Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 16 de junho de 2015

Agradeça às suas “meninas”, Jô!

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 Como todo mundo que tem ao menos algum resquício de senso de justiça, fiquei satisfeito com a entrevista que Jô Soares fez com Dilma Rousseff na última sexta-feira (12/6), no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República.
Ainda que alguns analistas realmente independentes tenham avaliado que o humorista e apresentador “pegou leve” com a entrevistada, entendo que a iniciativa dele pretendeu dar voz a quem não tem tido por conta do massacre fascista de que tem sido alvo, de forma que ele a deixou se expressar mais livremente.
Quem quiser assistir ou rever a entrevista antes de continuar lendo o post, pode fazê-lo no vídeo abaixo – ou pode voltar a este ponto ao fim da leitura.


Claro que, no atual momento político, já era esperado que Jô entrevistasse Dilma civilizadamente – pois há algum tempo ele vem se posicionando em defesa dela – e que, após a entrevista, os famigerados fanáticos de extrema-direita tratassem de agredir a ambos.
O ponto de vista deste blogueiro sobre uma entrevista ideal é aquela em que o entrevistador faz ao entrevistado perguntas que ele possa responder, não perguntas que não passem de provocações, pois, aí, não há entrevista e, sim, debate.
Só para ilustrar a questão, confira, no vídeo abaixo, como foi que entrevistei a presidente, ano passado. O áudio está um pouco ruim, mas quem tiver um bom equipamento conseguirá ouvir.



Como se pode notar, apesar de ter feito uma questão que alguns dirão ser favorável à então candidata à reeleição, houve, sim, um questionamento. Critiquei o mutismo do governo e inclusive da presidente no que diz respeito ao contraponto que precisava ser feito aos ataques da mídia. A pergunta, basicamente, foi a seguinte:
— O seu segundo governo continuará apanhando calado?
Nesse aspecto, portanto, acho que Jô fez as perguntas certas. Apresentou questões que os antagonistas da presidente fazem e a deixou dar a sua versão dos fatos.
Claro que um certo jornalismo – coincidentemente, praticado pela mesma emissora que emprega Jô Soares – não costuma agir assim – todos se lembram da entrevista feita pelo âncora do Jornal Nacional, William Bonner, durante a eleição presidencial do ano passado, em que não deixava a entrevistada sequer responder às questões que fazia em tom que, longe de questionador, foi, literalmente, insolente.



Isso que você assistiu acima – se é que teve estômago para rever – não é entrevista e muito menos jornalismo; é debate político.
Não me darei ao mau-gosto de reproduzir os piores ataques que Jô Soares recebeu, pois a grande maioria foi agressiva não só à primeira mandatária da nação, mas, também, ao gênero feminino. Mas alguns exemplos mais “suaves” podem ser mostrados.
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Como chegamos a isso? O que está acontecendo com Jô deveria servir de exemplo a todos os comunicadores que hoje se unem a essa onda fascista; no futuro, se contrariarem esses fanáticos, já sabem o que os espera.
Mas o fato é que não se pode negar que Jô, apesar de ter sido corajoso em sair em defesa de Dilma, tem responsabilidade pelo que aconteceu e eu nem preciso dizer por que.
Mas, assim mesmo, direi: por que, diabos, ele inventou o quadro antipetista “As Meninas do Jô”? Ou melhor: por que montou esse quadro com a configuração que vem se estendendo através dos anos, com “petefóbicas” como Lilian Witte Fibbe, Ana Maria Tahan ou Lucia Hippolito?
Todos se lembram muito bem do que elas fizeram ao longo dos anos, nesse quadro. No julgamento do mensalão, por exemplo, foi um massacre. Histriônicas, partidarizadas, transformaram o programa do Jô em uma sessão de masturbação antipetista.
É óbvio que ajudaram a inocular veneno nas mentes frágeis desses fanáticos que vilipendiaram como puderam o apresentador por ter entrevistado a presidente da República com respeito e seriedade.
Não acredito que Jô não pudesse ter ao menos colocado jornalistas menos partidarizadas nesse quadro. Poderia ter convidado, talvez, uma Cynara Menezes, à época colunista da Carta Capital, por exemplo, para integrar aquela bancada feminina de analistas políticas.
Lamento pelo Jô, pelos ataques que sofreu e pela mais do que provável demissão que o aguarda ao fim do contrato com a Globo, ano que vem. Mas não consigo entender por que ele serviu por tanto tempo a essa máfia midiática e só agora decidiu se rebelar.

FHC apelou a ricaços durante rega-bofe: “Preciso de 30 milhões!”

