Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 19 de dezembro de 2015

Ao defender Azeredo, PSDB perde condição de criticar o PT

azeredo

 EDUGUIM
Ora, ora… Quer dizer, então, que toda aquela conversa dos tucanos de que o PT “protege” seus expoentes que foram condenados pela Justiça não passa de hipocrisia, caradurismo, falta de caráter, desrespeito supremo à inteligência alheia?
Por que não me surpreendo? Simples, porque é óbvio que aquele discurso, como 200% de tudo o que esse partido diz, não passa de canalhice.
O tucano mineiro Eduardo Brandão de Azeredo foi um dos fundadores do PSDB (1988). Governou Minas Gerais pelo PSDB de 1995 a 1999. Em 2005, quando foi acusado pelo Ministério Público de desvio de dinheiro público, era presidente nacional do PSDB.
Na semana passada, foi condenado pela Justiça a 20 anos de prisão por esses atos de corrupção.
Nesse momento, vale lembrar que há anos que o PSDB acusa o PT de defender expoentes condenados pela Justiça. Aécio Neves chegou a afirmar que o PT trata “como heróis” réus ligados ao partido e que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal no escândalo do mensalão.
As críticas ao PT por não ter expulsado alguns de seus membros condenados pela Justiça também estão sempre presentes na grande mídia antipetista, isso não é segredo para ninguém.
Voltemos, pois, ao caso de Azeredo.
No despacho em que condenou o tucano, a juíza Marisa Pinheiro Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, afirmou que ex-governador de Minas e ex-presidente nacional do PSDB falou mentiras aos investigadores “em todas as oportunidades que teve”.
Para a magistrada, que se debruçou nos 55 volumes dos autos desde março deste ano, a responsabilidade de Azeredo nos crimes de peculato (desvio de dinheiro) e lavagem ficou comprovada “mesmo que somente após um trabalho extremamente árduo de retirar, das entranhas do processo, o detalhe, a contradição, a mentira”, afirma na sentença.
A juíza não fez por menos e detalhou, passo a passo, sua afirmação de que Azeredo é um mentiroso:
1 – “Mentiu sobre as relações pessoais que possuía com os demais envolvidos,tentando fazer parecer que eram superficiais”, apontou a juíza em referência a proximidade de Azeredo com os outros investigados que participaram de sua campanha, alguns deles inclusive tendo se licenciado de cargos públicos para atuar na campanha tucana na época.
2 – “Mentiu ao afirmar que não se envolvia na campanha e de nada sabia sobre questões financeiras, o que restou comprovado por meio das declarações e depoimentos dos colaboradores de campanha, demonstrando, inclusive, que o acusado realizou reuniões com lideranças políticas, conforme declararam as testemunhas Carlos Welth Pimenta de Figueiredo, Ricardo Desotti Costa e Antônio do Valle Ramos. Além disso, o acusado realizou contratações diretas, conforme depoimento da testemunha coordenadores, Otimar Ferreira Bicalho, que afirmou ter recebido ligação telefônica de Eduardo Azeredo solicitando sua participação na campanha como gerente da equipe de pintura, afirmando ainda que Eduardo Brandão de Azeredo devia ter conhecimento das irregularidades, notadamente superfaturamento.”
3 – “Mentiu ao afirmar que Claudio Mourão (tesoureiro da campanha de Azeredo em 1998) fora o único responsável por toda a questão financeira da campanha, o que restou esclarecido pelas contradições no próprio interrogatório do acusado e pelos depoimentos das testemunhas referidas anteriormente.”
4 – “Mentiu sobre a participação de Marcos Valérios e a SMP&B na campanha eleitoral à reeleição de 1998, diante das declarações de Clésio Andrade, Marcos Valério, Cláudio Mourão, Denise Landim, Leopoldo José de Oliveira, José Vicente Fonseca e Alezandre Rogério Martins da Silva”.
5 – ” Mentiu sobre os patrocínios determinados pelo Governo do Estado às empresas estatais Copasa, Comig e Bemge, restando claro que foi o acusado Eduardo Azeredo quem os determinou para financiar sua campanha, diante de todas as provas relatadas no item respectivo.
