. Na parte inicial, estão imagens do alarmismo propagado pela Rede Globo – que ainda ouviu Serra, politicos notórios do PSDB (como Tasso Jereissatti) e economistas alinhados com ele. A imagem conspícua de Regina Duarte, ectoplasma de 2002, é o arremate adequado. A boboca tinha medo do pesadelo errado.
Ao contrário de Serra, que se julga administrador competente a pretexto de ter diploma de economista com doutorado no exterior, Lula (com Dilma na foto ao lado) orgulha-se de ter chegado aonde chegou apesar de ser apenas um operário com formação de torneiro mecânico em curso do SENAI. Mas na crise a desastrosa receita econômica do Doutor Serra teria jogado o Brasil no fundo do poço.
Isso ajuda ainda a entender porque o país, nos oito anos de Serra como ministro de outro doutor (FHC: Sorbonne, Stanford), quebrou três vezes e bateu às portas do FMI de chapéu na mão (hoje emprestamos ao FMI e as reservas beiram US$ 290 bi). Diplomas são importantes (Lula sabe disso: construiu 14 universidades; FHC, nem uma única). Mas não bastam.
A arrogância do falso profeta
Acompanhei o debate econômico nos dois últimos anos. Não entendia a posição de Serra, seus tucanos e sua mídia. Só podia ser explicada pela obsessão unânime, nos sucessivos episódios politicos a partir de 2005, de varrer Lula do poder. Como confessou abertamente um deles: “vamos ficar livres dessa raça por 30 anos” (imagino que se referia aos pobres e negros, além do PT).
Em Princeton um economista ilustre – Paul Krugman, ganhador do Nobel e estudioso aplicado de Keynes – insistia num rumo oposto ao de Serra (criticado na charge de Kayser). Queixou-se de que o governo Obama injetava estímulo insuficiente, devia gastar mais para deter a recessão. Aqui o que mais impressionava era a certeza de Serra. Atacava duro, com o peso dos diplomas, reais ou supostos.
Hoje sabemos o que se passou e o resultado positivo da aposta correta do governo Lula – onde também há múltiplos diplomas e PhDs. No video um Serra professoral sentencia: “É um erro econômico”. Mas o erro foi dele: a arrogância. Acabou punido pelo desatino de confiar nos áulicos, como um tal de Reinaldo Azevedo (foto abaixo). Ouvir gente assim inabilita qualquer diploma.
Lições das histórias infantis
Degenerados intelectuais são incapazes de raciocinar, limitam-se às idéias fixas, delírios, obsessões, insultos. Dão-se ao requinte de reciclar os xingamentos a cada dia. Quem opta pela leitura de criaturas desse nível, pela ilusão indouta de se manter atualizado com a espinafração da vez, corre o risco de desqualificar a própria sensatez – ou o diploma, se o tem.
Graças à mídia dominante (GloboVeja,FolhaEstadão) das quatro famílias, os tucanos passaram a falar – ou escrever – para eles mesmos. Se o coro não destoa, se todo mundo diz a mesma coisa, não passa pela cabeça deles que algo pode estar errado? Falta aquele garoto da historinha para alertar que o rei não veste uma roupa deslumbrante – está nu.
Se fala apenas com os áulicos que o servem, se a leitura é Veja e na tela está a Globo, dois dos que o incensam, só lhe resta dialogar com o próprio espelho. Em outra historinha um espelho mágico diz à rainha má que há outra, sim, mais bela do que ela. Serra precisa de um espelho. Nem precisa ser mágico. Apenas para advertí-lo de que Lula – ou Dilma – nada tem do apedeuta pintado por Azevedo.