Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Marcelo Zero: 2016, o ano em que o Brasil “chutou a escada” do futuro de país desenvolvido

viralatismo

2016: o Ano do Vira-Lata
por Marcelo Zero
Normalmente, países costumam ser destruídos por guerras. Sejam intestinas ou agressões eternas, as guerras deixam um rastro terrível de destruição que pode retroceder o desenvolvimento de um país em décadas. A destruição é ainda maior quando o Estado Nação fica muito fragilizado e o país se torna presa fácil de interesses externos.
Os recentes casos de países do Grande Oriente Médio, como Iraque e Líbia, são emblemáticos. Hoje, tais países não passam de territórios controlados por diferentes grupos armados, abertos à “predação” internacional sem controle.
Mas há casos em que países são destruídos ou fragilizados por meios pacíficos e sutis. Sem sangue. Sem que seja necessário disparar um tiro.
É o caso do Brasil. Com efeito, o ano de 2016 ficará conhecido como o ano em que o Brasil se autoimplodiu. O ano em que “chutamos a escada” do nosso próprio desenvolvimento.
Tudo começou com a implosão da nossa democracia, com o álibi inventado das “pedaladas fiscais” e a desculpa esfarrapada do “combate à corrupção”.
Isso permitiu que a presidenta honesta fosse afastada para dar lugar à amálgama política canhestra da hipercorrupta “turma da sangria” com os interesses do capital internacionalizado e “financeirizado” e da mídia oligárquica.
Mesmo sem nenhuma legitimidade e nenhum voto, esse “Frankenstein” político do golpe tomou rapidamente decisões estruturantes que reverterão todo o progresso social e econômico obtido em anos recentes e comprometerão, talvez de forma definitiva, a possibilidade de o Brasil se converter num país plenamente desenvolvido.
Tais decisões, explicitadas na “Pinguela para o Passado”, de fato implodirão todos os vetores, recursos e mecanismos que o Brasil dispõe para alavancar seu desenvolvimento econômico e social.
Não se trata apenas de promover um óbvio retrocesso social, em nome da redução dos custos do trabalho e do nosso incipiente Estado do Bem Estar, mas de limar a possibilidade do país promover um ciclo de autêntico desenvolvimento, em nome de aposta insana num modelo econômico ultraneoliberal, concentrador, excludente e antinacional.
O primeiro mecanismo a ser abatido por esse modelo fracassado, que não tem mais apoio nem mesmo no FMI, é o do mercado interno.
Ao contrário do que se diz, os extraordinários progressos que o Brasil fez no início deste século não se basearam, de modo decisivo, nas exportações e no “boom das commodities”.
O crescimento substancial das exportações foi vital para superação da vulnerabilidade externa da economia e para o acúmulo de grandes reservas internacionais, que nos transformou de devedor em credor externo.  Mas o eixo estratégico do nosso ciclo de desenvolvimento recente foi a dinamização do mercado interno de consumo de massa.
A contribuição das exportações para o crescimento do PIB só foi significativa no período de 2001 a 2005, durante o qual elas se igualaram ao consumo das famílias, no estímulo a atividade econômica.
Já no período 2006- 2010, para um crescimento de médio de 4,51% ao ano, o consumo das famílias contribuiu com 2,66 pontos percentuais, ao passo que as exportações contribuíram com somente 0,22 pontos percentuais, abaixo também da formação bruta de capital (1,07 p.p.) e do consumo do governo (0,55 p.p.).
E, no período 2011 a 2015, para um crescimento médio de 1,05% (por causa da queda em 2015), o consumo das famílias respondeu por 0,95 pontos percentuais, ao passo que as exportações responderam por apenas 0,25 pontos percentuais.
O Brasil, um país continental com mais de 200 milhões de habitantes, não pode se desenvolver plenamente sem a dinamização desse mercado, ainda mais numa conjuntura de estagnação do comércio internacional.
Nos períodos mencionados, a dinamização do mercado interno de consumo se deu por quatro vertentes: as políticas sociais distributivas, com programas como o Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada, o aumento real do salário mínimo em mais de 70%, a substancial geração de mais de 20 milhões de empregos formais e a forte expansão do crédito popular, graças à atuação dos bancos públicos.
Em virtude desses fatores, o volume do comércio varejista aumentou mais de 100%, em apenas 8 anos.
Ora, o modelo ultraneoliberal do golpe está fazendo o oposto.
Pretende diminuir substancialmente o alcance das políticas sociais, acabar com a política de valorização do salário mínimo, desvincular o salário mínimo de benefícios previdenciários e assistenciais, restringir o crédito pela amputação ou privatização dos bancos públicos e implementar, como regra, a precarização das relações trabalhistas.
Com efeito, todas as medidas aprovadas ou anunciadas até agora, a PEC 55, a PEC da Previdência e as novas normas trabalhistas, conduzem à desconstrução massiva dos direitos sociais e trabalhistas assegurados na Constituição 88 e na CLT.