6 – “Mentiu sobre o pagamento das dívidas de Cláudio Mourão e Marcos Valério, sendo que, nesse caso, a mentira foi tão despudorada que prescindível depoimento de testemunha. A análise das próprias declarações do acusado já seria suficiente para demonstrar o tamanho da inverdade.”, afirma a magistrada em referência ao episódio quando Cláudio Mourão procurou Azeredo em 2002 para cobrar uma dívida de R$ 700 mil da campanha de 1998 que acabou sendo quitada por meio de um cheque de Marcos Valério.
7 – “Enfim, aliados a todos os depoimentos, declarações e documentos que, por si sós, foram capazes de demonstrar o caminho de mentiras em que se enveredou o acusado Eduardo Azeredo, encontram-se as declarações de Clésio Andrade, que afirmou que todas as decisões da campanha eram tomadas por Eduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guia, Cláudio Mourão, Álvaro Azeredo e João Heraldo, as quais, associadas às declarações e depoimentos das testemunhas Nilton Monteiro, Vera Lúcia Mourão e Carlos Henrique Martins Teixeira, são uníssonas em afirmar que o acusado tinha conhecimento de toda trama envolvida em sua campanha eleitoral, tornando-se essa, portanto, a única versão possível e plausível para os fatos dos autos.”, segue a juíza na sentença.
Diante dessa enxurrada de acusações da magistrada para embasar sua decisão de mandar o tucano para a cadeia por mais de duas décadas (sentença que supõe crimes ainda mais graves que os atribuídos, por exemplo, a José Dirceu, do PT, cuja pena, no julgamento do mensalão, não foi metade disso), qual foi a reação do PSDB?
Em nota oficial, o partido diz que “Conhece a trajetória política e a correção que sempre orientou a vida do ex-senador e ex-governador” e, assim, deu a ele todo seu apoio, dizendo-o “inocente”.
A posição do PSDB em nada difere da posição do PT em relação, por exemplo, a José Dirceu. Os dois partidos apoiaram seus expoentes após serem condenados pela Justiça. Qual a diferença, então, que autoriza o PSDB a acusar o PT de defender os seus expoentes condenados pela Justiça?
O argumento dos tucanos para justificar tal postura é de revolver o estômago: Azeredo “só” teve “um” julgamento, na primeira instância.
É mesmo, é? E quantos julgamentos, diabos, teve Dirceu? Dez? Vinte? Dirceu também só teve um julgamento, no STF. E o que é pior, a lei foi violada ao não lhe conceder o benefício dado a Azeredo de não ter sofrido com um rito sumário (extremamente rápido) no STF.
Explico: Dirceu não tinha “direito” a “foro privilegiado” (ser julgado pelo STF) quando foi submetido a julgamento simplesmente porque não tinha mandato popular no momento da aceitação de seu julgamento. E Azeredo tinha.
Azeredo não poderia ter sido julgado em primeira instância porque era parlamentar. Então, em uma manobra imoral, em fevereiro do ano passado renunciou ao mandato de deputado federal para não enfrentar o julgamento no STF, já que é irrecorrível e, assim, diminui as chances do acusado.
Só faltaria, pois, alguém vir dizer que é melhor ser julgado pelo Supremo; se assim fosse, Azeredo não teria promovido essa atitude covarde que, aliás, não foi tomada por Dirceu, que se recusou a renunciar ao mandato de deputado federal quando foi denunciado pelo mensalão.
Os tucanos se julgam muito espertos e, assim, acreditam que enganam a sociedade ao terem a cara-de-pau de acusar o PT por ficar ao lado de seus expoentes condenados enquanto faz o mesmo com os seus expoentes igualmente condenados.
É por isso que o PSDB perdeu as quatro últimas eleições presidenciais e perderá a próxima, mesmo que, dessa vez, não seja para o PT, porque o Brasil sabe o quão hipócritas e mentirosos são os tucanos. E eles apenas acabam de dar mais uma prova disso.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Por que o Profeta Merval se ferrou? Nogueira: comportamento do Gilmar foi abjeto