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Em 2004, a agenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava carregada. Suas palestras em eventos empresariais haviam se tornado uma sensação, segundo matéria publicada pela revista época em 23 de abril daquele ano.
Desde que, havia um ano, entrara no circuito dos “gurus corporativos”, Fernando Henrique já fizera duas dezenas de palestras, a maioria remunerada.
As exposições de FHC duravam de 50 minutos a 1 hora, em média. Em seguida, respondia a perguntas da plateia.
O preço para ouvir o tucano ao vivo variava de 50 000 a 75 000 dólares, mais os encargos fiscais, conforme o porte da empresa e sua lucratividade. Como o câmbio, à época, estava em cerca de 3 reais por dólar, as palestras do tucano rendiam de 150 a 225 mil reais.
O dinheiro tinha que ser depositado 14 dias antes da data da palestra. A soma, então, segundo a revista, era, “de longe, o valor mais alto obtido por um palestrante brasileiro.”
Na matéria “O Guru FHC”, Exame relatou que, “a título de comparação”, o ex-ministro Pedro Malan cobrava 38 000 reais por palestra, o que já era quantia “bem superior à média do mercado nacional”.
Exame ainda relatou, em sua edição de 23 de abril de 2004, que, com FHC, o instituto de pesquisa ACNielsen conseguira “atrair pela primeira vez a São Paulo os 15 presidentes de filiais latino-americanas, além do CEO”
“Nossa lista começou com 120 convidados e acabaram comparecendo 180″, afirmou à revista o empresário Germano Rocha, então presidente da Medial Saúde, que comemorou com um café da manhã no hotel Meliá seu 40o aniversário de fundação.
A palestra de FHC ganhou ampla repercussão, rendendo ainda para a Medial a citação da marca na mídia. Foi nela que, segundo Exame, “Fernando Henrique pediu ‘valentia moral’ ao governo”.
Em palestra posterior à Ambev, a empresa mantivera em sigilo o nome do conferencista. O evento que reunira cerca de 1 000 pessoas no hotel Casagrande, no Guarujá. Anunciado, FHC ganhou quase 5 minutos de aplausos frenéticos.
Apesar de toda essa ovação – sempre segundo a matéria da Exame de 23 de abril de 2004 –, pesquisa feita à época com vários executivos do mercado brasileiro conferira nota 2,9 à “eficiência gerencial” do governo FHC, uma nota “abaixo de regular”.
A matéria da Exame foi publicada logo após FHC retornar de um rega-bofe em um sofisticado resort na Ilha de Comandatuba que fora retratado pela colunista da Folha de São Paulo Monica Bergamo, em matéria de 18 de abril de 2004, publicada 5 dias antes da matéria da revista da Editora Abril.
Na reportagem “Uma ilha e mil fantasias”, Bergamo relata como começara um evento em que o tucano dava continuidade a uma coleta de recursos para montar seu instituto que, segundo matéria autocensurada pela revista Época pouco antes de a mídia começar a questionar doações recebidas pelo Instituto Lula – confira aquiaqui e aqui–, começara quando ele ainda era presidente da República.
Observação: sim, caro leitor, você leu direito o parágrafo anterior. FHC começou a pedir dinheiro a empresários enquanto ainda era presidente da República e, sim, a revista Época censurou a própria matéria há alguns dias, no exato momento em a mídia começou a “acusar” Lula por receber doações de empresas APÓS deixar o poder. Época tirou do ar matéria que publicou no fim de 2002, pouco antes de FHC deixar o poder.
Retomemos, pois, o divertido convescote de que participaram FHC, a mesma Camargo Correa que agora é “acusada” de doar ao Instituto Lula e muitos outros ricaços. Com vocês, o rega-bofe de Comandatuba, sob a batuta do anfitrião João Dória Junior.
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segunda-feira, 15 de junho de 2015

SENADO TEM DOIS GOLPES EM MARCHA CONTRA A PETROBRAS.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fracassam tentativas fascistas de “melar” Congresso do PT


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Fracassou tentativa do revoltado-mor e sua milícia fascista de provocarem confronto sério nos atos públicos do PT em Salvador. Durante a quinta-feira (11), Marcello Reis, líder do grupo “Revoltados On Line”, e um grupo de milicianos tentaram gerar violência, mas obtiveram apenas reportagens tendenciosas da Folha de São Paulo e do Estadão.
Apesar de ser escandalosamente clara a intenção do revoltado-mor e sua milícia de provocarem os militantes do PT nas ruas de Salvador e no hotel, naquela cidade, em que acontece o Congresso do partido, reportagens desses jornais colocaram em dúvida essa intenção:
Folha:
“(…) Antes do tumulto, os ministros Edinho Silva (Comunicação) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral) afirmaram à Folha que a presença do militante anti-Dilma no hotel era uma provocação ao partido (…)”
Estadão:
“(…) Militantes [do PT] consideraram uma provocação [Marcello] Reis se hospedar no hotel [em que acontece Congresso do PT] e ficar circulando com uma camiseta escrita a palavra impeachment (…)”
Chega a ser cômico os jornais dizerem que os petistas “afirmaram” e “consideraram” que a intenção do revoltado-mor foi provocar. Afinal, houve ou não houve provocação? Há dúvidas de que houve?
Nenhuma das reportagens que os jornais paulistas fizeram na quinta-feira 11 tratou de perguntar ao provocador o que ele foi fazer Bahia no mesmo hotel em que ocorreria o Congresso do PT. O que o tal Marcello Reis foi fazer lá? Viajou a trabalho, por acaso?
Basta ler o perfil do grupo de “revoltados” no Facebook. Lá é dito, com todas as letras, que ele viajou à Bahia para provocar petistas.
Não bastando isso, os jornais omitem que, de acordo com a Constituição, é ilegal promover manifestação contrária no mesmo local em que ocorre outra manifestação anteriormente convocada:
Artigo 5º da Constituição Federal
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Ora, o Congresso do PT e os atos do partido em Salvador foram convocados muito antes de paulistas “revoltados” viajarem àquela cidade com a finalidade evidente de tumultuar.
O máximo que os fascistas conseguiram foram alguns empurrões no saguão do hotel Pestana, em Salvador, onde ocorre o Congresso petista. Assista ao vídeo e confira como os próprios petistas formaram um cordão de isolamento ao redor de Reis para impedir que ele atingisse seu objetivo de sofrer agressão.