É que o golpe trabalha com a lógica de que é preciso diminuir os custos previdenciários, sociais e trabalhistas para que o Brasil possa crescer.O golpe aposta no retorno da desigualdade, da pobreza e da precariedade laboral como elementos indutores do investimento privado.
Trata-se do oposto ao que fizemos no início deste século e do que uma parte dos países desenvolvidos, com o apoio do FMI, tenta fazer agora.
Assim, com o modelo ultraneoliberal do golpe, a redução da demanda interna, que hoje é apenas conjuntural, se tornará estrutural.
Dentro desse modelo, poderemos ter até espasmos de crescimento, “voos de galinha”, mas jamais um ciclo de desenvolvimento sustentado que promova o bem-estar de todos os brasileiros.
Outro vetor importante para o nosso desenvolvimento que o golpe vai destruir é o do Estado como estimulador da atividade econômica.
A PEC 55, em particular, impedirá novos investimentos estatais em educação, saúde, infraestrutura, ciência e tecnologia, defesa nacional, etc. por longos 20 anos, mas não impedirá o pagamento dos maiores juros do mundo aos abonados rentistas, bem como a oferta desinteressada de presentinhos modestos a amigos, como os R$ 100 bilhões às teles, e a compra necessária de mimos inocentes com sabor a Häagen-Dazs.
Além disso, haverá a “privatização de tudo o que for possível”, isto é, de tudo, mesmo. Petrobras, pré-sal, Banco do Brasil, Caixa Econômica, terras e tudo o mais entrarão, mais cedo ou mais tarde, fatiados ou não, no grande balcão de negócios do golpe. Com isso, o Brasil perderá instrumentos insubstituíveis para a alavancagem de seu desenvolvimento.
Aliás, a substancial redução do papel do BNDES como banco de desenvolvimento e a destruição da cadeia de petróleo e gás, inclusive da política de conteúdo nacional, já retiram do Estado brasileiro mecanismos vitais para o estímulo à atividade econômica.
Não há país que tenha se desenvolvido sem um forte estímulo estatal à atividade econômica. O Brasil não será exceção.
Mas a redução estrutural do mercado interno e a destruição dos mecanismos estatais de indução ao desenvolvimento não são os fatores decisivos para a fragilização do nosso Estado Nação.
O fator realmente decisivo é externo.
O golpe tem uma agenda geopolítica implícita.
Trata-se de extinguir diretrizes vitais da antiga política externa altiva e ativa, como a da integração regional via Mercosul, a da cooperação Sul-Sul, a das alianças estratégicas com os BRICS, a da reaproximação à África e ao Oriente Médio, etc.
Essas diretrizes nos transformaram de país frágil e periférico da década de 1990 em ator internacional de primeira grandeza, com espaço de relevo assegurado em todos os foros internacionais e com interesses próprios e independentes bem definidos.
Na realidade, o objetivo maior do golpe é reinserir o Brasil na órbita dos interesses geoestratégicos dos EUA e aliados e abrir nossa economia às necessidades do capital financeiro globalizado e das “cadeias mundiais de valor”.
Isso não é teoria de conspiração. É somente a dura realidade da implacável e óbvia luta geopolítica que se desenvolve hoje no mundo. Quem não consegue entender isso, não conseguirá entender nada.
O fato concreto é que o golpe vem apequenando o Brasil em todos os sentidos.
O pior, contudo, é que esse processo de fragilização do nosso Estado Nação não foi imposto pela força. Foi alegremente assumido por setores importantes das nossas “elites”.
Em particular, os procuradores e juízes da Lava Jato deram contribuição substancial para tanto, ao destruírem, em nome da cooperação internacional no combate à corrupção, o braço empresarial da nossa política externa, que exportava serviços para o mundo, abrindo portas dos mercados para produtos brasileiros, e a base empresarial da indústria da defesa, inclusive à que tange à construção do nosso submarino nuclear. De quebra, submeteram a Petrobras a investigações externas.
Messiânicos, cooperando à margem da autoridade central prevista em acordos, julgam-se heróis de um mundo kantiano de interesses universais comuns. Na verdade, não passam de instrumentos cegos da luta “clausewitziana” que rege a geopolítica mundial.
Como a maior parte das nossas classes dirigentes e empresariais e de vastos setores da classe média, acreditam numa suposta superioridade intelectual, cultural e moral dos países hoje desenvolvidos.
Com aliados internos desse calibre, os interesses externos podem aqui se tornar hegemônicos, sem necessidade de bombas e grupos armados.
Vira-latas se autoimplodem. Não precisam de disciplinamento. Ante quaisquer gestos de aceitação, de cooperação, abanam os rabos para seus donos.
O ano de 2016 foi o ano em que, além de toda a tragédia política e social, o Brasil se autoimplodiu. Implodiu seu futuro de país plenamente desenvolvido.
O ano de 2016 foi o ano do vira-lata.
Marcelo Zero é  sociólogo, especialista em Relações Internacionais e membro do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI).
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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