merval e gilmar
Num mundo menos imperfeito, você não veria esta foto

A provável origem da profecia fracassada de Merval. Por Paulo Nogueira

Merval viralizou nas redes sociais.

Uma foto na qual ele aparecia prevendo a vitória por ampla margem do voto de Fachin quanto ao roteiro do impeachment se espalhou pelo Facebook e pelo Twitter.

Merval foi merecidamente esculachado. Nunca confunda o papel de jornalista com o do torcedor é um dos pilares do jornalismo, e ele agiu como se estivesse na arquibancada. Por isso se expôs ao justo escárnio dos contrários ao golpe.

Do ponto de vista lógico, ele, com alguma inteligência, teria evitado o vexame. O primeiro voto do dia era o de Barroso, o mais capaz e mais influente dos juízes do STF.

Se Barroso divergisse de Fachin, teríamos logo no início da sessão um empate. Dada a diferença de peso entre Fachin e Barroso, seria um sinal de que as coisas poderiam mudar, como aconteceu.

Tentei entender de onde Merval extraiu seu otimismo obtuso. E tive uma pista ao ver o comportamento abjeto de Gilmar Mendes na discussão do STF.

Como são amigos, uma possibilidade real é que, num telefonema, Merval tenha se deixado levar pelas considerações e prognósticos de Gilmar.

A atitude de Gilmar de deixar o plenário abruptamente sob a alegação de viagem sugere que também ele tinha como certo o triunfo do voto de Fachin.

Quando Gilmar votou já estava claro que Fachin sofrera um extraordinário revés. E com ele um voto amplamente favorável ao golpe.

Só o ódio pelo que estava acontecendo pode explicar o que Gilmar fez. Ele falou como um político, e não como juiz. No auge da inflamação, cometeu a insanidade de citar um artigo de Serra, um político que não é respeitado sequer no PSDB.

Num mundo menos imperfeito, juízes que agissem tão acintosamente como políticos sofreriam, eles sim, um processo rápido de impeachment.

Eles conspiram contra a imagem e contra os ideais da Justiça. São, essencialmente, iníquos porque suas sentenças são pautadas pelas simpatias políticas.

Mas, num mundo menos imperfeito, também não haveria jornalistas como Merval, que apoiam juízes como Gilmar em vez de fiscalizá-los e cobrar deles isenção.

Não surpreende que sejam amigos.

Pulitzer, talvez o maior dos editores de jornais, famosamente disse que jornalista não tem amigo. Pelas razões óbvias: o jornalista não vai cobrir como deveria um amigo. Vai protegê-lo.

A mesma máxima se aplica aos juízes. Juiz não tem amigo. Juízes e jornalistas deveriam manter uma sagrada distância entre si para se fiscalizarem uns aos outros.

Dê um Google Imagens e você encontrará diversas fotos de Merval com juízes do STF em alegres confraternizações. Um juiz, Ayres Brito, escreveu o prefácio do livro de Merval sobre o Mensalão, uma agressão brutal à ética do jornalismo e da Justiça ao mesmo tempo.

Posso estar enganado. Mas é provável que a fonte da profecia que vem gerando tantas gargalhadas tenha sido o amigo Gilmar.

Num Brasil mais avançado, não haverá juízes como Gilmar e nem jornalistas como Merval porque a cumplicidade deles é nefasta para a sociedade – mesmo que renda, aqui e ali, risadas.





Nogueira, e quem vazou o "furo" para a ilustrecolonista, que se presta ao papel de jogar de mano com quem quer constranger os colegas da Corte e ganhar no grito, no PiG?

Será a colonista ilustre uma inocente útil, ou mais esperta do que faz parecer seu sorriso de enfermeira de UTI?

Em que outro lugar do mundo haveria um Gilmar, um Ataulpho e uma colonista dessa índole?

Paulo Henrique Amorim

Executivo-monstro que aumentou remédio em 5.000% é preso nos EUA

drug
Há três meses este blog publicou a história executivo que, aproveitando-se do controle da patente de uma medicamento para malária e para Aids, aumento em 5.000% o preço ao consumidor.
Hoje, este cidadão foi preso, não por esta crueldade, mas por ter ter usado ilegalmente as ações da Retrophin, uma empresa de biotecnologia que fundou em 2011 e da qual era um dos diretores, para pagar dívidas de outros negócios, sobretudo de um fundo de investimentos “picareta” que criou, o MSMB Capital Management.
A notícia foi dada pela Bloomberg e, embora por outros motivos, é uma “justiça poética” que um cidadão destes, por qualquer razão, passe uma temporada  atrás das grades.
Afinal, quem faz isso com remédios essencial para evitar a morte está cometendo um crime contra a vida.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