Como se pode ver no vídeo, a confusão não durou nem cinco minutos.
Já nas cercanias do hotel onde ocorria o Congresso petista, um grupelho fascista tentou provocar petistas que faziam ato público, mas foram contidos pela polícia e tiveram que ficar gritando de longe.
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O revoltado-mor está se fazendo de vítima – com ajuda da Folha e do Estadão –, mas todos sabem que seu grupo, e outros similares, não toleram supostos petistas nem andando na rua, quanto mais se invadissem alguma reunião deles em recinto fechado.
Confira, abaixo, agressão desses fascistas a Guga Noblat, simpatizante do PT e filho do blogueiro tucano Ricardo Noblat. A mulher de Guga foi empurrada pelos fascistas e ele quase foi agredido apesar de levar um bebê no colo.


Apesar do fracasso fascista em tentar causar algum episódio mais grave, é estarrecedor que essa gente possa agir dessa maneira sem que as autoridades tomem providências.
O tal Marcello Reis foi afastado pelos funcionários do hotel em Salvador do espaço em que ocorria o Congresso do PT, mas ele deveria ter sido retirado daquele hotel, já que alardeou publicamente, no Facebook, que pretendia causar confusão no estabelecimento comercial.
Qualquer outro cidadão que se hospedasse em um hotel de bom nível e que começasse a fazer provocações a outros hóspedes seria sumariamente convidado a deixar o estabelecimento. Qualquer pessoa que anuncie publicamente a intenção de ir causar tumulto em algum lugar seria impedida inclusive pela polícia.
Essas ações violentas dos grupos fascistas anti-PT irão provocar a primeira tragédia a qualquer momento. Logo, logo alguém precisará morrer para que as autoridades tomem as providências cabíveis.
A ascensão fascista está soterrando a democracia brasileira. Os frutos disso serão amargos inclusive para quem os semeou. É só esperar.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Agressor de frentista haitiano faz ameaças após ser triturado pelo CQC

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No último sábado, o Blog denunciou que o fanático de ultradireita Daniel Barbosa Amorim,  que agrediu verbalmente frentista haitiano que trabalha em um post de gasolina da cidade gaúcha de Canoas, cumpriu pena de prisão por furto, entre outras complicações com a lei.
A informação foi passada em entrevista a esta página pelo escrivão de Porto Alegre Leonel Radde, quem, após assistir a vídeo da agressão que se espalhou como fogo na internet, lavrou um boletim de ocorrência no 20º Distrito Policial da capital gaúcha.
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Amorim é, também, “administrador” do grupo fascista “Revoltados On Line”, segundo informação postada por esse grupo em seu perfil no Facebook.
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Na última segunda-feira, o programa humorístico da Band Custe o Que Custar (CQC) fez um excelente trabalho jornalístico ao ir ao Rio Grande do Sul entrevistar o frentista agredido e, também, o ex-presidiário Daniel Barbosa Amorim.
Para quem não assistiu ao programa, vale a pena conferir a belíssima reportagem de um programa polêmico cujo conceito entre os analistas sérios nunca foi bom, mas que vem melhorando após a saída do âncora Marcelo Tas.



O que espanta na reportagem do CQC é a postura arrogante e agressiva do ex-presidiário que agride pessoas indiscriminadamente. Por várias vezes ele bateu no peito do repórter que o entrevistou, tentando provocar uma reação e gerar um confronto físico.

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Mas não é só. Além de uma quase agressão física em transmissão de TV veiculada para todo o país, o elemento ainda disparou ameaças retóricas. E ninguém melhor do que o policial que o denunciou à lei pela agressão ao frentista para explicar o caso.
Em seu perfil no Facebook, o policial Radde comenta essas ameaças

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Parece que ainda não caiu a ficha do ex-presidiário e “administrador” do grupo fascista “Revoltados On Line”. Além de sua atitude truculenta ao tocar provocativamente o repórter da Band, ainda insinua que irá processar suas vítimas e quem lhe denunciou o crime.
No vídeo, vê-se uma mulher que acompanhava o ex-presidiário filmando o trabalho do repórter Marcelo Salinas, do CQC, e “ordenando” que a entrevista terminasse.
De qualquer forma, o saldo desse episódio é positivo. A excelente argumentação do repórter da Band expôs toda estupidez do ex-presidiário que ajuda a “administrar” o perfil dos “Revoltados On Line” no Facebook.
A reiterada baboseira desse grupo sobre o Foro de São Paulo foi literalmente triturada pelo repórter da Band. Além disso, ao reconhecer que cumpriu pena por roubo, o ex-presidiário truculento expôs ao país que tipo de gente é esse que tem a ousadia de acusar os outros de corrupção.
Esse é o principal mérito da democracia. Com liberdade de expressão, excessos de gente autoritária, estúpida e antidemocrática como Amorim e seu grupo de “revoltados” podem ser expostos e, aos poucos, o país vai entender que essa gente é perigosa e precisa ser contida.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Doações: com Lula é “imoral”, com FHC é “cultural”. A hipócrisia da mídia e o sapato do Brizola