MÍDIA POPULAR: A RETROSPECTIVA DO GOLPE




segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

RECESSÃO TEMER-MEIRELLES DERRUBA VENDAS DO NATAL

domingo, 25 de dezembro de 2016

A degradação do Judiciário

É certo que, ao compactuar com o golpe de 1964 e, assim, com a ditadura militar que durante mais de duas décadas assolou o Brasil, o Judiciário perdeu a identificação que parecia ter com o Estado de direito. Mas, ainda assim, especialmente depois do fim da ditadura, permanecia uma aura de respeitabilidade com o Judiciário brasileiro, uma expectativa de que fosse o guardião da Constituição democrática, dos direitos das pessoas, da democracia.
Junto com a perda da continuidade do processo democrático, o Brasil perdeu também, com o golpe de 2016, o respeito pelo Judiciário, a começar pela sua instância máxima, o STF. O mínimo que se pode dizer é que, diante da mais grave decisão tomada pelo Congresso brasileiro, a do impeachment, com versões polêmicas sobre os seus fundamentos, o STF assistiu tudo como se não tivesse nada a ver com ele. Como se não tivesse a responsabilidade de zelar pela Constituição, decidindo sobre se houve ou não crime de responsabilidade. Se não serve para isso, para que serve o STF?
Pior ainda. O silêncio foi acompanhado da vergonhosa negociação do aumento de 41% para o Judiciário. A FSP noticiou que, nos intervalos das gravíssimas sessões do Senado, que tomava a mais grave decisão da sua história, a do impeachment, o então presidente do STF fazia lobby a favor daquele aumento com os senadores, sem pudor, num troca-troca explícito. Buscava aumentar ainda mais os salários inconstitucionais de marajás que eles tinham recebido das mãos de Eduardo Cunha, em pleno processo de impeachment na Câmara de Deputados. Personagem poupado pelo STF até que ele tivesse feito o trabalho sujo de promover o impeachment da Dilma na Câmara.
Depois, uma vez aprovada a infundada decisão do impeachment pelo Congresso, o STF não se pronunciou sobre a sua constitucionalidade, questionada por tantos advogados. Seu papel, minimamente, de zelador da Constituição, seria o de abrir esse texto e definir se houver ou não crime de responsabilidade. Poderia até concordar com a decisão do Congresso, mas o que não poderia fazer, era ficar calado, deixando, com o seu silêncio cúmplice, que se terminasse com o mandato de uma presidente recém reeleita pelo voto popular, sem nenhum fundamento que justificasse esse ato de violência contra a democracia.
Mas fez e, com seu silêncio, sacramentou sua responsabilidade com a ruptura da democracia no Brasil, da qual deveria ser o zelador. Porém, mais do que isso, demonstrando que não se trata de um episódio fortuito, o STF participa ativamente do projeto do golpe. Impediu que o Lula, sem ser réu de qualquer processo, assumisse um cargo no governo da Dilma, mas permite que 15 ministros do governo Temer façam isso.
Aceita que a escandalosa parcialidade do Moro e dos seus comparsas, na ação unilateral contra o Lula, seja considerada "imparcial", permitindo que ele monte os processos contra o Lula, façam as acusações, julgue e provavelmente condene o ex-presidente. O STF aceita silenciosamente as monstruosidades cometidas contra o Lula, o único líder popular no Brasil, demonstrando que deseja romper qualquer traço de legitimidade do sistema político brasileiro, compactuando com sua exclusão.
Um STF como esse tornou-se uma vergonha para a democracia brasileira. Desonra a função que deveria ter de guardião da Constituição, violada semanalmente pelo governo golpista e por seu Congresso corrupto. Degrada a função do Judiciário. Provoca a necessidade de que a restauração democrática promova a reforma profunda do Judiciário brasileiro, sob o risco de impedir que a democracia volte a reinar no Brasil, através da decisão soberana do povo.