É escandaloso PM-SP dizer que havia 3 mil no ato pró Dilma em SP

paulista capa

Cheguei à avenida Paulista por volta das 18 horas da última quarta-feira (16). A manifestação contra o golpe paraguaio que o PSDB, a Globo e o resto da mídia tucana tentam dar no país se estendia da frente do Masp até meados da avenida da Consolação.
Na Paulista, quase não havia espaço para caminhar. As duas pistas estavam ocupadas. Corri paralelamente à manifestação até chegar à avenida da Consolação e fiquei surpreso, porque, apesar de a marcha em direção ao Centro velho de São Paulo se afunilar em uma das pistas, essa pista estava tomada de gente até onde se podia ver.
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consolação 1
Seguramente foi o maior ato que a esquerda fez até hoje contra o golpe paraguaio-tucano-midiático.
A manifestação era tão grande que a avaliação do Datafolha de que havia 55 mil pessoas na Paulista e na Consolação me parece extremamente conservadora, para não dizer mentirosa. Mas vá lá. Ainda é uma estimativa minimamente analisável.
Agora confira abaixo, leitor, o que o Jornal Nacional e a Polícia Militar de São Paulo, controlada pelo PSDB (governo Alckmin), fizeram com esse mar de gente.

Além de esconder os números do Datafolha, a Globo corroborou a mentira grotesca da PM
Uma foto aérea pode dar uma ideia melhor do absurdo que o país assistiu na Globo na noite da última quarta-feira. Você diria que há 3 mil pessoas na foto abaixo, conforme diz a Globo no vídeo?
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Então ficamos assim: segundo o Datafolha, os protestos contra Dilma do último domingo reuniram 40,3 mil pessoas e o ato contra Dilma, na quarta, reuniram 55 mil. Há, então, pelo menos uma base para dizer que mais gente saiu às ruas a favor de Dilma do que contra.
E, enquanto as manifestações pró Dilma cresceram em público, as manifestações contra Dilma diminuíram, o que desmonta a desculpa dos golpistas de que o ato deles foi pequeno por ter sido convocado “às pressas”.
Ora, tanto um quanto o outro foram convocados “às pressas”, mas um diminuiu e o outro, aumentou…
O problema mesmo, porém, está no comportamento da PM. Claramente a corporação está agindo a serviço do PSDB e dos golpistas. Não dá para aceitar que divulgue uma mentira tão escandalosa. Na verdade, o Ministério Público de São Paulo deveria tomar uma providência.
Se a Justiça valesse para todos da mesma forma no Brasil, Alckmin poderia até perder o cargo por colocar uma corporação pública que controla para mentir em seu benefício e no de seu partido. A PM-SP virou um braço do PSDB.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quem disse que Maria Antonieta não existe mais?

victoriaantonieta
De forma muito gentil, o colunista Rogério Galindo, que mantém o blog Caixa Zero no jornal paranaense Gazeta do povo diz que, sem querer, a jovem deputada estadual Maria Victoria (PP) acabou por se tornar “um símbolo interessante na discussão sobre os gastos sociais do governo”.
Acho, Rogério, que vai mais além.
Mostra como sobrevivem, pelos séculos, a frieza emproada da indiferença, pior, da desumanidade para com nossos semelhantes.