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Os jornais se lambuzam nas doações e pagamentos feitos ao ex-presidente Lula por palestras, a partir do vazamento cuidadosamente filtrado dos policiais federais e dos promotores da Operação Lava-Jato.
Embora, lá pelo final das matérias, registre-se que Lula e o Instituto Lula não estão sendo investigados – e não estão por falta de razão, não por imunidade legal – o tom das matérias é o de evidente “denúncia” e “suspeição” das doações e pagamentos que Lula recebe por palestras, o que não apenas é legal como é feito por muitas figuras públicas.
A “onda” é tanta que, no post anterior, um comentarista faz um apelo sentido,  que resolvi atender:
não vi ainda nenhum blog sujo falando sobre a reportagem do Estadão sobre as doações de empreiteiras ao Lula. Isso me deixou com o estômago embrulhado. Gostaria de ler alguma coisa do Brito sobre o assunto, talvez para sossegar um pouco. Acho que muitos compartilham desse sentimento. A mídia em geral e os blogs oposicionistas estão aos pulos, “Pegaram o Lula!” é o que dizem. Há anos faço o papel de advogado do diabo, mas não tenho como mentir para mim mesmo, eu já começo a fraquejar.
Todos os “institutos” de vinculação política recebem doações de empresas, devidamente declaradas. Aliás, em escala microscóprica, este blog também, com os R$ 10 ou pouco mais que recebe de seus colaboradores em conta, declara e – até contra a opinião do contador e de uma amiga auditora da Receita – paga impostos.
Como também ocorre, certamente, com os pagamentos por serviços prestados e não só por palestras de políticos ou ex-governantes.
Eu próprio participei da produção do comercial que Leonel Brizola fez do “Vulcabrás 752″, da Grendene, suando junto com o pessoal da W/Brasil para acertar um texto que fosse coerente com as opiniões do “velho”. E saiu este, que está no Youtube, e que em nada macula o pensamento brizolista. Ao contrário, o pagamento deste comercial pagou muitas viagens de Brizola pelo país, na forma de um crédito junto a TAM.
O “Vulcabrás” do Lula são suas palestras e ele sai mesmo de “garoto-propaganda” do Brasil – e naturalmente de suas empresas, ou quem será que faria negócios no exterior, uma ONG? – pelo exterior. O FHC, mesmo desmoralizado mundo afora com o resultado dos seus governos, também as faz, para bancos, investidores e outros, que não acharam, como nós, aqueles tempos tão ruins. Ao contrário.
E, no caso do Instituto Lula, nem sequer há dinheiro público envolvido, ao contrário do que acontece na organização de Fernando Henrique Cardoso, que recebeu – prestem atenção! – R$ 12 milhões de renúncia fiscal aplicada a empresas que contribuíram com seus projetos culturais, ao menos oficialmente: a organização de seus arquivos pessoais e os de D. Ruth Cardoso.
Para que não se reclame de “leviandade” deste  blog sujo (adoraria saber porque) esclareço que não se trata do “vazamento” privilegiado de qualquer investigação, mas o dado do sistema público de cadastro de projetos financiados com renúncia fiscal pelo Ministério da Cultura,acessível aqui.
Vejam: não estou falando de pagamento por palestras ou por comparecimento de FHC em eventos, valor que só pode ser acessível se indevidamente verificado e divulgado o que é pago e o que é recebido por uma instituição privada, como são os dois institutos dos dois ex-presidentes.
Só que o de Lula não tem um tostão patrocinado com renúncia fiscal naquele sistema de consulta.
Muito menos de empresas públicas, como foi o caso de FHC, como revelou o Terra, em 2007, quando registrou uma doação da Sabesp – antes da seca – de R$ 500 mil, um quarto dos R$ 2 milhões arrecadados até então, dentro de um plano de R$ 8 milhões, que, em matéria de dinheiro solicitado, era 50% menor que os R$ 12,1 milhões que Fernando Henrique solicitou que fossem concedidos como renúncia fiscal pelas leis de incentivo à cultura para o projeto original.
Legal? Sim.
Se é moral, avalie você mesmo:
A quatro meses do final de seu governo, Fernando Henrique alargou o  alcance do que seria  “acervo presidencial” a  tudo o que fosse relativo à vida dos ex-presidentes, independente do período de exercício do cargo, pelo Decreto 4344, de 26 de agosto de 2002.
“Art. 2o  O acervo documental privado do cidadão eleito presidente da República é considerado presidencial a partir de sua diplomação, independentemente de o documento ter sido produzido ou acumulado antes, durante ou depois do mandato presidencial.”
E prevê o financiamento com dinheiro público, condicionado apenas a liberdade de acesso público, no art. 7°, onde se diz que “as entidades, públicas ou privadas, ou as pessoas físicas mantenedoras de acervos documentais privados dos presidentes da República poderão (…) pleitear apoio técnico e financeiro do poder público para projetos de fins educativos, científicos ou culturais”.
Por isso, atendo ao pedido do angustiado leitor, que – como eu – ainda tem esperanças de que se diga a verdade e haja imparcialidade na mídia brasileira, mas que cada vez mais compreende que ela deixou o jornalismo pela propaganda histérica contra o que chama de “lulopetismo”.
Os pesos e as medidas são direito de qualquer um, porém. Use os seus.
PS. Para poupar trabalho, o vídeo do comercial do Brizola:

Camargo Correa doou até aeroporto a FHC, mas não pode doar a Lula

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Estadão e Folha de São Paulo divulgaram informação repassada pela notória banda antipetista da Polícia Federal cujo objetivo é, claramente, o de manchar a biografia do ex-presidente Lula e, assim, enfraquecê-lo politicamente, por temor de que se candidate à sucessão de Dilma Rousseff.
As matérias desses jornais relatam doações ao instituto Lula que empresas privadas fazem comumente a ex-presidentes. José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, com ajuda da iniciativa privada, criaram institutos após deixarem o poder e nunca ninguém implicou com eles.
O instituto FHC, por exemplo, foi inaugurado em 2004 com um acervo de mais de 10 mil livros e um caixa de cerca de R$ 10 milhões.
Desde que deixou a Presidência da República, em janeiro de 2003, FHC se dedicou a arrecadar recursos para criação de seu instituto. Chegou a promover um jantar do qual participaram banqueiros e empreiteiros.
O instituto Fernando Henrique Cardoso ainda ganhou dos empresários um andar inteiro em um antigo prédio do centro de São Paulo, onde funcionava o Automóvel Clube. Um imóvel de 1.000 m2 com biblioteca e auditório.
Segundo reportagem da revista IstoÉ publicada em 1999, quando FHC ainda era presidente, a fazenda que ele e Sergio Motta compraram em sociedade no município mineiro de Buritis ganhou da mesma Camargo Correa que a mídia acusa de fazer doação ao Instituto Lula, “Um presente que todo fazendeiro gostaria de ter”.
A revista relatou que “Em vez de avançar a cerca sobre a propriedade alheia, como de hábito no meio rural”, a Camargo Corrêa mantinha “sempre aberta a porteira” que separava sua fazenda da “gleba presidencial”.
Haveria, à época, um “intenso movimento entre as duas propriedades”, as fazendas de FHC e da Camargo Correa”, com “pessoas saindo da fazenda Córrego da Ponte, de FHC, entrando na Pontezinha, da Camargo Corrêa, e voltando à Córrego da Ponte”.
Para a revista, a “atração na Pontezinha” era “uma ampla pista de pouso” que costumava “receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que jatinhos de uma das maiores empresas do País”.
“Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não para de descer gente”, teria relatado o fazendeiro Celito Kock, vizinho de FHC e Camargo Correa.
A pista construída na fazenda da empreiteira tinha 1.300 metros de comprimento e 20 metros de largura, asfaltados. E estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves.
À época, a pista foi avaliada em R$ 600 mil e começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano.
A reportagem da IstoÉ ainda relatou, à época, que, apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendara serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, que, meses antes, fora contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília
Por fim, a reportagem em questão relatou que “Dois habitués na pista da Pontezinha”, fazenda da Camargo Correa contígua à fazenda de FHC, eram Luciana Cardoso, filha do então presidente da República, e seu marido, Getúlio Vaz.
Detalhe: isso ocorreu enquanto FHC era presidente da República e tinha a caneta que contratava empreiteiras. A assessoria de imprensa da Presidência da República, inclusive, confirmou, à época, a utilização da pista pelos familiares do presidente.
Fatos como os supracitados jamais geraram reportagem alguma dos jornalões supracitados. A imprensa desprezou solenemente todas as doações de banqueiros e empreiteiros ao instituto FHC. Sempre. E foram muitos milhões.
Após FHC deixar o poder, seu Instituto chegou a ganhar um programa na TV Cultura. E, como se não bastasse, recebeu doação de 500 mil reais da Sabesp. Além das milionárias doações privadas, o Instituto FHC recebeu DINHEIRO PÚBLICO!
Nunca houve qualquer questionamento da imprensa.
Mas o Instituto Lula não pode receber doações privadas. Vira escândalo.
O pior é que as reportagens da Folha e do Estadão não relatam nem sequer investigação da Polícia Federal sobre a doação da Camargo Correa ao Instituto Lula. A banda antipetista da PF deparou com essas doações e repassou a informação à imprensa com o único objetivo de constranger o ex-presidente e gerar boatos.
O Instituto Lula divulgou as perguntas do Estadão, na íntegra, e a resposta que deu. Confira, abaixo.

Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
Perguntas enviadas pelo jornal O Estado de S. Paulo
1) A que se referem os pagamentos da empresa Camargo Corrêa para o Instituto Lula e para o LILS? Que serviços eleitorais o Instituto prestou?
2) Os serviços prestados pela LILS são referentes a palestras do ex-presidente Lula? Há registros?
3) Por que o Instituto Lula emite bônus eleitorais como em 2012?
4) Os serviços prestados têm relação com contratos da Petrobrás?
5) As doações/contribuições/bônus pagos têm relação com o PT?
Resposta do Instituto Lula
Recebemos nesta terça-feira (9), do jornal O Estado de S. Paulo, às 17h14 com prazo de resposta até as 19h30, às perguntas abaixo. Segue a íntegra da resposta e depois as perguntas enviadas pelo jornal.
“Os valores citados no seu contato foram doados para o Instituto Lula para a manutenção e desenvolvimento de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre outras finalidades, o estudo e compartilhamento de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza e da fome no mundo. A Camargo Corrêa já manifestou publicamente que apoiou o Instituto, em resposta a matéria de 2013 da Folha de S. Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/03/1250451-instituto-diz-que-objetivo-de-lula-e-o-interesse-da-nacao.shtml.
Os três pagamentos para a LILS são referentes a quatro palestras feitas pelo ex-presidente, todas elas eventos públicos e com seus respectivos contratos.
O Instituto Lula não prestou nenhum serviço eleitoral, tampouco emite bônus eleitorais, o que é uma prerrogativa de partidos políticos, portanto deve ser algum equívoco.
Essas doações e pagamentos foram devidamente contabilizados, declarados e recolhidos os impostos devidos.
As doações ao Instituto Lula e as palestras do ex-presidente não têm nenhuma relação com contratos da Petrobrás.”

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Como qualificar o colunista da Veja que pediu “menos escolas, mais prisões”?