FALA DE TEMER FOI ALVO DE PANELAÇO EM VÁRIAS CIDADES

Jornal Nacional compara mercado de trabalho dos EUA com o do Brasil. Veja na ponta do lápis como a Globo está te enganando.

enviado por Sergio Luiz Bezerra, via Facebook
O Jornal da Desgraça Nacional começou a campanha para doutrinar os brasileiros sobre a necessidade da reforma nas leis trabalhistas.
Logicamente, para impressionar, decidiu fazer a comparação entre as leis aplicadas nos EUA e aqui.
Entretanto, vamos pensar, questionar e colocar na ponta do lápis.
A dinâmica econômica americana é igual à brasileira?
O salário mínimo nos EUA é de U$ 7,25 por hora, equivalente a R$ 23,70.
O salário mínimo nos Brasil é de R$ 5,00 por hora, equivalente a U$ 1,53.
44 horas por semana de trabalho nos EUA representam R$ 1.042,80.
44 horas por semana de trabalho no Brasil representam R$ 220,00.
Em quatro semanas de trabalho, representando um mês, o trabalhador americano ganha R$ 4.171,20.
Em quatro semanas de trabalho, representando um mês, o trabalhador brasileiro ganha R$ 880,00.
O salário mínimo nos EUA é a base, sendo pago para as funções mais comuns e que não exigem muita qualificação. Dificilmente o trabalhador americano ganha apenas isso.
O salário mínimo no Brasil é a base, mas grande parte das empresas utilizam essa base como teto, ou acrescentam uma pequena diferença que é denominada de Piso da Categoria.
O trabalhador americano ganha em média 4,7 vezes mais que o trabalhador brasileiro.
O trabalhador brasileiro ganha em média apenas 20,4% do que ganha um trabalhador americano.
A economia americana é baseada no consumo, que gera produção, desenvolvimento e emprego.
A economia brasileira é baseada na especulação, que gera recessão, juros, queda no consumo e desemprego.
O empresariado americano também explora o trabalhador, mas esse tem poder de compra.
O empresariado brasileiro explora o trabalhador e a grande maioria desses trabalhadores possui poder de compra apenas para subsistência.
A renda média familiar anual nos EUA para uma casa com quatro pessoas é de U$  51.939,00, equivalentes a R$ 169.840,53 (dados de 2013, pela cotação do dólar de hoje).
A renda média familiar anual no Brasil para uma casa com quatro pessoas é de R$ 53.424,00, equivalente a U$ 16.337,61 (dados de 2015, pela cotação do dólar de hoje).
Sendo assim, não somos os EUA. Nosso poder de compra, consumo e  dinâmica econômica não são iguais e nem devem ser tomadas como referências comparativas.
A proposta para a reforma das leis trabalhistas só tem por finalidade ampliar ainda mais as diferenças sociais no Brasil.
Ou você realmente acredita que o empresariado irá usar essa nova lei para gerar empregos e renda para os brasileiros?
Pense ou morra escravo e acreditando na TV.
PS do Viomundo: A charge abaixo resume o “mais poder aos sindicatos” da manchete de O Globo:
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Golpe fará você trabalhar 12 horas/dia ganhando a metade. Que tal?