Por que a deputada que defendeu o
corte do Bolsa Família causou tanto mal estar

Rogério Galindo, na Gazeta do Povo
A deputada estadual Maria Victoria (PP) é jovem. Pouco tempo atrás, era uma desconhecida no Paraná, até porque viveu boa parte do tempo fora do país, estudando na Europa. Ninguém pode criticá-la por isso: se a sua família teve condições, dar a ela as melhores oportunidades é quase uma obrigação. Investir em sua educação, idem. Criticá-la por isso seria criticá-la pelos motivos errados.
De volta ao Brasil, Maria Victoria entrou para o PP e se elegeu deputada estadual aos 22 anos. De novo: tudo dentro das regras. Fez campanha, conseguiu votos, entrou para a Assembleia Legislativa. Está em seu direito, que deve ser respeitado. No entanto, é preciso atentar para um detalhe: ela não se elegeu simplesmente por ser quem é, e sim por ser filha de que é.
A deputada é filha de Ricardo Barros, ex-prefeito de Maringá, e de Cida Borghetti, atual vice-governadora do estado. Isso não invalida sua eleição – o sistema político brasileiro permite. Mas mostra como existe na sociedade brasileira (e em quase todas as outras) uma perpetuação da posição social das famílias. Um dado a mais: o avô dela já foi prefeito de Maringá; Como dizia a musiquinha: o de cima sobe e o de baixo desce.
Vem daí o mal-estar causado pela declaração da deputada contra o Bolsa Família. Nesta semana, depois de seu pai, relator-geral do orçamento de 2016 no Congresso, ter optado por cortar R$ 10 bilhões do principal programa de assistência social do governo, a deputada saiu em defesa do pai. Apesar de o governo dizer que isso jogará oito milhões de pessoas na miséria, a deputada apelou para um velho chavão: seria preciso ensinar a pescar ao invés de dar o peixe.
O “peixe” que o governo federal dá são R$ 77 mensais. Segundo a deputada, a maior parte dos beneficiários tem outra fonte de renda, o que mostra que ninguém ficaria na miséria caso ficasse sem o programa. Mas o Bolsa Família é exatamente isso: um programa que complementa a renda de pessoas que, tirado esse dinheiro, ficam abaixo da linha da miséria.
E essa linha é extremamente baixa. Para receber o benefício, é preciso ter renda per capita na família de R$ 77. Ou seja: uma família de cinco pessoas teria de ter renda máxima de R$ 385 para ter acesso ao benefício. É dessas pessoas que se quer cortar ao auxílio. São essas pessoas que a deputada diz que não vão ficar na miséria. Por definição, isso está errado.
Maria Victoria não tem culpa de ter nascido rica. Tem todo o direito de tirar proveito do que sua família tem – todo mundo tem, desde que o dinheiro seja obtido licitamente. Tem direito de representar seus eleitores, de ter sua ideologia. Mas a sociedade também tem todo o direito de ver na declaração dela um descolamento impressionante entre o que pensa a elite econômica (e política) do país e a realidade social.
Se há mau gasto, se há fraudes no Bolsa Família, elas devem ser combatidas. Mas isso precisa ser feito com provas. Precisa ser feito com o mesmo cuidado (ou muito mais!) do que teve Ricardo Barros ao votar contra o prosseguimento do processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Se para Cunha ser processado (nem estamos falando de condenado) é preciso ter provas, para o pobre perder seus R$ 77  não é necessário nem indícios?
Os R$ 77 do Bolsa Família são menos de 0,4% do salário de um deputado estadual. Maria Victoria tem todo o direito de receber o que recebe, mesmo que isso tenha a ver muito mais com o que a loteria da vida lhe destinou do que com uma ascensão social – ela nunca precisou “subir”, já nasceu no alto. Mas nada justifica a defesa de um corte que afeta quem mais precisa, de quem pela mesma loteria, nasceu no fundo do poço.

LULA IRONIZA BORDÃO DA MÍDIA SOBRE 'AMIGO DE LULA'

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

GOLPE TUCANO PERDE CUNHA, SEU CONDUTOR. E AGORA?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Acabou o impítim. E o Levy fica? Que tal governar para quem ganhou a eleição?

O impítim acabou nesse domingo como escola de samba ao deixar o Sambódromo: um lixo.

A fantasia desmontada,  a maquiagem escorrendo pelo rosto suado, o puxador sem voz e a destaque com mais celulite que batom – como o Aecím Waldorf, ao lado do Luciano Hulk, ao saber que tinha perdido a eleição.

Melancólico.

Na verdade, o impítim sem povo e sem líder acabou na histórica decisão do Ministro Fachin.

Mais tarde, Janot seguiu o caminho inevitável, enquanto se desviava dos incômodos cadáveres do Cunha e do Aecím Waldorf.

Essa segunda vitória de Dilma na eleição de 2014 poderia ter um efeito catártico.

Uma ressurreição.

Seria esperar muito de um Governo que tem na Justiça uma balofa mediocridade.

Mas, se fosse possível imaginar uma reinvenção depois dessa inequívoca vitória sobre a Direita Enlouquecida, o melhor seria fazer a vontade do Levy e demiti-lo.

O Levy está louco para ser imolado na fogueira das agências de risco.

Poder dizer "eu não passei de um Ministro da Fazenda decorativo".

Ele seria um herói do PiG.

Figura obrigatória do programa Entre Caspas da GloboNews!

Fonte anônima das colonas - são sempre as mesmas - da Urubóloga.

Vai acabar como gestor de recursos do HSBC na Suíça.

E a Dilma levaria para lá um Ministro da Fazenda que atenda a quem a elegeu em 2014.

Não precisava ser um economista.

Pode ser um político.

Ruy Barbosa, Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha não eram economistas.

Palocci, o neolibelês do PT, era médico sanitarista e hoje, consultor de empresas de pleitos suspeitos.

Desde que o eleitor, que deu a vitória de 2014, pudesse, enfim, celebrar em 2015!

Governar para quem elegeu a Dilma.