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Quem achou que a agressão moral praticada por um dos “ideólogos” do grupo fascista “Revoltados On Line” a umfrentista seria o fundo do poço da ultradireita brasileira, errou. Mesmo as agressões físicas que os neofascistas tupiniquins vêm praticando não se comparam a recente ato criminoso praticado pelo colunista da revista Veja Rodrigo Constantino.
Em seu “blog”, asquerosamente instalado no portal da revista semanal, esse elemento publicou um post cujo título é mais do que suficiente para definir não apenas a “obra”, mas o autor: “Menos escolas, mais prisões!
Um texto com esse título não precisa ser lido para ser repudiado. Infelizmente, por falta de Educação e excesso de encarceramentos até mesmo os setores mais instruídos da sociedade têm o péssimo hábito de ler apenas os títulos dos textos, que, na era da avalanche de informações na internet, têm que resumir o conteúdo a que remetem para não ser ignorados.
Houve tempo em que um título bem engendrado estimulava o leitor a descobrir o conteúdo a que remetia. Hoje, porém, as pessoas formam conceitos com base em frases curtas que intitulam textos que frequentemente não dizem o que a chamada insinua. Desse modo, uma frase como a que intitula o post do colunista da Veja tem, por si só, um efeito altamente danoso.
Só por isso o texto “Menos escolas, mais prisões” já deveria ser repudiado, pois quem escreve em um veículo de grande alcance tem que ter responsabilidade. Todavia, a leitura completa dessa excrescência elucubrada por Constantino não atenua a barbaridade que é o título.
Ao ser cobrado por seus leitores pela barbaridade que cometeu, Constantino ainda tentou minimizar seu crime de lesa-pátria – e, muito provavelmente, de lesa-humanidade – com um post scriptum que acusa quem ficou chocado de “não saber” o que é uma “hipérbole”, que é o que teria usado no título.
Eis o remendo de Constantino:
PS: Algum esquerdista qualquer divulgou esse meu texto e o blog foi invadido por bárbaros. Já tem até gente pedindo minha prisão pelo texto, ou seja, querem mais prisão para gente como eu, não para o assassino do médico ciclista Jaime Gold. É que são grandes humanistas, como Lenin, Stalin e Che. Ironicamente, eles me dão razão, corroboram a crítica de que temos uma péssima qualidade de ensino. Só sabem me xingar de “fascista”, não entenderam a crítica que faço ao sistema de ensino, não sabem o que significa “hipérbole” e ainda negam que exista doutrinação marxista em nossas escolas. Alguns leram apenas o título! Ou seja, uns alienados deformados justamente por esse ensino que critico, e gente que, por isso, acha que não precisamos de mais prisões ou do fim dessa doutrinação da qual foram vítimas
Quem, evidentemente, não sabe o que é uma hipérbole é o próprio Constantino. Senão, vejamos: hipérbole é um recurso de estilo que se baseia em um exagero altamente evidente e propositado para conferir dramaticidade a uma ideia. Exemplo: se eu digo que já expliquei alguma coisa “um bilhão de vezes” a alguém, é evidente que se trata de uma figura de linguagem porque ninguém conseguiria explicar nada tantas vezes. Não é necessário, pois, explicar que, em verdade, a explicação não foi repetida nessa proporção. Isso é uma legítima hipérbole.
Não é o caso do título do texto de Constantino, pois já no primeiro parágrafo o autor justifica a proposta maluca de construirmos menos escolas e mais prisões.
Não há discurso mais fácil do que repetir que a solução é mais educação. Nada mais é preciso depois dessa sentença mágica: seu autor é automaticamente visto como um ser nobre, sensível, um humanista. Quem pode ser contra mais educação? Claro que o debate sério e honesto deverá ser qualificado depois: qual educação? Quem paga? Que modelo? E esse ensino público que temos? Será que mais dinheiro público resolve mesmo? E há garantia de que mais escolas levam a menos crime, por exemplo? (…)”.
Quem paga pela Educação para quem quiser estudar e não tiver dinheiro para pagar escola? Em qualquer país civilizado, é o Estado. Até mesmo na Disneylândia do neoliberalismo, os Estados Unidos, o Estado banca Educação para todos. Nesse primeiro parágrafo, porém, Constantino põe em questão a mera existência do ensino público e gratuito.
Como se não bastasse, ainda formula uma questão cuja resposta não pode ser outra a não ser um sonoro SIM. Nem o neoliberal mais empedernido duvidaria de que Educação para quem não tem acesso certamente não eliminaria a opção de todos pela criminalidade, mas, por certo, reduziria o contingente dos que fazem essa opção.
Há uma vastidão de trabalhos científicos que dão conta de que a Educação é um poderoso instrumento de combate à criminalidade. Quem não sabe disso?
Um exemplo: a potencialidade da escola como um fator para influenciar o comportamento dos alunos e reduzir a violência foi comprovada pela economista Kalinca Léia Becker em sua tese de doutorado realizada no programa de pós-graduação em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultutra Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. A pesquisa foi orientada por Ana Lúcia Kassouf, professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Esalq e mostra que quando ocorre o investimento de 1% na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido.
Se formos buscar estudos que comprovem o potencial da Educação no combate à degeneração moral das sociedades, haverá tanto material disponível que demoraria uma vida para ler.
Ao fim dessa peça tétrica de estupidez composta pelo colunista da Veja, ele ainda trata de reafirmar sua tese de que é melhor construir mais prisões e menos escolas. O último parágrafo de seu texto não deixa dúvida de que ele não usou uma hipérbole nesse texto e que acredita piamente na ideia-força dele:
“(…) Diante desse quadro de ensino público caótico e marxista, e da falta de lugar nas prisões, talvez seja o caso de concluir, com alguma hipérbole, que precisamos de MENOS ESCOLAS, MAIS PRISÕES!”.
Que “hipérbole”? Constantino está ou não pregando que, em vez de educar jovens, é melhor construir mais prisões? A premissa imbecil de que estudar Karl Marx leva o indivíduo a cometer crimes não anula a “solução final” do indigitado “colunista” de que é melhor prender jovens do que permitir que tenham contato com a obra de um dos maiores pensadores da história da humanidade, estudada nos quatro cantos da Terra.
Há um projeto de lei na Câmara dos Deputados que poderia resolver o dilema que perturba o colunista da Veja. Um deputado federal desocupado, Rogerio Marinho (PSDB-RN), titular da Comissão de Educação daquela casa, propôs, recentemente, lei que torna crime o “assédio ideológico” em ambiente escolar. O projeto psicótico prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa, com possibilidade de aumento da punição, caso o ato seja praticado por educadores ou “afete negativamente a vida acadêmica da vítima”.
Esse projeto fascista, por incrível que pareça, é menos danoso que a proposta de Constantino porque ao menos não busca eliminar a Educação pública em prol de mais vagas nas prisões. Ao menos admite que é preciso educar os nossos jovens, ainda que incorra na loucura de querer impedir que um professor expresse um ponto de vista legítimo que o educando pode ou não assimilar no decorrer da vida.
Se houvesse no Brasil essa doutrinação “marxista” nas escolas a que o tal colunista alude, esta sociedade seria majoritariamente pró comunismo. É preciso dizer que isso não existe?
O post escrito por Constantino em seu “blog” no portal da Veja alcançou – até o momento em que este texto foi escrito – nada mais, nada menos do que incríveis 13 mil “curtidas” no Facebook. Mais de uma dezena de milhar de pessoas alfabetizadas concordaram com ele. Previsivelmente, grande parte delas concordou com o título “curtindo-o” naquela rede social sem sequer ter lido mais nada além da linha fina da matéria.
Ao fim e ao cabo desta reflexão, o que aflige seu autor é encontrar uma forma de qualificar Constantino que esteja à altura de seu nível de boçalidade, de egoísmo, de truculência, de falta de caráter. Infelizmente, não é tarefa fácil. Pensei nisso desde a noite de sábado até o fim da tarde de domingo e não consegui encontrar um qualificativo à altura.
Convido o leitor a sugerir um adjetivo que dê conta de definir adequadamente alguém como esse colunista da Veja. Mas, sendo sincero, duvido que alguém encontre definição que esteja à altura de alguém que comete um crime de tal envergadura.