reforma
Foi por pouco que o governo Temer não bancou no Congresso a reforma trabalhista criminosa que fará o a qualidade do trabalho assalariado no Brasil retroceder quase um século. A dita “minirreforma” trabalhista ia ser implementada via medida provisória, mas, vendo o tamanho da repercussão negativa, Temer recuou e enviou o desastre ao Congresso como projeto de lei.
Tudo isso aconteceu nesta quinta-feira 22 de dezembro.
No mesmo dia, os golpistas tentaram suavizar a paulada na sociedade com medidas paliativas como redução de juros do cartão de crédito que já não vinham sendo pagos pelo tamanho da extorsão, e que estavam gerando uma inadimplência sem precedentes.
Cobrar 30, 40, 50 vezes a inflação anual por atraso no cartão de crédito não estava ajudando as operadoras financeiras e ainda estava desorganizando ainda mais a economia. Daí que a tal “redução de juros” que a mídia está citando no lugar do retorno à escravidão em que se constitui a “reforma trabalhista” não passa de tática diversionista.
Quanto à liberação de 1 mil reais de contas inativas do FGTS, não há novidade nenhuma. Pouco gente sabe, mas é possível fazer o saque de FGTS de conta inativa. São consideradas contas inativas de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) aquelas que não recebem nenhum tipo de movimentação de depósitos há mais de três anos.
Cada contrato de trabalho tem uma conta própria vinculada de FGTS. Nessa conta, são realizados os depósitos mensais realizados pela empresa. Quando o contrato acaba ou o profissional pede demissão, sem direito a sacar o fundo, a conta deixa de receber depósitos e se torna inativa. Ela, no entanto, continua pertencendo ao trabalhador e seu saldo está sujeito a recebimento de juros e correção monetária.
Existem duas regras básicas para a realização do saque de FGTS de conta inativa. A primeira delas legisla sobre rescisões de contratos de trabalhos que tenham ocorrido antes de 13 de julho de 1990. Nesse caso, o trabalhador tem direito a sacar o saldo do fundo imediatamente.
Para as contas referentes a rescisões de contrato posteriores a essa data, a legislação para o saque de FGTS de conta inativa é diferente. É preciso que o trabalhador fique, no mínimo, três anos seguidos fora do regime FGTS, sem trabalhar com carteira assinada e sem nenhuma contribuição, para que tenha direito ao saque.
Esse direito só é válido, no entanto, a partir do mês de aniversário do trabalhador. Um exemplo: o trabalhador pediu demissão em janeiro de 2012 e, desde então, não trabalhou mais sob o regime de carteira assinada. Nesse caso, ele pode solicitar o saque de FGTS de conta inativa a partir do primeiro dia útil do mês do seu aniversário em 2015.
Caso o trabalhador tenha pedido demissão em dezembro de 2012, os três anos fora do regime se completarão em dezembro de 2015. Se o aniversário desse trabalhador for em novembro, por exemplo, ele só poderá solicitar o saque do FGTS das contas inativas a partir de novembro de 2016.
Após os três anos fora do regime FGTS, o trabalhador tem direito a receber o saldo de todas as contas inativas que estiverem sob seu nome. O que Temer fez, portanto, foi antecipar um pouco um direito dos trabalhadores, mas em um valor ridiculamente baixo.
Já a reforma trabalhista, ah, essa vai ferrar todo mundo. A proposta é fazer prevalecer sobre a legislação a negociação entre patrões e empregados que tratem de casos como trabalho remoto (fora do ambiente da empresa), remuneração por produtividade e registro de ponto.
Ela permitirá também negociar, sem seguir a atual legislação, o parcelamento de férias anuais em até três vezes. Não, não é piada. Você não vai mais sair de férias com dinheiro no bolso. Mas isso não é o pior
Também terão força de lei, desde que incluídos em acordos coletivos, intervalo entre jornadas de trabalho. Ou seja: você passa o dia ou a semana à disposição da empresa, mas só receberá alguma coisa quando ela o chamar para trabalhar.
Gostou?
No caso do Programa Seguro-Emprego, as regras seguem permitindo uma redução de 30% da jornada de trabalho, sendo que 50% da perda salarial é bancada com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O programa passará a ser permanente e será usado em períodos de recessão da economia, ou seja, quando você mais precisa.
E o pior é saber quem define o que são “períodos de recessão da economia”, porque esse conceito pode ser amplamente manipulável pelas empresas, que passariam a qualificar assim até períodos de baixa sazonal de suas atividades.
A medida deve fixar ainda em 120 dias o contrato temporário de trabalho, prorrogável uma vez, além do contrato parcial de trabalho, elevando de 25 para 30 horas semanais a jornada no sistema.
Aí é o inferno mesmo. Vá se acostumando a ter muita dificuldade para começar uma carreira, pois ser usado como trabalhador descartável – que a empresa usa e joga fora – vai se tornar uma regra para a maioria.
O mais incrível é ver a materialização do regime de trabalho de 12 horas que o ex-presidente da Fiesp Benjamin Steinbruch queria.
Em julho, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson
Braga de Andrade, afirmou que o governo deveria promover “medidas muito duras” nas leis trabalhistas:
— Aqui no Brasil temos 44 horas de trabalho semanais. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 horas, passou agora para 80
Em setembro deste ano, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chegou comentar publicamente que o governo Temer estava estudando meios de fazer as pessoas terem que trabalhar 12 horas por dia. E se tiver uma hora de almoço, seu salário ficará suspenso nesse período.
Em qualquer país com um povo racional, proposta como essa seria sucedida por uma guerra civil ou pelo linchamento do propositor. No Brasil, os pilantras que fizeram essa proposta indecente dão uma explicaçãozinha singela e a massa de otários engole.
Segundo os golpistas, o trabalhador só vai ter todo esse prejuízo se ele mesmo quiser. É isso mesmo, minha gente! Você só vai ter que trabalhar o dobro ganhando a metade se quiser… Ou melhor, se o seu sindicato fizer um acordo com os patrões extinguindo seus direitos trabalhistas.
Por que o sindicato faria isso? Se for da Força Sindical, por exemplo, seria por receber propina dos patrões. Mas mesmo que seja um sindicato decente, esse acordo poderá ser feito se o patrão disser que sem o acordo vai demitir todo mundo. Aí o sindicato negocia para preservar os empregos.
Bem, dirá você, o patrão só fará isso se estiver com problemas muito sérios, se a economia estiver afundando, se a empresa estiver à beira da falência.
Vou chamar você de ingênuo para não chamar de idiota, ok?
Quer dizer que não há empresário inescrupuloso que mesmo ganhando os tubos vai dizer que não aguenta mais pagar os salários só para conseguir uma redução da folha de pagamento que pode chegar à metade sem ver diminuído seu contingente de empregados ou as horas trabalhadas?

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Veja quem premiou Temer! Mansão vai pro pau!