E não para quem ela derrotou - ou a traiu, como o Temer e seu programa "Ponte para o abismo".

Reencontrar-se com o eleitor vitorioso seria fenômeno político de promissor significado.

Como também é e será um fenômeno a sobrevivência do Ministro da Justiça.

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Aecím desqualifica o Supremo! O Gilmar pode, né, Aecim?

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Imagem: Dona Mancha
O tucano de Furnas, o que passa a lua de mel às expensas de banqueiro bandido, esse mesmo agora peita o Ministro Fachin!

É um ousado !
Do É Notícia, na RedeTV!:

Aécio diz que STF tem que respeitar decisão da Câmara de abrir impeachment de Dilma

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem que respeitar a decisão do Legislativo de abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

De acordo com ele, anular a decisão da Comissão Especial da Câmara dos Deputados seria uma intromissão indevida e que pode gerar um conflito ainda maior.

Aécio afirmou ainda que a tendência do PSDB é votar pela cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A declaração foi feita hoje, em entrevista gravada no programa É Notícia, que será exibida na noite da próxima segunda-feira, 14. Cunha é acusado de ter mentido a seus pares durante depoimento à CPI da Petrobras, quando negou que possuísse contas secretas no exterior e offshores.

(...)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

BIA LULA DENUNCIA ASSÉDIO DO GRUPO GLOBO

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Janot, o Cunha e o Pauzinho vão ficar soltos? Por que o Delcídio está em cana e o Cunha, não?

Janot, o Cunha e o Pauzinho vão ficar soltos?

Por que o Delcídio está em cana e o Cunha, não?
bessinha país cunhado
Cunha aprovou o putsch com voto secreto, um convite à traição e à chantagem.

Desligou os microfones e a TV Câmara.

Não deixou a bancada do Governo falar.

Nem nos bons tempos do Governo Militar, quando o Zezinho Bonifácio presidia a Câmara e recebeu o AI-5 de presente.

Nem, então, o Presidente da Câmara se comportava como um meliante - ainda que fosse um sabujo!

Perguntem ao Marco Maciel o que foi presidir a Câmara debaixo do chicote dos militares - e o Marco, que não ia em bola dividida, como definiu o sábio Fernando Lyra, o Marco nunca fez o que Cunha - o suposto achacador - se permitiu fazer ontem.

E o Pauzinho do Dantas?

Por que também está solto?

Será possível, Dr Janot, vender greve?

Se o Delcídio está em cana, por que o Cunha e o Pauzinho não estão, Dr Janot.

Como explicar?

Há uma explicação óbvia: o Cunha e o Pauzinho ainda tem serventia.

Derrubar a Dilma.

E o Dr Janot, ao longo de três anos à frente da Procuradoria Geral, jamais!, jamais!, traiu a Casa Grande.

É  de uma ilimitada coerência.

Tanto assim que ignorou o vasto material que o Rogério Correia lhe entregou, pessoalmente, sobre a Lista de Furnas, em que o Aecím se afogou.

Furnas?

Não vem ao caso!

Portanto, essa deve ser uma explicação razoável.

O Dr Janot só pedirá ao Ministro Teori para prender o Cunha e o Pauzinho depois que os dois varões perderem a serventia.

Quando o impítim for derrotado.

No Supremo.

Ou, antes, em voto aberto, no Congresso.

Com os microfones ligados e a TV Câmara a funcionar, para que cada brasileiro veja como votará cada deputado.

Por falar nisso, examine aqui um por um os membros da bancada que o Cunha montou, com dinheiro de origem que só o Janot desconhece...

Paulo Henrique Amorim 

PAUZINHO E HERÁCLITO: OS ROSTOS DO IMPÍTIM

bessinha valentoes do golpe
O PiG amanheceu com uma suprema derrota nas costas.

Ministro Facchin interrompeu o Golpe de forma estrepitosa, inequívoca!

É Golpe!

O PiG pensou que ia celebrar o putsch do Cunha.

O Golpe que resultou na criação de uma comissão só de Golpistas.

"Comissão" no sentido de formar um grupo e, não, "comissão" como rachuncho, tomação de grana, parte num negócio escuso.

Embora a análise das fotos dos "vencedores" nas primeiras páginas do PiG demonstrem que "comissão", no caso, se refere à segunda hipótese.

A foto mais exuberante da "vitória" é a em que aparece o apolíneo Heráclito Fortes, da bancada Dantas do Congresso e várias vezes surrado na aba "Não me calarão".