constantino capa
Constantino divulga nova “explicação” sobre seu “menos escolas, mais prisões”
Na quinta-feira da semana passada, o colunista da Veja Rodrigo Constantino publicou um texto em sua página no portal da revista que, passados quatro dias – no momento em que escrevo –, ainda não conseguiu explicar. Por isso – e, em muito menor medida, por conta dos maus-tratos que aplica ao idioma – vem tendo que continuar se explicando. Afinal, só precisa ser reiteradamente explicado aquilo que não tem explicação.
Não é para menos que o colunista da Veja tenha que se estender nas explicações: a tese do elemento é nada mais, nada menos a de que o Brasil precisa de “menos escolas e mais prisões” (!?).
O texto original do dito “Menino Maluquinho da Veja” é tão maluquinho quanto o autor. Tão alucinado que deu até cria: gerou dois post scriptum e um segundo texto.
No primeiro texto, Constantino pisa e repisa a tese de que o Brasil precisa construir menos escolas – públicas, claro, porque, evidentemente, não quer extinguir escolas para quem pode pagar por Educação. E ele quer menos escolas porque acha que o nosso ensino é ideologizado à esquerda e, assim, seria melhor não ensinar nada a ninguém do que o ensino ser ministrado por um professor que eventualmente faça comentários de viés “esquerdista” em sala de aula. Além disso, prega que, enquanto fecha escolas, o país construa mais prisões.
De certa forma, faz sentido. Como incontáveis estudos mostram que mais Educação redunda em menos criminalidade, se formos construir menos escolas é óbvio que teremos que construir mais prisões, pois a criminalidade irá aumentar paralelamente à redução de oportunidades geradas pelo aprendizado.
É claro que esse fato não confere qualquer mérito à proposta de Constantino; a necessidade de mais prisões teria aumentado devido à menor oferta de Educação e, assim, quem propôs menos Educação será o responsável pelo aumento da criminalidade.
Não resta a menor dúvida de que, em seu primeiro post, o colunista propôs exatamente o que diz o título do texto. O fato de ele propor menos escolas porque os professores seriam seguidores das ideias de Karl Marx não muda o fato de que prefere que não existam escolas a escolas continuarem tendo professores que influenciem alunos com ideias “esquerdistas”.
Detalhe: Constantino não demonstrou se opor a que professores exponham o corpo discente das instituições de ensino a ideias de direita.
Estamos de acordo sobre o fato de que o colunista da Veja quer menos escolas e mais prisões? Então sigamos em frente.
Apesar de o conteúdo do post “Menos escolas, mais prisões” dizer exatamente a mesma coisa que o título, após a repercussão negativa o autor tentou remendar o que escreveu. Em um post-scriptum, afirmou que não propôs “menos escolas, mais prisões”. O título, na explicação posterior de Constantino, apenas teria se valido de uma “hipérbole” de modo a conferir maior dramaticidade ao seu ponto de vista.
Traduzindo isso para o português: ele usou uma frase de efeito com a finalidade de chamar atenção para um texto medíocre que repete uma ladainha furada, a de que TODOS os professores de escolas públicas seriam “marxistas”.
Como essa primeira “explicação” pós-escrita não convenceu a ninguém, o colunista da Veja lançou mão de um segundo post-scriptum no mesmo texto – agora para anunciar que, devido a “reação histérica dos bárbaros”, continuaria se explicando em um novo post. Confira, abaixo, o segundo PS do texto que originou a polêmica.
PS2: Como a reação histérica dos bárbaros continuou com força, e outros blogs sujos bancados pelo governo divulgaram meu texto, segue uma resposta ainda mais completa aqui, onde lamento a necessidade de vencer a preguiça e combater essa praga de néscios!
O menino fala em “blogs sujos bancados pelo governo”. Sei, sei… Será que se refere ao meu post, publicado neste Blog e no Brasil 247? Provavelmente, já que não vi nenhum outro blog, além desses dois, comentar a pérola “menos escolas, mais prisões”.
Antes de prosseguir, porém, vale um comentário sobre essa história de este blog ser “bancado pelo governo”. É papo furado. Não sou bancado por ninguém. Se o maluquinho diz isso por conta do banner da prefeitura de Guarulhos, ele está aqui de graça há muito tempo – aquela administração fez algumas veiculações desse anúncio nesta página, ano passado, e não pagou quase nenhuma, ainda. E o Banner só está aí para o espaço não ficar vazio, pois farei uma reforma visual no site e, até lá, ficaria feio deixar aquele quadradão vazio.
Seja como for, a terceira emenda de Constantino – agora “ainda mais completa”, em forma de novo post – saiu pior do que o soneto.
O fato, porém, é que a terceira tentativa do colunista de se explicar ficou exageradamente longa e nada inovou em relação à primeira além de ter deixado mais visível uma prática ridícula que, atualmente, afeta uma grande quantidade de pretensos colunistas de direita: a prática de copiar o estilo de Reinaldo Azevedo.
Provavelmente Constantino ainda usava fraldas quando Azevedo começou a compor títulos bipartidos e iniciados pela expressão “Ai, que preguiça!”. É constrangedor para o copiador e lisonjeiro para o copiado.
Mais impressionante ainda, nesse outro texto do colunista da Veja sobre a proposta de construir “menos escolas, mais presídios”, é que, agora, ele pretendeu “provar” que TODOS os professores das escolas públicas brasileiras são marxistas. Realmente, uma prova “inquestionável – logo abaixo.
maluquinho 2

Não leio esse sujeito. Descobri o primeiro texto dele devido a mensagem de um leitor perplexo com a proposta de o país construir “menos escolas e mais prisões”. Agora que já tenho um pouco mais de “intimidade” com o Menino Maluquinho da Veja, quero informá-lo de que se é para ler falácias prefiro as do Reinaldo Azevedo. Apesar de ser igualmente enrolador, pelo menos ele escreve bem. Lê-lo, serve como diversão. Plágios, nem isso.
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PS1: “Blog sujo sustentado pelo governo é aquele ao qual Alckmin paga R$ 70 mil por mês, valeu, Constantino?!
PS2: é sempre bom rever Ciro Gomes surrando esse sujeitinho – abaixo