Moro e Aécio.jpg
O que ele diz? Não vem ao caso? Fica tranquilo? Vou ferrar o Lula sete vezes...
Magnífico trabalho de reportagem de Pedro Zambarda, do DCM, desnuda os moralistas sem moral da assim chamada QuantoÉ, que entregaram o Homem do Ano ao Traíra, criaram o clima para aquela cena que mais parece uma bolina entre o Mineirinho da relação de alcunhas da Odebrecht e o cachalote.
É a mais completa falta de vergonha, diria um noturno e volumoso tucano, cheio de pudor!
Por Pedro Zambarda
A casa de Domingo Alzugaray, dono da Três, que será leiloada
A mansão de Domingo Alzugaray, dono da Três, que será leiloada
Domingo Cecílio Alzugaray tem 84 anos e nasceu em Victoria, na província argentina de Entre Rios (em torno de 30 mil habitantes). Começou como ator de teatro, cinema e fotonovelas nos anos 50 e 60.
Naturalizou-se brasileiro em 1966 para nunca mais retornar à Argentina. Tornou-se diretor de revistas da Abril e participou do nascimento da revista Veja em 1968.
Segundo a biografia de Roberto Civita, escrita pelo jornalista Carlos Maranhão, Alzugaray surpreendeu “a família Civita, a empresa e o mercado” ao empreender em 1972. Ele fundou, com ajuda de Fabrizio Fasano e Luis Carta, a Editora Três.
Virou concorrente direto da Veja ao lançar a Istoé em 1976 com ajuda de Mino Carta, o irmão de Luis, que fora demitido da Abril.
Sua empresa e sua mansão estão hoje no centro de um imbroglio maciço.
Atualmente, a editora fica no bairro da Lapa de Baixo, na Rua William Speers, que é o endereço que Alzugaray declara por escrito em diferentes ações trabalhistas.
Num processo de 2007 movido por uma ex-funcionária que não recebeu seus salários no prazo, ele menciona outro endereço residencial, no Morumbi, em um dos documentos.
Trata-se de um casarão de 2 mil metros quadrados avaliado em R$ 2,8 milhões — o valor venal — na ação. A área construída corresponde a 726 metros quadrados. A metragem para venda foi calculada em R$ 3857 mil.
De acordo com uma arquiteta consultada pelo DCM, o valor de mercado é de R$ 5,5 milhões. Ela pertence ao casal Domingo e Cátia Alzugaray e foi adquirida em 24 de novembro de 1977.
Foi colocada em penhora, como determinado na 44ª Vara do Trabalho.
Por que Domingo Alzugaray terá que entregá-la?
A família a usa como garantia de pagamento das dívidas, apesar dos salários atrasados de funcionários na Editora Três. O 13º, por exemplo, foi fatiado em cinco parcelas, ao invés de duas segundo a lei, sendo a primeira de 50% até 30 de novembro. O restante deve ser fornecido obrigatoriamente até o dia 20 de dezembro.
Como no caso que Renan Calheiros consagrou, ninguém recebe o oficial de Justiça na mansão do Morumbi, exceto a governanta. Domingo Alzugaray também não apresentou documentação comprovando que de fato habita ali. Ele poderia comprovar através de uma conta de água ou de luz.
Os proprietários poderiam entrar com embargo de execução caso provassem que dependem daquele teto. Nada disso foi mostrado e nenhuma contestação por parte dos Alzugaray foi feita.
Domingo Alzugaray
Domingo Alzugaray
Na Justiça, Domingo declarou que mora na William Speers, a rua da Editora Três. Ele não explica ao oficial se mora no local e só teve a casa colocada em penhora porque arrastou o processo de pagamento de direitos e salários atrasados.
A situação levou a juíza Thatyana Cristina de Rezende Esteves a decidir por colocá-la em leilão.
No dia 6 de dezembro, a Istoé deu uma festança no Citibank Hall para dar a Michel Temer o trofeu de “Brasileiro do Ano”, na presença do juiz Sérgio Moro e de outros políticos barra suja. Três dias depois, o executivo Cláudio Mello Filho, da Odebrecht, denunciaria o presidente em sua delação premiada.
“É um acinte, uma ofensa, uma festa como aquela da Istoé envolvendo uma editora que está devendo na Justiça, em processo de recuperação. A Três está devendo milhões para muita gente e rompe com a integridade dos seus trabalhadores”, afirma Kiyomori Mori, o advogado da ex-funcionária.
A mansão tem um muro de 3 metros de altura e uma guarita no portão. Um poodle late para os estranhos no topo do muro. A governanta confirmou que o proprietário é Domingo Alzugaray, mas que ele não estava no local e não havia previsão do seu retorno.
A propriedade está numa região onde os apartamentos de 1,2 mil metros quadrados são comercializados por até R$ 24 milhões.
Na rua Ribeiro Lisboa há uma casa à venda por R$ 4,4 milhões com 4 suítes, 880 metros de área construída e 1200 metros quadrados de área total, além de ter 4 vagas para carros.
Outra, na rua Antonio de Andrade Rabelo, está disponível por R$ 8 milhões e também possui 4 quartos, 800 metros quadrados de área útil, além de 2500 metros de área total com espaço para 6 automóveis. Seu preço é mais alto porque o metro quadrado é vendido por R$ 10 mil.
Em abril, numa de várias “reportagens” sobre o apartamento de Lula no Guarujá, a Istoé escreveu o seguinte: “Desde que surgiram as suspeitas de ocultação de patrimônio, a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega que seja proprietária do tríplex no Guarujá. A cada nova prova, lança uma versão. E foram muitas tentativas para se livrar de investigações e denúncias de crimes, como lavagem de dinheiro e falsidade ideológica”.
O prazo do embargo para evitar o leilão da mansão de Domingo Alzugaray acabou e ela vai para o prego após o próximo recesso. A dúvida é se o dono da Istoé sai antes ou depois que seu Brasileiro do Ano, Michel Temer, desocupar Brasília.
editora três - falência