Fortes segura a deputada Maria do Rosário, PT/RS.

Enquanto, no centro, dono da situação, como se estivesse no Porto de Santos, a comandar estivadores em greve..., o Pauzinho do Dantassuposto vendedor de greve.

Os dois contra ela.

Os dois que simbolizam esse Golpe frustrado.

É a bancada do Cunha.

turma do café da manhã.

Os quatro - os do café da manhã e o Heráclito - não têm alternativa.

Sem impítim, eles não existem!

É o desfecho que os aguarda.

Para a alegria da valente Maria do Rosário.

Heráclito, como se sabe, organizou em casa, em Brasília, quando era senador, um almoço árabe para que Daniel Dantas explicasse ao então Ministro Marcio Thomaz Bastos que escreveu, a quatro mãos, com o hoje principal assessor do Alckmin, o suposto jornalista Marcio Aith, uma capa no detrito sólido de maré baixa para "revelar" uma conta secreta do Lula na Suíça.

Dantas disse, então, que tinha feito isso com a melhor das intenções.

E Aith depois explicou que publicou a mentira porque não conseguiu provar que não era a verdade!

Viva o Brasil.

Como diz o Mino: no Brasil os jornalistas são piores que os patrões.

A esse encontro esteve presente, solicito e cortes como sempre, o zé da Justiça, que, antes, na CPI dos Correios presidida pelo Delcídio, fez o que pode para salvar Dantas.

Não salvou Dantas que, como se sabe, breve irá para a cadeia, condenado que está a dez anos e a condenação não foi revogada.

Mas, o zé se salvou!

O Cunha e o Pauzinho do Dantas, como se sabe, estiveram a serviço do Dantas quando, derrotados, defenderam a MP dos Porcos.

É o pessoal que só não vai para a cadeia se o impítim passar!

Paulo Henrique Amorim

Na primeira página da Fel-lha, os dois valentões do Golpe 

A grande pedalada do golpe

MARCELO ZERO

:
Os pretextos alegados para o golpe variam mais que biruta de aeroporto em tempestade.
Tem para todos os gostos e eles oscilam fortemente conforme a conjuntura. Quando um pretexto perde a sua força, imediatamente surge outro, muitas vezes de natureza distinta.
A variedade e a oscilação mostram o desespero dos derrotados nas últimas eleições em encontrar alguma escusa minimamente aceitável para o golpe indesculpável.
Apesar de sua diversidade, os pretextos podem ser divididos em dois grandes conjuntos: os pretextos não jurídicos, de um lado, e os pretextos pseudojurídicos, de outro.
O conjunto dos pretextos não jurídicos inclui as alegações relativas à recessão econômica e ao clima político deteriorado. Estão nele incluídos os argumentos de que "o Brasil está em recessão", "o Brasil está parado", "o Brasil passa por uma grande crise econômica e política, "a popularidade da presidenta está muito baixa", etc., etc.
O falso pressuposto de que esse tipo de alegação poderia servir de pretexto minimamente aceitável para um processo de impeachment é o de que o Brasil teria um regime parlamentarista, e não presidencialista. Provavelmente essa "ideia brilhante" saiu do mesmo think tank que instituiu o terceiro turno como estratégia política. Esqueceram-se, no entanto, de avisar à Constituição Federal e ao povo brasileiro, que rejeitou o parlamentarismo, no plebiscito de 1993.
Ao contrário do que ocorre no parlamentarismo, regime no qual no qual só há eleições parlamentares e o chefe de governo é uma espécie de cargo de confiança do Legislativo, no regime presidencialista, como o nosso, o presidente é eleito em pleito separado, o qual gera um mandato popular que não pode ser extinto por simples voto de desconfiança política do Parlamento.
No parlamentarismo, crises econômicas, crises políticas, baixos índices de popularidade, etc. são argumentos perfeitamente legais e normais para destituir o gabinete de governo, ainda que com regras rígidas, as quais asseguram a estabilidade política. Contudo, em nosso presidencialismo, o chefe de governo, figura que se confunde com o chefe de Estado, só pode perder o seu mandato popular específico se for comprovado, após devido processo legal, crime grave e doloso de responsabilidade.
Afora a total impropriedade e inconsistência desses argumentos não jurídicos, só aplicáveis a regimes parlamentaristas, eles pecam também pelo cinismo.
A crise atual do Brasil, ocasionada essencialmente pela intensificação recente da pior recessão internacional desde 1929, vem sendo muito agravada justamente pelo golpismo da oposição, que provoca um clima permanente de instabilidade política. Recorde-se que ajustes econômicos visam reverter expectativas dos investidores, algo difícil de se obter num clima político artificialmente deteriorado.
Assim, boa parte da recessão e da paralisia atuais advém do golpismo. Do golpismo e de uma Lava-Jato importante para o combate à corrupção, mas mal conduzida para os interesses do país. Com efeito, segundo as avaliações das mais importantes consultorias econômicas, a Lava-Jato, por ter paralisado setores importantíssimos da economia brasileira, como a construção civil e a cadeia do petróleo está, somada ao clima político, reduzindo o crescimento do Brasil, em aproximadamente 2,5% do PIB. Ou seja, mais de dois terços da recessão de 2015 provirão dessa operação e do golpismo oposicionista. A dupla Moro/Aécio causa muito mais dano econômico que Levi.
É muita cara-de-pau, diria Lula. Criam ou turbinam fortemente a crise, com a instabilidade política gerada por seu golpismo, e depois se queixam de que "o Brasil está parado". Ora, o Brasil está paralisado por causa, em grande parte, dessas "pedaladas políticas" da oposição.
O outro conjunto de argumentos tange aos argumentos pseudojurídicos, que tentam sustentar, do ponto de vista técnico, o canhestro pedido de impeachment acolhido por Cunha.
Na realidade, utilizar supostas pedaladas fiscais para sustentar um pedido de impeachment é uma clara pedalada jurídica.
Espremendo-se a argumentação do pedido de impeachment, o único arremedo de argumento jurídico se refere ao suposto fato de que o governo federal teria aberto créditos suplementares ao orçamento sem a devida autorização legal do Congresso.
Embora não caiba nesse breve artigo se fazer uma argumentação extensa sobre a precariedade das argumentações jurídicas pró-impedimento, vale lembrar que as contas de 2015 só se encerram em 31 de dezembro e, além disso, o Congresso aprovou a revisão da meta fiscal do ano.
Como bem afirmou Ricardo Lodi Pietro:
Mas, se o próprio Parlamento, durante o exercício, modifica a meta, está alterando o limite da autorização por ele concedida e convalidando tacitamente a abertura dos créditos suplementares até então efetivadas por Decreto. Foi assim em 2014, com a aprovação da Lei 12.952/14, e tudo indica que será em 2015, já que a Câmara dos Deputados aprovou, no mesmo dia em que o seu presidente acolheu o pedido de impeachment, o PLN 05/15. Assim, não há mais que se falar em abertura de créditos suplementares sem autorização legal em 2014. Em relação ao exercício de 2015, não é possível, antes do final do exercício, constatar se os decretos que já abriram créditos suplementares, extrapolam ou não os limites previstos no artigo 4º da LOA/15, dada a real possibilidade de alteração da meta fiscal que define os contornos desta autorização legislativa. E tudo indica que não haverá extrapolação da autorização legal, dada à aprovação do referido projeto de lei pela Câmara dos Deputados.
Ademais, mesmo que se conseguisse provar pedaladas fiscais em 2015, isso não justificaria o impeachment, tendo em vista que não se trata de atos atentatórios à Constituição Federal, nos termos do caput do art. 86 da Constituição Federal, configurando, no máximo, simples atos ilegais ou inconstitucionais saneáveis mediante controle administrativo, fiscal ou jurisdicional.
Dilma fez as mesmas operações contábeis que FHC fez e que os governadores do PSDB ainda fazem. E o fez não para desviar dinheiro público, como Cunha fez, mas para manter programas sociais imprescindíveis ao bem-estar do povo brasileiro.
O impeachment está previsto em nossa Constituição, mas esse pedido específico de impeachment não está previsto em lugar nenhum, a não ser nas cloacas onde navegam os interesses sombrios e malcheirosos dos derrotados e ressentidos que apostam no "quanto pior melhor" e contra a democracia brasileira e o Estado Democrático de Direito.
Ele nasce ilegítimo e, em consequência, com legalidade questionável, por ter sido iniciado por Cunha, em claro ato de vingança política motivada por interesses torpes e corruptos. Ele nasce ilegítimo e ilegal por não ter nenhuma base jurídica consistente. Nasce em meio a grotescas pedaladas político-partidárias e patéticas pedaladas jurídicas.
No fundo, trata-se de uma grande e suja pedalada imoral contra o Brasil.