Direita procura o anti-Lula

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
EMIR SADER
A pesar da obsessão de  juízes marajás de acumular condenações sem fundamento contra Lula, a direita se prepara para enfrentá-lo nas eleições. E retoma a mesma busca iniciada em 1989: procurar o anti-Lula, quem quer que ele seja, venha de onde venha.
Naquele momento, no desespero de encontrar candidatos anti-Lula e anti-Brizola, a direita se jogou nos braços aventureiros de Fernando Collor. Fracassado Collor, cooptou a FHC para dar continuidade a seu modelo neoliberal.
Desde então o tucanato tem oferecido os candidatos sucessivamente derrotados por Lula e por Dilma. Marina funcionou, em algum momento da campanha de 2014, como a anti-Dilma, mas foi rapidamente desmascarada na sua demagogia e Aécio voltou a ser a esperança branca da direita brasileira.
Agora, apavorada pelo governo desastroso de Temer, duvidando que Moro e seus comparsas consigam tirar Lula da jogada, a direita brasileira reinicia sua árdua busca do anti-Lula. Posição que provisoriamente ocupa Marina, de plantão enquanto a campanha não se aquece e seu desempenho pífio atente fortemente contra ela.
A direita mostrou consciência de que Lula é o candidato favorito, por isso tenta tirá-lo da vida política ou, caso não consiga, a construção de um anti-Lula é sua tarefa mais importante e árdua. A tática é a de, por um lado, mediante denúncias diárias contra Lula, forjar um nível de rejeição que dificulte a vitória dele no segundo turno, dado que todos aceitam que no primeiro turno ele é amplamente favorito. Temem que na campanha, com Lula percorrendo o país, retomando sua relação direta com o povo, recordando as realizações do seu governo, contrapostas agora às desastrosas medidas do governo Temer, ele supere facilmente a rejeição e possa triunfar até com mais folga que nas eleições anteriores.
Quem pode ser o anti-Lula esta vez? Os candidatos tucanos tradicionais caem cada vez mais nas pesquisas, mesmo Alckmin. Marina tem voo curto. Juristas não têm nenhuma possibilidade de obter grande votação além dos setores de classe média. Será uma busca dura por figuras novas, apoiando-se na vitória de personagens vitoriosos nas eleições municipais, assumindo a linha da não política, da anti-política.
Um novo Collor é impossível. Jornalistas têm mostrado pouca capacidade de aguentar campanhas eleitorais densas pelos debates e propostas nacionais que requerem. Será uma busca de caras novas, sem rejeição, como elemento de força, para se contrapor à rejeição que pretendem poder manter contra Lula.
As propostas interessam menos. Atualmente campanha é campanha, governo é governo. O caso de Mauricio Macri, na Argentina, é significativo. No único debate na TV com seu opositor, ele negou absolutamente tudo que se lhe imputava que iria fazer, para depois fazer tudo o que ele negava. Na campanha os candidatos orientados pelo marketing tratam de dizer aquilo que as pesquisas dizem que os eleitores gostariam que ele dissesse. Um candidato de direita não pode revelar seus objetivos reais, porque se desgasta rapidamente. O caso de Marina nas eleições de 2014 foi significativo. Ela dizia que manteria as políticas sociais dos governos do PT, mas seu guru econômico desmentia, ao fazer afirmações que se contradiziam frontalmente com a manutenção das políticas sociais.
Lula se torna a variável fundamental do futuro do Brasil. Ou ele é candidato e tem grandes possibilidades de se eleger de novo presidente do Brasil, retomando um modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, aprovado sucessivamente pelos brasileiros nas últimas quatro eleições. Ou ele é impedido de se candidatar e apoiará um candidato que represente essa retomada, igualmente com grandes chances de ser eleito. Enquanto isso a direita tenta tirá-lo da campanha eleitoral, tenta forjar sua rejeição e tenta encontrar o anti-Lula.

Datafolha gera pânico na Lava Jato e onda de denúncias contra Lula

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É tudo muito claro, muito escancarado, muito fácil de notar. Os playboys da Lava Jato não têm maiores preocupações com as aparências, donde se depreende que o alvo dessa overdose de denúncias contra Lula na Justiça, que as aceita em seguida, em questão de minutos após serem feitas, não visa a opinião pública, mas uma estratégia jurídica.
É tudo muito claro, muito escancarado, muito fácil de notar. Os playboys da Lava Jato não têm maiores preocupações com as aparências, donde se depreende que o alvo dessa overdose de denúncias contra Lula na Justiça, que as aceita em seguida, em questão de minutos após serem feitas, não visa a opinião pública, mas uma estratégia jurídica.
Não sejamos ingênuos. Os antipetistas da Lava Jato e da mídia sabem muito bem que não adianta multiplicarem por dez a quantidade de ações contra ele na Justiça. A população que até agora, de forma crescente, ignora o linchamento jurídico-midiático e apoia um terceiro mandato para o ex-presidente não vai dar bola a denúncias só por serem muitas.
Aliás, a estratégia da Lava Jato é de altíssimo risco.
Claro que se houver uma profusão de inquéritos e, futuramente, de condenações, será mais fácil para o Judiciário antipetista condenar Lula em algumas ações e absolver em outras, de modo que a perseguição judiciária não pareça o que é, mas, por outro lado, a perseguição mais evidente e imediatamente após pesquisa de intenção de voto em que o ex-presidente desponta como nova força eleitoral para 2018 vai dando consistência à acusação de motivação política da Lava Jato e da Justiça.
O tese sobre lawfare vai se fortalecendo e pode abrir processo formal na ONU, que passará a investigar o Brasil por usar o poder do Estado para perseguir Lula.
Na verdade, ainda que a mídia vá negar até a morte, ao menos a abertura do processo na ONU está praticamente garantida – e se o processo for aberto a condenação do Brasil será certa.
Está ficando cada vez mais claro que está havendo perseguição a Lula. A onda de denúncias contra ele na Justiça logo após a pesquisa em que ele aparece derrotando todos os adversários inclusive no segundo turno – menos Marina Silva, mas aproximando-se muito dela –, pôs o consórcio anti-Lula de cabelos em pé.
Vale a pena, para quem não assistiu ou mesmo para quem assistiu, ver ou rever o depoimento do porteiro do prédio no Guarujá em que fica o tal “tríplex” de 200 metros quadrados.
Antes de prosseguir, porém, um aviso. Esse porteiro, para combater a “corrupção” de Lula, filiou-se ao partido mais envolvido na Lava Jato, o PP, e tem hoje muitíssimo interesse em que Lula seja condenado para que sua carreira política avance.
Como se vê, Sergio Moro parece ter combinado a estratégia com o ex-porteiro. Impediu que o interesse dele em mentir para lucrar politicamente não pudesse ser questionado. É uma atitude criminosa, cerceando o direito de defesa.
Para mandar um ex-presidente para a cadeia no mínimo é exigível que a defesa dele tenha todas as condições de agir sem constrangimentos. Os renitentes choques da defesa de Lula com Sergio Moro faz dele um inimigo do ex-presidente e de seus advogados. É uma vergonha ele ser julgado por um juiz que já manifestou reiteradas vezes suas diferenças com o réu que irá sentenciar.
Sobre as denúncias contra Lula, o que está ocorrendo é uma estratégia muito clara de indiciá-lo em vários inquéritos para poder usar apenas alguns deles em condenação em segunda instância, de modo a enganar a sociedade quanto ao resultado desse julgamento.
O conclave antilulista não pode apenas desmoralizar Lula. Têm que fazer dele um exemplo, para que outros presidentes não ousem tentar melhorar a vida dos pobres na mesma velocidade. Ou até para que nem tentem melhorá-la.
No caminho dos carrascos de Lula, porém, existe uma muralha que Moro e seus asseclas vão considerar intransponível. Uma muralha chamada povo. Poderão derrubar essa muralha, mas serão soterrados por ela, se cair. Se Lula for preso ou tornado inelegível sem provas inquestionáveis, não podendo se candidatar elegerá quem quiser.
Ou Lula ou um “poste” por ele indicado vêm aí. Lula se converterá no preso político mais famoso do mundo, se tentarem condená-lo como condenaram os réus do mensalão. A crise político-econômica brasileira se estenderá por tempo e alcance indeterminados. Essa guerra insana contra Lula ainda vai afundar todos nós.